A dissertação de mestrado intitulada “Ensaio automatizado de medição de eficiência energética de inversores fotovoltaicos conectados à rede”, do agora mestre Ricardo Bortolini, envolve um tema de grande relevância para o setor de energia fotovoltaica brasileiro, ainda carente de metodologias e informações relacionadas à eficiências dos inversores e demais conversores para aplicação fotovoltaica comercializados no país.
Uma das principais demandas existentes na área é o desenvolvimento de métodos que possam disponibilizar informações padronizadas de desempenho dos equipamentos aos projetistas dos sistemas fotovoltaicos, de forma a buscar a otimização da eficiência energética e custo do sistema.
Nessa direção, o trabalho apresentou um aprofundado estudo envolvendo as três principais normas que versam sobre eficiência de inversores fotovoltaicos que são amplamente empregadas mundialmente são a IEC 61683 (internacional), a EN 50530 (comunidade europeia) a CEC Inverter Test Protocol (Califórnia – EUA). O trabalho não considerou normas brasileiras de eficiência de inversores porque essas estão em processo de elaboração.
O objetivo da dissertação foi desenvolver uma bancada automatizada capaz de realizar de forma completamente automatizada os ensaios propostos por cada uma das três normas internacionais supracitadas. Adicionalmente, o sistema foi projetado para possibilitar a customização da bancada para a realização de ensaios que forem definidos na norma brasileira. Os testes realizados no laboratório são importantes para discussão técnica sobre quais testes de quais normas devem ser considerados relevantes para serem incluídos na futura normatização brasileira e quais podem ser dispensados.
A dissertação foi apresentada durante uma missão de estudos associada ao INCT-GD, em que se fizeram presentes pesquisadores do IEE-USP que trabalham, juntamente com pesquisadores da UFSM, na comissão que está elaborando essas normatizações junto à ABNT (saiba mais). A possibilidade de realizar esses testes em um laboratório já acreditado pelo Inmetro traz confiabilidade nos resultados apresentados, o que levanta a possibilidade de uma discussão técnica sobre quais testes de quais normas devem ser considerados relevantes para serem incluídos na normatização brasileira e quais podem ser dispensados.
É importante ressaltar, porém, que as normas não são leis, e sim marcos técnicos. Dessa forma, por si só, a criação de uma norma não garante a obrigatoriedade de que a mesma seja adotada. Para tanto, é preciso que o Inmetro emita uma portaria exigindo que todo o produto com aquelas características seja testado conforme determinada norma para que possa ser comercializado em território brasileiro.