O atendimento aos pacientes com tontura e demais sintomas relacionados ao equilíbrio é um desafio contínuo, por se tratar de sintomas relacionados a diferentes patologias subjacentes, quase sempre acompanhadas por diversas comorbidades, além de serem queixas relatadas, frequentemente, nos consultórios médicos, o que justifica a importância deste estudo. Sabe-se que a avaliação otoneurológica revela dados importantes sobre a audição, o equilíbrio corporal e suas relações com o SNC. Diante disso, a busca pelo aperfeiçoamento como se pretende realizar com a execução deste projeto, poderá ajudar na melhor compreensão do surgimento desses sintomas que repercutem na vida diária, especialmente, da população atendida no HUSM. Uma avaliação ampla do sistema vestibulococlear (periférico e/ou central), proprioceptivo e visual, por meio de procedimentos novos e por àqueles, rotineiramente, utilizados na prática audiológica, buscará identificar possíveis problemas relacionados ao equilíbrio e audição do indivíduo, acometidos por diversas etiologias que podem gerar limitações funcionais, prejudicando o bem-estar físico, mental, emocional e sua relação com o meio. Apesar de poucos relatos encontrados na literatura científica que relacionem os Potenciais Evocados Auditivos com alterações vestibulares, em uma Avaliação Otoneurológica Integrada, especula-se que estes exames poderão auxiliar no diagnóstico diferencial das vestibulopatias, bem como no monitoramento da evolução e tratamento de diversas doenças que afetam as estruturas encefálicas de indivíduos com tais disfunções. Devido ao impacto negativo que as alterações vestibulares causam na população acometida (GANANÇA et al., 2000), faz-se necessário elaborar estratégias terapêuticas eficazes e de baixo custo, sobretudo na saúde pública. As principais formas de tratamento para as disfunções vestibulares são: medicamentosa, cirúrgica e Reabilitação Vestibular (Ganança e Ganança, 2001). A RV age fisiologicamente sobre o sistema vestibular, sendo um recurso terapêutico pela sua proposta de atuação baseada em mecanismos centrais de neuroplasticidade conhecidos como adaptação, habituação e substituição para obtenção da compensação vestibular. Os exercícios de RV visam melhorar a interação vestibulovisual durante a movimentação cefálica, ampliar a estabilidade postural estática e dinâmica nas condições que produzem informações sensoriais conflitantes e diminuir a sensibilidade individual à movimentação cefálica (Ganança e Ganança, 2001). Portanto, acredita-se que o desenvolvimento deste estudo poderá contribuir significativamente para a atualização tecnológica, procurando proporcionar a realização futura de procedimentos preventivos, visando buscar o tratamento mais eficaz na redução do impacto dos sintomas na vida de pacientes portadores de alterações vestibulares. Dessa forma, proporcionará a vivência prática do aluno frente às mais diversas patologias e formas de tratamento, possibilitando a coleta de dados fundamentais para a realização de pesquisas posteriores, consideradas de alta relevância, tendo em vista a carência de dados na área, sendo uma das estratégias de atuação dos docentes e alunos de Graduação do Curso de Fonoaudiologia e do Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação Humana dentro da UFSM. Além disso, por meio desse projeto será formalizada a parceria dos Ambulatórios de Otoneurologia e Eletrofisiologia do HUSM com o intuito de constituir um atendimento imprescindível na avaliação e diagnóstico diferencial dos distúrbios vestibulares, na área da audiologia, permitindo traçar o perfil otoneurológico do paciente.