A cultura permite que o homem utilize a capacidade cognitiva para entender, assimilar, relacionar e conectar-se com todo o universo ao seu redor, se relacionando também com o processo de aquisição do conhecimento; isto ocorre porque a mente é uma das ferramentas mais potentes, engenhosas e sublimes que permeiam o universo individual.

Esta cognição envolve fatores diversos como o pensamento, a linguagem, a percepção, a memória e o raciocínio, todos relacionados com o desenvolvimento intelectual. Desta forma, como qualquer outro instrumento que está disponível para o uso humano é importante que as pessoas tenham um amplo conhecimento sobre suas características, seus métodos de uso e suas aplicações para que elas possam utilizar este poder plenamente.

O ser humano não é somente um produto de seu contexto social, mas também um agente ativo da criação desse contexto. Os instrumentos mediadores são elaborados para a realização da atividade humana. O homem produz seus instrumentos para a realização de tarefas especificas, são capazes de conserva-los para uso posterior, de preservar e transmitir sua função aos membros de seu grupo, de aperfeiçoar antigos instrumentos e de criar novos signos, auxiliando o homem nas suas atividades psíquicas. Com o auxílio dos signos e símbolos, pode controlar voluntariamente sua atividade psicológica e ampliar sua capacidade de atenção, memória e acúmulo de informações.

A I Bienal de Arte e Religiosidade, tem como premissa valorizar e promover a cultura material e imaterial, através do patrimônio cultural religioso presente em Santa Maria e suas manifestações culturais imbuídos na história, memória e pertencimento.

Nesta primeira edição o processo curatorial, percorre o universo simbólico das manifestações religiosas, mostrando outras faces e leituras destes patrimônios, possibilitando assim múltiplas discussões e entendimentos sobre o tema abordado. Acervos públicos e privados, coleções, obras de arte, indumentárias, trajes, objetos litúrgicos e mágicos, apresentados através de exposições, mostras, oficinas, palestras e webinários, percorrendo diversos espaços de educação não formal, institucionalizados ou não, como coletivos, ateliês e espaços de vanguarda, instigando os visitantes a fruição e o conhecimento, imbuídos em expografias elaboradas baseadas em contextos históricos, artísticos, educativos, sensoriais, imagéticos e críticos.

Texto de Marcio Flores