“Doces ou travessuras?” Você já deve ter ouvido a expressão em algum filme norte-americano. O bordão é famoso nas comemorações de Halloween, que acontece no dia 31 de outubro. Nesta data, principalmente nos Estados Unidos, as crianças utilizam fantasias “assustadoras” e saem para pedir doces.
No Brasil, a data do Halloween é conhecida como Dia das Bruxas e, apesar da tradição de pedir doces não ter tanta força por aqui, é lembrada como um sinônimo de situações sobrenaturais e se torna um período propício para assistir aos filmes de terror, suspense e trash.
Convidamos o ex-professor do departamento de Desenho Industrial da UFSM, Cássio Fernandes Lemos para listar alguns filmes clássicos de terror. Ele é idealizador do site Zumbi Gordo e organizador do Cineclube PACTO – Projeção Audiovisual de Cinema Trash Odioso. Era responsável pelo Laboratório de Fotografia e pela disciplina de Concept Art para Cinema e Jogos e organizador do Festival Audiovisual do Desenho Industrial – Quitute de Ouro. Atualmente Cássio é professor na Universidade Franciscana (UFN).
Confira abaixo a lista com as sugestões de Cássio Lemos do que assistir no dia 31 de outubro. Não há uma ordem especial na lista.
O Exorcista (1973, The Exorcist), de William Friedkin
Primeiro título de terror indicado ao Oscar, O Exorcista conta a história de Regan, menina 12 anos possuída por um demônio. Sua mãe, uma atriz ateísta, após ser desenganada por médicos, busca ajuda de dois padres exorcistas. O filme traz cenas marcantes, como a em que Regan, possuída, desce as escadas rastejando e de cabeça para baixo.
Durante as gravações, muitas pessoas alegaram mal estar. Ainda foram espalhadas lendas de que ocorreram maldições nos bastidores, como um incêndio que destruiu o set, menos o quarto onde aconteciam as cenas de exorcismo.
Halloween: A Noite do Terror (1978, Halloween), de John Carpenter
É um dos principais filmes do gênero slasher, que envolve psicopatas mascarados ou fantasiados. A franquia Halloween tem 11 filmes e, em 2018, 40 anos após o original, uma continuação direta foi lançada, sem considerar os anteriores. Além de dirigir e escrever, Carpenter responde pela trilha sonora.
A personagem principal é Michael Myers. A primeira produção mostra o início da trama, quando Myers, ainda um garoto, mata sua irmã e é internado em um hospital psiquiátrico. Após 15 anos, ele foge, persegue Laurie Strode e seus amigos e assassina 13 pessoas.
Sexta-feira 13 (1980, Friday the 13th), de Sean S. Cunningham
A franquia se caracteriza por ser uma das mais icônicas do slasher. O personagem Jason Voorhees é reconhecido pela máscara de hóquei e pelo facão. Entretanto, como lembra o professor e designer Cássio Lemos, essa figura não existia no primeiro filme.
A história se passa no acampamento Crystal Lake. O local foi fechado após o assassinato de um casal de instrutores e do afogamento de uma criança, Jason Voorhees. Quase 30 anos depois, Crystal Lake reabre nas férias. Com o tempo, os jovens veranistas são mortos sem que o espectador saiba quem é o verdadeiro assassino. Somente ao final a identidade e a motivação são reveladas.
Sexta-feira 13 traz várias situações que se tornam clichês do gênero, como a perseguição da jovem heroína inocente, a pessoa que se afasta do grupo e é morta e o exagero na quantidade de sangue.
O Massacre da Serra Elétrica (1974, The Texas Chain Saw Massacre), de Tobe Hooper
Representante do slasher, O Massacre da Serra Elétrica é uma produção feita com atores desconhecidos e baixo orçamento. O assassino em série Ed Gein é a referência para Leatherface, personagem principal que carrega uma motosserra e confecciona artefatos com pele humana.
A história inicial mostra um grupo de amigos que viaja até o interior do Texas e encontra a família de Leatherface, psicopatas canibais. Massacre da Serra Elétrica também teve várias sequências.
Hellraiser – Renascido do Inferno (1987, Hellraiser), de Clive Barker
Filme inspirado no livro The Hellbound Heart, de 1986, escrito por Clive Barker. A trama está centrada nos cenobitas e em suas vítimas. Os cenobitas são seres de outra dimensão que torturam e apreciam causar dor nos outros. Eles são invocados por um cubo mágico, que transporta a pessoa que o abrir para sofrer nessa outra dimensão. No filme, um homem consegue escapar dos cenobitas. Ele recebe ajuda de sua amante para reconstruir seu corpo.
