Linha de Pesquisa
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Projetos de Pesquisa por Docente
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ÉTICA NORMATIVA, METAÉTICA E ÉTICA APLICADA
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Coordenador: EDUARDO VICENTINI DE MEDEIROS
- Projeto: Críticas filosóficas do casamento
- Resumo: O coordenador do presente projeto idealizou e coorganizou o evento internacional “Till Reason Do Us Part. Críticas filosóficas do casamento”, realizado em plataforma de transmissão online entre 25 e 28 de Janeiro de 2021. O evento contou com a participação de vinte e seis pesquisadores das áreas do Direito, Filosofia, História, Letras e Psicologia, representando universidades do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, Canadá, Estados Unidos e França. A realização do evento “Till Reason Do Us Part. Críticas filosóficas do casamento” oportunizou a criação de uma rede acadêmica interdisciplinar de pesquisa sobre as molduras jurídicas, políticas e morais da instituição do casamento. O projeto persegue três objetivos: 1) Promover o reposicionamento da discussão pública sobre o casamento, caracterizando-o como uma uma técnica de coordenação para resolver problemas sociais recorrentes; 2) Mapear e sistematizar a variabilidade das dinâmicas de associação no casamento, por meio da identificação dos principais vetores que foram propostos na literatura filosófica para reformas desta instituição; 3) Mapear e sistematizar as representações da instituição do casamento, com especial atenção à literatura de ficção no idioma português. De acordo com a conveniência e interesse dos demais participantes do projeto, este objetivo pode ser ampliado para outras manifestações estéticas, inclusive em outros idiomas.
- Projeto: Norma e Modalidade
- Resumo: O presente projeto situa-se na linha de pesquisa ‘Ética Normativa, Metaética e Ética Aplicada’. Os objetivos do projeto são (1) oferecer uma unificação temática e (2) analisar um conjunto pré-selecionado de investigações contemporâneas sobre cognição modal e cognição normativa,abrangendo aspectos da Metafilosofia, Semântica, Psicologia Cognitiva, Psicologia Social e Filosofia Moral Experimental. Por ‘cognição modal’ compreende-se as representações linguísticas e demais processos mentais que utilizam os conceitos de ‘possibilidade’ e ‘necessidade’. Por exemplo, quando afirmamos que é possível beber uma taça de vinho ou imaginar um poliedro convexo, ou quando dizemos que é necessário que um triângulo tenha três lados ou concluímos que é necessário abrir a porta para entrar na sala. Por cognição normativa, de modo amplo, compreende-se as representações linguísticas e demais processos mentais que cumprem as funções de direcionar e coordenar ações individuais e coletivas. Por exemplo, quando dizemos que é proibido fumar em sala de aula ou lembramos que é obrigatório manter o silêncio em hospitais. A premissa básica do projeto, que unifica as discussões nas diferentes áreas mencionadas acima e permite sua análise, é que as relações estruturais e funcionais entre cognição modal e cognição normativa são explicitadas pelo uso compartilhado de mecanismos recrutados pelo pensamento contrafactual. Os objetivos do projeto são (1) oferecer uma unificação temática e (2) analisar um conjunto pré-selecionado de investigações contemporâneas sobre cognição modal e cognição normativa, abrangendo aspectos da Metafilosofia, Semântica, Psicologia Cognitiva, Psicologia Social e Filosofia Moral Experimental.
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Coordenador: FLAVIO WILLIGES
- Projeto: Psicologia moral: pessoa e emoções
- Resumo: O projeto consiste numa investigação filosófica do papel que as emoções e o “eu” desempenham no comportamento moral humano.
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Coordenadora: JULIANA OLIVEIRA MISSAGGIA
- Projeto: As transformações da filosofia moral à luz da teoria feminista
- Resumo: O objetivo do projeto é investigar as origens das reflexões da teoria feminista sobre o campo da filosofia moral e seus principais desdobramentos. Esse âmbito de estudos, depois denominado “ética feminista”, parte da reflexão sobre se o gênero interfere ou não na moralidade, questionando se existe algo como uma moral tipicamente “feminina” (em oposição à moral “masculina”). No caso de responder afirmativamente, questiona então qual a origem dessa diferença – se social ou biológica, por exemplo – e, também, se a moralidade feminina poderia ser considerada superior ou inferior à masculina. Com o objetivo de traçar as principais contribuições da filosofia feminista para a revisão de uma ética que desconsiderava questões de gênero, parte-se das origens do debate, a partir dos séculos VIII e XIX, sobre como o gênero incide na esfera da moralidade. A seguir, investiga-se as duas principais linhas de abordagem contemporâneas: aquelas com ênfase na desigualdade social, que questionam as razões e consequências (políticas, econômicas, etc.) da exclusão da mulher como sujeito ético pleno, e aquelas abordagens com foco no “cuidado”, as quais dão ênfase em traços e comportamentos tipicamente associados ao feminino e questionam sua importância e pertinência para a reconfiguração da filosofia moral.
