História
1932 – Ingressa na Faculdade de Medicina de Porto Alegre. Seis meses depois é eleito presidente do Diretório Acadêmico dos Estudantes de Medicina.
1934 – O jovem estudante da Faculdade de Medicina da Universidade de Porto Alegre, Mariano da Rocha Filho, funda a preside a Federação dos Estudantes Universitários de Porto Alegre, FEUPA. Sua participação influencia diretamente a vida de muitos universitários com a criação da primeira Casa do Estudante Universitário no Rio Grande do Sul.
1935 – Institui o Prêmio Sarmento Leite do Centro dos Estudantes de Medicina Sarmento Leite, da FEUPA. Entre 1935 e 1937 trabalhou como interno em oito instituições médicas de Porto Alegre, entre elas a Santa Casa de Misericórdia.
1937 – No dia 18 de dezembro acontece a formatura de José Mariano da Rocha Filho, tornando-se médico. Na oportunidade é distinguido com o Prêmio Carlos Chagas como melhor aluno da turma. Um dia antes de sua formatura, pede oficialmente em casamento Maria Zulmira Velho Dias, natural de Caçapava do Sul. No mesmo ano é convidado a lecionar na Faculdade de Farmácia de Santa Maria, fundada (1931) e dirigida por seu tio Francisco Mariano da Rocha. Entre 1937 e 1966 realizou mais de vinte cursos de especialização na área médica.
1938 – Inicia suas atividades como professor de Microbiologia na Faculdade de Farmácia de Santa Maria e como professor do Curso Pré-Médico do Colégio Santa Maria. No dia 10 de agosto casa-se com Maria Zulmira Velho Dias, filha de Patrício Dias Ferreira? e Manuela Velho Dias, na Igreja Nossa Senhora da Conceição, em Porto Alegre. De 1938 a 1965 foi médico da Caixa de Aposentadoria e Pensões dos Ferroviários e Empregados em Serviços Públicos do Rio Grande do Sul, IAPFESP.
1939 – É eleito presidente da Sociedade de Medicina de Santa Maria e reeleito em 1941 e 1952.
1940 – Entre 1940 e 1945 publicou mais de vinte artigos na área médica.
1945 – É eleito diretor da Faculdade de Farmácia de Santa Maria e reeleito em 1948, 1951, 1953 e 1958. Com vistas a superar as dificuldades financeiras pelas quais passava a Faculdade de Farmácia, Mariano da Rocha Filho inicia a Campanha de Incorporação das faculdades existentes no interior à então Universidade de Porto Alegre.
1946 – Organiza o 1o Congresso Rio-grandense de Medicina em Santa Maria.
1947 – Mariano da Rocha Filho consegue, com o apoio dos deputados José Diogo Brochado da Rocha, Francisco Brochado da Rocha e Tarso Dutra, incluir na Constituição do Rio Grande do Sul a anexação das faculdades de Direito e Odontologia de Pelotas e Farmácia de Santa Maria à Universidade de Porto Alegre.
1948 – Em maio, a proposta do diretor da Faculdade de Farmácia, José Mariano da Rocha Filho, de criar a Associação Santa-mariense Pró Ensino Superior, ASPES, é aprovada e seu idealizador é eleito seu primeiro presidente. Em 4 de dezembro, é efetivada a Incorporação das faculdades do interior através de um Projeto de Lei aprovado pela Assembléia Legislativa e sancionado pelo governador Walter Jobim. A partir desta data a Universidade de Porto Alegre passou a denominar-se Universidade do Rio Grande do Sul. No mesmo ano edita os Anais de Medicina de Santa Maria como diretor responsável.
1949 – Em janeiro, inconformados com a vitória da campanha de anexação das faculdades do interior liderada por Mariano da Rocha Filho, renunciam o reitor Armando Câmara e a cúpula diretiva da URGS.
1950 – É federalizada a Faculdade de Farmácia de Santa Maria juntamente com a Universidade do Rio Grande do Sul. Mariano recebe a comenda da Pro Eclesia et Pontifice da Santa Sé, outorgada pelo papa Pio XII.
1951 – Mariano da Rocha Filho funda a Associação Médica do Rio Grande do Sul, AMRIGS, e é seu primeiro vice-presidente.
