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Pesquisadores

Professora titular do Departamento de Letras Clássicas e Linguística (DLCL) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Está envolvida em atividades de pesquisa há 35 anos.

http://lattes.cnpq.br/068353268129143


Orientandos: 6

Nomes: Mirela Klein (Doutorado), Ana Carolina Cipolat Gay (Iniciação Científica), Jéssica Sayuri Campos Mogi (Iniciação Científica), Carlos Eduardo D. de Oliveira, Erick de Queiroz Brittes (Iniciação Científica), Victória Heloina Almeron Lopes dos Santos (Iniciação Científica).

Linha de pesquisa: língua, sujeito e história – temas: história da produção do conhecimento linguístico e a história das disciplinas.

Estão entre os seus principais projetos, o projeto de pesquisa: Linguística e língua no Sul em fundos documentais; o projeto de extensão e de pesquisa: A memória escolar no distrito de Silveira Martins entre 1935 a 1978: o caso das escolas municipais rurais; o projeto de extensão: Fundo Documental Donaldson M. Garschagen; o projeto de extensão: Política de Línguas na Quarta Colônia/RS: formação de comitê gestor e educação para a alteridade (como participante); o projeto de pesquisa: Política de Línguas na Região da Quarta Colônia/RS: história, memória e educação para a alteridade (como participante); o projeto de pesquisa interinstitucional: Arquivos de Língua – GAL – UFF, em nosso caso estudamos os Arquivos do Sul: institucionalização dos estudos linguísticos.

Entre os principais objetivos dos seus projetos estão, no primeiro: abordar o processo de produção dos sentidos a partir das relações entre língua, sujeito e história bem como orientar projetos de pesquisa em nível de graduação e de pós-graduação na área. Queremos tratar aqui a língua que se enuncia, que discursiviza; o sujeito que emerge nessas relações com a língua e/ou com a história; a história de produção dos saberes que se constitui na língua ou nos discursos sobre a língua, nas suas diferentes materialidades. Consideramos ainda que nessas relações há também uma política de línguas que as organiza e as significa determinando a história sobre a língua no/do Brasil. No segundo: nosso propósito aqui é entender de que forma os sujeitos envolvidos com o ensino municipal, principalmente, na região de Silveira Martins, em um espaço urbano ainda dependente de Santa Maria por ser considerado, até os anos 80, um distrito, portanto antes de sua emancipação, vão construindo um fazer e um dizer sobre a escola e a profissão docente de forma a dar a ver um possível real do ensino municipal rural naquela época. No terceiro: criar Fundo Documental Donaldson M. Garschagen com o acervo do referido tradutor doado pelo Dr..José Luiz de Moura Filho, professor do Departamento de Direito/CCSH/UFSM, em 23 de setembro de 2023, ao Centro de Documentação e Memória. No quarto: atuar conjuntamente os municípios da região da Quarta Colônia, no Rio Grande do Sul, de forma a organizar um comitê gestor que será responsável pelo diálogo, pela construção e articulação de diretrizes e ações a serem propostas no desenvolvimento de uma política de línguas para a Quarta Colônia, voltada ao reconhecimento e ao respeito da alteridade e da diversidade linguística própria ao território. No quinto: o presente projeto tem por objetivo se constituir como uma proposta guarda-chuva para o desenvolvimento da pesquisa necessária à fundamentação de uma política de línguas própria à região da Quarta Colônia/RS, que possibilitem o investimento em ações de promoção e resgate da história e da memória da região a partir das línguas e que resultem em educação patrimonial voltada ao reconhecimento e ao respeito da alteridade e da diversidade linguística própria ao território. A proposta vincula-se a duas frentes de estudo e trabalho que envolvem língua, história e memória. A primeira delas é o Centro de Documentação e Memória, sediado no Espaço Multidisciplinar de Pesquisa e Extensão da UFSM, em Silveira Martins, que se constitui como um projeto interdisciplinar que abriga subprojetos voltados à pesquisa sobre a formação em Letras no Sul do Brasil e à criação de acervos e fundos documentais para a preservação da memória. A segunda é o projeto de pesquisa “Banco de Políticas Públicas sobre Línguas no Brasil (BPL)”, que desde 2018 se volta à construção de um arquivo digital de documentos jurídicos e outras textualidades normativas que tratam de políticas públicas sobre línguas em território brasileiro e que reúne hoje mais de 160 legislações das esferas municipal, estadual e nacional. E no sexto: Arquivos do Sul: institucionalização dos estudos linguísticos em que se pretende recuperar a contribuição dos viajantes estrangeiros – viagens científicas e ou descritivas – no século XIX e que vão contribuir também na institucionalização dos estudos sobre a língua no Rio Grande do Sul com suas fronteiras geográficas e linguísticas.

