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16 curiosidades sobre doação de sangue

A doação é voluntária, anônima, não-remunerada não oferece riscos à saúde do doador



No dia 25 de novembro, comemora-se o dia nacional do doador de sangue. A data tem o intuito de conscientizar a população sobre a importância da doação e também de homenagear aqueles que já são doadores. Ela foi instaurada em 2004 com iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS). Para abordar a temática e tirar possíveis dúvidas, conversamos com profissionais especialistas no assunto que trabalham no Hemocentro Regional de Santa Maria.

1 - É verdade que 1 bolsa de sangue pode salvar até 4 vidas?

Sim. Após a coleta, os componentes do sangue, chamados hemocomponentes, são separados por um processo de centrifugação. O processo de separação dos hemocomponentes divide o sangue em quatro partes: concentrado de hemácias, concentrado de plaquetas, plasma fresco congelado e crioprecipitado. Cada um deles tem uma função específica junto ao organismo humano. Desse modo, uma única bolsa de sangue pode ser utilizada por até quatro pacientes, a depender das necessidades de cada um.

 

O sangue coletado passa por uma bateria de exames sorológicos e imunológicos antes de ser considerado apto para o uso. Esses exames são realizados com a amostra de sangue coletada antes da doação, e não com o sangue da bolsa. Os exames feitos após a coleta também permitem identificar o grupo sanguíneo (A; B; AB; ou O) e o fator Rh (positivo ou negativo).

2 -  O que é a janela imunológica e como ela interfere no processo de doação?

Quando o possível doador chega ao local de doação, o primeiro passo é o cadastro, para o qual é necessário documento oficial com foto. Posteriormente, ele será encaminhado para um processo de triagem hematológica, em que serão realizados exames rápidos e necessários para entender sua condição física: a pressão arterial é medida, o peso e a altura são verificados, e as taxas de hemoglobina são conferidas. Esse processo ajuda, por exemplo, a verificar se o possível doador não está com princípio de anemia, o que impede a doação. 

 

Após essa etapa, ele é encaminhado para a triagem clínica, que consiste em uma entrevista com um especialista capacitado. A pessoa fornece informações acerca de hábitos e atitudes que podem impactar o processo de doação, como relações sexuais realizadas sem o uso de preservativos, o uso de medicamentos, a ingestão recente de bebidas alcoólicas, entre outras informações que irão designar se ele está apto ou não a ser um doador. 

 

A enfermeira Liliane Simon, que atua junto ao hemocentro Regional de Santa Maria, enfatiza a importância da triagem clínica: “As perguntas são baseadas em protocolos nacionais. Ao final da entrevista, vamos colocar o doador na situação de apto ou inapto. Se ele for inapto, também vamos ter que definir, a partir das informações coletadas, quantos dias ele vai ficar em inaptidão, se é um dia, se é um mês, se é um ano ou se é uma inaptidão definitiva”, explica Liliane.

 

Na entrevista, é indicado que o doador forneça todas as informações corretamente, sem omissões, em virtude da chamada janela imunológica. Trata-se do período em que infecções permanecem incubadas, e que podem ou não ser detectadas nos exames realizados com o sangue coletado. 

 

Após o processo de triagem, se o doador for considerado apto a realizar a doação, ele irá  para a coleta, que dura em torno de 15 minutos.

3 - Por que existe o voto de autoexclusão depois da doação?

Após o doador realizar o processo de coleta do sangue, ele é encaminhado para outro local, onde irá receber um lanche e poderá descansar antes de deixar o espaço de doação. Nesse momento, é fornecido ao doador um formulário em que ele será questionado acerca da veracidade das informações prestadas na entrevista, o chamado “voto de autoexclusão”. Esse voto não contém a identificação do nome do doador, apenas um código que corresponde à bolsa de sangue coletada.

 

Esse processo é importante para garantir a qualidade do sangue doado, uma vez que, como já mencionado, há a janela imunológica, em que algumas infecções podem estar em processo de incubação, e que, portanto, não são detectadas nos exames feitos com o sangue coletado. Caso o paciente assinale no formulário que mentiu na entrevista, o sangue é descartado.

 

Andressa Baccin dos Santos, assistente social responsável pela captação de doadores do Hemocentro Regional de Santa Maria,  comenta sobre a importância dessa etapa: “No voto de autoexclusão, o doador vai dizer se a bolsa dele pode ser transmitida a outro paciente ou não, se ele falou a verdade na entrevista ou se omitiu informações. É o momento em que ele, numa reflexão interna, precisa ser sincero. Esse voto é colocado em uma urna e não é identificado com nomes em nenhum momento, é tudo com código do doador”, explica Andressa.

4 - Qual é o custo do processo de doação?

