Para muitas pessoas, os cemitérios são lugares de tristeza, que remetem à solidão e à saudade. Não para o fotógrafo Darci Roberto Trevisan Fidler, que encontra no cemitério uma sensação de paz. Segundo ele, “as obras artísticas do local possuem um valor histórico e qualidades estéticas impossíveis de não serem notadas e apreciadas”.
Beto, como é conhecido, formou-se nos anos 2000 em Design Gráfico pela UFSM. Atualmente, trabalha na Universidade como Técnico de Laboratório no curso de Pós-Graduação em Design de Superfície. Dedica-se, ainda, a dar aulas de fotografia no projeto Oficina de fotografia, vinculado ao Espaço Alternativo, da Coordenadoria de Qualidade de Vida do Servidor (CQVS), da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progep). Já são 15 anos de atividades ininterruptas, voltadas aos servidores, técnicos e docentes, ativos e aposentados da UFSM.
As aulas têm, em média, 20 alunos por turma e abordam temas variados. Beto ensina como fazer uma boa foto, partindo da teoria e encaminhando para a prática: primeiro, busca alfabetizar visualmente, para que os alunos saibam o que é uma foto de qualidade; depois, leva o grupo para fotografar em diferentes lugares.
Habituado a fazer visitas ao cemitério ecumênico de Santa Maria, Beto encontrou, em meio aos jazigos e mausoléus, obras arquitetônicas e artísticas dignas de seus registros: “Dos vários temas e gêneros da fotografia, a arte cemiterial ou tumular me agrada pela sua estética”, pontua. O estilo preto e branco das fotografias é, para ele, o tratamento ideal para o caráter dramático e a estética do tema.
As fotografias aqui apresentadas foram feitas entre 2011 e 2012, no Cemitério Municipal de Santa Maria e no Cementerio de la Recoleta, de Buenos Aires, na Argentina. A intenção era expô-las na UFSM no primeiro semestre de 2013, mas em respeito à comoção da comunidade santa-mariense devido à tragédia da Boate Kiss, ocorrida em janeiro daquele ano, o projeto ficou reservado a futuras exposições.
Reportagem: Sabrina Cáceres
Diagramação: Juliana Krupahtz