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Projetos de Pesquisa POSCOM

 

Linha de Pesquisa –  MÍDIA E IDENTIDADES CONTEMPORÂNEAS –  Projetos por docentes

 

Coordenadora: ADA CRISTINA MACHADO SILVEIRA

 

Projeto: Agenciamento midiático e segurança pública no jornalismo de plataforma

 

Resumo: A proposta atém-se à questão-problema de pesquisa estabelecida em estudar a ação da mídia como agente securitizador de segurança pública frente à recrudescência securitária na cobertura operada pelo jornalismo de plataforma.. Para sua realização, define-se como objetivo geral o propósito de analisar a recrudescência securitária no agenciamento midiático operado pelo jornalismo de plataforma no cenário pós-pandemia. São seus objetivos específicos: – estudar as necessárias articulações teóricas entre midiatização, segurança pública e noticiabilidade; – estudar os limites e possibilidades da compreensão vigente nas Tecnologias Estratégicas, Setor de segurança pública e de fronteira que tomam a mídia como agente securitizador; – desenvolver metodologicamente uma proposta analítica da midiatização e da noticiabilidade no jornalismo de plataforma; e, – analisar o agenciamento midiático na cobertura noticiosa detida em aspectos de securitização e fronteira glocal operada pelo jornalismo de plataforma no cenário pós-pandemia. A alusão a plataformas de mídia social digital como pontes recorre ao conjunto articulado por software, aplicativos, websites, sistemas, bancos de dados, streaming de vídeo, dentre outros recursos que servem como pontos de conectividade e interação online entre usuários, bem como seus produtos e serviços congregados pelas empresas por eles responsáveis. Considerando a questão-problema de pesquisa e os objetivos estabelecidos para sua consecução, o desenvolvimento da investigação compreende três subprojetos. O primeiro subprojeto articula teoricamente as noções pertinentes ao imbricamento resultante entre midiatização, segurança pública e noticiabilidade. Nele discute-se desde a abordagem da semiótica material articulada aos estudos de plataformas. Trata-se da problemática ação das mídias, ao versar sobre as distintas modalidades da comunicação e suas repercussões sobre o social na situação de convergência digital. A consolidação do fenômeno da midiatização e sua estruturação junto a singulares transformações societárias têm dado outra roupagem aos estudos, ocasionado o surgimento de aportes teóricos, objetos conceituais e dispositivos analíticos que pretendem dar conta do novo modo de configuração das práticas afetadas. O segundo subprojeto estabelece o horizonte metodológico propriamente, ao propor o desenvolvimento de uma analítica da midiatização e da noticiabilidade no jornalismo de plataforma. A (re)constituição identitária do jornalismo no momento de emergência de sua plataformização propõe um debate desafiador. Ele implica enfrentar o tensionamento entre dataficacão (responsável pela captura sistemática de dados, convertidos na assim denominada informação jornalística) e plataformas estruturados numa diversidade de aspectos sociotécnicos. Sua exploração analítica supõe o aparato teórico-metodológico da semiótica material, com base na Teoria Ator-Rede, a qual privilegia quatro categorias que reconhecem a relação entre a atividade noticiosa do jornalismo e as plataformas. A unidade de análise a ser detectada corresponde ao elemento “capa jornalística”, reconfigurada no acoplamento estrutural das mídias em convergência. O terceiro subprojeto ocupa-se da aplicação metodológica e sua operacionalização empírica no estudo da ação securitizadora da cobertura jornalística na fronteira glocal no cenário pós-pandemia É sabido que a noção de fronteira conhece metáforas; na presente proposta, entende-se que a midiatização da fronteira internacional brasileira está amparada num intercâmbio desigual que permite incorporar as extensões de sentido utilizadas nos “eventos de fronteira”. Os resultados esperados igualmente definem-se a partir dos subprojetos elencados. Descortina-se o impacto para o desenvolvimento de sistemas de inovação, a compreensão dos processos de midiatização em curso. Dentre eles, o jornalismo de plataforma como prática inovadora, tendo em vista a redefinição do campo informacional como um todo, bem como os princípios de legitimação em contexto numérico ou dataficado. O jornalismo de plataforma está em franca implantação, considerando o que vários autores denominam de sociedade hipermidiatizada. A questão da produção de sentido se vê renovada e impacta na abordagem investigativa a ser adotada, dado que os coletivos agregados em plataformas podem ser reconhecidos como novos enunciadores e dispõem de uma variedade de processos de reconhecimento (fakes, trolls, amateurs) que desafiam os chamados meios históricos (TV, rádio, cinema, jornais impressos e online). Posições como o isolacionismo nacionalista de um lado e, de outro, a cooperação internacional, estão no cerne da ação das plataformas como negócio e como circulação de conteúdos que afetam o cenário pós-pandemia. As consequências para as esferas públicas e privada demandam argumentos para sua proteção. Posições como o isolacionismo nacionalista de um lado e, de outro, a cooperação internacional, estão no cerne da ação das plataformas como negócio e como circulação de conteúdos. As empresas controladoras de plataformas estão interessadas na dataficação de seus usuários. No entanto, será possível ao jornalismo revisar sua bandeira de controle e visibilidade da circulação de conteúdo, tendo em vista a contínua promoção das políticas de vigilância? Enfim, a proposta aqui apresentada apresenta a hipótese de ação do jornalismo como agente midiático detentor de competências de vigilância e de controle social assumida e incrementada com a emergência do jornalismo de plataforma.. A relevância e impacto do projeto para o desenvolvimento científico, tecnológico ou de inovação considera a Portaria n.1.122, de 19 de março de 2020 que define as prioridades para 2020-2023 no âmbito do MCTIC. A presente proposta enquadra-se na área das Tecnologias de Produção, conforme previsto no Artigo 5o, no setor III – Comunicações. A proposta atenta ainda para aspectos constantes da Tecnologias Estratégicas, conforme Artigo 3o., no Setor IV – Segurança Pública e de Fronteira.