1952 – Lança a pedra fundamental da primeira construção da UFSM (prédios das Faculdades de Farmácia e Medicina), na esquina das ruas Floriano Peixoto e Astrogildo de Azevedo, em Santa Maria.
1953 – Viaja para os Estados Unidos e Europa onde visita as principais instituições de ensino superior e começa a escrever o livro USM, a Nova Universidade, que contém as propostas básicas e a sua concepção de universidade. Quando retornou ao país, foi relator oficial do 1o Congresso de Diretores de Faculdades de Farmácia do Brasil.
1954 – Funda e é diretor da Faculdade de Medicina de Santa Maria. Fazendo parte do Conselho Universitário da UFRGS, Mariano da Rocha obteve, em março, a autorização para o funcionamento do curso de Medicina, anexo à Faculdade de Farmácia, contando com o apoio dos excedentes da Faculdade de Medicina da UFRGS liderados por Prado Veppo. Em dezembro, consegue a autorização para o funcionamento da Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas, com o apoio dos contabilistas liderados por Luiz Gonzaga Isaia e da Congregação dos Irmãos Maristas, que aceitou ser a entidade mantenedora. No mesmo mês, é criada, também sob o auspício da ASPES, a Faculdade de Filosofia. Sua primeira direção é formada pelo professor José Pinto de Moraes, ocupando o cargo de diretor, e Irmã Consuelo, como vice-diretora representando as Irmãs Franciscanas, entidade mantenedora.
1955 – Mariano da Rocha é indicado em lista tríplice para reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. No entanto, abdicou de sua indicação em favor do professor Elyseu Paglioli.
1956 – É diretor do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina.
1957 – Mariano da Rocha apresenta pela primeira vez para o então presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira seus planos para a criação da Universidade de Santa Maria.
1958 – Introduz a televisão em circuito fechado no ensino da cirurgia na América do Sul. Promove ampla e vitoriosa campanha, em Santa Maria no Rio Grande do Sul, para a aquisição do primeiro microscópio eletrônico instalado em uma universidade latino-americana.
1959 – A luta pela criação da Faculdade de Direito, liderada pela ASPES, durou quase três anos, ficando a Congregação dos Irmãos Maristas como mantenedora. O curso foi autorizado a funcionar em dezembro de 1959, sendo o seu primeiro diretor o Irmão Gelásio. Mariano da Rocha Filho apresenta o trabalho Formação e treinamento do cirurgião no 5o Congresso Brasileiro do Colégio Internacional de Cirurgiões em Poços de Caldas, Minas Gerais, posteriormente publicado.
1960 – Em 14 de dezembro, Mariano da Rocha Filho consegue a criação da Universidade de Santa Maria reunindo as faculdades já em atividade e criando as Faculdades de Odontologia e Politécnica. A lei número 3834-C foi sancionada pelo presidente Juscelino na cidade de Goiânia, Goiás. Em 4 de janeiro deste ano, por ocasião da formatura da Faculdade de Medicina, recebeu uma medalha de ouro da cidade de Santa Maria e um pergaminho com os seguintes dizeres: “A cidade de Santa Maria simboliza, em medalha que oferece ao professor José Mariano da Rocha Filho a sua maior homenagem de reconhecimento e gratidão ao artífice da interiorização do ensino superior. Honra ao Mérito – Ideal, Tenacidade e Realidade”.
1961 – Obteve a aprovação do decreto número 49439/61 pelo presidente Juscelino, que criou o quadro de pessoal da Universidade de Santa Maria. No mesmo ano, foram criadas as Faculdades de Agronomia, Veterinária, Filosofia (Federal) e de Belas Artes. Sob a liderança de Mariano a Universidade continuou crescendo embora tenha funcionado, em seu primeiro ano, apenas com as verbas destinadas para as faculdades de Farmácia e Medicina.
1962 – Depois de publicar vários artigos a respeito de suas idéias para a construção de uma universidade inovadora, Mariano da Rocha Filho publica o livro USM, A Nova Universidade, editado pela ASPES e pela Editora Globo, de Porto Alegre. É escolhido Presidente de Honra do 5o Congresso Nacional de Endocrinologia e Metabiologia e do Congresso Nacional de Higiene.
1963 – Funda o Fórum de Reitores das Universidades Brasileiras e apresenta as reivindicações das universidades ao então presidente João Goulart.