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Coordenador: MARCOS FANTON
- Projeto: Injustiça, opressão e ideologia em uma perspectiva estrutural
- Resumo: Grande parte da literatura contemporânea em filosofia normativa tem se dedicado a explorar a importância da dimensão social e informal, que incluem processos, estruturas, normas e práticas sociais, para abordar e explicar questões sobre injustiça, desigualdade e opressão. Esse projeto, alinhado a essas propostas recentes, pretende investigar dois pontos importantes sobre tais temas. O primeiro irá discutir a definição de ‘estrutura social’ (e correlatos) e compreender como ela pode servir de explicação causal para a emergência e perpetuação de formas específicas de injustiça e opressão (ou de privilégio) a determinados grupos sociais. O segundo irá explorar a recente reatualização do conceito de ideologia, que, por meio de crenças, valores e práticas sociais, pode servir de justificação e naturalização do status quo.
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FENOMENOLOGIA E COMPREENSÃO
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Coordenador: MARCELO FABRI
- Projeto: Entre a Fenomenologia e a Ética
- Resumo: Trata-se de examinar a tensão entre ontologia e ética tomando como fio condutor o conceito de ipseidade. Em vez de se propor a escolha entre ontologia e ética, como se fossem abordagens filosóficas excludentes, procura-se pensá-las a partir de um si-mesmo que, graças ao método fenomenológico, será descoberto numa condição de anterioridade em relação às escolhas ou adesões que ambas (ontologia e ética) terminam pressupondo ou exigindo. Heidegger fala em escuta do Ser, Levinas, por sua vez, propõe o acolhimento do Outro, mas ambas as alternativas são tributárias de um Si (Selbst, Soi) que somente uma análise fenomenológica genética, consolidada e desenvolvida por Husserl, sobretudo durante os anos 20 do século passado, estaria em condições de resgatar. A pergunta que guiará a presente pesquisa é esta: a tensão entre ontologia e ética, que, em boa medida, marcou a reflexão fenomenológica do pós-guerra na França, e que se efetivou principalmente pela leitura levinasiana de Heidegger, não pressupõe um ?terceiro termo? para ser compreendida, uma ipseidade que, sem realizar nenhuma síntese, seria a condição de possibilidade tanto da ética quanto da diferença ontológica? Além disso, pergunta-se: em que medida a fenomenologia do si-mesmo pode ser uma chave interpretativa importante não somente para se compreender a relação de Levinas com Heidegger, mas também e, sobretudo, as motivações filosóficas que marcaram o pensamento de fenomenólogos tão eminentes como Sartre, Merleau-Ponty, Michel Henry, Ricoeur e Marion.
- Projeto: Fenomenologia e metafísica: o que vem depois do sujeito?
- Resumo: Trata-se de examinar a relação da fenomenologia com a metafísica tomando como fio condutor as descrições do sujeito num contexto pós-metafísico, realizadas por alguns dos principais filósofos de orientação fenomenológica. Mais especificamente: trata-se de examinar o conceito fenomenológico de Filosofia Primeira a partir do assim chamado fim da metafísica.
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Coordenador: NOELI DUTRA ROSSATTO
- Projeto: Gnosticismo Politico
- Resumo: Consiste na avaliação das principais premissas atribuídas ao gnosticismo politico, que aparecem na historiografia joaquimita de corte contemporâneo mais progressista e nas apropriações das mais variadas tendências neoconservadoras. Para tanto, serão avaliadas as fontes historiográficas nas quais Eric Voegelin (1901-1985) se ampara para afirmar suas teses sobre Joaquim de Fiore (s. XII) e o situar entre os precursores das modernas filosofias da história.