 

Projeto: Mídia e mobilização social: cartografia dos dispositivos midiáticos e ações de combate às fake news na pandemia da COVID-19

 

Resumo: A proposta tem como objetivo geral realizar uma cartografia das iniciativas de combate às notícias falsas durante a pandemia da Covid-19 no Brasil com vistas a identificar estratégias pertinentes à proposição de campanhas educativas. Justificativa: Em um momento em que a população mundial intensifica a busca por informação para situar-se neste contexto em constante mudança, o consumo e disseminação das notícias falsas também aumenta. Seu impacto pode ser potencializado pela intensificação no consumo midiático por pessoas ansiosas por notícias que possam aliviar suas dúvidas, situá-las no cenário atual, ou até mesmo garantir sua sobrevivência. Tais aspectos da justificativa da importância da proposta ao reconhecer-se que, de um lado o consumo se fortalece, de outro, observa-se um cenário que contribui para que pessoas acreditem nas informações falsas, sobretudo em razão das motivações afetivas e emocionais que são tradicionalmente a elas associadas (BAKIR; Mc STAY, 2018). Aliada ao pilar de pesquisa temos a práxis de comunicação pública das universidades que, com posicionamento estratégico, foco no interesse público e atuação convergente de mídias, passa a direcionar suas funções e estrutura para assessorar e apoiar a área de saúde e demais ciências no combate a Covid-19. Metodologia: 1) Cartografia de fake news: Trata-se de um estudo quali-quantitativo no âmbito das ciências dacomunicação, que busca desenvolver estudos de casos múltiplos sobre estratégias para combater a disseminação de notícias falsas em diversos campos sociais, como o campo midiático, o campo acadêmico, o campo das organizações da sociedade civil e o campo do Estado. Revisão teórica sistemática, levantamento das principais estratégias indicadas por pesquisadores da área da comunicação para combater as notícias falsas de uma forma geral e, especificamente, as relacionadas à Covid-19, tensionar aproximações e diferenças e apontar possibilidades de implementação por políticas públicas no país. Realizar estudos de caso múltiplos, mapeando a circulação e disseminação de notícias falsas sobre a Covid-19 no Brasil em diferentes dispositivos e plataformas, levantando quais suas estratégias de disseminação, principais temáticas. Constatar e analisar estratégias adotadas no combate às notícias falsas em diferentes campos sociais. O mapeamento não tem a pretensão de contemplar a diversidade de lógicas em sua totalidade nem de se caracterizar como amostragem quantitativa. O eixo a orientar o trabalho será analisar a efetividade das estratégias, tendo em vista a natureza das práticas relacionadas às fake news . Busca-se testar a possibilidade de realizar “reflexões transversais” sobre os casos em análise, buscando construir conhecimento e obter percepções para a compreensão de suas lógicas de funcionamento (BRAGA, 2006). 2) Divulgação científica: O estudo deve culminar com a proposição de fundamentos cognitivos apostos à atividade comunicacional midiática (estratégias de boa comunicação) na situação da COVID-19 e outras síndromes respiratórias agudas graves para superação do medo, estigmas, ansiedade e rumores. Tais pressupostos fundamentarão o desenvolvimento de uma campanha comunicacional piloto de combate às fake news relacionadas à Covid-19, englobando a elaboração de produtos audiovisuais, sonoros, gráficos, etc. para distintos dispositivos e plataformas digitais. A campanha buscará atentar para peculiaridades do meio urbano e do meio rural brasileiro. Referencial Teórico: A qualificação do problema considera que, em razão do crescimento exponencial, que acompanha a própria expansão de contágio pela pandemia, especialistas internacionais vêm considerando a disseminação de notícias falsas sobre o coronavírus como “a outra pandemia”, ou até mesmo uma “infodemia”, como denominou a própria Organização Mundial de Saúde (THOMAS, 2020). Um exemplo comum, em nível internacional, são as notícias falsas relacionadas ao SARS-Cov 2 como sendo um vírus criado em laboratório e que vem sendo utilizado como arma de biossegurança (KASPRAK, 2020). Portanto, na “guerra” contra o novo coronavírus, assistimos a intensas batalhas de combate à disseminação de notícias falsas, inclusive por órgãos de saúde pública. A Organização Mundial de Saúde (OMS) vem direcionando esforços no sentido de combater as informações equivocadas sobre o vírus, tendo criado um setor específico para atuar na “infodemia”, o Information Network for Epidemics (WHO, 2020). Em nível nacional, o Ministério da Saúde disponibilizou um canal específico para receber denúncias a respeito de notícias falsas sobre coronavírus (BRASIL, 2020). No entanto, as ações que vem se destacando no combate às notícias falsas em relação à Covid-19 ocorrem no âmbito midiático, sobretudo por parte das redes sociais, instâncias que justamente mais colaboram para a disseminação de notícias falsas. As principais plataformas de redes sociais e o próprio Google vem facilitando a disponibilização de informações sobre a pandemia, algo pouco usual, pois as plataformas tradicionalmente se caracterizam por serem arquiteturas desenhadas para organizar interações entre usuários (VAN DIJCK, 2018), e não como interfaces produtoras de informação. Essas plataformas inclusive estão intervindo de forma ativa na disseminação das informações inverídicas a respeito da pandemia, em ações como o destaque a informações sobre a Covid-19, alertas para quando os usuários acessam conteúdos falsos (BROWN, 2020) ou até mesmo a supressão de conteúdo associado às notícias falsas. Isso vem levando a atos inéditos como o de plataformas de redes sociais “apagando” posts de seus usuários que trazem conteúdo falso relacionado ao coronavírus. Essas ações se somam às ações tradicionais, presentes mesmo antes da emergência da pandemia, como as atividades de fact checking (GRAVES, 2016), as práticas jornalísticas, iniciativas de educomunicação, uma diversidade de estratégias institucionais e tentativas de regulação ou até mesmo criminalização da prática (VIANA; MORIGI, 2018; ROMANINI; OHLSON, 2019). Avanços do projeto em 2020: Uma das análises realizadas indaga, com base na noção weberiana do propósito lógico- racional do Iluminismo, sobre as características de estratégias discursivas que disputam reconhecimento quanto ao valor de verdade de suas narrativas. O artigo detém-se na análise empírica do trailer promocional do documentário “Plandemic”, ocupado em denunciar o que denominam de “farsa da Covid-19”. Operou-se uma análise comparativa entre asserções apresentadas no vídeo, referentes a aspectos científicos sobre a Covid-19, e informações de dois tipos: de caráter científico e informações publicadas por organizações de referência em saúde pública. A análise colabora para esclarecer aspectos da disputa de narrativas. Foi publicado artigo na revista Rizoma (2020) Avanços do projeto: A equipe do Departamento de Ciências da Comunicação e programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) atuou na mobilização e cobertura midiática da denominada “Tragédia de Santa Maria” (SILVEIRA, 2018). Ela já desenvolveu atividades junto ao Programa de Pós-graduação em Comunicação e Programa de Pós-graduação em Informação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) com a execução de projeto em rede financiado por edital CAPES-MINCYT (2012-2015). Para a presente proposta, a rede incrementa seus vínculos incluindo docentes do Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), bem como a docentes da Universidade Federal de Roraima (UFRr) e da Universidade do Sul da Bahia (UFSBa), egressos da UFSM. A equipe congrega, assim, universidades das regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Norte do Brasil. Por outro lado, este projeto agrega-se ao conhecimento já produzido no campo da saúde pela instituição proponente deste projeto, a UFSM. Esta se destacou no passado por sua atuação, através do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), no atendimento dos pacientes vítimas da tragédia da boate Kiss, ocorrida em 2013, que gerou protocolos de tratamento multidisciplinar (PASQUALOTTO et alli, 2016), sobretudo em complicações do trato respiratório. Esta expertise também determinou que o HUSM fosse incluído como hospital de referência no Plano de Contingência do Rio Grande do Sul no combate à Covid-19 e vem sendo fruto de diversos outros projetos e ações relacionados à pandemia em âmbito institucional.A qualificação do problema ​considera que, em razão do crescimento exponencial, que acompanha a própria expansão de contágio pela pandemia, especialistas internacionais vêm considerando a disseminação de notícias falsas sobre o coronavírus como “a outra pandemia”, ou até mesmo uma “infodemia”, como denominou a própria Organização Mundial de Saúde (THOMAS, 2020). Um exemplo comum, em nível internacional, são as notícias falsas relacionadas ao SARS-Cov 2 como sendo um vírus criado em laboratório e que vem sendo utilizado como arma de biossegurança (KASPRAK, 2020). Portanto, na “guerra” contra o novo coronavírus, assistimos a intensas batalhas de combate à disseminação de notícias falsas, inclusive por órgãos de saúde pública. A Organização Mundial de Saúde (OMS) vem direcionando esforços no sentido de combater as informações equivocadas sobre o vírus, tendo criado um setor específico para atuar na “infodemia”, o ​Information Network for Epidemics (WHO, 2020). Em nível nacional, o Ministério da Saúde disponibilizou um canal específico para receber denúncias a respeito de notícias falsas sobre coronavírus (BRASIL, 2020). ​No entanto, as ações que vem se destacando no combate às notícias falsas em relação à Covid-19 ocorrem no âmbito midiático, sobretudo por parte das redes sociais, instâncias que justamente mais colaboram para a disseminação de notícias falsas.