Seus projetos caracterizam-se pelo estudo interpretativo de instrumentos linguísticos que descrevem a história da língua falada/escrita no Brasil procurando traçar uma memória discursiva dos mesmos e entender, por conseguinte, como eles engendram um imaginário sobre a língua. Para as análises privilegiaremos diferentes modos de ler, descrever e interpretar as materialidades linguístico-discursivas, adentrando as especificidades de diferentes processos discursivos. Entendemos que a descrição é constitutiva de efeitos de sentidos, que ela estabelece as relações entre interlocutores e estabelece relações entre diferentes discursos. A descrição também nos ajuda a compreender e a justificar como se instauram os diferentes efeitos de sentido sob a aparência do mesmo, mobilizando diferentes categorias de análise capazes de revelar os processos de produção do sentido. Nosso eixo principal para a descrição- interpretação será o de pensar como o imaginário sobre a língua que nos constitui e que constitui a língua que falamos fazendo sentido para si e para o outro na produção da história.


5 Principais Produções da Professora Pesquisadora:

Artigo de 2022: Alinhavando alguns sentidos sobre Manuel Said Ali na produção e circulação do conhecimento linguístico (LÍNGUA E INSTRUMENTOS LINGUÍSTICOS).

Artigos de 2021: Fragmentum 20 anos (FRAGMENTUM (ON LINE)); História das ideias linguísticas e sua institucionalização: um primeiro percurso em um programa coletivo de pesquisa (Linguagem & Ensino (UCPel)).

Artigo de 2020: Biblioteca saussuriana à la Borges: um convite (Revista Todas as Letras (MACKENZIE. Online)).

Capítulo de 2024: Transmissão: no cerne da disciplinarização (Na movência dos conceitos…).

Capítulo de 2023: Remendando o rio do analista de discurso pelo canoar na língua (Tornar-se analista de discurso).

Capítulos de 2022: Articulações entre a psicanálise e o discurso: as margens do inominável (Restos do Horror); As janelas do arquivo: homenagem à Bethania Mariani (Entrenós da língua, do sujeito, do discurso); Na história da Linguística Moderna: o que devemos a Saussure (Línguas e Literaturas na fronteira sul); Peças de um arquivo nas conjunturas de um estudo em suspenso (Restos do Horror).

Já publicou também artigos e trabalhos relacionados aos seus projetos em diversos lugares.

Professora adjunta do Departamento de Letras Clássicas e Linguística (DLCL) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Está envolvida em atividades de pesquisa desde 2002, como mestranda no Laboratório Corpus (UFSM).

https://lattes.cnpq.br/8910951298223920


Orientandos: 1

Nomes: Ana Luyse Calegaro (Iniciação Científica).

Em seus projetos, nos últimos anos, tem como principal objetivo refletir sobre os discursos que circulam nas mídias em suas diferentes plataformas e materialidades, tendo em vista a produção discursiva que é materializada e que produz sentidos no/pelo social em publicações que vão da informação eletrônica até textualidades em funcionamento em mídias sociais (textos, imagens, memes, gifs) e do próprio espaço urbano (escrita em muros, fachadas, manifestações de rua, artísticas, etc.). As linhas norteadoras de suas questões de pesquisa decorrem de um eixo de discussão focado na observação da relação discurso, mídia e sociedade, que é filiado a pressupostos teóricos da Análise de Discurso materialista, fundamentada especialmente na obra de Michel Pêcheux e Eni Orlandi.

Seu foco como pesquisadora até o momento é na formação teórica e reflexiva de jovens pesquisadores em análise de discurso e no desenvolvimento de suas questões de observação da/na sociedade, onde trabalha qualitativamente de forma individual e em grupos de estudo e orientação, propondo análises de materialidades discursivas contemporâneas com fundamentação em análise de discurso e estabelecendo relações de leitura e debate com áreas como comunicação, sociologia, filosofia e psicanálise. Os principais métodos/abordagens que utiliza em seus projetos são materialidades discursivas midiáticas, digitais e aparatos de linguagem do espaço urbano, fundamentada na Análise de discurso materialista e seus dispositivos teóricos e analíticos.

