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Comprar barato basta?

Planejamento de Licitação Sustentável muda critérios para compras na UFSM



Em 2011, Alessandra Daniela Bavaresco começava a cursar o mestrado profissional em Gestão de Organizações Públicas na UFSM. A proposta de seu projeto era conseguir implementar um programa de licitação sustentável na Universidade, onde trabalha desde 1994 e é hoje diretora do Departamento de Material e Patrimônio (Demapa).

Um ano depois, em 2012, o Governo Federal estabeleceu, através da Instrução Normativa nº 10, os Planos de Gestão de Licitação Sustentável (PLS) que objetivam estabelecer responsabilidades, metas, ações e prazos para que os órgãos federais, em que se incluem as Instituições de Ensino Superior, apliquem “práticas de sustentabilidade e racionalização de gastos e processos na Administração Pública”, como explicam os aspectos gerais do texto.

A aplicação desse Plano na Universidade teve ampla participação de Alessandra, uma vez que o prosseguimento de seu mestrado ocorria concomitantemente. “O projeto serviu mais ao PLS do que o contrário, algo que eu não esperava. No Plano de Licitação Sustentável da UFSM muito do que tem de dados é proveniente da minha dissertação”, reforça.

Em relação às compras da UFSM, que funcionam por pregão eletrônico, em que as empresas se inscrevem através do lançamento de editais, o PLS promoveu uma maior rigorosidade nos critérios para que a Universidade adquira itens, de modo que o menor custo não seja o primeiro item analisado, mas passe a ser considerado somente depois de as empresas cumprirem os pré-requisitos presentes no edital. “A durabilidade dos materiais, bem como a economia que os produtos proporcionam a longo prazo permitem que os preços mais caros sejam pagos pelo próprio tempo que a Universidade vai conseguir aproveitar essas compras”, explica Alessandra.

O Plano é revisitado sazonalmente desde que foi criado, em 2012, alterando-se suas metas, seus objetivos e suas realizações, conforme são analisadas as compras realizadas nos períodos anteriores às análises. Além disso, o plano objetiva construir, formalmente – o que não acontece hoje –, equipes multidisciplinares que garantam não só o cumprimento das regras dos editais, mas também que indiquem quais aquisições são mais sustentáveis a partir de análises técnicas. “A gente tem feito alguns trabalhos, mas são comissões indiretas que atuam nos processos de compras, como as aquisições de lâmpadas LED, por exemplo”, reitera.

No ano de 2013, Alessandra finalizou sua dissertação e, a partir dela, o PLS promove diagnósticos que servem à aplicação de práticas sustentáveis na Universidade em diversas áreas.  “Meu objetivo era buscar conhecimento para retorná-lo ao local onde eu atuo, para enriquecer a Universidade, e é muito gratificante ver as práticas dando resultados alinhadas à teoria que produzi durante o mestrado”, conta a pesquisadora.

Reportagem: Germano Molardi

Diagramação e Ilustração: Giana Tondolo Bonilla

 

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