 

Projeto: Midiatização da ciência

 Resumo: Entende-se a midiatização como um processo social complexo que reorganiza a relação entre as pessoas através de suas relações com a mídia. Justifica-se o projeto tendo em vista que a midiatização da ciência não é algo novo, embora o seu crescente papel na mediação das redes científicas com seus pares e com a sociedade tenha ganho especial relevo nas últimas décadas. A atividade também repercute nas preocupações da Comunicação Pública da ciência As pontes que ligam questões econômicas, contextos sociais, históricos e tecnológicos às mídias e processos técnicos em geral afetam costumes e hábitos como usuárixs, reorganizando as forças que atuam nesses processos. A abordagem metodológica combina aspectos das Teorias Ator-Rede e da semiótica material com os estudos de software e a análise de plataformas. Os objetos empíricos são definidos incialmente por: o Academia.edu; o Sci-Hub; o arXiv; o Portal Periódicos Capes e o Youtube. Ao considerá-los como softwares de comunicação científica (SCCs), toma-se em consideração uma determinada onda da midiatização. Os resultados parciais identificam diferentes lógicas que, através da midiatização, alteram as práticas científicas. Preliminarmente, apontamos acerca da lógica das instituições acadêmicas, do setor estatal, das mídias sociais e da ética hacker, dentre outras possíveis. Tais lógicas surgem como oportunidades para comunicação científica, excêntricas às tradicionais, e ditam suas formas para xs usuárixs, por ‘’’exemplo, a função “seguir”/“follow” do Academia.edu, importada diretamente da lógica das mídias sociais, que traz com ela suas práticas e valores próprios. Tais lógicas articulam-se com o processo de midiatização e a ciência, entendida como prática social relativamente autônoma, apresenta-se vulnerável à midiatização como qualquer outra prática. Nesse sentido, o projeto pretende colaborar com a elaboração e promoção de posturas, políticas públicas e formas de avaliação que sejam atualizadas, contemporâneas e considerem a midiatização. Assim, a ciência pode desenvolver seu potencial comunicacional e alcançar responsabilidade sobre seu processo de midiatização. Resultados: Os resultados parciais identificam diferentes lógicas que, através da midiatização, alteram as práticas científicas. Preliminarmente, apontamos acerca da lógica das instituições acadêmicas, do setor estatal, das mídias sociais e da ética hacker, dentre outras possíveis. Tais lógicas surgem como oportunidades para comunicação científica, excêntricas às tradicionais, e ditam suas formas para xs usuárixs, por exemplo, a função “seguir”/“follow” do Academia.edu, importada diretamente da lógica das mídias sociais, que traz com ela suas práticas e valores próprios. Tais lógicas articulam-se com o processo de midiatização e a ciência, entendida como prática social relativamente autônoma, apresenta-se vulnerável à midiatização como qualquer outra prática. Nesse sentido, o projeto pretende colaborar com a elaboração e promoção de posturas, políticas públicas e formas de avaliação que sejam atualizadas, contemporâneas e considerem a midiatização. Assim, a ciência pode desenvolver seu potencial comunicacional e alcançar responsabilidade sobre seu processo de midiatização.

Projeto: A guerra de mundos: midiosfera e a nova ordem da no Gciabilidade no Brasil 

Resumo: O projeto de pesquisa se ocupa da questão-problema da transformação da atividade noticiosa frente à crise comunicacional da mediação jornalística e suas implicações para a disputa noticiosa. Seu impacto corresponde a uma transição na nossa ordem da noticiabilidade. Para tornar compreensível as transformações que a noção de noticiabilidade conhece na atualidade, proponho a análise de três tipos de sistema de mídia noticiosa ou, conforme proponho, três midiosferas: a Midiosfera Institucional, de orientação comercial, no centro da ecologia midiática; a Midiosfera Alternativa (comunitária ou independente); e a inovadora Midioesfera Disruptiva. O surgimento da última, baseado em estruturas que não estão sujeitas a regulamentação na legislação nacional e não estão sob a coação de acordos internacionais, a converteu em base disseminadora do discurso de ódio. Ela se fez propagadora de práticas de desinformação que incidem sobre a noticiabilidade instalada e a afeta perniciosamente, definindo o que pesquisadores de outras áreas do conhecimento vem chamando de disputa de narrativas. O referencial teórico ampara-se na abordagem da midiatização, tomando em conta autores sul-americanos e europeus com vistas a esclarecer aspectos do acoplamento estrutural previsto na plataformização da atividade jornalística. Também se pretende reconhecer veículos/redes/canais/sites e outras denominações que as manifestações da ampla ecologia midiática brasileira em permanente incremento vem conhecendo. O projeto tem como objetivo geral estudar o impacto do acoplamento estrutural da plataformização jornalística na noticiabilidade brasileira. São seus objetivos específicos: desenvolver categorias epistêmicas para reconhecimento da nova ordem da noticiabilidade; conceber um processo analítico da midiatização e da comunicabilidade na disputa entre midiosferas; delinear categorias analíticas dos circuitos comunicativos aplicáveis à ecologia midiática presentes na realidade brasileira. A metodologia de pesquisa pressupõe procedimentos referentes aos meta, meso e micro processos, cada qual constante de um subprojeto: Subprojeto A – construção de categorias epistêmicas; Subprojeto B – desenvolvimento da analítica da midiatização e da comunicabilidade; e, Subprojeto C – delineamento de categorias aplicadas à ecologia midiática. São metas do projeto: M1 – definir a nova ordem da noticiabilidade resultante da midiatização e seus processos de circulação noticiosa; M2 – conceber as características estruturantes das Midiosferas Institucional, Alternativa e Disruptiva que afetam a noticiabilidade brasileira e incidem na sua disputa simbólica; M3 – realizar o estudo de casos comparados integrantes da ecologia midiática brasileira e cujos circuitos comunicativos se organizam em midiosferas distintas; M4 – implementar atividades extensionistas de popularização de ciência para a rede de escolas públicas sobre Desinformação. Os resultados esperados são condizentes com as metas explicitadas. 

