O álcool age no sistema nervoso central e, como consequência, no comando dos músculos e sentidos. Primeiro, causa euforia e excitação, por liberar serotonina. No entanto, com a sequência do consumo, ele provoca ação depressora no sistema nervoso. Os sintomas imediatos podem incluir fala arrastada, alteração de visão e audição, dores de cabeça, náuseas, vômito e até perda da consciência.
As bebidas alcóolicas também inibem o ADH – hormônio antidiurético que controla a urina. Por isso, o consumo de álcool faz com que a pessoa aumente o volume de urina, o que pode levar à desidratação – fator importante no processo de perda de consciência. Quanto maior o volume de álcool ingerido, maiores e mais graves são esses efeitos.
Por causar desidratação, a ingestão de água antes, durante e depois da ingestão de bebidas alcoólicas ajuda a diminuir os efeitos da bebida no organismo. “O consumo concomitante da água com o álcool ajuda a manter o organismo hidratado. Mais álcool e menor volume de água no organismo significa que o teor de álcool na corrente sanguínea fica mais alto”, explica a professora Giovana Cristina Ceni, do Departamento de Alimentos e Nutrição da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no campus Palmeira das Missões.
A maioria dos indivíduos começa a mostrar falhas mentais mensuráveis quando a concentração de etanol no sangue atinge cerca de 0,05%. “É importante beber água entre as doses de bebida alcoólicas que for consumir e, sempre que possível, consumir pelo menos 500 mL de água antes de dormir para diminuir a ressaca”, ressalta Ceni.
Qual o volume máximo de álcool que uma pessoa pode consumir?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o consumo diário máximo de álcool seja de uma a duas doses. “O efeito do álcool no organismo depende do sexo e do peso da pessoa, de ela estar ou não alimentada e da velocidade com que ingere a bebida alcoólica. Consideramos beber em excesso a ingestão de cinco doses para homens e quatro doses para mulheres, em uma só ocasião”, destaca Ceni.
Além disso, quanto maior o teor alcoólico (quantidade em porcentagem de álcool diluída em um volume de 100mL da bebida), maiores as consequências. De acordo com a professora, o teor das bebidas varia de acordo com cada tipo de bebida e o método de produção. A referência para o cálculo do teor alcoólico são as 10g de álcool de uma dose. Confira no quadro a seguir:
1 dose de cerveja = 330 mL de cerveja = 4 a 6% de teor alcoólico; 1 dose de vinho = 100 mL de vinho = 12 a 14% de teor alcoólico; 1 dose de bebida destilada = 30 mL da bebida = cerca de 40% de teor alcoólico; |
Entretanto, as bebidas alcoólicas em doses recomendadas podem trazer benefícios. “Por exemplo, o vinho é feito com uva, e na sua composição – além do álcool – tem os componentes da uva, como resveratrol, antocianinas e catequinas, que apresentam benefícios para a saúde. A cerveja, produzida com malte e lúpulo, também mantém os compostos fenólicos desses ingredientes, que são benéficos para a saúde”, argumenta.