NÚCLEO DE ESTUDOS FERROVIÁRIOS DO RIO GRANDE DO SUL (NEFERS)
Pesquisa Em Atividade
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BIOGRAFIAS DE OUTRAS FONTES
IRMÃO ESTANISLAU JOSÉ
Resumo biográfico do “apóstolo ferroviário” ou do “padre das cabras”, Irmão Estanislau Jose (KARL JOSEPH GOLD), nascido em Oberkochen/Württenberg na Alemanha em 1886 e falecido em Santa Maria/RS/Brasil em 1974. Na obra é feito um relato da sua família e os primeiros passos do clérigo como Irmão Marista na Europa. Depois, a sua vinda para o Brasil, onde passou a atuar. Como refere Máximo, a “grande obra” do Irmão Estanislau, através Congregação dos Maristas, acontece junto aos ferroviários do Rio Grande do Sul. Neste espaço de vivências teve grande destaque a sua atuação na área educacional, junto a Cooperativa do Empregados da VFRGS. Juntamente com o Padre Claudio Mascarello, que se dedicou a implantação dos Círculos Operários Ferroviários, com o apoio da empresa VFRGS e COOPFER, tornou-se o responsável pela gestão do ensino das Escolas de Ensino Fundamental (Turmeiras, de Alfabetização e das séries iniciais) até as escolas de Artes e Ofícios (Profissionalizantes), que além de outras medidas de formação/qualificação de professores e aportes sociais às famílias e aos alunos, tornaram os trabalhadores ferroviários gaúchos diferenciados em relação aos demais do Brasil. Foto: Livro Irmão Urbano Máximo |
MANOEL RIBAS
Obra que desvenda a biografia de Manoel Ribas, que permaneceu à frente do governo Paraná por 13 anos – ora como interventor e ora como governador. Os textos abordam temas como o nascimento do personagem em Ponta Grossa e a mudança para o Rio Grande do Sul, o início da carreira política, o relacionamento com a imprensa, as transformações que realizou na educação, indústria, saúde, a criação de novos municípios, a vida familiar e muito mais. O autor usou de história oral de familiares, além de pesquisas em documentos, cartas, fotografias e jornais de época para traçar a biografia de um dos mais importantes homens da história de Santa Maria. Nascido em Ponta Grossa (PR), Manoel Ribas passou 24 de seus 59 anos de vida em Santa Maria, onde foi um dos diretores comerciais mais importantes da Cooperativa dos Empregados da Viação Férrea (Coopfer). Eleito prefeito de Santa Maria, em 1928, iniciou o programa de saneamento urbano e a reforma do sistema municipal de ensino. Foto: F. Fernando Fontana |
BIOGRAFIAS EM FASE DE PESQUISA PELO NEFERS
BALTHAZAR MELLO
Gaúcho nascido na cidade de São Vicente do Sul, em 03 de dezembro de 1921, na localidade de São Rafael, ao longo da vida profissional tornou-se uma liderança no seu meio de trabalho assumidamente adepto ao comunismo, no período de atuação junto a Viação Férrea do Rio Brande do Sul entre os anos das décadas de 1940 e 1960. Este personagem é um dos tantos quanto destacaram-se no meio ferroviário sul-rio-grandense, segmento de trabalhadores que teve no cenário operário brasileiro uma das histórias mais destacadas em função da sua expressividade em número de pessoas, organização social e atuação política, o propiciou a esta categoria laboral condições ímpares de vivências positivas. Como ativista sindical, numa época em que esta forma de associação era proibida aos ferroviários brasileiros, por serem enquadrados como funcionários públicos, Balthazar Mello destacou-se nos movimentos que reivindicavam melhores condições de vida aos trabalhadores. Entretanto, há na historiografia gaúcho um silêncio e um desconhecimento deste personagem. Assim como seus demais companheiros de trabalho, sempre pautou suas ações pelo pragmatismo reivindicatório, cuja atuação se deu na organização e direção de uma entidade laboral, não sindical, a União dos Ferroviários Gaúchos (UFG) e na direção da Cooperativa dos Empregados Ferroviários da Viação Férrea (COOPFER), ambas com sede na cidade de Santa Maria, no estado do Rio Grande do Sul. Foto: Arquivo familiar – Rita de Cássia Batista Obetine |
FERNANDO NEUMAIER