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Coordenador: ROBSON RAMOS DOS REIS
- Projeto: Fenomenologia da estrutura processual da experiência de possibilidades
- Resumo: O tema do projeto é a experiência de possibilidades, elucidada no marco do pluralismo ontológico hermenêutico. A definição do tema assume a teoria fenomenológica segundo a qual os comportamentos intencionais são condicionados por uma experiência compreensiva de possibilidades. O objetivo da investigação é elucidar a estrutura da experiência de possibilidades. Será proposta a sugestão de que a estrutura da experiência de possibilidades consiste em uma unidade de processos com diferentes modos de ser. A investigação do tema adota o recurso metodológico da variação factual, que será operacionalizado no domínio da experiência da enfermidade por pacientes oncopediátricos. Com base nos estudos conduzidos na Oncologia Paliativa Pediátrica, o foco do projeto é a experiência do sofrimento existencial originado da compreensão da morte e do morrer adquirida por pacientes na trajetória da enfermidade. Será examinada a conjectura de que o efeito disruptivo desse tipo de sofrimento atinge a experiência de possibilidades. A experiência de possibilidades será caracterizada com base na teoria fenomenológica dos sentimentos existenciais. Nesse sentido, a análise do sentimento existencial de esperança radical fornece o suporte para abordar o efeito disruptivo do sofrimento existencial na experiência de possibilidades. Será avaliada a hipótese de que a estrutura dinâmica da experiência de possibilidades consiste numa unidade de processos existenciais e orgânicos, que mantém entre si uma relação de dependência ontológica. Os resultados previstos terão impacto nos problemas da Metafísica da experiência modal, na elucidação do conceito de sofrimento, na teoria fenomenológica da esperança e nos problemas de fundamentos das ciências da saúde e da Oncologia Paliativa Pediátrica.
- Projeto: Rede de pesquisa em fenomenologia naturalizada, hermenêutica e teoria da enfermidade
- Resumo: Projeto estratégico de colaboração em pesquisa na área da Filosofia, na especialidade da Fenomenologia aplicada às Ciências da Saúde. As atividades de pesquisa e ensino serão realizadas em colaboração com pesquisadores de duas três universidades colombianas e estarão concentradas no exame de temas em teoria da enfermidade a partir do marco metodológico da fenomenologia e hermenêutica naturalizadas. O projeto foi contemplado com recursos no Programa de Internacionalização da Pós-Graduação no RS – Edital Fapergs/Capes 06/2018.
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Coordenador: SILVESTRE GRZIBOWSKI
- Projeto: Fenomenologia da subjetividade (afetividade, fenômeno/vida e religião)
- Resumo: Desenvolver o tema da subjetividade na filosofia e na fenomenologia. A pesquisa origina-se a partir dos estudos realizados dentro da tradição filosófica/fenomenológica que ao formular/apresentar o método fenomenológico partem da subjetividade transcendental, assim deixa-se de lado a imanência ou a cogitatio. O problema surge porque a cogitatio é deslocada, – o deslocamento da cogitatio – da percepção real, do juízo real, da vida, pois, com a redução o olhar dirigido a ela é um ato de ver puro. A releitura da cogitatio como primeiro ver permite mostrar o logos como fenômeno originário. O objetivo do projeto é apresentar a fenomenologia da subjetividade no aparecer originário como começo absoluto no aparecer que é o experimentar-se a si mesmo (S´éprouve soi-même) considerado em si mesmo como tal, Ser Sentindo-se na auto-afeição e assim realiza-se em cada momento uma experiência única e real de si mesmo nas tonalidades afetivas do sofrer e do gozar. A pesquisa será nucleada por três grandes temas: afetividade, vida/relação e religiões. Estará apoiada nas teorias de Husserl, Heidegger, Michel Henry, Emmanuel Levinas, kierkegaard, Edtih Stein e Simone Weil.
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LINGUAGEM, REALIDADE E CONHECIMENTO
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Coordenador: CESAR SCHIRMER DOS SANTOS
- Projeto: Laboratório de Filosofia da Memória da UFSM (MemLab-UFSM)
- Resumo: Criado em 2017 pelo Prof. Dr. César Schirmer dos Santos, o Laboratório de Filosofia da Memória da UFSM (MemLab-UFSM) se dedica a formar pesquisadores de filosofia da memória. [Objetivos] O principal objetivo do Laboratório de Filosofia da Memória da UFSM (MemLab-UFSM) é formar pesquisadores de filosofia da memória. Para tanto, o MemLab-UFSM se dedica a promover reuniões de pesquisa, fomentar a participação dos participantes do laboratório em eventos internacionais e nacionais, e a organizar eventos relacionados à filosofia da memória. Mais detalhes no website do MemLab-UFSM: https://www.mnem.xyz/lab. [Justificativa] Trabalhando em coordenação com o Centre for Philosophy of Memory (http://phil-mem.org/index.php) da Université Grenoble Alpes e com o centro Concept (https://concept.phil-fak.uni-koeln.de/) da Universität zu Köln, o Laboratório de Filosofia da Memória da UFSM (MemLab-UFSM) é uma maneira eficiente de fazer com que graduandos e pós-graduandos do Departamento de Filosofia da UFSM se integrem às redes de pesquisa internacionais da área de filosofia da memória. [Resultados esperados] Diretamente, espera-se que haja ao menos dez reuniões anuais do Laboratório de Filosofia da Memória da UFSM (MemLab-UFSM). Indiretamente, espera-se que os participantes do MemLab-UFSM participem de eventos acadêmicos (internacionais e nacionais) e submetam trabalhos para revistas importantes da área de filosofia.
