Acreditamos que a ciência contempla diferentes áreas e não pode ser associada apenas àquelas que trabalham com seres vivos, substâncias ou objetos. As humanidades e as ciências sociais aplicadas produzem conhecimento científico qualificado e ajudam a transformar a sociedade. Partimos da noção de que a universidade representa a universalidade. Por esta razão, buscamos a diversidade de temas e o equilíbrio de pautas.
Após busca nas dez edições anteriores, constatamos que as temáticas ligadas à comunicação praticamente não foram abordadas. Nos deparamos com a obrigação de olharmos para o nosso próprio campo com maturidade para levantarmos assuntos relevantes para a comunidade como um todo. A partir daí, o dossiê da 11ª edição começou a surgir.
Levamos em conta que as mídias sociais fazem parte do cotidiano de boa parte dos brasileiros. Então, nos voltamos para os problemas causados pelos usos das plataformas sociais. Destacamos três questões para o debate. A primeira é a desintermediação, ou seja, o que ocorre quando não temos mediadores tradicionais para selecionar e verificar as informações. A segunda, decorrência da primeira, a propagação das fake news. A terceira temática, associada às demais, a disseminação do discurso de ódio.
Os assuntos do dossiê precisam ser refletidos por todo cidadão, pois indicam com que lidamos com a informação na era das redes e com o comentário do outro. Em ano eleitoral, tudo isto interfere no processo democrático.
Para além do dossiê, você vai encontrar cinco matérias especiais. No Extenda, apresentamos que mulheres em privação de liberdade conseguem receber visitas de seus filhos graças ao projeto Inspira. No Diário de Campo, compartilhamos as anotações do doutorado da professora Alexa Coelho, da Enfermagem, sobre autocuidado de recicladores. No Ensaio, selecionamos alguns registros do designer Kenior Rocha com transgêneros. Nos quadrinhos, a repórter Bibiana Pinheiro e a ilustradora Marcele Reis contam como é o projeto que leva a Língua Brasileira de Sinais (Libras) para uma escolha municipal. Temos também uma reportagem sobre golbol e futebol 5, modalidades para pessoas cegas e com baixa visão.
Outro destaque é o livro que reúne o escritor Prado Veppo e o artista Eduardo Trevisan. Contamos ainda com contribuições da pedagoga Marizete Pereira, do Ipê Amarelo, nas Recordações, para marcarmos os 30 anos da entidade. Na seção Nossas Invenções, conheça o multicafé, suplemento desenvolvido pelo Laboratório de Biogenômica que pode combater doenças associadas ao envelhecimento. No Como Surgiu, confira a história da cerveja .
Em 2019, a Arco passou por mudanças significativas. Investimos na produção de conteúdo para o site e para as mídias sociais. Entre as novidades, está a primeira edição internacional, que traz um compilado de reportagens das dez primeiras publicações e algumas matérias novas. A proposta visa divulgar a universidade no exterior. A todos uma boa leitura.
Editor-chefe da revista Arco: Maurício Dias