 

Coordenador: CASSIO DOS SANTOS TOMAIM

 Projeto: Narrativas das memórias e identidades do Brasil e América Latina: culturas do passado-presente nas mídias e nas artes

 Resumo: Este projeto propõe compreender os aspectos estéticos e narrativos das produções culturais e artísticas do Brasil e da América Latina que atravessam os séculos XX e XXI, no que diz respeito aos usos do passado na construção de projetos políticos de memória, sejam estes locais, regionais, nacionais ou transnacionais. Memória e Identidade são conceitos aqui entendidos como indissociáveis, o que nos leva a pensar sobre as constituições de narrativas de grupos ou de indivíduos que encontram em diversos dispositivos maneiras de produzir uma memória cultural de suas experiências do e com o passado histórico. Procura congregar pesquisas que contribuam para o entendimento do lugar das mídias e das artes na constituição de uma “cultura da memória” que tem nas histórias traumáticas e nos discursos da vitimação uma matriz sensível. Não nos interessa apenas as narrativas das memórias traumáticas, mas toda forma de discurso que articule uma “vontade política de memória” por uma “justiça” do presente para com o passado. Metodologia – A partir de pesquisa documental e bibliográfica, análise fílmica e outros métodos a serem definidos de acordo com as delimitações de temas, objetos e problematizações dos subprojetos, procurar-se-á o entendimento das potências das narrativas da memória na consolidação de identidades culturais, tendo a perspectiva de que em uma sociedade pautada pelo efêmero as “mídias de memória” executam concomitantemente processos de memória e de esquecimento. Tem-se como fundamentos teóricos para as análises, especialmente as discussões propostas por Andreas Huyssen, Aleida Assmann, Walter Benjamin, Stuart Hall, Manuel Castells, Joël Candau e Homi K Bhabha. Em 2019, Na perspectiva de um projeto “guarda-chuva” que pretende contemplar subprojetos de pesquisas do(a)s orientando(a)s, podemos relatar que em 2019 houve duas dissertações defendidas, e outros dois projetos foram integrados após o processo seletivo do Mestrado e Doutorado deste ano. Uma Tese de Doutorado foi qualificada em novembro de 2019, e outra Tese deve ser qualificada até agosto de 2020. Em 2020, o projeto prosseguiu a qualificação de uma tese em agosto de 2020. Em 2021, a aluna Marilice Daronco defendeu tese em 2021 intitulada “Sioma Breitman, a vida com retoques: história oral, narrativa e arqueologias das mídias na construção de trajetórias de vida” como resultado de subprojeto vinculado ao projeto do orientador. Até 2022, há 02 projetos de Mestrado e 02 projetos de Doutorados em andamento vinculados ao projeto do orientador.

Coordenador: CELESTINO VAZ TOMAS JONE JOANGUETE

 Projeto: Rede Brasil, Africa de Pesquisa

 Resumo: Rede Brasil, Africa de Pesquisa está vocacionada em pesquisa conjunta tendo como questões centrais focadas nos mútuos questionamentos que o fascismo de cor e colonialismo colocam para a compreensão das experiências atuais e históricas nas nações em estudo, nas relações entre processos sociais (culturais, econômicos e políticos) e o conjunto de operações midiáticas em termos de representações, imaginários e direcionamentos simbólicos

Coordenadora: FERNANDA ELOUISE BUDAG

 Projeto: Narrativas e contra-narrativas? Projetos de subjetivação em audiovisualidades de produtores culturais

 Resumo:   Nosso objeto de estudo são as narrativas de produtores/coletivos culturais; tanto as narrativas registradas nos produtos culturais de denúncia de sua existência que eles próprios produzem, quanto as narrativas de si, estas que denunciam a linguagem midiática que as atravessa, as práticas sociais com relevo às práticas de consumo, por sua atual centralidade sociocultural e os posicionamentos políticos e de resistência, elementos todos que acabam por manifestar marcas identitárias e construções de sujeito. Adicionalmente, deixamos o caminho da pesquisa aberto a uma série de manifestações outras que podem vir a compor nosso corpus de análise; ou enxergamos também que essa mesma articulação mídia/consumo-subjetivação-política pode vir a ser observada em outros objetos empíricos em estudos derivados deste. Questionamos o que efetivamente dizem sobre mídia/consumo, política e sujeitos contemporâneos as narrativas de si e as audiovisualidades produzidas por esses atores sociais, produtores latino-americanos de cultura. Enquanto marco epistemológico, assumimos o paradigma dos Estudos Culturais e, nessa linha de pensamento, enxergamos em Hall (2003) um autor seminal teoricamente para nossa investigação. O estudo assume, ainda, um diálogo com os estudos do discurso, visto que enxergamos todas essas práticas que nos interessam (sociais, políticas, midiáticas, de consumo e de subjetivação) como materialidades discursivas (ORLANDI, 2006). Por sua vez, enquanto uma investigação eminentemente de caráter exploratório e qualitativo, combinamos, em termos metodológicos, pesquisa bibliográfica (revisão de literatura); pesquisa documental (análise de audiovisualidades) e pesquisa de campo (observação etnográfica e entrevistas em profundidade) além de prevermos que o estudo ganhe contornos de uma pesquisa participante. Desse objeto traçado, salta nosso problema de pesquisa, que parte da questão central o que efetivamente dizem sobre mídia/consumo, política e sujeitos contemporâneos as narrativas de si e as audiovisualidades produzidas por produtores/coletivos culturais?, que recebe desdobramentos em uma série de questões auxiliares: conseguimos localizar nas produções culturais desenvolvidas uma produção política e possibilidades de seu consumo enquanto prática política de resistência? Em que sentidos? E quais os sentidos desse político? Que espécies de audiovisualidades consomem os produtores e que tipos de audiovisualidades estão produzindo e distribuindo para consumo? O que marca as performances narrativas que constroem quando os produtores narram a si próprios? O que as produções revelam sobre as linguagens midiáticas que as interpelam e que interpelam a construção desses sujeitos-produtores? Há aspectos de contra-narrativas ao status quo nessas produções

