Na quinta-feira, 14 de setembro, foi realizado o segundo encontro da segunda edição do projeto de extensão Repensando a África e o Oriente Médio (REAO): Ciclo Literário. O encontro abordou a obra ‘‘Orientalismo: o oriente como invenção do ocidente’’ de Edward Said e contou com a contribuição da Prof.ª Dr.ª Mariana Selister Gomes (DCS/UFSM).
A professora iniciou a fala introduzindo o livro ao grupo. Orientalismo é uma obra fundamental para compreendermos como a ideia de “ocidente” foi construída por autores ocidentais. O texto se divide em três partes, na primeira o autor trata do alcance do orientalismo; na segunda das estruturas do mesmo e no terceiro do orientalismo na atualidade.
Considerando o contexto, a Dr.ª Mariana iniciou uma roda de conversa trazendo ao debate a importância atual do pós-colonialismo nos principais periódicos contemporâneos e questionando o grupo se, de fato, o colonialismo foi devidamente superado ou se esse movimento teórico é apenas um discurso que visa silenciar os debates que estão fomentando as consequências da colonização.
Posta esta incógnita, o grupo começou a dialogar com a mediadora sobre a questão na perspectiva dos autores Stuart Hall, abordado no primeiro encontro do Ciclo Literário e que busca fomentar o debate sobre o pan-africanismo, e Edward Said. O debate, assim, centrou-se em analisar o pan-africanismo como um movimento crítico que fomenta, em diversos âmbitos, a construção da identidade africana sob a perspectiva dos africanos, e busca romper com o discurso essencialmente Ocidental sobre a história e cultura africana elaborada ao longo dos anos coloniais. Além disso, o grupo também levantou crítica ao autor Edward Said por sua análise se abastecer sobretudo de críticas ao discurso ocidental sobre o que é o oriente real, e não propor outra verdade sobre a região ou a reformular a sua identificação, como o pan-africanismo propõem em seu movimento.
Por fim, o encontro foi finalizado com uma síntese sobre os pontos abordados ao longo do encontro. Correlacionou aos discursos já existentes no ocidente, e presentes na obra analisada no encontro, visando a maior compreensão da desconstrução que o autor buscou trazer ao Orientalismo.
*Nota elaborada por Gabriela Alves de Borba, assistente de comunicação do GECAP.