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Conheça a história da PoliFeira e sua relação com o curso Técnico em Fruticultura

A feira universitária foi criada a partir de projeto de ensino



A PoliFeira do Agricultor, que hoje é uma referência em alimentos sem agrotóxicos e com uma assistência técnica disponibilizada aos feirantes, iniciou suas atividades em 2017. A história de sua criação está ligada com atividades desenvolvidas no Curso Técnico em Fruticultura do Colégio Politécnico. Nas aulas de Mercados e Consumo, ministradas por Gustavo Pinto da Silva, discutia-se a importância da comercialização direta. André, um aluno do curso, sempre questionava o porquê de não existir uma feira dentro do Campus da UFSM, que pudesse aproveitar o potencial de consumo das pessoas que circulam nesse espaço. Foi assim, com o apoio da direção Central da UFSM e do Colégio Politécnico, que começou a se estruturar o desenvolvimento do projeto.

Localizada inicialmente dentro da Universidade Federal de Santa Maria, a feira conta, todas as semanas, com a presença da comunidade acadêmica. A ideia da PoliFeira, trazida por André Raddatz, se desenvolveu e já é um guia para a constituição de outras feiras no Rio Grande do Sul e fora dele. Ela que tem como pilar mostrar a importância de atividades de ensino fomentadoras do empreendedorismo. Da mesma forma, pode ser vista como uma iniciativa que está inserida em uma tendência mundial – a produção de alimentos saudáveis – que inclui também informar o consumidor sobre o processo produtivo daquilo que consome.

Educação que gera frutos

Fruticultura é o ramo da agricultura que foca na produção, de forma econômica e racional, diversos tipos de frutos com o intuito de comercializá-los. Além de ser muito importante para o bem estar das pessoas, por gerar uma fonte essencial de nutrientes e estar atenta aos aspectos ambientais, ela também é uma atividade geradora de trabalho e renda. Porém, o ramo ainda é pouco desenvolvido na Região Central do Rio Grande do Sul, mesmo que exista a exceção de alguns pomares com viés comercial que, em sua grande maioria, são voltados à produção para consumo próprio. Segundo Gustavo Pinto da Silva, coordenador do Curso Técnico em Fruticultura da UFSM, em Santa Maria não é diferente, por isso, a cidade é dependente de quase toda a fruta que nela é consumida e importa de outras regiões do país. Apesar de ser uma iniciativa de pequeno porte, a feira é um exemplo de como pode-se buscar o auto-abastecimento.

O Técnico em Fruticultura foi ofertado em 2015, nos polos de Educação a Distância de Santa Maria, Agudo e São João do Polêsine, e formou alunos de diversos municípios do Rio Grande do Sul. O curso foi concebido para quem pretende implantar ou melhorar pomares para o consumo próprio de frutas, para aqueles que desejam empreender para geração de renda e, também, para quem quem busca uma colocação de trabalho na área. Com um formato híbrido, o curso conta com grande parte das aulas no modo EaD e com 25% de carga horária presencial, aos finais de semana, o que permite que pessoas sem grande disponibilidade de tempo ou dificuldades de deslocamento possam frequentar as aulas.

O exemplo do surgimento da PoliFeira do Agricultor demonstra o potencial que iniciativas de ensino apresentam para se transformar em situações reais. Depois da ideia começar a tomar forma, o ainda estudante André Raddatz visitou 80 estabelecimentos rurais e levou o convite a eles, para que, juntos, constituíssem a PoliFeira. Desses, permaneceram 24 feirantes. Hoje, ele é um dos agricultores participantes da feira e busca diversificar, com variados tipos de frutas, seu sítio, que está disposto na localidade de Três Barras. O curso de Fruticultura, assim como os demais cursos do Colégio Politécnico, encontra-se com inscrições abertas para ingresso em 2023 e seus organizadores afirmam que esperam poder continuar a gerar novas ideias que, literalmente, produzem muitos frutos.

Texto: Júlia Petenon.
Edição: Giuliana Seerig.
Fotos: Gustavo Pinto.

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