Pesquisadores do Laboratório de Geologia Ambiental iniciaram, no dia 10 de março de 2024, suas pesquisas para a elaboração do Plano Municipal de Redução de Riscos de Santa Maria/RS.
Desde que o convite foi feito pelas Secretaria de Periferias do Ministério das Cidades, em julho de 2023, o grupo de pesquisadores do LAGEOLAM faz parte do Projeto Multicêntrico de Pesquisa-Ação e Inovação, visando a elaboração do Plano Municipal de Redução de Riscos do município de Santa Maria. O trabalho está sendo executado por uma equipe técnica composta pelos professores da Universidade Federal de Santa Maria: Andréa Valli Nummer, Luís Eduardo de Souza Robaina, Romário Trentin e Rinaldo Barbosa Pinheiro, com a participação de bolsistas de graduação e pós-graduação: Antonio Von Ende Dotto, Juliane dos Santos Pinto, Maria Giovanna Torquato Faustino e Marco Antônio Rosa Soares.
O Plano Municipal de Redução de Riscos é um documento de suma importância frente aos desastres sociambientais, sendo um instrumento de prevenção, mitigação e resposta aos desastres e suas consequências. Em decorrência da situação climática atual, a elaboração de um PMRR completo e eficiente é imprescindível para os todos os municípios.
A elaboração do PMRR também terá o apoio do Comitê Gestor de Redução de Risco de Desastres (CGRRD), criado no dia 05 de março de 2024, através decreto Nº 57, da Prefeitura Municipal de Santa Maria. O Comitê é composto por representantes das seguintes Secretarias/Órgãos:
- Gabinete do Prefeito
- Secretaria de município de Elaboração de Projetos e Capacitação de Recursos – SECAP
- Secretaria de município de Habitação e Regularização Fundiária – SMHRF
- Secretaria de município de Desenvolvimento Social – SMDS
- Secretaria de município de Infraestrutura e Serviços Públicos – SMISP
- Superintendência de Defesa Civil – SDC
- Secretaria de município de Meio Ambiente – SMA
- Instituto de Planejamento de Santa Maria – IPLAN
O grupo de pesquisadores irá trabalhar 11 áreas de riscos presentes em 6 bairros do município de Santa Maria, sendo eles:
- Bairro João Goulart (Vila Schirmer e Residencial Km 3);
- Bairro Urlândia (Vila Urlândia e Vila Santos);
- Bairro Noal (Vila Lídia);
- Bairros Salgado Filho e Carolina (Beco do Guarani);
- Bairro Itararé (Vila Canário, Vila Bela Vista, Vila Bürger e Vila Nossa Senhora Aparecida);
- Bairro Km 3 (Vila Bilibio).
Durante os 18 meses previstos para a elaboração do trabalho, estão sendo realizadas oficinas e trabalhos de campo, afim de avaliar os perigos e a vulnerabilidade dos locais de estudos, principalmente em relação aos eventos de inundação e movimentos de massa.
A participação da comunidade é de grande importância para o projeto, considerando que os moradores possuem conhecimento acerca do local em que vivem. As oficinas permitem que a população seja ouvida e que novas informações sejam trocadas, estimulando uma comunidade ativa e participativa frente às questões que os atinge, e ainda possibilita que os pesquisadores se familiarizem com a realidade do local de estudo, entendendo seus processos físicos e sociais.
Os trabalhos de campo estão sendo executados a fim de identificar, classificar e localizar a vulnerabilidade das habitações e seus respectivos perigos em relação aos eventos suscetíveis. Essa etapa permite o conhecimento técnico dos setores de risco e a elaboração do mapeamento, etapa que iniciou em maio de 2024,
Como produto do Plano Municipal de Redução de Riscos, os pesquisadores ainda irão, a partir do mapeamento das áreas de risco e das análises das realidades locais, elaborar propostas e projetos de medidas preventivas e de mitigação de desastres, compatíveis com cada área em questão.
Além da grande importância do trabalho gerado para o município com a elaboração do PMRR, o projeto e a parceria entre o Ministério das Cidades, a Secretaria de Periferias e a Universidade também explora o aprimoramento de métodos de mapeamento e análise de riscos. A união dos objetivos, quando alcançados, vão possibilitar um avanço da metodologia de elaboração dos PMRRs, a formação de profissionais qualificados e eventuais atualizações de políticas públicas do município. Ao final, a meta é atender as demandas da sociedade local no enfrentamento dos desafios climáticos observados, gerando uma sociedade mais resiliente.