Na aurora do século XIX, vampiros ofereciam uma intimidade homoafetiva e sedutora, e por isso também perigosa e subversiva. Como o Darvell, de Byron, ou o Ruthven, de Polidori,eles eram aristocratas sombrios que fascinavam seus jovens companheiros de viagem. Ou,
como Geraldine, de Coleridge, e Camilla, de Le Fanu, eram jovens nobres que se insinuavam pelo lar de suas presas, transgredindo os limites da amizade sancionada no período vitoriano.
Havia, sobretudo, uma distinção homoafetiva informada por gênero. No fim do século XIX, o Drácula de Bram Stoker, uma criatura dada a sortilégios hipnóticos em vez de artifícios sedutores, alienou o vampiro da presa, encerrando possibilidades afetivas e forjando o vampiro predador, inato ao século XX. Mas o vampiro queer sobreviveu à virada do século, incorporando ansiedades sociais contaminadas de uma ambiência política e ideológica sem a qual nossos terrores solitários não apresentam capacidade de disseminação.
O seminário “Amores cruéis e desejos dissidentes: performances transgressivas em narrativas vampíricas” tem o objetivo de apresentar e discutir possibilidades transgressivas nas performances de personagens queer em narrativas vampirescas. Este seminário apresenta um
amplo escopo, partindo de obras vampirescas do século XIX em que o vampiro apresenta uma performance queer, como as obras de Samuel Taylor Coleridge, John Polidori e Joseph Sheridan Le Fanu, adentrando produções literárias do século XX e XXI, como as obras de Chelsea Yarbro, Whitley Strieber, Anne Rice, entre outras, e produções cinematográficas que tratem de tais questões.
Datas: 13, 20 e 27 de novembro e 4 de dezembro de 2024
Horário: 18h30min às 22h30min
Plataforma: Google Meet
Inscrições até 10 de novembro. Link: https://forms.gle/6wcSmVED2QbNBZb18