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CapesPrInt altera distribuição de recursos para pesquisa

Programa faz parte do projeto de internacionalização da Universidade



Com a proposta de viabilizar as relações da UFSM com outros países, foi aprovado, em outubro de 2018, o Projeto Institucional de Internacionalização, CapesPrInt/UFSM. Elaborado pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (PRPGP), com o aceite da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o projeto, que tem duração de quatro anos, propõe intensificar ações dos Programas de Pós-Graduação nele cadastrados. Além disso, coloca a Universidade entre as 36 primeiras instituições financiadas pelo Capes-PrInt.  

Para entendê-lo é preciso considerar o processo em três etapas. Na primeira, encontra-se o Capes-PrInt, de competência exclusiva da Capes. Este é o programa responsável por reger o da segunda etapa: o CapesPrInt/UFSM. Na terceira, estão as propostas dos Programas de Pós-Graduação e Pesquisa, que constituem o projeto institucional. Da relação entre Capes-PrInt, CapesPrInt/UFSM e PPGs acontece o fomento de internacionalização da ciência produzida pelos pesquisadores da UFSM.

Segundo Paulo Schneider, pró-reitor da PRPGP e gestor do CapesPrint/UFSM, o projeto começou a ser estruturado em outubro de 2017. “Ouvimos no Fórum de Pró-Reitores que a Capes e o Ministério da Educação lançariam um programa de internacionalização e começamos a nos preocupar com isso”, lembra. 

Dos 59 PPGs da UFSM, apenas 26 estão contemplados pelo CapesPrInt/UFSM. Eles estão organizados em 11 subprojetos multidisciplinares, coordenados por 11 professores. Os subprojetos se encaixam nos quatro temas estratégicos do projeto institucional: Materiais do Amanhã e Tecnologias Limpas; Saúde Única; Sociedade Informacional: memórias e tecnologias; e Sustentabilidade e Atitudes Inteligentes. Além do gestor e dos coordenadores dos subprojetos, o CapesPrInt/UFSM conta com um grupo formado por professores dos PPGs.

 

Injeção financeira 

A quantia de R$ 24 milhões pode até ser considerada significativa, mas, para produzir ciência, “não se trata de um valor difícil de ser gasto”, entende o técnico-administrativo em educação Marcelo Antunes, responsável pelas funções orçamentárias do CapesPrInt/UFSM. Ele explica que a verba inicial solicitada pela UFSM era de R$ 35 milhões, mas a Capes pediu reajuste do valor, que caiu para R$ 24.335.357,21. Desse total, cerca da metade já foi repassado para a Universidade, referente aos anos de 2019 e 2020. A segunda parte, a ser utilizada entre 2021 e 2022, será liberada depois de uma avaliação a ser realizada pela Capes. 

 

Descentralização e contradição

Membro do grupo gestor do CapesPrInt/UFSM, Amanda Scherer, do Programa de Pós-Graduação em Letras da UFSM, acompanha o processo desde o início e recorda que foram lançadas duas chamadas internas. Segundo a professora, o edital interno previa que as submissões deveriam partir dos grupos de pesquisas ou dos programas, mas que alguns encaminhamentos partiram das coordenações dos PPGs. “A comissão da qual eu fazia parte elegeu os melhores e mais viáveis [sub]projetos”, esclarece. 

Para a apresentação do projeto institucional junto à Capes era preciso um grupo gestor constituído. Mas, segundo Scherer, esse tópico não estava bem definido no edital. A falta de precisão inicial, mencionada pela professora, culminou exatamente naquilo que ela e mais alguns envolvidos previam: a Capes ia acabar somando todos os editais existentes na UFSM e deixar apenas no Capes-PrInt, o que aconteceu entre novembro e dezembro do ano passado. A pesquisadora acreditava que haveria uma diferente injeção de recursos, o que não ocorreu. 

 

Capes-PrInt e Proap 

Diante do último corte de bolsas dos PPGs, comunicado através do Ofício Circular nº 1/2019-GAB/PR/CAPES, o CapesPrInt/UFSM parece garantir estabilidade para os PPGs integrados a ele. O seu investimento não pode ser confundido com o Programa de Apoio à Pós-Graduação (Proap), apesar de ambos serem geridos pela Capes. Além de ser um recurso à parte, o primeiro corresponde apenas aos programas cadastrados. Já o segundo é destinado a todos os programas da UFSM e o seu repasse financeiro se encontra junto da receita da Universidade. 

 

Reportagem: Antônio Inácio de Paula, acadêmico de Jornalismo

Ilustração: Lidiane Castagna, acadêmica de Desenho Industrial 

Edição final: Maurício Dias, jornalista

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