O processo de doação de sangue não é barato. Andressa pontua que o valor para a coleta de uma bolsa é de aproximadamente 750 reais. Já o processo de doação de plaquetas por aférese é ainda mais caro, com valores entre 1200 e 1500 reais por bolsa coletada.

 

O processo de coleta por aférese é diferente da doação convencional. Nele, o doador fica conectado a um equipamento automatizado, que irá coletar o sangue e separar seus componentes por meio de um processo de centrifugação. O componente do sangue que será coletado (hemácias ou plaquetas) é retido e os demais retornam ao indivíduo. Esse processo é repetido até que o número de componentes estipulado para a coleta seja atingido. Com esse processo, é possível coletar uma maior quantidade do componente do sangue desejado.

 

Esse tipo de coleta precisa obedecer a normas um pouco distintas daquelas estabelecidas para a doação convencional, por isso é importante consultar informações sobre os requisitos para realizar a doação.

5 - Quais os requisitos para doar?

  • Para ser um doador, a pessoa interessada precisa ter entre 16 e 69 anos. Menores de 18 anos podem doar apenas com o consentimento dos responsáveis e pessoas com idade acima de 60 anos só podem doar caso já tenham realizado alguma doação de sangue antes de completarem 60 anos;

  • É preciso que a pessoa pese no mínimo 50 quilos;

  • É necessário que a pessoa tenha tido no mínimo seis horas de sono nas últimas 24 horas;

6 - Quais os cuidados que o doador deve ter antes, durante e após o processo de doação?

O processo que antecede a doação do sangue envolve o cuidado com a alimentação, ao evitar alimentos gordurosos e prezar por uma boa hidratação. É indicado que o doador tenha uma boa noite de sono, além de cuidados essenciais como evitar a ingestão de bebidas alcoólicas e não fumar. Vale destacar que, quanto mais hidratado o doador estiver, mais fácil será a coleta. 

 

Durante o processo, enquanto ainda está no local da doação, é importante que ele se alimente com o lanche disponibilizado e também permaneça no espaço por cerca de 15 minutos, a fim de confirmar se está em boas condições para deixar o ambiente. Durante o restante do dia, é indicado que o doador descanse, se alimente sem alimentos gordurosos, beba bastante água e não faça esforço físico.

7 - Há restrições para pessoas LGBTQIAP+ serem doadoras?

Por muitos anos, a comunidade LGBTQIAP+ sofreu estigmas a respeito da doação de sangue. Apenas em 2020, com a baixa nos estoques de sangue acarretada pela pandemia de Covid-19, o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou ilegal a norma vigente, o que possibilitou que a comunidade LGBTQIAP+ possa doar sangue sem restrições causadas pela sexualidade ou pela identidade de gênero. Em 2021, foi aprovado no Senado um projeto de lei que proíbe a discriminação de doadores de sangue com base na orientação sexual, o PL 2.353/2021. Anteriormente, homens que mantinham relações sexuais com outros homens e suas eventuais parceiras só poderiam doar passados 12 meses da última relação sexual.

 

O estigma acerca da doação de sangue por homossexuais remonta aos anos 1980, com os altos números de contaminação por HIV/AIDS, quando os homossexuais eram considerados “grupos de risco” para a doença. Com o passar dos anos, o entendimento acerca de “grupo de risco” foi substituído por “comportamento de risco”, pois o que irá influenciar uma possível contaminação é o comportamento do indivíduo e não seu pertencimento a um determinado grupo de indivíduos.

 

Além disso, a contaminação pelo vírus da AIDS não está restrita à comunidade LGBTQIAP+. Também por isso que os exames prévios realizados com o sangue de todos os doadores são importantes, para detectar possíveis doenças, além da triagem clínica, que irá alertar para eventuais comportamentos de risco.

8 - Qual o tempo indicado entre as doações?

Para homens, o tempo indicado é de dois meses, com um limite de quatro doações por ano. Já para as mulheres, o tempo indicado é de três meses, com um limite de três doações anuais. Essa diferenciação ocorre por conta da reposição de ferro no organismo. Para pessoas que menstruam, a reposição não é constante, devido à perda mensal de sangue ocasionada pela menstruação.

9 - O que impede a doação de sangue por um determinado período?

A doação de sangue é impedida temporariamente em casos de realização de determinadas cirurgias (veja abaixo); caso o doador esteja com febre; com sintomas de gripe, de resfriado ou de diarreia. Nesses casos, a doação é possível sete dias após o desaparecimento dos sintomas. Para o caso de amamentação, deve-se aguardar 12 meses após o parto e, caso o doador tenha ingerido bebidas alcoólicas nas 12 horas que antecedem a doação, também estará inapto temporariamente.

