Sumário
1- As raízes rurais da feira da Sulanca no Agreste Pernambucano
2 – Os estudos de extensão pesqueira nos Programas de Pós-Graduação em Extensão Rural
Diego Neves de Sousa
3 – Compreendendo a pesca artesanal sob a ótica da multifuncionalidade e pluriatividade. Estudo de caso.
Diana Mendes Cajado, Ivana Leila Carvalho Fernandes, José Glaudervane Silva, Gema Galgani Silveira Leite Esmeraldo
Luiza Araujo Damboriarena, João Garibaldi Almeida Viana
5 – Coletor solar para pré-aquecimento do ar em sistemas de secagem: estudo de caso – cura do tabaco
Martha Lisa Rodrigo Schuck, Joaquim Pizzutti dos Santos, Roberta Mulazzani Doleys Soares, Giana da Rocha Zófoli, Liége Garlet, Giane de Campos Grigoletti
Anderson Sartorelli, Anelise Graciele Rambo
Para abrir o quarto volume da Revista Extensão Rural apresentamos o artigo da Profª. Annahid Burnett que trata de compreender as práticas socioeconômicas as quais instituíram a Feira da Sulanca da Mesorregião do Agreste de Pernambuco. Burnett apresentou no trabalho que o referido aglomerado tem como fundamento os costumes de origem rural da região – o sítio como unidade produtiva e espaço para a organização produtiva familiar e domiciliar e a feira como espaço para as práticas socioeconômicas e culturais desses atores sociais. Os costumes permitiram o estabelecimento de redes sociais de parentesco e amizades em nível nacional, transformando simples retalhos descartados em mercadoria e consequentemente em complementação de renda do sítio, conclui a autora.
Nesta edição, a revista publica duas pesquisas – uma sobre extensão pesqueira e outra sobre a pesca artesanal. Estudos estes que merecem destaque por ingressar num grupo seleto de estudos no Brasil sobre a temática. Assim sendo, o segundo artigo é escrito por Diego Neves de Sousa que mapeia os estudos de extensão pesqueira encontrados nos Programas de Pós-graduação em Extensão Rural no Brasil. Sousa afirma que, entre os resultados, considerou que os estudos voltados às questões da extensão pesqueira são escassos e pouco explorados pela academia e instituições de pesquisa e extensão. A carência de dados técnicos, econômicos, sociais e ambientais deste setor é um fator limitante para que extensionistas e empresas de ATER/ATEPA possam realizar uma adequada intervenção pautada nas especificidades dos pescadores e aquicultores familiares, visto que faltam conhecimentos empíricos e teóricos disponíveis para o desenvolvimento da atividade, finaliza o autor.
Em seguida, com tema análogo, o terceiro trabalho é escrito coletivamente por Diana Mendes Cajado, Ivana Leila Carvalho Fernandes, José Glaudervane Silva e Gema Galgani Silveira Leite Esmeraldo. Os autores analisam a pesca artesanal desenvolvida na comunidade Apiques, Assentamento Maceió, Itapipoca-CE à luz da multifuncionalidade e identificam as atividades no âmbito da pluriatividade realizadas pelas famílias desta comunidade. Os autores concluem que as rendas extras, apesar de não estarem diretamente relacionadas com a manutenção dos sistemas de produção, são essenciais para a reprodução familiar. Porém, alertam que a obtenção de renda extra através de trabalhos não agrícolas não aparece externa a todos os tipos de sistemas de produção. Por isso, mostra-se importante ampliar as oportunidades de emprego no âmbito da pluriatividade, afirmam os pesquisadores.
O quarto artigo é assinado por Luiza Araujo Damboriarena e João Garibaldi Almeida Viana. Os autores analisam o mercado externo da carne bovina do Rio Grande do Sul e suas potencialidades em prol do desenvolvimento com base no território das regiões Fronteira Oeste e Campanha do Estado. Os pesquisadores concluem que a carne gaúcha, mesmo apresentando diferencial competitivo, não apresenta valorização superior, visto que os preços médios pagos pela carne do Rio Grande do Sul no mercado internacional são aproximadamente 10% inferiores aos preços médios nacionais. Além disso, a participação do estado no rebanho efetivo nacional é superior a participação no total das exportações. Percebe-se, com isso, uma grande oportunidade para a pecuária de corte através da penetração em nichos de mercados específicos, complementam os autores.
O quinto artigo é escrito coletivamente por Martha Lisa Rodrigo Schuck, Joaquim Pizzutti dos Santos, Roberta Mulazzani Doleys Soares, Giana da Rocha Zófoli, Liége Garlet e Giane de Campos Grigoletti. Neste artigo de caráter conspícuo, será apresentada a construção e a avaliação da eficiência de um coletor solar plano para pré-aquecimento do ar, executado com materiais de baixo custo, a ser utilizado em sistemas de secagem. Os autores concluem que o protótipo do coletor, construído na cidade de Santa Cruz do Sul – RS, com uma área de 3m2, demonstrou ser de fácil execução, de forma que o próprio agricultor poderia fazê-la. Além do custo benefício da utilização de materiais de baixo custo e retorno do investimento em 3 ou 4 anos, assinalam os pesquisadores. É uma contribuição para o campo prático que os agricultores familiares podem utilizar na produção de tabaco.
O último artigo que fecha esta edição é derivado de uma pesquisa de Anderson Sartorelli e da Prof. Anelise Graciele Rambo. Os autores trazem uma proposta teórico-metodológica para compreender como vivem os agricultores familiares produtores de tabaco no município de Laranjeiras do Sul/PR. Desta forma, a proposta desenvolvida consistiu no levantamento do Índice de Meios de Vida (IMV) e do Índice de Condições de Vida (ICV) tendo em vista a implementação da Convenção Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT), um tratado internacional do qual o Brasil é país signatário e facilitador. A hipótese estabelecida pelos autores é comprovada, ou seja, as famílias produtoras de tabaco diversificadas possuem melhores meios e condições de vida em relação às demais. A diversificação produtiva permite uma maior capacidade para funcionar no meio rural ampliando as possibilidades econômicas, sociais e ambientais e as escolhas que as famílias podem realizar para melhorarem o espaço onde vivem e levarem a vida que desejam, concluem os autores. Este artigo fecha este número da Revista Extensão Rural.
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Revista Extensão Rural (Santa Maria)
ISSN impresso: 1415-7802
ISSN on-line: 2318-1796