De maneira resumida, ela destaca que seu trabalho se desenvolve em projetos que visam o fomento de discussões teóricas pertinentes para a análise de discurso e áreas afins, especialmente circunscritas ao campo da tecnologia digital e os seus efeitos na produção, constituição e circulação de relatos e dizeres considerados informativos e/ou de divulgação de sentidos via mídias e rede digital, bem como de outro aparatos de linguagem que tenham relação com temáticas de estudo relevantes para a área.

 

5 Principais Produções da Professora Pesquisadora:

Livro publicado – MEDEIROS, Caciane Souza de. Sociedade da imagem: a (re)produção de sentidos da mídia do espetáculo. Santa Maria: PPGL Editores/UFSM, 2013.

Artigo publicado – A culpa é de que(m)? O invísivel e o incógnito no discurso sobre o feminicídio. (revista MEMORARE)

Artigo publicadoMEDEIROS, Caciane Souza de. Sentidos em punho e gestos discursivos de resistência: lute como uma mulher! In: Resistirmos, a que será que de destina? Org.:Lucília Maria Abrahão e Sousa; Adonai Takeshi Ishimoto; Elaine Pereira Daróz; Dantielli Assumpção Garcia. São Carlos: Pedro & João Editores, 2018.

Capítulo de livro – MEDEIROS, Caciane Souza de. Imagem e resistência na faixa de Gaza: a ordem do interdiscurso. In: Ressonâncias de Pêcheux em nós. Org.:Dantielli Assumpção Garcia; Fernanda Correa Silveira Galli; Jonathan Raphael Bertassi da Silva; Lucília Maria Abrahão e Sousa; Maria Luísa Lopes Chicote; Thaís Harumi Manfré Yado. São Carlos: Pedro & João Editores, 2014.

Capítulo de livro – MEDEIROS, Caciane Souza de. O discurso da inclusão pela diferença na relação mídia e sociedade. In: Discursos sobre a inclusão. Org: FERREIRA, Eliana Lucia; ORLANDI, Eni P. Niterói: Intertexto, 2014.

 

Possui também artigos e trabalhos relacionados aos seus projetos publicados em: 

RUA (UNICAMP);

Língua e instrumentos Linguísticos (UNICAMP);

Fragmentum (UFSM);

Revista MEMORARE (Unisul);

Revista Continente (Jornalismo cultural).

Professora associada do Departamento de Letras Vernáculas (DLV) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Atualmente, exerce a função de Coordenadora de Desenvolvimento de Ensino (CODE) da UFSM, vinculada à Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD). Está envolvida nessas atividades de pesquisa há 2 anos.

http://lattes.cnpq.br/9216510803377862


Orientandos: 3

Nomes: Jennifer Sousa Alvares (Doutorado), Rafaella Barbieri Vieira (Iniciação Científica), João Vitor Ribeiro Lipert (Iniciação Científica).

Linha de pesquisa: língua, sujeito e história.

Estão entre os seus principais projetos, o projeto de extensão, “Política de Línguas na Quarta Colônia/RS: formação de comitê gestor e educação para a alteridade” que propõe ações de promoção e resgate da história e da memória da região da Quarta Colônia, em termos de educação patrimonial voltada ao reconhecimento e ao respeito da alteridade e da diversidade linguística própria ao território. Já o projeto de pesquisa “Língua e políticas públicas no Brasil no século XXI: história, memória e educação” centra-se em políticas públicas brasileiras que envolvem línguas, prioritariamente a partir dos anos 2000, visando analisar e descrever imaginários e designações de língua vigentes no social e as formas como tais políticas e os efeitos de sentido a elas vinculados repercutem e/ou se relacionam com a formação de professores na área das Ciências da Linguagem e a educação básica.