 

Coordenador: FLAVI FERREIRA LISBOA FILHO

 Projeto: Comunicação, identidades e patrimônio cultural: desenvolvimento sustentável e a democracia pelos Estudos Culturais

 Resumo: Buscamos fortalecer a inserção local e regional da UFSM e dos PPGs envolvidos na pesquisa. Além de dar uma guarida generosa à produção de pesquisas de IC, TCC, mestrado e doutorado, que pautem as relações entre comunicação, identidades e patrimônio cultural pelo viés da democracia e do desenvolvimento sustentável, amparados pelos Estudos Culturais. Também se prevê, em termos de Impacto social: contribuir nas transformações dos processos sócio-culturais para potencializar o desenvolvimento social dos territórios e, por extensão, inspirar outras localidades; e continuar participando do Comitê Gestor do Geoparque Quarta Colônia ou de suas Comissões. Em termos de Impacto e intervenção de natureza cultural: aportar à elaboração de uma minuta de política cultural, que possa ser de valia aos municípios dos territórios abarcados por esta pesquisa, para valorizar e preservar os seus patrimônios culturais; e propor conteúdos para o desenvolvimento do App “Centro Interpretativo Digital do Patrimônio Cultural” que possa apresentar os principais patrimônios culturais e naturais dos territórios dos Geoparques Quarta Colônia e Caçapava Aspirantes UNESCO para fins de divulgação, enaltecimento e preservação. Como Impacto educacional (comunicacional): realizar intervenções com discursos qualificados que possam dar abrigo a perspectivas de democracia e desenvolvimento sustentável por meio da comunicação e suas interfaces com as questões de identidade e patrimônio cultural, pois a educação patrimonial estimula a valorização cultural e a diversidade étnica, possibilitando que os indivíduos se reconheçam entre si e explorem positivamente suas diferenças; orientar trabalhos de conclusão de curso, dissertações de mestrado e teses de doutorado que abordem a temática desta investigação, contribuindo na formação de recursos humanos qualificados na área da comunicação, pelas vias do desenvolvimento sustentável e da democracia; conferir à comunicação posição estratégica para pensar o desenvolvimento sustentável, considerando-a elemento estruturante no que tange às identidades e ao sentimento de pertença, que , por sua vez, implicam diretamente nos processos sócioculturais; e participar da organização da Jornada Interdisciplinar de Formação de Professores em Educação Patrimonial, promovida pela UFSM, associando a atuação aos PPGs que o proponente se vincula tal qual o proponente fez nas duas edições anteriores. No que tange à Internacionalização: gerar publicações de circulação internacional e agregar ao presente projeto pesquisadores estrangeiros, como Artur Agostinho de Abreu e Sá e Luiz Oosterbeek, portugueses, que se dedicam ao tema; e estreitar relação com a Cátedra UNESCO em “Geoparques, Desenvolvimento Regional Sustentável e Estilos de Vida Saudáveis”, assim como com a Comissão Nações Unidas III do Palácio do Itamaraty, dando novos contornos à pesquisa em comunicação e desenvolvimento sustentável.

 

Projeto: Identidades, patrimônio cultural e desenvolvimento sustentável: a comunicação como articuladora de um Centro Interpretativo Digital

 Resumo: Esta pesquisa objetiva contribuir na construção de conteúdos para a implementação de um futuro App “Centro Interpretativo Digital do Patrimônio Cultural”, que apresente os principais patrimônios dos territórios foco desta investigação (Geoparques Quarta Colônia e Caçapava Aspirantes UNESCO), promovendo as vivências culturais e a valorização das diversas expressões identitárias, que circunscrevem as localidades. Para tanto identificaremos os principais processos comunicacionais adotados pelos Geoparques Mundiais, que sejam referência, para verificar as relações com a criação de vínculos territoriais entre os indivíduos das referidas comunidades a partir de seus patrimônios, tendo assento metodológico na análise cultural. É importante ressaltar que o papel da comunicação no contexto da preservação patrimonial, além de gerar associações e fomentar o sentimento de pertença, deve ser o de socializar o conhecimento. Já os geoparques mundiais, cuja certificação é prerrogativa da UNESCO, são responsáveis por diversos benefícios para a região onde estão inseridos como o fomento da economia, por meio do turismo de base comunitária, a conservação do meio ambiente e consequentemente a melhora na qualidade de vida, agregando a perspectiva de que preservação pode ser inovação. De modo geral, podemos afirmar que eles são locais que, culturalmente, possibilitam a valorização de tradições, da memória e o estabelecimento de vínculos com o local em que a comunidade está inserta. No Brasil há apenas o Geoparque do Araripe. Temos o pressuposto de que associar a comunicação ao conhecimento do patrimônio cultural, incluído aqui o valor cultural do patrimônio natural, pode contribuir aos Geoparques, através de estratégias para difundir informações, gerar vinculações e reconhecimento cultural com o local. Observamos que o resgate identitário possibilita o desenvolvimento sustentável e a continuidade na produção de conhecimento com inserção social.

 

Coordenador: JAIRO GETULIO FERREIRA

 Projeto: Mediatização: inferências empíricas, epistemológicas e metodológicas da pesquisa de mídia no Brasil e na Suécia