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Coordenador: FRANK THOMAS SAUTTER
- Projeto: Abordagem Informacional à Lógica
- Resumo: Proponho o desenvolvimento teórico e prático de uma abordagem informacional à Lógica. No plano teórico examinarei as possibilidades de fundamentação da Lógica em termos puramente informacionais, ou seja, uma fundamentação na qual a noção de verdade ocupa um posto secundário e é utilizada apenas como elemento ideal para fins de simplificação da construção. No plano prático desenvolverei métodos diagramáticos de prova para lógicas não clássicas a partir de uma leitura informacional dos elementos gráficos. Essa abordagem informacional à Lógica requer uma crítica e uma divergência em relação à Tese da Veracidade incorporada à noção de informação fortemente semântica utilizada por Luciano Floridi.
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Coordenador: JOSE LOURENCO PEREIRA DA SILVA
- Projeto: Epistemologia antiga: dos pré-socráticos a Platão
- Resumo: É possível a mente humana obter conhecimento do mundo? Se sim, como atingimos a verdade e de que modo nosso conhecimento se constitui? Questões fundamentais como essas foram postas pelos pensadores do período arcaico e clássico grego em seus esforços para oferecer uma explicação da realidade e de nossa apreensão dela que fosse mais racional e menos dependente de crenças religiosas tradicionais. De maneira ora mais ora menos consciente os filósofos pré-socráticos, os sofistas, Sócrates e Platão assumiram compromissos com teses epistemológicas e tentaram dar conta do fenômeno do conhecimento humana, refletindo sobre sua natureza, origem, limites e condições. O objeto dessa pesquisa é a contribuição que os pensadores sob consideração deram para o que passou a ser chamado epistemologia. Mediante análise das evidências textuais, visamos reconstruir, examinar e interpretar as afirmações epistemológicas daqueles filósofos antigos e buscar evidenciar como, em cada caso, podem ser erigidas como teoria do conhecimento, isto é, um conjunto coerente de alegações sobre a relação entre o cognoscente e o cognoscível.
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Coordenadora: MITIELI SEIXAS DA SILVA
- Projeto: Émilie du Châtelet e a relação entre experiência e razão no século XVIII: notas sobre a formação do cânone, a busca pelo conhecimento e a história da filosofia moderna
- Resumo: A pesquisa em história da filosofia tem passado por profundas mudanças a partir do reconhecimento da necessidade de uma revisão do cânone filosófico (WHAITE, 2015; HUTTON, 2015). Esse reconhecimento é recente, mas, como testemunha o trabalho de inúmeras pesquisadoras, é persistente e será duradouro. Reconhecer que a história da filosofia, como comumente encontrada nos manuais e reproduzida em artigos, livros didáticos e planos de aula, é excludente e parcial impõe dois movimentos. O primeiro deles consiste em uma consideração séria e profunda acerca dos critérios para considerar uma obra canônica, suas condições internas e externas de produção e suas possibilidades filosóficas. Esse trabalho está sendo realizado por pesquisadoras e pesquisadores no mundo inteiro e precisa ser aprofundado, uma vez que objetivar uma mudança no cânone filosófico impõe discutir o que ele é (HAGENGRUBER, 2015). Por sua vez, o segundo movimento imposto pelo reconhecimento da parcialidade da história da filosofia é, por assim dizer, positivo: para inscrever novos temas, filósofas e obras e, assim, reconstruir a história da filosofia de um modo que seja não apenas mais rico, mas, sobretudo, mais fiel aos reais desdobramentos históricos, é crucial fazer história da filosofia. Essa obviedade significa que é importante e necessário conduzir nossos esforços na direção de um estudo pormenorizado nas fontes primárias. Tendo esse pano de fundo, o presente projeto de pesquisa dedica-se a dois temas principais. De modo particular, objetivamos estudar o impacto da obra filosófica de Émilie du Châtelet na condução de uma discussão filosófica típica do século XVIII, a saber, a relação entre experiência e razão na busca pelo conhecimento científico. Como sabemos, o século XVIII é herdeiro da profunda revolução nos métodos da ciência operada por Galileu Galilei no XVII. Segundo historiadores, embora experimentos fossem utilizados na ciência, é apenas nos séculos XVII e XVIII, que a experiência adquire estatuto de confiabilidade para provar e testar hipóteses científicas (DEAR, 