 

Outros comportamentos ou fatores (como o uso de determinados medicamentos, por exemplo) que podem impedir a doação por um determinado período podem ser consultados junto a profissionais da saúde, que irão se inteirar das especificidades de cada caso. Essas dúvidas podem ser expostas e já respondidas no momento do agendamento para realizar a doação ou serem realizadas na etapa da triagem clínica, quando acontecerá a entrevista.

10 - O que impede a doação de sangue para sempre?

  • Ter passado por um quadro de hepatite depois dos 11 anos de idade. Nos casos em que a doença ocorreu antes dessa idade, há grande probabilidade de ter sido hepatite do tipo A, que não deixa sequelas nem partículas virais no sangue e, portanto, não é um impedimento para a doação. 

  • Ter desenvolvido malária do tipo Plasmodium Malariae. Caso a pessoa tenha desenvolvido algum dos outros tipos da doença, poderá doar depois de respeitado o tempo para recuperação;

  • Fazer uso de drogas ilícitas injetáveis como heroína e cocaína;

  • Ter evidência clínica ou laboratorial das seguintes doenças transmitidas pelo sangue: Hepatites B e C, AIDS, doenças associadas aos vírus HTLV (causa doenças neurológicas graves e degenerativas e doenças hematológicas, como a leucemia) e Doença de Chagas;

  • Ter desenvolvido algum tipo de câncer durante a vida. Apenas dois tipos de tumores, após curados, permitem a doação de sangue – carcinoma basocelular de pele e carcinoma de cérvix de colo de útero;

  • Problemas de coagulação.

11 - Tatuagens e piercings impedem a doação?

No geral, a resposta para esse questionamento é sim, mas há especificidades em cada caso. Tatuagens e piercings demandam uma espera de um ano para que a pessoa volte a ser apta a doar. No entanto, esse período pode ser reduzido para seis meses caso o ambiente em que a pessoa fez a tatuagem ou colocou o piercing tenha a certificação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

 

Caso o piercing seja colocado em regiões mucosas (boca ou genitália), a doação de sangue só pode ser efetuada 12 meses após a retirada do objeto. Essa restrição se deve ao fato de esses locais oferecerem constantes condições de infecções, uma vez que estão mais expostos à contaminação.

12 - O uso de medicamentos influencia na doação?

Sim, contudo, há particularidades que devem ser consideradas. Anti-hipertensivos não inviabilizam a doação, por exemplo, mas é preciso ter cuidado caso o doador tenha iniciado um tratamento recentemente, o que vai influenciar na oscilação da pressão arterial e, por esse motivo, é aconselhado que ele aguarde um período antes de doar. O período ideal será determinado por um profissional de saúde, após análise de cada caso.

 

Além disso, em casos em que a pessoa utiliza mais de um medicamento, há possibilidade de esse uso causar a inaptidão do doador. “Há alguns medicamentos que sozinhos não inviabilizam, mas se misturar todos eles, vai impossibilitar. Então, os colegas na triagem vão verificar também se esses medicamentos não vão prejudicar tanto o receptor quanto o doador, por isso é interessante que o doador traga todos os medicamentos que toma para serem verificados por um profissional da saúde”, ressalta Andressa.

13 - Fiz uma cirurgia, posso doar sangue?

Algumas cirurgias impedem a doação em virtude da perda de sangue que o paciente sofreu, mas há outros pontos que precisam ser analisados, como a doença que originou a necessidade da cirurgia, já que ela pode ser um motivo que impede a doação de forma definitiva. Além disso, é importante considerar outros fatores, como o uso de medicamentos no pós-operatório.

 

Pontuada a necessidade de entender as especificidades de cada caso, segue abaixo algumas cirurgias realizadas frequentemente e que têm diferentes períodos de espera para a aptidão à doação:

 

  • Parto normal: apto após 12 semanas;

  • Parto cesariana: apto após seis meses;

  • Extração de cálculos renais: apto após três meses;

  • DIU: não interfere no processo de doação;

  • Cirurgias de tireóide: apto após seis meses;

  • Cirurgias cardíacas: inaptidão definitiva;

  • Aplicação de toxina botulínica (botox): apto após 12 meses;

  • Extração dentária: apto após três dias.

14 - Tive Covid-19, posso doar?

Sim! Atualmente, aconselha-se que a doação seja feita depois do período de dez dias após o término do período de isolamento. Anteriormente, era indicado que os doadores respeitassem um período de dez dias após o término dos sintomas, mas, devido ao aumento da cobertura vacinal e formas mais leves de desenvolvimento da doença, é possível que o doador não tenha sintomas, o que levou a mudanças na indicação de cuidados. 

 

Andressa enfatiza algumas especificidades: “Se essa pessoa tem alguma comorbidade, se não foi um um processo tranquilo em relação à Covid-19, ela deve aguardar mais um tempo. Caso ela tenha passado por uma internação, vai ter que aguardar seis meses para vir doar”, explica.

