LABORATÓRIO DE ARTE E SUBJETIVIDADES (LASUB)
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Extensão
A constituição de si de artistas e profissionais da imagem está atravessada por um processo de sensibilidades e afetos que escapam da cartografia da ciência, mas que de alguma forma ou outra interferem na confrontação plástica e tecnológica do trabalho artístico e analítico. O modo como essa percepção de si se projeta na obra incorpora distintas visualidades e estudos críticos e experienciais que interferem nas culturas e nos paradigmas vigentes em construção. Em um primeiro momento, os estudos feministas, trans e queer tiveram como objeto a linguagem, priorizando a resignificação de categorias e a elaboração de conceitualizações que permitissem operar práticas estéticas e de sexualidades. Através do campo da arte contemporânea é possível perceber que existem reconsiderações e atitudes que (des)envolvem subjetivações esboçando modelos de pensamento e relacionamentos projetados tanto no espaço quotidiano quanto na esfera pública e política, propondo interações e significações utópicas. O seminário pretende tornar público no contexto brasileiro os questionamentos produzidos por artistas e profissionais da imagem, para uma discussão mais ampla de pesquisas em artes e estéticas dissidentes, incorporando dimensões como a sustentabilidade. Almeja-se a construção de uma ciclovia entre a Universidade Federal de Santa Maria e o Centro de Santa Maria. As políticas públicas tendem a reafirmar a diferença de gênero de forma consensual e determinante, reproduzindo categorias assimétricas entre homens e mulheres. Os movimentos LGBTI engessam as subjetivações identitárias, fortalecendo o discurso da supremacia gay e branca. O seminário pretende expor experimentações em poéticas que problematizem os modos de produção de conhecimento de si. Poucas são as dinâmicas acadêmicas na região, que coloquem em debate a (des)configuração identitária. O seminário deseja contribuir para a consolidação da Universidade Federal de Santa Maria como um espaço acadêmico e de produção de conhecimento científico sensível às transformações de gênero e sexualidades, que seja referência para a formulação de projetos acadêmicos e científicos e de políticas públicas que favoreçam a construção de uma cidadania mais livre, justa, antihomofóbica, antipatriarcal e feminista. Inserido no paradigma da arte contemporânea, o projeto possui como objetivo principal construir espaços de discussão e expansão de práticas de (des)configurações artísticas e visuais mediante estúdios críticos de experimentações plásticas e sensíveis no que se refere a corpo, performances, espacialidades, temporalidades, identidades e visualidades na contemporaneidade. Assim como também ampliar as possibilidades de produção de subjetivações e visualidades nas artes, encontrando modos de interferir na esfera pública, para uma modificação das formas de perceber e viver os gêneros, as subjetividades, os afetos e/ou as sexualidades; discutir experiências e produções em artes e estudos queer, trans, feministas e visuais, que permitam compartilhar as reflexões entre outras áreas de conhecimento, contribuindo para uma pesquisa inter e transdisciplinar; e, problematizar a constituição dos/as artistas e sujeitos na contemporaneidade, em relação a necessidades existenciais atuais, nas suas vivências cotidianas, práticas conceituais, reflexões acadêmicas, ativismos, contextos privados, públicos e políticos.
Pesquisa
O projeto pretende pesquisar como determinados(as) artistas (des)configuram a(s) sua(s) identidade(s), propondo processos de subjetivação como práticas artísticas de si. Sugere-se que existe na arte ? contemporânea ? uma dimensão de si trabalhada por artistas que desestabilizam as formas de percepção da individualidade. As múltiplas relações com o(s) outro(s) no mundo modificam os contextos de concepções de si, questionando determinações intrínsecas e fixas. Os distintos desdobramentos dessas práticas artísticas contemporâneas inauguram modos de linguagem, evocando temporalidades e espacialidades em articulação com múltiplas discursividades da cultura, como a literatura ou o cinema. Sugere-se pensar que as condições de possibilidade de (des)configurações identitárias na arte obedecem a uma sensibilidade de vulnerabilidade cultural e, onde as conotações plásticas e visuais constituem-se como uma potência estética de si. Existem implicações significativas a partir das diferentes fragilidades do(a) artista. Como podem ser pesquisadas as múltiplas linguagens dos processos de subjetivação? Quais as noções que predispõem o marco operativo de uma poética condicionada pelos afetos de uma cultura? A pesquisa contribui para o campo da pesquisa em arte contemporânea em um contexto de interdisciplinaridade, investigando os processos de subjetivação que interferem na constituição de si do(a) artista.