O Prêmio Nobel, criado pelo químico e inventor sueco Alfred Nobel, busca agraciar aqueles que, durante o ano precedente, conferiram maior benefício para a humanidade. Os primeiros prêmios foram entregues em 1901 para as cinco categorias indicadas por seu fundador: Física, Química, Medicina, Literatura e Paz. O Prêmio Nobel da Paz já foi concedido para personalidades como Dalai Lama, Nelson Mandela, Malala Yousafza e Barack Obama, por seus esforços em prol dos direitos humanos, do combate à discriminação e da conciliação entre os povos.
Entre os homenageados até hoje, estão importantes organizações que têm atuado no combate à propagação de armas nucleares e na busca por um acordo mundial de proibição a este arsenal, chamando a atenção para as drásticas consequências de um possível conflito nuclear para toda a humanidade. Três das instituições reconhecidas com o Nobel da Paz estarão na Universidade Federal de Santa Maria, campus sede, nos dias 20 e 21 de agosto, participando do Seminário Internacional América do Sul na Era Nuclear: Riscos, Desafios e Perspectivas.
A Campanha Internacional para Abolição de Armas Nucleares (Ican) recebeu o Nobel da Paz em 2017. O reconhecimento foi devido ao trabalho em trazer à tona as consequências catastróficas humanitárias decorrentes do uso de qualquer arma nuclear, e pelos esforços no atingimento das metas propostas pelos tratados de proibição deste tipo de armamento. Atualmente, a Ican organiza eventos públicos de conscientização sobre o desarmamento nuclear junto a sobreviventes dos ataques atômicas de Hiroshima e Nagasaki. Além disso, promove dias globais de ação, e se engaja e advoga pela causa junto às Nações Unidas e em parlamentos de diversos países. Durante o evento realizado na UFSM, a Ican será representada pelo professor da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) Cristian Wittmann.
A Pugwash Conferences on Science and World Affairs (PCSWA) recebeu o Nobel da Paz, em 1995, por seus esforços em diminuir a importância dada às armas nucleares na política internacional, e em contribuir para que, no longo prazo, se elimine esse tipo de armamento. Atualmente, entre outros objetivos para o quinquênio 2013-2018, pretende diminuir o risco de armas de destruição em massa; e encaminhar, de todas as maneiras possíveis, resoluções de conflitos, principalmente nas áreas em que esse tipo de armamento seja possível de ser usado. A PCSWA é uma das organizadoras do Seminário, e o embaixador brasileiro Sérgio de Queiroz Duarte será um de seus representantes durante o evento.
Em 1985, a homenageada com o Prêmio Nobel foi a International Physicians for the Prevention of Nuclear War (IPPNW). Na época, a instituição conseguiu divulgar informações relevantes para a conscientização das consequências da guerra atômica. A IPPNW representa organizações de médicos, estudantes de medicina e outros profissionais de saúde de 64 países de todo o mundo. Entre suas ações, promove a conscientização sobre as consequências dos usos de armas nucleares em guerra, sob o ponto de vista médico e humanitário. A organização será representada no evento pelo médico costa-riquenho Carlos Umaña Silesky.
Reportagem: Luan Romero/Assessoria Gabinete do Reitor da UFSM
Edição: Andressa Motter, acadêmica de Jornalismo
Ilustrações: Deirdre Holanda