1964 – Recebe o título de Cidadão Emérito de Santa Maria e a Medalha de Méritos da Universidade de Bonn, Alemanha. Também publica vários artigos sobre assistência aos estudantes, entre eles Bolsas nas Universidade (A Razão, 7/11/64), Considerações sobre a vida estudantil nas universidades americanas (A Razão 20/11/64), A reforma universitária e o bem estar estudantil (A Razão 27/11/64), e Assistência aos estudantes (A Razão 12/12/64). É escolhido Presidente de Honra da 13a Jornada Brasileira de Puericultura e Pediatria. Ainda neste ano foi presidente do 5o Seminário de Educação Superior das Américas, realizado na Universidade de Kansas, nos Estados Unidos.
1965 – Em junho, recebe a Grã-Cruz de Ouro da Áustria pelos relevantes serviços prestados à educação mundial. Publica uma série de dez artigos com o título de Metas do ensino universitário, no jornal A Razão, Santa Maria.
1966 – Profere conferência sobre a UFSM em Dusseldorf, Alemanha. Publica o artigo a Universidade das américas no Brasil, no jornal A Razão. Participa como delegado do Brasil no Seminário sobre Educação Superior nas Américas, realizado em Paracas, no Peru.
1967 – Profere conferência A universidade moderna no Centro de Estudos Brasileiros na Universidade de Sofia, Bélgica. Publica o artigo Universidade e desenvolvimento no jornal A Razão. Promove o 1o Encontro de Reitores Brasileiros e Alemães em Santa Maria. Membro-fundador do Conselho de Reitores de Universidades Brasileiras. Recebe a medalha da Universidade Mayor de San Marcos, Lima, Peru.
1968 – Em fevereiro faz parte da representação do Brasil na 5a Conferência do Conselho Interamericano de Cultura organizada pela OEA em Maracay, na Venezuela. Na oportunidade apresenta o trabalho A nova universidade das américas e consegue a instalação da Faculdade Interamericana de Educação na UFSM. É membro do Conselho Federal de Educação. Pelos relevantes serviços prestados à educação brasileira, recebe a comenda da Ordem Nacional do Mérito conferida pelo presidente Costa e Silva. No mesmo ano, inaugura a primeira Exposição-Feira Agropecuária de Santa Maria promovida pela UFSM e Associação Rural. Profere a aula inaugural da Universidade Federal de Santa Catarina Moderna tendência do ensino universitário. Recebe a medalha do Mérito Santos Dumont, conferida pelo Ministério da Aeronáutica do Brasil pelos serviços prestados para a educação brasileira. Medalha do Mérito do Serviço Público, conferida pelo governo do Estado do Rio Grande do Sul e o título de Sócio Benemérito do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Santa Maria. É condecorado Oficial da Ordem das Palmas Acadêmicas do Ministério de Educação da França pelos relevantes serviços prestados à educação mundial. Em novembro, recebe o título O Melhor do Ano em Educação dos Diários e Emissoras Associados. Em dezembro, recebe o troféu de Destaque em Educação e Cultura concedido pelo jornal Zero Hora e Rádio e TV Gaúcha. Recebe o título de Cidadão Honorário de Volta Redonda, Rio de Janeiro.
1969 – Em abril, profere a palestra A televisão na educação no 1o Seminário Brasileiro de Rádio e Televisão Educativa promovido pela Fundação Educacional Padre Landell de Moura, em Porto Alegre. O texto da palestra foi publicado no volume número um da Revista da Faculdade de Medicina de Santa Maria. Em agosto inaugura o primeiro campus avançado de uma universidade na Amazônia, localizado em Boa Vista, Roraima. A criação dos campi avançados foi idealizada por ele como conselheiro do Projeto Rondon. É eleito presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia. Recebe o título de Cidadão Honorário das cidades gaúchas de General Vargas, Frederico Westphalen, Cruz Alta, Três de Maio, Santiago e São Pedro do Sul. Recebe a comenda da Ordem de Instrução Pública do governo de Portugal, pelos relevantes serviços prestados à educação.
1970 – Recebe o título de Cidadão Honorário das cidades gaúchas de São Borja e Santa Rosa. É considerado Benemérito da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e também recebe o título de Benfeitor da Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora Medianeira de Santa Maria.