 Resumo: EDITAL CAPES/STINT – O objetivo do projeto é o desenvolvimento de abordagens metodológicas e epistemológicas para a análises na perspectiva da midiatização social. Mais especificamente, a equipe sueca se concentrará em instituições do setor público, especialmente nos setores de educação e bem-estar. As equipes brasileiras desenvolverão o diálogo a partir de pesquisas sobre mudanças no espaço público, campos especializados e transformações da vida privada quando relacionadas aos processos midiáticos. O método de trabalho abrange mobilidade bidirecional, pesquisa empírica e bibliográfica bibliografia entre os centros de pesquisa envolvidos em vários níveis: reuniões de acadêmicos (seniores e juniores); etapas formativas dos estudantes de doutorado; professores visitantes. Pesquisadores participantes estão envolvidos em pesquisas sobre midiatização. Com o projeto, as principais universidades (Unisinos, Södertörns Högskola e UFSM) consolidam parceria no Seminário Internacional de Midiatização e Processos Sociais (que está em sua quarta edição em 2020), como espaço de diálogo estendido aos acadêmicos latino-americanos. As investigações compartilhadas, na forma de oficinas, serão tematicamente centradas em tópicos específicos para cada oficina, com o objetivo de integrar as duas equipes e desenvolver abordagens metodológicas conjuntas para a análise do processo de midiatização. O conceito de midiatização se amplia hoje nas pesquisas em diversos centros de investigação em comunicação na Europa, Estados Unidos, América Latina e Rússia. Há indícios de que atinge um momento em que pode se transformar em uma linhagem de pesquisa no campo da comunicação (assim como outras linhagens conhecidas: estudos de recepção, cibercultura, economia política, semiótica, etc.). A bibliografia internacional que referência este projeto indica essas diversidade e atualidade. As origens dessa linhagem são variadas. Os conceitos em torno, as pesquisas empíricas e abordagens metodológicas também. Vários fatores têm impulsionado interfaces de trabalho entre os investigadores da UNSINOS e UFSM com o contexto do ?norte?. Em primeiro lugar, o fato de grande parte dos professores da instituição brasileira terem realizados estudos e processos de formação em universidades de língua francesa (França, Canadá e Suíça), onde tomaram contato com diferentes níveis de pesquisa sobre diferentes angulações sobre os processos e midiatização nas suas mais diferentes manifestações e segundo formulações envolvendo diferentes paradigmas analíticos. A segunda frente de reflexão, mais recente, é a desenvolvida no espaço linguístico anglófono. Esta é a mais recente, e mais intensa nos últimos anos. Abrange um conjunto de investigações teóricas (SHULZ, 2004; STROMBACK, 2008; COULDRY, 2008; HEPP HAJVARD, 2015) e empíricas. As perspectivas desenvolvidas na Suécia estiveram presentes no segundo seminário Internacional e estarão no quarto Seminário (em 2020). Nos chamou a interlocução, em especial, a perspectiva de Goran Bolin, nas relações que desenvolve entre as mutações dos usos sociais dos meios, narrativas e midiatização. A pesquisa de midiatização sueca e escandinava tem aumentado nos últimos anos familiarizar-se com as perspectivas de midiatização brasileiras e latino-americanas; muitos dos pesquisadores europeus e escandinavos foram convidados para participar no Brasil, em encontros em países da América Latina, contribuir em periódicos, conferências e workshops (por exemplo, Bolin 2015; Hepp 2014; Hjarvard 2014). Na direção oposta, brasileiros e pesquisadores de midiatização da estão sendo traduzidos ou publicados em Revistas europeias e volumes editados (Veron 2014, Martin-Berbero 2002, Ferreira 2016, 2017 etc.). Avanços do projeto em 2020: O projeto desenvolveu-se plenamente em 2020 com a realização de Jornadas online com os pesquisadores envolvidos no Brasil e Suécia. A relação foi especialmente incrementada com a realização do IV Seminário Internacional midiatização e processo sociais, evento online com atividade sistemática de tradução de Português, Inglês e Espanhol. Foram 4 mesas, cada qual com três conferencistas de Brasil (6 conferencistas), Suécia (2 conferencistas) e Argentina (2 conferencistas). A assistência online superou a centena de assistentes que puderam interagir com perguntas via chat e veiculação no canal do Youtube do evento. A pesquisadora Ada Cristina Machado Silveira atuou na mediação de duas meses).

 

Projeto: REDE INTERNACIONAL DE PESQUISAS EM MIDIATIZAÇÃO E PROCESSOS SOCIAIS

 Resumo: Na última década, se fortaleceu na Europa, com novos enfoques teóricos, epistemológicos e metodológicos diversos. A proposta de Rede visa consolidar as investigações conduzidas no Brasil como referência de interlocução, evitando-se, assim, um processo recorrente em que as pesquisas do sul (como o ocorrido com a pesquisa em recepção, por exemplo) não participe do concerto internacional de pesquisa nesta linhagem. A pergunta central do projeto de Rede é: quais são as abordagens epistemológicas, teóricas e metodológicas da pesquisa em midiatização, considerando essa linhagem nas perspectivas diferenciadas em construção no Brasil, Argentina e Europa? Conforme acervo disponível em https://www.midiaticom.org/e-books/, o qualificativo de midiatização é… profundamente ambíguo e, por consequência, sua conceituação é necessariamente complexa…? (Livro III, pag 234/) e a hipótese é de que tais perspectivas podem se articular, se confrontar em agonísticas, e ?sob certas condições, se complementar?. Isso corresponde ao nosso diagnóstico. O conceito de midiatização se amplia hoje nas pesquisas em diversos centros de investigação em comunicação na Europa, Estados Unidos, América Latina e Rússia (https://www.midiaticom.org/e-books/. Há indícios de que atinge um momento em que pode se transformar em uma linhagem de pesquisa no campo da comunicação (assim como outras linhagens conhecidas: estudos de recepção, cibercultura, economia política, semiótica, etc.). A bibliografia internacional que referência este projeto indica essas diversidade e atualidade. A proposta de atividades abrange jornadas de pesquisa e workshops, realizadas em interações remotas (online) e presenciais, de planejamento, debates e cursos formativos, compartilhamento de conceitos e metodologias. Após um ano de atividades, a Rede é composta por pesquisadores de onze universidades do Brasil e exterior: Sodertorns Hogskola- SODERTORNS?Suécia; Universidade Grenoble ? França; Universidade de Buenos Aires ? Argentina; Universidade Nacional de Rosário ? Argentina; Universidade de Montpellier ? França; Escola Superior de Economia da Universidade Nacional de Pesquisa ? Russia; Universidade do Vale do Rio dos Sinos; Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul ; Faculdade Cásper Libero ? São Paulo; Universidade Federal de Goiás; Universidade Federal de Santa Maria.

 

Coordenadora: LILIANE DUTRA BRIGNOL

 Projeto: Usos sociais de tecnologias digitais, dinâmicas migratórias e ativismos antirracistas

 Resumo: O projeto tem o objetivo de desenvolver pesquisas teóricas, metodológicas e empíricas sobre usos sociais de tecnologias digitais por coletivos migrantes e de luta antirracista como parte de ações táticas de participação social, defesa ao direito à mobilidade humana e às migrações transnacionais, combate à xenofobia e ao racismo, entre outros objetivos. Para tanto, parte-se de um referencial teórico baseado na perspectiva dos usos sociais das mídias, tecnopolítica e apropriações de tecnologias digitais, bem como do debate teórico acerca das relações entre ativismo e o campo das mídias (lutas migrantes, sociologia das migrações, ativismo midiático). Como metodologia, busca-se aliar pesquisa teórica, pesquisa metodológica e pesquisa empírica, construída em uma perspectiva multimetodológica, com a combinação de observação online, pesquisa-ação e entrevistas, entre outros procedimentos. No âmbito do projeto, também são desenvolvidas e orientadas investigações de iniciação científica, mestrado e doutorado.

