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Curiosidades

A cada edição, a seção Curiosidades responde àquelas questões que você sempre quis saber se eram mitos ou verdades e conta histórias singulares sobre a UFSM



Por que a UFSM foi considerada a Sorbonne do Sul por José Mariano da Rocha?

Escrito na década de 1960, o hino institucional da UFSM cita em sua primeira estrofe: “A criança dos campos da serra cresceu forte, sadia e gentil e em ti, ó Sorbonne do sul, aprendeu a amar o Brasil”. Com quase 800 anos de existência, a Universidade de Sorbonne, na França, é uma das mais tradicionais universidades da Europa. Mas qual sua relação com a UFSM? De acordo com Eugenia Barichello, filha do ex-reitor e fundador da UFSM, José Mariano da Rocha, seu pai nutria enorme admiração pela Universidade de Sorbonne por ser um exemplo mundial de qualidade nas diferentes áreas de conhecimento. Curiosamente, outro motivo para a escolha dessa referência se deu porque, até o final do século 20, acreditava-se que a universidade francesa era a mais antiga do mundo, fato que foi corrigido posteriormente, migrando-se o título para a Universidade de Bologna, na Itália.

Ilustração em tons de sépia, composta por um prédio, um homem e uma casa de um lado, e do outro, de uma mulher idosa. No parte central na esquerda da ilustração, desenho de um homem de pele clara, sério, na faixa etária dos quarenta anos; ele está em primeiro plano e está com o rosto levemente virado para o lado direito; tem rosto angular, sobrancelhas grossas, arqueadas e em tom escuro, olhos escuros, bigode grosso e escuro; tem cabelos escuros e fartos penteados para trás; veste um terno escuro sobre camisa branca e gravata escura. Atrás do homem, prédio de dois andares, com uma porta e janelas em cada andar; o primeiro andar tem paredes escuras, tem quatro pilares, uma porta com detalhe triangular em cima, e uma janela no lado direito, em formato triangular na parte superior; o segundo andar tem paredes claras, cinco conjuntos de janelas em uma faixa no centro da parede; na parte direita e principal do andar, detalhe do prédio em formato de cúpula, com o teto arredondado e uma janela sobre a cúpula; abaixo, telhado triangular sustentado por quatro pilares; embaixo do telhado, porta com detalhe triangular na parte superior e, em cada um dos lados da porta, uma janela com a parte superior em formato triangular. Abaixo do homem e à frente dele, uma casa em ângulo lateral esquerdo; ela tem paredes claras, telhado simples em formato triangular e dois pilares no lado esquerdo; a casa tem uma porta na parte da frente, com dois degraus na frente, e duas janelas, uma na parte da frente e outra na parede esquerda; nos lados da casa, vegetação em arbustos; na frente da casa, chão na cor sépia. No lado direito inferior, ilustração de uma mulher idosa em tons de sépia. Ela tem pele clara, faixa etária em torno dos 60 anos, está de perfil esquerdo e em primeiro plano. Sorri levemente. Ela tem rosto redondo, sobrancelhas escuras e arqueadas, olhos pequenos, nariz arredondado, boca pequena e orelhas pequenas; ela tem cabelos castanhos, curtos e lisos, com alguns fios rebeldes na franja. Usa blusa com gola arredondada em tom sépia. Ao fundo, vegetação em arbusto em tom de sépia escuro. O fundo é cinza.

Onde foi a primeira Reitoria da UFSM?

Durante os primeiros anos da construção da Cidade Universitária em Santa Maria, não havia um espaço onde o reitor José Mariano da Rocha Filho pudesse receber seus visitantes, realizar reuniões e discutir sobre o desenvolvimento da obra da Universidade. Foi então que, em 1964, o professor Luiz Gonzaga Isaia decidiu
criar uma pequena casa de madeira que funcionasse como um ambiente para o reitor recepcionar convidados e também como um Escritório de Obras. A ideia de Isaia foi concretizada pelo carpinteiro Adalberto dos Santos Ferraz em agosto daquele ano. Assim, surgiu a primeira Reitoria da UFSM. A casinha é simples, com telhas de cimento-amianto, tábuas de madeira horizontais e apenas um espaço em seu interior, que é ligado a um sanitário limitado. Depois de ter sediado a primeira reitoria, a casinha de madeira tornou-se o espaço dos Correios
e Telégrafos da Cidade Universitária e, depois, sediou o Serviço de Vigilância do Campus, que permanece até hoje.

Você sabia que Ana Primavesi, pioneira nos estudos em agroecologia, trabalhou na UFSM?

Era 1961 quando Ana Maria Primavesi mudou-se para Santa Maria, juntamente com os filhos e o marido, Artur. Até 1974, o casal de engenheiros agrônomos lecionou na recém-fundada Universidade de Santa Maria. Aqui, ela pesquisou sobre produtividade de solos, deficiências minerais e agrostologia. Comandou o laboratório de biologia e análise de solos. Motivou a criação do Programa de Pós-Graduação em Biodinâmica do Solo em 1971. Foi pioneira nos estudos do solo e agroecologia, temas que originaram 12 livros. Antes de vir ao Brasil, Ana Maria era Annemarie Conrad, nascida em 3 de outubro de 1920, em meio às montanhas da Estíria, na Áustria. Graduou-se em Boku, Universidade Rural para Agricultura e Ciências Florestais. Era uma das três mulheres entre cem alunos. A época da faculdade coincide com o período da Segunda Guerra. Perdeu dois irmãos em combate. Mãe, pai e irmãos foram para campos de concentração. Ela também, na tentativa de libertar o pai. Em liberdade, após nove meses presa, casou-se com Artur Primavesi. Dois anos depois, em 1948, o casal mudou-se para o Brasil. Ana Maria Primavesi inspirou a criação da Feira Orgânica que leva seu nome em Santa Maria. Ela morreu em 5 de janeiro de 2020, em consequência de problemas no coração.

Expediente:
Reportagem: Alice dos Santos, Luis Gustavo Santos Jr e Samara Wobeto, acadêmicos de Jornalismo;
Ilustração e diagramação: Filipe Duarte, acadêmico de Desenho Industrial.
Conteúdos produzidos para a 12ª edição da Revista Arco (Dezembro 2021).
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