1971 – É eleito presidente do Grupo Universitário Latino-americano de Estudo para Reforma e Aperfeiçoamento da Educação e organiza IV Reunião do GULERPE em Santa Maria. Escreve o texto Vultos da medicina santa-mariense publicado pela Revista da Faculdade de Medicina da UFSM. Recebe o título de Presidente Honorário do Sindicato dos Jornalistas de Santa Maria.
1972 – Participa do Seminário sobre Educação Superior realizado na Universidade de Houston, Texas, nos Estados Unidos. Profere a conferência A escola particular no contexto dos países em desenvolvimento no 1o Congresso Sul-americano de Instituições Metodistas de Ensino, realizado em Porto Alegre. É escolhido Cidadão Honorário de Faxinal do Soturno, Rio Grande do Sul.
1973 – Publica a obra Universidade para o Desenvolvimento – Áreas (distritos) Geo-educacionais pela Imprensa Universitária da UFSM. Escolhido Cidadão Honorário da cidade gaúcha de São Gabriel.
1974 – A pedido da Enciclopédia Barsa, escreve sobre a universidade brasileira. Sua pesquisa é publicada no Livro do Ano Barsa de 1974, editado pela Encyclopaedia Britannica Editores em São Paulo. No mesmo ano, profere a aula inaugural da Associação Educacional Dom Bosco, Resende, Rio de Janeiro.
1975 – Apresenta o trabalho Ensino e Comunidade no Seminário sobre Informações Educativas na Universidade Autônoma de Guadalajara, México.
1977 – Publica o artigo La terra, el hombre y la educacion na Revista Docencia, publicação da Universidade Autônoma de Guadalajara.
1978 – Concorre ao Senado pela ARENA.
1979 – Apresenta trabalho La universidad y las reformas politicos-sociales na Segunda Asemblea General CAMESA, texto publicado na Universidade Autônoma de Guadalajara. No mesmo ano publica La profesionalizacion y el mercado del trabajo na Revista Docencia na Universidade Autônoma de Guadalajara. Assume o cargo de Conselheiro do Conselho Estadual de Educação, no qual permanece até o ano de 1983.
1980 – Conselheiro da Associação Médica do Rio Grande do Sul, AMRIGS, e Diretor da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, OSPA.
1982 – Concorre a uma vaga na Câmara Federal. Deixa o cargo de provedor do Hospital de Caridade de Santa Maria, função que exerceu por quatro anos.
1985 – Entre outros textos, publica Anotações para a história da UFSM na revista do Centro de Ciências Sociais e Humanas da Universidade de Santa Maria.
1988 – Recebe o título de Doutor Honoris Causa da UFSM.
1991 – Recebe o título de Cidadão Santa-mariense do Século, concedido pela Câmara de Indústria e Comércio de Santa Maria, CACISM, e pela Câmara de Vereadores de Santa Maria.
1992 – É distinguido com o grau de Doutor Honoris Causa da Universidade de Roraima, fruto do campus avançado da UFSM na Amazônia, iniciado em 1969.
1993 – Lança mais uma obra A terra, o homem e a educação, pela Editora Pallotti, Santa Maria.
1998 – Em 15 de fevereiro, falece no Hospital de Caridade Dr. Astrogildo de Azevedo, em Santa Maria.
1999 – Em maio, a Prefeitura Municipal de Santa Maria inaugura um busto de José Mariano da Rocha Filho na principal praça da cidade. Em julho, foi eleito pelos gaúchos o gaúcho do século, despontando como o primeiro, com mais de 90 mil votos, na lista dos 20 Gaúchos que marcaram o Século XX, promoção da RBS-TV e jornal Zero Hora.
Biografia
José Mariano da Rocha Filho nasceu em 12 de fevereiro de 1915, em Santa Maria, e faleceu em 15 de fevereiro de 1998 na mesma cidade. Foi médico, professor e o líder responsável pela fundação e instalação da Universidade Federal de Santa Maria, em 1960.
José Mariano da Rocha Filho foi o primeiro Reitor da Universidade Federal de Santa Maria (RS) e dedicou toda a sua vida à Educação. Estudou Medicina na Universidade de Porto Alegre, entre 1932 e 1937. Em 1938 ingressou como professor na Faculdade de Farmácia de Santa Maria e conseguiu transformar a pequena faculdade de Farmácia de Santa Maria, que contava com apenas 5 alunos, em 1938, no embrião para criar, em 1960, uma das mais atuantes universidades do país.