15 - Tomar vacinas influencia na doação de sangue?

Sim. Diferentes vacinas têm diferentes períodos de espera para realizar a doação. Na vacina da gripe, é de 48 horas. Já a vacina contra a febre amarela demanda uma espera de 30 dias.

 

No caso das vacinas contra a Covid-19, o tempo de espera também depende do laboratório fabricante da vacina. Para quem tomou Coronavac, o tempo de espera é de 48 horas após a aplicação, mas para aqueles que foram vacinados com AstraZeneca, Pfizer-BioNTech e Janssen, o tempo de espera é de sete dias.

16 - Quais os benefícios de ser um doador?

O ato de doar sangue, além de ajudar outras pessoas, também fornece alguns benefícios sociais para o doador. Esses variam de região para região, mas englobam meia-entrada em cinemas, shows, bares, além de isenção na taxa de pagamento de inscrições em concursos públicos. 

 

No Rio Grande do Sul, a Lei 13.891, de janeiro de 2012, institui, para os doadores de sangue do estado, meia-entrada em eventos culturais, esportivos e de lazer realizados em locais públicos. Além disso, o inciso IV do artigo 473 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) também institui que o doador pode se ausentar do trabalho durante um dia para realizar a doação, mediante comprovação do ato. Essa ausência não acarreta em prejuízo salarial e pode ser feita uma vez por ano.

Para saber mais:

Para quem posso doar?

TipoDoa paraRecebe de
O-Todos os tipos sanguíneosO-
O+Todos os tipos Fator Rh+O- e O+
A-A-, A+, AB- e AB+O- e A-
A+A+ e AB+O-, O+, A- e A+
B-B-, B+, AB- e AB+O- e B-
B+B+ e AB+O-, O+, B- e B+
AB-AB- e AB+Todos os tipos Fator Rh-
AB+AB+Todos Rh+ e Rh-

 

Como faço para doar?

As doações podem ser feitas no Hemocentro Regional de Santa Maria, localizado na Alameda Santiago do Chile, 35 – Nossa Senhora das Dores (próximo ao Fórum). O horário de funcionamento para a doação de sangue é das 8h às 14h, de segunda a sexta-feira, e também no terceiro sábado do mês, das 8h às 12h.

 

O agendamento para realização das doações pode ser feito pelo site, pelo telefone do hemocentro (55) 3221-5262, ou pelo WhatsApp (55) 98428-8274. Pessoas com interesse em doar também podem comparecer presencialmente ao Hemocentro, onde serão informadas acerca dos horários de funcionamento e encaminhadas para a realização do agendamento. Dúvidas podem ser encaminhadas para o e-mail recepcao-hemosm@saude.rs.gov.br e mais informações, como os níveis de estoque de sangue, estão disponíveis também no perfil do Instagram @hemosmrs.

 

Andressa destaca que, durante o agendamento, já são fornecidas informações aos doadores, para que o procedimento ocorra de forma segura e tranquila. “Ele precisa estar alimentado, se sentindo bem, ter uma preparação prévia para essa doação, não ingerir bebida alcoólica no dia anterior, dormir pelo menos seis horas antes. Essas orientações nós procuramos dar no momento do agendamento, por isso que ele é tão importante”, conta a assistente social.

Ações em prol do dia 25 de novembro em Santa Maria:

Em alusão ao dia nacional do doador de sangue, o Hemocentro de Santa Maria organizou, em parceria com o Lions Clube, um GreNal pela Vida, realizado do dia 16 de novembro ao dia 25. “É uma espécie de competição saudável entre os gremistas e os colorados, para ver qual das torcidas mobiliza mais doadores. Além dessa campanha, vamos realizar várias outras homenagens aos doadores”, conta Andressa.

 

A assistente social ainda relata que as homenagens aos doadores contarão com a participação da banda do Centro Social e Cultural Vicente Pallotti, o Tamborico, além da distribuição de alguns mimos. O Hemocentro, que teve uma queda de cerca de 20% nas doações durante a pandemia, busca agora uma maior conscientização acerca da importância da doação.

Expediente:

Reportagem: Milene Eichelberger, acadêmica de Jornalismo e bolsista;

Design gráfico: Luiz Figueiró e Noam Wurzel, acadêmicos de Desenho Industrial e bolsistas;

Mídia social: Eloíze Moraes, acadêmica de Jornalismo e bolsista; Gabriel Escobar, acadêmico de Jornalismo e bolsista; e Nathália Brum, acadêmica de Jornalismo e estagiária;

Edição de Produção: Samara Wobeto, acadêmica de Jornalismo e bolsista;

Edição geral: Luciane Treulieb, jornalista.

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