1995). É apenas nessa época, portanto, que a experiência passa a figurar como uma fonte segura para o conhecimento. O debate acerca da relação entre experiência (representada ora pelos experimentos, ora pela faculdade da sensibilidade) e razão adquire um caráter de urgência nesse período e diferentes filósofos e filósofas das mais variadas correntes e preferências vão dedicar suas obras para discutir essa relação: Descartes, Leibniz, Wolff, Locke, Berkeley, Hume, Newton, Voltaire, Kant. A lista típica dos filósofos modernos como apresentados nos manuais não costuma incluir, contudo, representantes mulheres. A realidade dos manuais não sobrevive à historiografia recente: a participação das mulheres na história da filosofia tem sido sistematicamente demonstrada (WHAITE, 2015; ATHERTON, 1994; HAGENGRUBER, 2015). Para a agenda de pesquisa que nos interessa, é de particular importância a obra filosófica de Émilie du Châtelet (LE RU, 2019; DETLEFSEN, 2018). A filósofa iluminista francesa ocupa um lugar de destaque nessa discussão por fornecer um exemplo tanto de síntese dos termos desse debate, quanto uma fonte por si própria para investigar outras possibilidades de resposta e vieses possíveis de interpretação dessa relação. Isso porque, Du Châtelet não apenas conduziu experimentos com Voltaire, como como correspondeu-se com Wolff (BLANK, 2019) e influenciou o primeiro escrito de Immanuel Kant (HAGENGRUBER, 2019). Por fim, dado o caráter revisionista e reconstrutivo do presente projeto de pesquisa, ao lado do tratamento da obra de Du Châtelet, impõe-se a necessidade de enfrentar questões sobre o método e os critérios para reconstruir o cânone filosófico.
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Coordenadora: NARA MIRANDA DE FIGUEIREDO
- Projeto: Enativismo: influências e desdobramentos
- Resumo: A questão central que direciona essa pesquisa é a de como o enativismo, que é uma teoria recente da cognição, pode influenciar desenvolvimentos em pesquisas sobre a linguagem e em perspectivas filosóficas em geral. Com base em um de seus princípios básicos, a saber, que organismo e mundo se constituem mutuamente, investigo quatro modos que o enativismo e, mais especificamente o enativismo linguístico, podem influenciar desenvolvimentos em perspectivas filosóficas e em pesquisas tanto teóricas quanto empíricas acerca da linguagem. São elas, (i) a epistemologia dos eixos, que pode adotar princípios enativistas para rejeitar o ceticismo cartesiano; (ii) as bases filosóficas da teoria da evolução, que viria a assimilar desenvolvimentos recentes da biologia evolutiva e arqueologia cognitiva em direção a uma concepção de evolução como deriva natural; (iii) a nossa compreensão e consideração teórica de ações significativas em contextos não verbais de interação, que podem gerar novos desenvolvimentos para a filosofia da linguagem e linguística cognitiva; e (iv) as implicações da validação de ações significativas como componentes linguísticos para a identificação, sistematização e reflexão sobre fenômenos sociais no contexto de epistemologias afetivas feministas
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Coordenador: TIEGUE VIEIRA RODRIGUES
- Projeto: Conhecimento, racionalidade e informação: questões teóricas e práticas
- Resumo: Qual a relação entre conhecimento, racionalidade e informação? Intuitivamente entendemos que estes termos parecem manter uma estreita relação de proximidade e muitas vezes de sobreposição, apesar de possuírem uma natureza própria e serem independentes entre si. Na literatura filosófica especializada podemos encontrar alguns indícios sobre como seriam tais relações, mas nenhuma trata ou relaciona estes três termos de modo mais especifico. Por um lado, temos a tradição epistemológica que concebe uma estreita relação entre conhecimento e racionalidade, mas que muito pouco tem a dizer sobre a noção de informação. Por outro lado, temos as teorias e engenharias da computação e da comunicação que se preocupam, quase que exclusivamente, com a noção da informação, ignorando ou desconsiderando qualquer relação que ela possa manter com o conhecimento e com a racionalidade. Pretendemos, portanto, com esse projeto de pesquisa, analisar e problematizar os conceitos de conhecimento, racionalidade e informação, bem como investigar as propriedades e relações compartilhadas por estas noções tanto relacionadas ao âmbito prático quanto teórico.
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