Por Mártin C. Kolberg & Arthur S. Fachi
José Carlos Camillo, doutorando em Filosofia pela UFG, publicou um artigo original
na revista Synthese no qual propõe a tese continuísta que a memória e a imaginação
episódicas compartilham um mecanismo constitutivo comum. Sua análise esclarece as
implicações da tese continuísta, quais sejam: entender o que é e o que não é um desafio ao
continuísmo mecanicista, elucidar distinções baseadas em fenômenos, mecanismos de
produção e mecanismos constitutivos, e propor que talvez seja mais frutífero compreender o
debate descontinuísta como um conjunto de debates distintos.
Sua análise mostra que, independentemente do lado em que se esteja, a questão sobre
se a imaginação e a memória são do mesmo tipo natural depende sempre dos critérios usados
para individualizar os tipos. E há diferentes maneiras legítimas de fazer isso. Como
consequência, para que o debate seja claro, é necessário que continuístas e descontinuístas
explicitem como individualizam memória e imaginação enquanto tipos naturais, e também
que demonstrem como suas visões se relacionam com outras abordagens prévias.
Ver:
Camillo, José Carlos. 2025. “Interpreting Continuism as a Mechanistic Thesis”. Synthese 205
(4): 140. https://doi.org/10.1007/s11229-025-04989-6.