Ir para o conteúdo Laboratório de Filosofia da Memória Ir para o menu Laboratório de Filosofia da Memória Ir para a busca no site Laboratório de Filosofia da Memória Ir para o rodapé Laboratório de Filosofia da Memória
  • International
  • Acessibilidade
  • Sítios da UFSM
  • Área restrita

Aviso de Conectividade Saber Mais

Início do conteúdo

As imaginações



No texto abaixo, o doutorando Matheus Vinícius Cavalcante apresenta sua pesquisa sobre a natureza da imaginação.

A imaginação é constante em nossas vidas. Ela nos acompanha ao planejar o dia, criar histórias para crianças, descobrir estratégias para ganhar jogos, se expressar artisticamente e até mesmo formular argumentos filosóficos. Sem dúvida, a imaginação é uma das atividades mentais mais importantes, talvez até uma das características mais distintivas da nossa humanidade. No entanto, definir o que é a imaginação não é uma tarefa simples. Podemos usar termos como “fantasia”, “criatividade” e “invenção”, mas nenhum deles captura plenamente a essência da imaginação.

Para responder a essa pergunta intrigante, proponho explorar a literatura filosófica, especialmente aquela que ainda não é tão difundida em português. Essa literatura revela que a palavra “imaginação” possui múltiplos significados, tanto na linguagem comum quanto no uso técnico, permitindo-nos considerar diferentes sentidos filosóficos para o termo.

Primeiramente, analiso as definições de imaginação propostas por filósofos como Aristóteles, David Hume, Immanuel Kant e Jean-Paul Sartre. Tais definições nos mostram como a polissemia da linguagem comum se reflete no debate filosófico e, consequentemente, nos permitem entender como o conceito de imaginação pode ser aplicado a diferentes atividades mentais.

Considero que a Filosofia da Imaginação contemporânea, especialmente na tradição analítica, nos oferece uma definição ternária capaz de capturar a natural polissemia do termo. Ela divide a imaginação em três categorias: imaginação imagética (ocorrência de imagens mentais), imaginação construtiva (capacidade de criar novas representações) e imaginação atitudinal (considerar uma representação como não-real/ficcional). Cada uma dessas categorias deve ser examinada em detalhe, com foco nos desafios filosóficos que envolvem a origem das representações criadas pela imaginação construtiva e a possível relação entre crença e imaginação em seu sentido atitudinal, discussões essas que ainda requerem muita investigação.

Finalmente, abordo a ideia de que as atividades imaginativas são independentes e podem ser usadas de maneiras instrutivas (aprender sobre o mundo real) ou transcendentes (fugir da realidade). Concluo argumentando que o debate filosófico sobre a imaginação é um campo rico e necessário, que merece mais atenção e novas ideias e que, embora não possamos definir a imaginação de maneira unívoca, podemos reconhecer que as diferentes atividades imaginativas juntas formam um poder mental.

Divulgue este conteúdo:
https://ufsm.br/r-918-60

Publicações Relacionadas

Publicações Recentes