Uma Noite Alucinante – A Morte do Demônio (1981, The Evil Dead), de Sam Raimi
Mais um filme de baixo orçamento, do tipo “faça você mesmo”, e característico do estilo trash. Nas duas sequências, a franquia apostou no tom cômico. Além disso, foram lançados remakes, jogos de videogame, musicais e a série Ash vs Evil Dead.
Na trama, um grupo de jovens passa o final de semana em uma cabana isolada. Lá, havia um gravador, e curiosos, tocam a fita para ouvir. Nela, uma voz fala de pesquisas sobre o Necronomicon, o livro dos mortos, encadernado com pele humana e escrito com sangue. O livro traz invocações que despertam um mal que habita a floresta local. Aos poucos, o grupo é possuído e Ash, o protagonista, é encarregado de destruir as criaturas que até pouco tempo eram seus amigos.
A Hora do Pesadelo (1984, A Nightmare on Elm Street), de Wes Craven
Figura icônica da cultura trash, Freddy Krueger tem a pele queimada, usa chapéu, blusão vermelho listrado e luva com lâminas afiadas nos dedos. O assassino em série atormenta as vítimas em seus pesadelos. Assim, os jovens morrem enquanto dormem. Lutando contra o sono, Nancy, a protagonista, descobre que Freddy é uma figura sobrenatural, enquanto os mais velhos parecem esconder algum segredo. A franquia teve várias sequência, inclusive Freddy X Jason.
Brinquedo Assassino (1988, Child’s Play), de Tom Holland
O menino Andy Barclay ganha de presente o boneco Good Guy. O que parecia ser um sonho realizado vira um tormento, pois esse brinquedo é possuído. O assassino Charles “Chucky” Lee Ray transferiu sua alma para o boneco, por meio de um ritual. Chucky quer se vingar de seus comparsas e, para não ficar preso ao brinquedo de plástico, precisa possuir o corpo de Andy, seu dono. O filme teve sequências e remakes.
O Iluminado (1980, The Shining), de Stanley Kubrick
Stephen King é um dos autores de terror com mais adaptações de seus livros para o cinema e a televisão. Para os fãs do gênero, O Iluminado é considerado um dos melhores. Curiosamente, o escritor não gosta da versão de Kubrick.
A história acontece no Hotel Overlook. Um escritor, Jack Torrance, fica responsável como zelador durante o inverno e leva sua família junto. Os corredores claustrofóbicos e seus muitos quartos revelam assombrações, e o hotel muda as personagens. Enquanto Jack fica cada vez mais insano e psicótico, Danny, seu filho, se comunica com esses fantasmas. Inseridos nessa espiral de loucura, o pai tenta matar a família.
Neste ano, em 17 de novembro, Doutor Sono, a continuação direta de O lluminado será lançado nas principais salas de cinema brasileiras.
O Enigma de Outro Mundo (1982, The Thing), de John Carpenter
O filme começa com um helicóptero norueguês que persegue e tenta matar um cachorro, próximo a uma estação de pesquisa na Antártida. A cena é acompanhada por cientistas norte-americanos que ficam perplexos e resgatam o animal. Eles decidem investigar a estação norueguesa e descobrem uma nave espacial abaixo das camadas de gelo. Um alienígena assassino, com capacidade de imitar a forma de suas vítimas, gera tensão e desconfiança entre a equipe.
Bônus: mais 10 filmes do gênero trash
Anastácia
Além dos filmes citados acima, selecionados pelo professor Cássio Lemos, a Arco indica Anastácia. O curta foi produzido em 2017 pelos alunos Marcos Amaral de Oliveira, Andressa Ferrão, João Vitor Bitencourt, Laís Carafini e Liandra Rodrigues, do 3º semestre de Produção Editorial, com orientação do professor Leandro Stevens. A atividade foi feita para a disciplina de Mídias Digitais.
A produção é um audiovisual do gênero horror. A história acontece no prédio 21 da UFSM, onde Mirela, uma estudante de Produção Editorial, decide trocar a mascote da semana de recepção dos calouros e acaba irritando Anastácia.
Repórter: Mirella Joels, acadêmica de Jornalismo
Ilustradora: Beatriz Dalcin, acadêmica de Publicidade e Propaganda
Mídia Social: Nataly Dandara, acadêmica de Relações Públicas
Editora de Produção: Melissa Konzen, acadêmica de Jornalismo
Editor Chefe: Maurício Dias, jornalista