No projeto de extensão “Política de Línguas na Quarta Colônia/RS: formação de comitê gestor e educação para a alteridade” objetivamos, de forma ampla, a colaboração mútua entre universidade e municípios integrantes da Quarta Colônia para a consolidação de um espaço de diálogo, construção e articulação de ações educacionais que repercutam no desenvolvimento de uma política de línguas voltada a demandas e especificidades locais e regionais. Já no projeto de pesquisa “Língua e políticas públicas no Brasil no século XXI: história, memória e educação” esperamos, de forma ampla, contribuir à reflexão crítica e/ou ao desenvolvimento de ações que discutem o lugar, o papel das políticas públicas que envolvem línguas no processo de formação de professores proposto pelas universidades, particularmente no que compete aos cursos de Letras e fortalecer a formação de professores, repercutindo também de forma adequada e propositiva no desenvolvimento de ações que envolvam as políticas públicas na educação básica.

No projeto de extensão “Política de Línguas na Quarta Colônia/RS: formação de comitê gestor e educação para a alteridade”, para este ano de 2024, junto à comunidade piloto – Rincão do Santo Inácio (Nova Palma/RS), nos dedicaremos exclusivamente às metas de educação para a alteridade e produção e divulgação do conhecimento, de forma a trabalhar junto aos professores da educação básica questões de identidade e memória a partir da linguagem e a confeccionar material didático relacionado, que possa ser utilizado nas ações de educação patrimonial.

O projeto de pesquisa “Língua e políticas públicas no Brasil no século XXI: história, memória e educação” tem também como um de seus objetivos produzir pesquisa e manter atualizado o Banco de Políticas Públicas sobre Línguas no Brasil (BPL), arquivo digital de documentos jurídicos e outras textualidades normativas que tratam de políticas públicas sobre línguas em território brasileiro e que reúne hoje mais de 160 legislações das esferas municipal, estadual e nacional.

 

5 Principais Produções da Professora Pesquisadora:

CERVO, L. M.. Do fato da língua na constituição de políticas públicas: arquivo, memória e imaginário. LINGUAGEM EM (DIS)CURSO (ONLINE). v.24, p.1 – 15, 2024. Referências adicionais: Português. Meio de divulgação: Meio digital. Home page: [https://portaldeperiodicos.animaeducacao.com.br/index.php/Linguagem_Discurso/article/view/25836]

PETRI, V.; CERVO, L. M.. LÍNGUA PORTUGUESA OU GRAMÁTICA?UMA PROPOSTA DE DESCONSTRUÇÃO DO -OU ISTO OU AQUILO-. LINGUAGEM EM (DIS)CURSO (ONLINE). v.19, p.35 – 48, 2019.

CERVO, L. M.. A língua, os museus e os espelhos. Rua (UNICAMP). v.2, p.363 – 380, 2015.

CERVO, L. M.; GONCALVES, G. E.. Diversidade e políticas linguísticas em universidades do Norte do Brasil: relações de contradição e o lugar das línguas indígenas In: Conhecimento, Ensino e Política de Línguas na Amazônia, ed.1. Campinas: Pontes Editores, 2022, p. 263 – 284. Referências adicionais: Brasil/Português. Meio de divulgação: Meio digital, ISBN: 9786556376523

PETRI, V.; CERVO, L. M.. A presença de Saussure na obra de Michel Pêcheux: reflexões sobre a noção de língua In: A palavra de Saussure, ed.1. São Carlos – SP: Pedro e João Editores, 2016, p. 261 – 278. Referências adicionais: Brasil/Português. Meio de divulgação: Impresso, ISBN: 9788579933349

 

Possui também artigos e trabalhos relacionados aos seus projetos publicados em: 

CERVO, L. M.. Do fato da língua na constituição de políticas públicas: arquivo, memória e imaginário. LINGUAGEM EM (DIS)CURSO (ONLINE). v.24, p.1 – 15, 2024. Referências adicionais: Português. Meio de divulgação: Meio digital. Home page: [https://portaldeperiodicos.animaeducacao.com.br/index.php/Linguagem_Discurso/article/view/25836]

CERVO, L. M.; GONCALVES, G. E.. Diversidade e políticas linguísticas em universidades do Norte do Brasil: relações de contradição e o lugar das línguas indígenas In: Conhecimento, Ensino e Política de Línguas na Amazônia, ed.1. Campinas: Pontes Editores, 2022, p. 263 – 284. Referências adicionais: Brasil/Português. Meio de divulgação: Meio digital, ISBN: 9786556376523

