Lançamento do livro A formação da agricultura familiar no país da grande lavoura
O Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, conjuntamente com o Prof. Dr. Everton Lazzaretti Picolotto (Departamento de Ciências Sociais/UFSM), autor da obra, tem a alegria de convidar a comunidade acadêmica para o evento de lançamento na UFSM do livro “A formação da agricultura familiar no país da grande lavoura“.
Publicado em 2022 pela Editora Appris, a obra é o resultado de investimentos em pesquisa de mais de 10 anos, e pode ser encontrada nas livrarias digitais da Amazon, Cultura, Americanas, Magazine Luiza, e no site da Editora Appris.
O evento de lançamento ocorrerá na próxima sexta-feira, dia 07/10, às 16h, no Auditório do Núcleo de Estudos em Agricultura Familiar – NESAF, prédio 44F do Centro de Ciências Rurais da UFSM.
Na oportunidade será realizado um debate com os Professores Marcos Piccin (PPGExR e PPGCS da UFSM) e Douglas Censi (Coordenador da Fetraf – RS), com moderação da Prof.ª Iolanda Araujo (Pesquisadora do Instituto Redee Terra – UFSM).
Sinopse da obra:
A emergência da categoria agricultura familiar e dos agricultores familiares como personagens é recente na história brasileira. Especialmente nas últimas décadas, vem ocorrendo um processo de construção da categoria agricultura familiar enquanto modelo de agricultura e como identidade política de grupos de agricultores. Para isso, contribuiu um conjunto de atores que, segundo sua forma e seus interesses, ajudaram a definir o que se entende por agricultura familiar no país. Partindo de uma investigação sobre a gênese sociopolítica dos grupos que formam a agricultura de base familiar no país, o livro percorre as experiências organizativas autônomas desses grupos e os conflitos de posição que experimentaram ao desafiarem as organizações da classe dominante rural do país da grande lavoura, como era chamado no passado, e do agronegócio, nos dias atuais. Argumenta-se que foram três conjuntos de atores construtores e difusores da categoria agricultura familiar e dos seus sujeitos políticos – os agricultores familiares. Este processo teve início em meados da década de 1980 e alcançou seus resultados mais expressivos de proposição e divulgação a partir da década de 1990. O primeiro conjunto de atores é composto pelo debate acadêmico, que recolocou luz sobre o lugar que a agricultura familiar ocupou no desenvolvimento dos países do capitalismo avançado e as condições de precariedade que ela encontrou historicamente no Brasil. O segundo é representado pelas ações do Estado que contribuíram para definir o sentido oficial da categoria agricultura familiar e as políticas públicas que a fortaleceram. O terceiro, nem por isso menos importante, é composto pelo sindicalismo dos trabalhadores rurais (que passa a ser mais identificado com a agricultura familiar) e pelos movimentos sociais do campo, que, mesmo sendo formados por forças políticas diversas, conseguiram organizar projetos de um novo lugar para a agricultura familiar no país.