Coordenadora:  MÁRCIA FRANZ AMARAL

 Projeto: Da climatologia à antropologia: questões sobre a cobertura jornalística de eventos extremos e desastres relacionados às mudanças climáticas

 Resumo:  O projeto se propõe a analisar como cientistas ligados à Meteorologia, Climatologia, Antropologia e Sociologia e áreas afins avaliam a cobertura jornalística das mudanças climáticas, dos eventos extremos e dos desastres relacionados a elas. Partimos da noção de ampliação da ideia de comunidade interpretativa dos jornalistas e consideramos que as fontes científicas são fundamentais nesta rede de interações que amplia o conhecimento sobre o tema e a prática jornalística nestas coberturas. O objetivo geral é analisar como os cientistas avaliam os limites e potências da cobertura jornalística das mudanças climáticas com ênfase nos eventos extremos e dos desastres ligados a elas, tendo em vista sua intangibilidade e também suas possíveis conexões com os eventos meteorológicos extremos e desastres. Entre os objetivos específicos, estão: a) Compreender que questões os cientistas apontam como fundamentais na cobertura das mudanças climáticas; b) Pesquisar como consideram que a simetria de fontes e as controvérsias científicas tem sido tratadas pelo jornalismo; c) Consultar os entrevistados acerca de como o jornalismo aborda o eixo explicativo das questões climáticas e dos desastres; d) Avaliar junto aos cientistas como são abordadas as vulnerabilidades socioambientais que viabilizam os desastres e e) Examinar com os entrevistados questões sobre a cobertura dos eventos extremos em seu eixo temporal. Partimos da constatação da crise climática e dos crescentes eventos meteorológicos extremos e desastres decorrentes deles, refletimos sobre a produção de subjetividades no desafio das mudanças climáticas e sobre o imaginário brasileiro sobre o tema, abordamos a comunidade interpretativa no jornalismo e suas práticas profissionais para ao final debater sobre a relação do jornalismo com os cientistas, as incertezas e as controvérsias. Metodologicamente, realizaremos entrevistas semiestruturadas com especialistas sobre estes temas a partir dos seguintes eixos: Intangibilidade da crise climática x Possibilidades de conexão com eventos extremos e desastres específicos; Temporalidade do acontecimento x Ciclo de atenção midiático ao acontecimento; Soluções gerenciais x Soluções estruturais; Causas x Impactos x Soluções e, ainda, Certezas x Incertezas científicas. Como principais resultados, esperamos aprofundar as relações internacionais que já cercam o projeto, continuar as ações de subsidiar os jornalistas neste tipo de coberturas, formar novos pesquisadores, além de publicar tanto as entrevistas como analisá-las a partir dos eixos propostos.

Coordenadora: MILENA CARVALHO BEZERRA FREIRE DE OLIVEIRA CRUZ

 Projeto: Romântica, real e ativa: narrativas pessoais e interações sobre a maternidade nas redes sociais

 Resumo: Compreender de que forma os sentidos sobre maternidade romântica, real e ativa circulantes nas redes sociais são interpretados pelas mães que narram suas histórias e como (ou se) a escrita de si incide na subjetivação de identidade materna Específicos: a. Mapear os sentidos da maternidade a partir das práticas da maternagem presentes nas narrativas pessoais e articula-los com os pressupostos ideológicos que mantém a maternidade como instituição patriarcal b. Observar, a partir das interpretações das mães participantes na pesquisa, de que forma a interação nas redes sociais colabora para acentuar e/ou resistir à dominação de gênero experimentada a partir da maternidade c. Perceber as diferentes experiências empíricas da maternidade a partir da articulação com outras mediações da estrutura social que interferem na desigualdade, como capital econômico e cultural. Em 2020, o projeto precisou ser adaptado em razão da pandemia da Covid-19, passamos a observar a realidade vivida pelas mães neste contexto, bem como o impacto dos usos da mídia durante o isolamento social. Aplicamos uma survey com 2194 mães em todo o país, participamos de eventos online e publicamos um artigo em periódico internacional. Publicações e eventos: 1. Artigo publicado no Motherhood Initiative for Research and Community Involvement. Journal, 2. Apresentação de pesquisa no Webinar “Motherhood, Media and Covid”. Situação em 2021: Sistematização da dados de coleta quantitativa; Elaboração de relatório visual com resultados de pesquisa feita em 2020; Realização de projeto de Extensão a partir de dados e problematizações realizadas no grupo de pesquisa. Resultados parciais publicados em: Lançamento do livro Maternidade nas Mídias com (organização e capítulo); Publicação de artigo em Dossiê sobre maternidade Revista Ártemis; Apresentação de trabalhos em Mesa Redonda e Simpósio Temático no Fazendo Gênero; Apresentação de trabalho no V Congresso de Extensão da AUGM; Produção do Podcast Conexões Maternas: reflexões sobre o trabalho produtivo e reprodutivo no contexto da pandemia. 2021 Situação em 2022: Publicação de resultados parciais em Apresentação de trabalho no XVI Congreso ALAIC. “É preciso uma aldeia para criar uma criança”. Mas pode esta aldeia ser digital?; Publicação de artigo na Revista Estudos Feministas

 

Projeto: Ser mulher e ser pesquisadora no campo da comunicação: entre papéis sociais e desigualdades na esfera do trabalho e da produtividade acadêmica

 

Resumo: Refletindo sobre as relações entre gênero e ciência, o objetivo desta pesquisa é auxiliar na discussão acerca dos papéis e problemáticas de gênero na produção científica da comunicação no Brasil. Dessa forma, buscamos contribuir para a formação de redes de investigação e reflexão sobre o tema a partir do mapeamento, sistematização e publicização dos dados sobre as relações generificadas no âmbito da produção científica no Campo da Comunicação. A metodologia da pesquisa tem natureza complementar quali e quantitativa, visando expor um mapeamento sobre o gênero, a formação e a produção dos pesquisadores da área. Será dividida em duas etapas. Na primeira, com o objetivo de compreender quantitativamente a comunidade que compõe a pós graduação em comunicação, será contabilizado o número de estudantes e docentes de todos os PPGS do país, dividindo esse contingente entre homens e mulheres. A relação entre produção acadêmica e gênero será analisada a partir de coleta dos artigos publicados nas revistas científicas da área com estratos mais elevados, inicialmente B1 e A2, organizando os dados de gênero conforme autoria de textos, artigos mais citados e mais lidos, bem como pelos membros dos conselhos editoriais. A mensuração de lideranças no campo da comunicação será mapeada através da distribuição de gênero no que diz respeito a participação em comissões de representação da área no MEC, CAPES e CNPq, diretorias de associações científicas (COMPOS, INTERCOM, SBPJOR, ABP2, ABRACORP), grupos de trabalho dos principais congressos do pais (COMPOS e INTERCOM), bem como nas coordenações de PPGs e distribuição das bolsas de produtividade. A segunda etapa, qualitativa, consiste na aplicação de um questionário não identificado, com perguntas abertas e fechadas com os seguintes públicos: discentes e docentes mulheres dos PPGs e pesquisadoras que recebem bolsa de produtividade. O objetivo é conseguir levantar a percepção dos grupos, em diferentes etapas da vida acadêmica, no que diz respeito as dificuldades (ou não) enfrentadas para desenvolvimento da carreira científica relacionadas a questões de gênero. Situação em 2021: Consolidação e análise dos dados quantitativos. Finalização do primeiro bloco de entrevistas. Resultados parciais publicados em: Apresentação de trabalho na COMPOS 2021.”Quando a desigualdade mora nos detalhes : engendramentos das relações de gênero no campo da Comunicação”; Participação em Mesa Redonda na abertura do Intercom. Situação em 2022: Coleta e consolidação e análise dos dados quantitativos; Elaboração de protocolos de análise para segunda fase (entrevistas). Resultados parciais publicados em: 31o Encontro Anual dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação – COMPÓS.”DESDOBRÁVEIS: o olhar das pesquisadoras sobre as dinâmicas desiguais de gênero no campo científico da Comunicação”.