Professora titular do Departamento de Letras Vernáculos (DLV) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Pesquisadora do Laboratório Corpus (PPGL-UFSM) desde 2006, atuando como Coordenadora Geral em 2024; é também pesquisadora do Centro de Documentação e Memória desde 2017 e coordenadora do Grupo PALLIND Palavra, Língua, Discurso. Está envolvida em atividades de pesquisa há 25 anos.

http://lattes.cnpq.br/4907455690392249


Orientandos: 10

Nomes: Daiane da Silva Delevati (Doutorado), Thaís Costa (Doutorado), Gabriela Gonçalves Ribeiro (Doutorado), Jaíne da Silva (Doutorado), Jaqueline Oliveira Ludtke (Mestrado), Karen Machado (Mestrado), Robson Severo de Souza (Mestrado), Emily Fillipini (Iniciação Científica), Luíza Rodrigues Garbin (Iniciação Científica), Érika da Silva Paniagua (Iniciação Científica).

Linha de pesquisa: língua, sujeito e história.

Estão entre os seus ´´principais projetos o “Observatório de práticas sociais e linguageiras: produção de sentidos em tempos de pandemia” (financiado pelo CNPq, via Edital Universal): Inscrito no quadro teórico e metodológico da análise do discurso francesa em articulação com o campo das discursividades próprias aos estudos antropológicos e enunciativos, o projeto em tela tem como temática os diferentes modos de produção sentidos em tempos de pandemia do novo coronavírus. O objetivo geral é colocar em funcionamento um observatório de práticas sociais (PÊCHEUX, 1995) e linguageiras (ORLANDI, 1996), levando em conta o funcionamento de um observatório como lugar de reflexão crítica e de escuta social (BRAGA, 2015). A pesquisa que procede por meio da observação e da escuta tem se mostrado relevante para a compreensão dos processos de circulação de sentidos e discursos, principalmente em uma sociedade da/em midiatização como a que vivemos. A experiência de construção coletiva do “Vocabulário da pandemia do novo coronarírus” (disponível em https://www.ufsm.br/coronavirus/vocabulario-da-pandemia-do-novo-coronavirus/), que levou em conta a necessidade de divulgação científica dos estudos da linguagem, as noções de “partilha do sensível” (RANCIÈRE, 2015) e de “autoria compartilhada” (BIAZUS, 2019), indicou o nicho de pesquisa que estamos propondo. Para a realização deste projeto vamos contemplar espaços mais institucionalizados (como as escolas) e menos institucionalizados (como as mídias sociais), de acordo com as diferentes condições em que a pandemia afeta realidades também distintas, sempre cotejando com os trabalhos já em desenvolvimento. A proposta de escutar os sentidos que se produzem em tempos de pandemia, pela via de um observatório, permite assim a análise de como esses sentidos se inscrevem nas práticas sociais e linguageiras, pensando-se essa inscrição tanto como inserção quanto como marca, permanência nos/dos discursos em constituição e circulação.

Assim como o projeto “A constituição do sujeito na e pela língua: investigações acerca do processo de gramatização, manutenção e atualização do saber nos e sobre os instrumentos linguísticos – Fase IV”: O presente projeto visa contribuir com a reflexão acerca da constituição/instituição de sentidos capazes de revelar o imaginário sobre o sujeito, a língua e a história, via instrumentos linguísticos. Os dicionários e as gramáticas, nessa pesquisa, são tomados como importantes instrumentos lingüísticos, a partir dos quais pode-se resgatar traços da História das Idéias Lingüísticas no/do Brasil, revelando através de uma análise do discurso, características próprias do sujeito que é falante da língua, é o cientista, é o produtor de discursos sobre a língua; estamos nos referindo então a um sujeito que representa e é representado na e pela língua; um sujeito que conta sua história e vive sua cultura, estabelecendo relações com a produção/circulação dos sentidos, através dos tempos. Nosso recorte estabelece como lugar fundacional as publicações de dicionários/vocabulários/glossários e gramáticas produzidos no Brasil do século XIX. Tais publicações manifestam seu objetivo de reunir designações e descrições próprias da Língua Portuguesa Brasileira, bem como estabelecer regras do “bom uso da língua”. Este é o ponto de partida, mas não significa que faremos uma pesquisa cronológica ou linear, nos interessa ver também como se dá o processo de manutenção/atualização da língua nestes instrumentos lingüísticos, em diferentes momentos da discursivisação do saber sobre a língua. Estabeleceremos as devidas relações entre os verbetes e as definições oriundas desses dicionários, buscando explicitar as aproximações/os distanciamentos, as reiterações/as alterações de sentidos, bem como o funcionamento do diferente no interior do mesmo. Nossa perspectiva teórico-metodológica segue os pressupostos da Análise de Discurso (AD), tal como foi concebida por Michel Pêcheux e como vem sendo desenvolvida no Brasil nas últimas décadas.

