Oubapo: docente do PPGL citada como referência em notícia do jornal Nexo

No último dia 3 de abril, o jornal NEXO realizou matéria sobre o Oubapo, grupo francês que estimula uso
de estratégias lúdicas para criação de histórias em quadrinhos. A matéria cita a pesquisa da professora
Maria Clara Carneiro, docente do Programa de Pós-Graduação em Letras da UFSM e líder de grupo de
pesquisa sobre histórias em quadrinhos e de estratégias similares às do Oubapo em outras linguagens
artísticas, sobretudo a escrita literária.
O Oubapo é um acrônimo em francês que se traduz para Oficina de Quadrinhos Potenciais (OUvroir de la
BAnde DEssinée), fundado nos anos 1990 em Paris por um grupo de autores que tentava pensar o
quadrinho a partir de sua forma. O grupo se inspirava no Oulipo, seu equivalente literário (OUvroir de la
LIttérature POtentielle), que reuniu, entre seus membros, autores conhecidos como Raymond Queneau,
Georges Perec e Italo Calvino. A ideia desses grupos é trabalhar a partir de “restrições”, limitar
voluntariamente o texto antes de começar a escrever. Por exemplo, excluir determinada letra do alfabeto e
buscar formas de contornar aquela letra ausente: procurar outro vocabulário, deixar o texto se encaminhar
a partir dessa limitação. Essa restrição, portanto, acaba levando a pessoa que produz a buscar saídas
criativas para seu labirinto autoimposto.
Entre as atividades do “Grupo de Pesquisa Oficinas, histórias em Quadrinhos e Tradução: teoria da
literatura e práticas literárias” (GPOQT), liderado pela professora Maria Clara Carneiro, há trabalhos
específicos sobre a prática das oficinas nos moldes do Oulipo e do Oubapo, bem como pensar de que
forma a prática lúdica auxilia a pensar teorias do texto e dos quadrinhos. O GPOQT também se desdobra
em oficinas de extensão em que se convida a tais práxoticas (veja o Instagram das oficinas do GPOQT).
A matéria do Nexo discorre sobre a forma como o grupo de quadrinistas francês se estruturou e traz
exemplos já abordados pela professora em artigos acadêmicos e não-acadêmicos. Ao contrário, porém, do
que diz o jornal, não há intenção em combate a invisibilidade do quadrinho diante de outras artes, mas sim de buscar elementos que seriam específicos da linguagem dos quadrinhos em si, e também de explorar e criar potenciais ferramentas de produção de textos e quadrinhos.