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DA TERRA AO PÃO: A REFORMA AGRÁRIA COMO CONDIÇÃO PARA GARANTIA DA SEGURANÇA ALIMENTAR A PARTIR DA COOTAP- LTDA

Autora: Cassiane Fortes Bueno

Orientador:  Prof. Dr. Luiz Ernani Bonesso de Araújo

 

                Entre as diversas questões mal resolvidas durante a formação e construção do Brasil, a questão fundiária chama atenção, tanto pelo índice de concentração que atinge o país há séculos, quanto pelo impacto que essa concentração causa nas mais diversas áreas da sociedade. No Brasil o debate sobre a fome é cotidiano, apesar de fases melhores, como entre 2004 e 2012, é sempre um assunto que não sai do debate político.

                Na intersecção desses dois assuntos surgem argumentos no sentido de que o Brasil é o maior produtor de alimentos, que o agronegócio brasileiro alimenta o país (e até o mundo) e por isso deve ser ovacionado, neste debate raso a distribuição de cestas básicas se torna o ponto principal no combate à fome. Ocorre que é necessário maior reflexão acerca do modelo produtivo que é adotado no Brasil, baseado em latifúndios, monocultores, que visam a produção de grãos para a exportação, que alimentarão porcos, galinhas e gado em diversos países do mundo. Isto é, o modo de produção no Brasil, hoje, não tem a intenção de contribuir para a segurança alimentar e nutricional dos brasileiros.

                Assim, uma das perguntas a ser respondida é como mudar esse modelo de produção e a consequente maior produção de alimentos saudáveis. Respondo: Reforma Agrária Popular. Através da distribuição de terras, desde que aliada a outras políticas de fomento à agricultura familiar, orgânica e agroecológica é possível observar um outro cenário. Por isso eu trabalho busca questionar: quais os limites e as possibilidades dos assentamentos da reforma agrária configurarem-se como fatores decisivos na garantia da segurança alimentar para os assentados e para a comunidade, a partir do estudo de caso dos assentamentos que fazem parte da Cooperativa Dos Trabalhadores Assentados Da Região De Porto Alegre LTDA (COOTAP)?

                Para tanto, uma das ferramentas utilizadas foi a coleta de dados através de pesquisa de campo, objetivando realizar um estudo sobre as condições de alimentação dos assentados ligados à COOTAP, além dos impactos da cooperativa para a comunidade, no período entre 2020 e 2021, a fim de verificar de que modo a democratização da terra pode colaborar com o direito à alimentação adequada e saudável. A pesquisa foi quantitativa e qualitativa, a primeira encontrou dados através da EBIA, escala também utilizada pelo IBGE, enquanto a segunda foi realizada por entrevistas semiestruturadas.

                Com isso, observou-se que os dados dentro dos assentamentos vinculados à COOTAP são muito superiores aos encontrados no Brasil, como um todo, não foram encontradas famílias em situação de insegurança alimentar moderada e grave, nem em situação de fome. Além disso, a produção para autoconsumo tem papel fundamental neste cenário, bem como a organização e formação que a cooperativa propicia para os cooperados.

Quer entender um pouco mais sobre a formação fundiária no Brasil e como ela afeta a alimentação de todos? Confira a publicação do trabalho no manancial da UFSM.