A Universidade Federal de Santa Maria fundada por José Mariano da Rocha Filho, em 1960, foi a primeira Universidade instalada em uma cidade que não fosse capital de um estado no Brasil. A UFSM foi o resultado de sua luta pela interiorização do ensino superior que iniciou em 1946, quando assumiu a Direção da Faculdade de Farmácia no lugar de seu tio Francisco Mariano da Rocha.
Como Diretor da Faculdade de Farmácia de Santa Maria, José Mariano da Rocha Filho começou a lutar por melhores condições, pois os professores, desde 1931, trabalhavam de graça e a Faculdade não tinha sede própria. Ele fundou a Associação Santa-mariense Pró-Ensino Superior e liderou um amplo movimento das comunidades do interior do Rio Grande, para incluir no texto da constituição estadual um parágrafo que transformava a Universidade de Porto Alegre em Universidade do Rio Grande do Sul, através da anexação das faculdades situadas no interior: Farmácia de Santa Maria e Direito de Pelotas.
José Mariano da Rocha Filho trouxe para a UFSM figuras de renome internacional e implantou projetos de âmbito mundial como a Operação Oswaldo Aranha, financiada pela FAO entre 1968 e 1974, que visava o desenvolvimento do setor agropecuário, especialmente com relação às pequenas propriedades rurais. Em 1969, instalou em Santa Maria, com o auxílio da OEA, a Faculdade Interamericana de Educação, o primeiro curso de Pós-Graduação em Educação no gênero no país, que reunia educadores de todos os países latino-americanos, estudando já naquela época, as diretrizes de uma nova universidade para a América Latina.
O Reitor Fundador da UFSM foi membro do Conselho Federal de Educação e criador das áreas ou distritos geo-educacionais, e pregava que a vocação do solo e a cultura da região deveriam orientar o ensino. É de sua autoria, datada de 1968, a lei que disciplina a implantação de campus universitários fora da cidade sede da universidade ou Multiversidade, como ele a denominava. Foi também, como Conselheiro do Projeto Rondon, o idealizador e criador do primeiro campus avançado do ensino superior na Amazônia, em agosto de 1969. O então campus da UFSM é hoje a Universidade Federal de Roraima, a qual teve seus cursos entre os mais bem avaliados pelo provão do MEC na região norte.
Suas atividades como Presidente do GULERPE (Grupo Universitário Latino-americano para Reforma e Aperfeiçoamento do Ensino) foram fundamentais no processo de democratização do acesso ao ensino superior no Brasil e na América Latina e acabaram orientando o desenvolvimento e os rumos do ensino superior no Brasil e no mundo.
O Reitor Mariano da Rocha possui inúmeros trabalhos publicados no Brasil e no Exterior, entre os quais se destacam: A Nova Universidade, de 1962; La Nova Universidad de las Américas publicado pela American Association of State Colleges and Universities, nos EUA em 1973; Universidade para o desenvolvimento: áreas (distritos) geo-educacionais, também de 1973; e A terra, o homem e a educação, de 1993, publicado no Brasil e no México.
José Mariano da Rocha Filho é cidadão honorário de dezenas de cidades gaúchas e brasileiras onde semeou e ajudou a desenvolver o seu projeto de universidade comunitária, da universidade ligada a terra e ao homem que nela habita. Mariano da Rocha mudou a história do ensino superior e suas idéias ultrapassaram as fronteiras do Rio Grande, como bem afirma o título de Educador das Américas que recebeu em 1972, num encontro de reitores Latino-americanos. O Reitor Mariano fez parte do Conselho da Universidade de Bonn (Alemanha) e é Doutor Honoris causa de inúmeras universidades espalhadas pelo mundo.
Em 1992, José Mariano da Rocha Filho, recebeu o título de cidadão santa-mariense do século. Em 1999, com uma votação consagradora, foi eleito Gaúcho do Século. Sendo o mais votado na Promoção da RBS TV e Zero Hora que escolheu os 20 gaúchos que marcaram o século XX. A escolha do nome do Reitor Mariano da Rocha, um educador emérito, dá um novo ânimo para a educação do Rio Grande e do Brasil pois, segundo suas próprias palavras: “A educação é o único caminho para o desenvolvimento”.
Casou-se com a professora Maria Zulmira Mariano da Rocha em 1938. O casal teve 12 filhos, 25 netos e 5 bisnetos.