Nasceu em 3 de julho de 1881 na localidade de Altenparkstein (“parque da pedra antiga”), cidade de Weiden, no estado da Baviera, na Alemanha. Veio diversas vezes ao Brasil antes de 1911, a serviço da Borsig, fábrica de locomotivas situada em Berlim, empresa na qual exercia sua profissão como engenheiro mecânico. Além do Brasil, viajou pela Argentina, Paraguai, Espanha montando locomotivas dessa empresa. Casou em 1911, vindo a fixar residência no Rio Grande do Sul, na cidade de Santa Maria, onde passou a trabalhar na Companhia belga Auxiliaire/Brazil Railway. Inicialmente foi Subchefe do setor de Locomoção e depois Chefe das Oficinas Central e do grande complexo industrial KM 3, espaço do qual foi o administrador de construção. Na década de 1940 e 1950 atuou junto a Escola de Artes e Ofícios “Hugo Taylor”, de propriedade da Cooperativa dos Empregados da VFRGS, na condição de diretor da Seção Industrial. Como empresário, atuou no setor madeireiro na cidade de Carazinho e em Santa Maria, quando empreendeu uma fábrica de bebidas e de gelo (pioneira na cidade). Também, geriu uma fábrica de gelatinas e colas de propriedade da família. A biografia de Fernando Neumaier foi a vencedora do Concurso Literário Lei do Livro (edição 2021), promovido pela Câmara de Vereadores de Santa Maria, RS, cujo lançamento está previsto para 2022, na Feira do Livro de Santa Maria. Leia a notícia clicando aqui ou neste arquivo. Foto: Arquivo familiar – Ingrid Neumaier |
União dos Ferroviários Gaúchos – UFG – “A Gauchinha”
Somente após 1945, em função do texto mais liberal da Carta de 1946, foram retomadas as iniciativas de formação de entidades representativas dos interesses desses trabalhadores, tanto no plano nacional quanto no regional.
Naquele momento, mesmo já contando com uma legislação bastante favorável aos anseios da categoria, os ferroviários continuaram a lutar por melhores condições de trabalho e especialmente salários compatíveis às suas necessidades de sobrevivência. Foi nesse ano que surgiu em Belo Horizonte a “União dos Ferroviários do Brasil” (UFB), primeira entidade de caráter nacional organizada e reconhecida pelo grupo profissional gaúcho.
Seguindo o exemplo da entidade nacional brasileira, os ferroviários do Rio Grande do Sul fundaram em Santa Maria no ano de 1952 a “União dos Ferroviários Gaúchos” (UFG), popularmente reconhecida como “a gauchinha”. Será essa entidade, no decorrer dos anos da década de 1950, o meio principal de interlocução dos trabalhadores ferroviários com as autoridades constituídas do governo do Rio Grande do Sul, no trato das questões de interesse da categoria.
Cooperativa dos Ferroviários do RS
Entre as muitas práticas/vivências laborais e sociais no meio ferroviário gaúcho, as ações mais significativas se deveram à Cooperativa de Consumo dos Empregados da Viação Férrea do Rio Grande do Sul Limitada (COOPFER). Entidade que foi durante sessenta anos, pelo menos, a maior referência de associativismo de sucesso entre as diversas categorias profissionais que formavam o proletariado gaúcho.
A sedimentação da experiência cooperativista foi resultado de um esforço coletivo de milhares de trabalhadores da Viação Férrea, começado ainda na época da Compagnie Auxiliaire. Seu auge aconteceu durante o período de administração estatal da rede ferroviária sul-rio-grandense, quando a opinião pública a reconheceu como um dos maiores empreendimentos de atendimento assistencial no contexto geral do mundo do trabalho operário sul-americano.
Com destaque às iniciativas de abastecimento de gêneros de primeiras necessidades às famílias ferroviárias, implantação de uma rede de escolas de formação básica, de alfabetização e ensino técnico, atendimento de saúde e demais medidas de apoio social ao seu imenso quadro de associados e dependentes.
Entre duzentos e trezentos ferroviários instalaram o SYNDICATO COOPERATIVISTA DOS EMPREGADOS DA VFRGS, em reunião realizada no salão do buffet da estação ferroviária de Santa Maria no dia 26 de outubro de 1913. O número de participantes era bastante expressivo, porque representava algo em torno de 15% da força de trabalho da VFRGS naquele momento.
Conforme a “Ata de Instalação”, por aclamação dos presentes no ato, foi designado para dirigir a sessão Luiz Wenceslau Barboza, que ao assumir a presidência convidou para secretariar os trabalhos Carlos Domingos Grivicich, tendo Edgard Paternot como adjunto.
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