Não precisa nem ser verão. Basta aumentar um pouco a temperatura e já acionamos o aparelho que, em poucos minutos, nos livra do calor. Com o passar dos anos, ele foi sendo aprimorado e, hoje, o ar-condicionado já virou artigo comum de ser encontrado em casas, escritórios e estabelecimentos comerciais. Mas, tempos atrás, não era tão simples assim manter um lugar fresquinho, com 40 graus lá fora. Acompanhe esta evolução no infográfico abaixo, o qual mostra que vento, água e gelo já foram usados das mais diversas maneiras para resfriar os locais, nessa batalha contra as altas temperaturas que vem ocorrendo desde o período antes de Cristo.
UMA TECNOLOGIA, DUAS FUNÇÕES
Se é diante de um grande problema que se busca uma solução, é de se entender por que, ainda na Roma Antiga, começaram a pensar em formas de amenizar o calor. O clima mediterrâneo, além de seco, alcança temperaturas próximas dos 40 graus nos meses de verão. Então surgiram os grandes sistemas de aquedutos. A tecnologia foi criada para levar água para as cidades, mas incluía a canalização dessa água por dentro das paredes de algumas casas, causando assim um esfriamento no local.
CALOR DO ORIENTE
No século II, Ding Huan, na China, criou um circulador de ar para amenizar o calor. O inventor projetou um ventilador com sete rodas de três metros de diâmetro cada. A julgar pelo tamanho, a eficiência da invenção não devia ser discutida. O problema é que o ventilador só funcionava se acionado manualmente.
SALÃO FRESCO
Imperador da China por mais de 40 anos, Xuanzong, da dinastia Tang, também fez sua parte para amenizar o calor, pelo menos em seu império. Em 747, ele mandou construir em seu palácio o Salão Fresco. Como o nome sugere, o salão devia ser bem fresco, já que era repleto de ventiladores acionados por água e fontes de água corrente.
BADGIRS, TECNOLOGIA ISLÂMICA
Na Pérsia Medieval, atual Irã, era um sistema à base de cisternas, torres e cata-ventos que ajudava a refrescar a cidade nos dias de calor intenso. Enquanto as cisternas armazenavam a água da chuva, o vento entrava pelas aberturas das torres de vento, ou badgirs, descia até as águas das cisternas, orientado pelos cata-ventos, e então saía, mais gelado do que entrou, pelas torres de arrefecimento. A tecnologia foi além da Pérsia e até hoje pode ser encontrada nos países islâmicos
MATÉRIA-PRIMA: GELO
Foi com a intenção de baixar a febre de seus pacientes que o médico norte-americano John Gorrie passou a pendurar baldes com gelo pelo seu hospital, em Apalachicola, na Flórida. A simples experiência funcionou, mas conseguir gelo suficiente para resfriar todo o hospital é que passou a ser um problema. Então, a partir de seus conhecimentos em física, Gorrie criou uma máquina que, a partir de um sistema de compressão, fazia gelo. Anos mais tarde, em 1851, Gorrie ganhou a patente de seu invento.
O AR-CONDICIONADO, DE FATO
Mas foi somente em 1902 que o engenheiro norte-americano Willis Carrier viria a criar o ar-condicionado como conhecemos. Uma indústria gráfica de Nova Iorque tinha a impressão de seu material prejudicada, devido às altas temperaturas do verão daquele ano. Carrier, então, projetou uma máquina, na qual o ar circulava por dutos resfriados artificialmente, que, além de baixar a temperatura do local, também controlava a umidade. A novidade se espalhou pelo país e logo ganhou a indústria têxtil e, mais tarde, os escritórios. Somente trinta anos depois, uma versão menor e mais barata chegou ao mercado destinada ao uso doméstico.
SEMPRE PODE MELHORAR
Com o passar dos anos, a invenção foi se aprimorando, até chegar ao modelo split. A palavra inglesa split significa “divisão”, exatamente o que foi feito com o modelo de ar-condicionado de janela. No novo modelo, a parte que condiciona o ar fica dentro de casa, enquanto o motor, onde se encontra o compressor, fica na parte externa. Daí as vantagens do split: ser menos barulhento, gastar menos energia e ainda poder ser instalado mais facilmente.
Repórter: Natascha Carvalho