E também o projeto “A construção da história das palavras que fazem do discurso político o que ele é na segunda década do século XXI no Brasil” (Bolsa de Produtividade em Pesquisa – CNPq): O presente projeto visa a dar continuidade às pesquisas que vimos desenvolvendo no âmbito do que temos chamado de “história da palavra”. Filiada à História das Ideias Linguísticas, a História da Palavra tem contribuído com as reflexões empreendidas pelo Grupo de Estudos PALLIND (Palavra, Língua e Discurso), por ela coordenado, num esforço coletivo de compreender os processos de constituição, instituição e circulação de sentidos das palavras tal como estão dispostas em dicionários, vocabulários e glossários, estabelecendo relações com seus funcionamentos em espaços da mídia digital da atualidade. Com isso será possível explicitar movimentos entre a manutenção e a atualização de sentidos, colocando em funcionamento a memória que extrapola o que está posto na língua, pois consegue dar conta das relações da palavra com a exterioridade constitutiva. A Análise de Discurso Pecheuxtiana sustenta nossas análises e viabiliza o desenvolvimento do dispositivo metodológico do processo “palavra-puxa-palavra” (Petri, 2018; 2020; 2021; 2023) a partir do qual pretendemos analisar o discurso político, tal como ele se apresenta neste início de década dos anos 2020 no Brasil.

Os principais objetivos que visa alcançar com seus projetos é o de desenvolver pesquisas que contribuam com a área de Análise de Discurso e História das Ideias Linguísticas, e para isso, seus principais métodos e abordagens utilizadas é o da Análise de Discurso Pecheuxtiana e História das Ideias Linguísticas.

Os projetos em desenvolvimento atualmente são parte de uma caminhada alicerçada em projetos anteriores. O trabalho de um docente pesquisador passa a fazer sentido na medida em que vai formando outros pesquisadores, isto é: os alunos são muito importantes! Além disso ter um espaço físico e simbólico de produção do conhecimento como é o Laboratório Corpus faz toda a diferença e nos impulsiona cada vez mais.


5 Principais Produções da Professora Pesquisadora:

PETRI, Verli. Práticas sociais e linguageiras no sul do Brasil. Línguas e Instrumentos Linguísticos, v. 24, p. 220-234, 2021.

PETRI, Verli. -História de palavras- na história das ideias linguísticas: para ensinar língua portuguesa e para desenvolver um projeto de pesquisa. CONEXÃO LETRAS, v. 13, p. 47-58, 2018.

PETRI, Verli; ROSA, M. (Org.) ; MARTINS, T. S. (Org.) ; KRUMMEL, E. A. (Org.) . Observatório de práticas sociais e linguageiras: produção de sentidos em tempos de pandemia. 1. ed. São Carlos – SP: Pedro & João Editores, 2024. v. 1. 321p .

PETRI, Verli. O trabalho do analista de discurso: das práticas sociais-analíticas às formulações. In: Soares, A. S. F.; Garcia, D. A.; Vieira, N. C.. (Org.). Tornar-se analista de discurso. 1ed.Campinas – SP: Pontes Editores, 2023, v. 1, p. 29-45.

PETRI, Verli. O funcionamento do movimento pendular próprio às análises discursivas na construção do “dispositivo experimental” da Análise de Discurso. In: Verli Petri; Cristiane Dias. (Org.). Análise de discurso em perspectiva: teoria, método e análise. 1ed.Santa Maria-RS: Editora da Universidade Federal de Santa Maria, 2013, v. 1, p. 39-48.

Já publicou também artigos e trabalhos relacionados aos seus projetos em capítulos de livros e periódicos da área.