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Por que a Biblioteca Central da UFSM leva o nome de “Conde de Porto Alegre”?

Saiba quem foi Manoel Marques de Sousa e como ele inspirou a nomeação da Biblioteca



Há 50 anos, em 3 de setembro de 1972, foi inaugurada a Biblioteca Central no campus sede da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Na época, o fundador da instituição, José Mariano da Rocha Filho, a nomeou como “Biblioteca Central Manoel Marques de Sousa – Conde de Porto Alegre”. Mas quem foi essa figura e por que o reitor fundador escolheu homenageá-lo?

 

Manoel Marques de Sousa III, o Conde de Porto Alegre, tinha o apelido de “O Centauro de Luvas” por ser um soldado de cavalaria muito educado e bem fardado. Foi militar, político, abolicionista e monarquista brasileiro. Nascido na cidade de Rio Grande, em 1804, sua atuação marca a história de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul e do Brasil. Seu título de Conde de Porto Alegre foi em razão de ter liderado a reconquista definitiva da capital gaúcha pelo governo federal na Guerra dos Farrapos. Além do combate regional, também participou da consolidação das fronteiras do Império brasileiro, por meio de sua atuação nos conflitos do espaço fronteiriço platino, e na Guerra do Paraguai.

Eugenia Barichello, docente do Departamento de Ciências da Comunicação da UFSM e filha de José Mariano da Rocha Filho, explica que as atividades de Manoel Marques de Sousa vão além da participação em batalhas no início da formação territorial e política do Estado do Rio Grande do Sul, uma vez que o Conde foi defensor da abolição da escravatura e patrono da literatura e ciência.  O Conde de Porto Alegre era bisavô de José Mariano da Rocha Filho pelo lado materno. “A história de vida do Conde sempre foi um exemplo para o reitor fundador pela sua coragem e humanidade”, destaca Eugênia. 

 

O Conde e a cultura

Um de seus feitos na área cultural foi a criação da Sociedade Parthenon Litterario, em 1868, na cidade de Porto Alegre, considerada a primeira entidade cultural do Rio Grande do Sul. O espaço estimulou a prática da leitura e da criação literária. Em 1869, Conde foi um dos fundadores da Sociedade Libertadora de Porto Alegre e eleito o primeiro presidente. A organização tinha como finalidade dar suporte à libertação de escravos, especialmente por meio da educação das crianças libertas. 

Outra curiosidade é que, atualmente, o Museu Gama D’Eça, pertencente à UFSM e localizado no Centro da cidade, abriga a carruagem do Conde de Porto Alegre, adquirida em Paris por volta de 1836. 

Além disso, há uma praça, localizada no Centro Histórico de Porto Alegre, que leva seu nome. Mesmo local em que se encontra um monumento em homenagem ao Conde que o retrata com a farda militar e uma espada em punho. A escultura foi inaugurada em 1885 com a presença da Princesa Isabel.

Expediente:

Reportagem: Caroline de Souza, acadêmica de Jornalismo e voluntária

Design gráfico: Luiz Figueiró, acadêmico de Desenho Industrial e bolsista

Mídia social: Eloíze Moraes, acadêmica de Jornalismo e bolsista; Rebeca Kroll, acadêmica de Jornalismo e voluntária; e Gustavo Salin Nuh, acadêmico de Jornalismo e voluntário

Edição de Produção: Samara Wobeto, acadêmica de Jornalismo e bolsista

Edição geral: Luciane Treulieb, Mariana Henriques e Maurício Dias, jornalistas

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