O professor Adriano Comissoli, coordenador do Programa de Pós-Graduação em História (PPGH) da UFSM, teve o paper intitulado “Spies and Espionage in the Iberian Atlantic” (“Espiões e espionagem no Atlântico ibérico”) publicado na prestigiada Oxford Research Encyclopedia of Latin American History na terça-feira (23).

O trabalho aborda a política de informação dos impérios espanhol e português, com especial atenção aos serviços de inteligência desenvolvidos entre os séculos XVI e XIX, que permitiam a coleta e repasse de informações obtidas em territórios que respondiam à soberania diversa, ou seja, espanhóis infiltravam-se na América portuguesa tanto quanto portugueses na espanhola. Os agentes de informações atuavam dissimuladamente e até sob disfarces, repassando a oficiais militares de alta patente notícias sobre mobilizações militares e sobre as tendências políticas das regiões rivais, monitorando possíveis ameaças.

A atividade foi particularmente ativa em cidades portuárias e em regiões de fronteira, como a amazônica e a platina. A possibilidade de trânsito de informantes e espiões demonstra que as regiões de fronteira eram porosas e permitiam diferentes formas de integração, a despeito das determinações das Cortes europeias. Por sua vez, a ação de espionagem formava um circuito de comunicação que podia alcançar os monarcas em Lisboa e Madri, afetando as decisões das duas Coroas.

A Oxford Research Encyclopedia é um projeto da Universidade de Oxford que objetiva servir de base à pesquisa científica. Convida profissionais pesquisadores de diversas áreas do conhecimento para escreverem sínteses sobre temas delimitados, fazendo balanços da literatura especializada e apontando meios de aprofundar o assunto, seja com bibliografia ou com pesquisa de campo. Os capítulos da enciclopédia são avaliados por pares anônimos, garantindo a qualidade. A enciclopédia tem artigos de acesso gratuitos e outros restritos. A assinatura é realizada apenas para instituições.

“Publicar na Oxford Research Encyclopedia é um passo decisivo na política de internacionalização do PPGH-UFSM e mostra que seus pesquisadores estão em sintonia com iniciativas da comunidade científica internacional, debatendo de igual para igual com seus colegas do mundo todo”, afirma Adriano.