Quando falamos de plantas carnívoras, podemos nos recordar do longa-metragem O Terror Veio do Espaço, um filme britânico de 1962 que tem no enredo indestrutíveis plantas carnívoras rastejantes que se proliferam rapidamente e ameaçam a humanidade. Apesar desse imaginário – principalmente difundido entre o público infantil -estão as plantas carnívoras reais: de pequeno porte, que se alimentam de insetos, ácaros e micro-organismos. Apesar do nome soar agressivo, muitas dessas plantas podem ser cultivadas em casa, pois não exigem muitos cuidados.
As plantas carnívoras são originárias de solos pobres de nutrientes e para sobreviver desenvolveram mecanismos passivos para captura do seu alimento. Ou seja, são plantas autotróficas – fazem fotossíntese, e que possuem adaptação para a captura de presas, por meio de suas folhas/armadilhas. Não são venenosas ou tóxicas. Podem ficar perto de crianças, adultos ou animais domésticos, portanto, fica comprovado que é seguro cultivar plantas carnívoras em casa.
Para responder às questões sobre cultivo das espécies, Renato Aquino Záchia, doutor em botânica indica que o plantio de plantas carnívoras deve ser feito em solo ácido e, portanto, podem ser utilizados substratos com essa característica. Ademais, devem apenas estar em lugares úmidos e receber água regularmente e em abundância. São suscetíveis a insetos sugadores (como pulgões), lagartas, besouros e fungos, assim como outras plantas, e para cultivá-las – de maneira saudável – é necessário haver constante monitoria.
Conheça três espécies de plantas carnívoras que o Jardim Botânico da UFSM possui e seus respectivos mecanismos de armadilhas:
Dionaea ou Dioneia
A mais famosa entre as plantas carnívoras. Tem uma folha que se abre e fecha quando nota a presença de algum inseto ou organismo, devido à sensibilidade de seus pelos.
Drosera
A planta tem suas folhas em forma de tentáculos que possuem secreções pegajosas que aprisionam os insetos e organismos. As presas são então digeridas na própria superfície da folha.
Nepenthes – “plantas jarros”
A planta tem folhas que se dobram em formato de um jarro com tampa. As presas são então atraídas pelo odor exalado por glândulas de néctar presentes nos “jarros”.
Reportagem: Bibiana Pinheiro
Fotografia: Rafael Happke