Coordenador: REGES TONI SCHWAAB

 Projeto: A fundação da reportagem no gesto do reconhecimento

 Resumo: O projeto pretende ampliar a discussão das interfaces da narrativa jornalística para além da tradicional relação com a literatura e a história. Para tanto, busca dirigir o debate sobre a reportagem jornalística e sua construção narrativa como devedora do gesto de reconhecimento, mantendo em permanente evidência o Outro como dimensão primeira da comunicação. Procuramos entender o narrar jornalístico como contratempo, como o que abre a possibilidade do possível. O Outro sintetiza um convite inquietante ao fim da distância, em que pese ele estar, paulatinamente, constituindo um limite à aproximação. Para Paul Ricoeur, a reciprocidade do reconhecimento é a exigência ética mais profunda. Em Emmanuel Lévinas, o princípio ético absoluto é o cuidado com o outro, que decorre de uma responsabilidade incondicional e infinita como estrutura fundamental da subjetividade. Nosso recorte empírico são espaços narrativos que funcionam em condições não hegemônicas de produção e circulação, selecionando, a partir deles, um corpus de reportagens jornalísticas de diferentes países da América Latina. A motivação conceitual e metodológica considera que essa produção jornalística heterotópica, advinda dos cacos e das migalhas (Gagnebin, 2010), pela significação do insignificante, se transvestiria em potência para o tensionamento pretendido. Em 2018, o projeto teve desdobramentos na pesquisa de pós-doutorado, desenvolvida na Faculdad de Comunicaciones da Universidad de Antioquia, Colômbia. A partir do objetivo geral, qual seja, debater a reportagem e a narrativa jornalísticas como devedoras, em essência, do gesto de reconhecimento, explorando os limites e possibilidades dessa motivação teórico-conceitual, o foco esteve em investigar lugares comuns e próprios do entendimento sobre narrativa jornalística e reportagem, com especial atenção aos aportes colombianos para estudo dos gestos da reportagem. A partir do desdobramento exposto, materializado na investigação de pós-doutorado, foi explorados um conjunto teórico e reflexivo sobre jornalismo narrativo a partir de universidades e instituições de referência da Colômbia, bibliografia esta não disseminada no Brasil; a leitura de diferentes produções e entrevistas com sujeitos jornalistas nas quais reflexionam sobre sua prática, buscando também encontrar pontos de contato com produções brasileiras e que possam gerar novas investigações; diálogo com pesquisadores colombianos sobre os lugares conceituais para pensar encontros entre a produção brasileira e em língua espanhola e a prospecção para o desenho de uma rede de pesquisa que possibilite intercâmbio e produção conjunta de investigação sobre reportagem e jornalismo narrativo, o que pode ser concretizado a partir de convênio já existente entre a UFSM e a Universidad de Antioquia em cujo marco já estão autorizadas ações dessa natureza. Descrição dos avanços do projeto em 2019: – Escrita reflexiva sobre os elementos teóricos e sistematizando os conceitos-chave do Projeto; – Finalização do trabalho com o objeto empírico e suas características narrativas selecionadas como modo de acesso aos fundamentos da reportagem; – Apresentação de resultados em debates abertos, reuniões de pesquisa, em eventos científicos e em periódicos da área, com textos submetidos e ainda em avaliação. Resultados O projeto teve sua fase final dedicada à sistematização conceitual do percurso empreendido desde 2016, com o objetivo de elaborar proposições teóricas fruto do processo de investigação em torno de caminhos para debater a reportagem e a narrativa jornalísticas como devedoras, em essência, do gesto de reconhecimento. O conjunto de proposições deu origem a debates em disciplinas da graduação e a textos de caráter reflexivo, que foram submetidos a periódicos e em chamadas para publicação em livro. A ideia de explorar os limites e possibilidades teórico-conceituais da aproximação entre jornalismo, narrativa e a problemática do reconhecimento também foi pautada em participação no VII Seminário Aberto de Jornalismo, realizado pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Parte das construções do projeto também foram reunidas em capítulos integrantes do e-book “Livro de Repórter: autoralidade e critica das práticas”, publicado em 2019. Descrição dos avanços do projeto em 2020:- Estudo aprofundado de caminhos metodológicos para investigações dos discentes ligados ao projeto; – Debate de características narrativas, a partir de objetos selecionados, e sua ligação com os fundamentos da reportagem; – Apresentação de resultados em debates abertos e reuniões de pesquisa; – Produção de dois artigos científicos para submissão. O projeto teve sua fase final extendida por mais um ano, de forma a receber os novos pesquisadores discentes e também trabalhar mais perspectivas da sistematização conceitual do percurso empreendido desde 2016. Novas provocações em torno de aspectos metodológicos do estudo da narrativa jornalística e do gesto de reconhecimento como sua fundação, foram incorporadas e trabalhadas, de modo a contribuir com os sub-projetos abrigados pelo grupo de pesquisa. Esses avanços também permitiram a elaboração de proposta de uma disciplina complementar de graduação, a ser oficializada em 2021, bem como linhas de trabalho para cursos e disciplinas eletivas na pós-graduação. O projeto será encerrado em março de 2021, dando lugar a uma nova proposta, trabalhada a partir das construções estabelecidas na presente investigação, além de ter desdobramentos também na constituição de um projeto de ensino voltado ao trabalho experimental na narrativa da reportagem e um projeto futuro de extensão universitária sobre o tema.

 

Projeto: Escrituras possíveis, lugares (in)comuns: saberes, sujeitos e compreensões sobre o jornalismo narrativo latino-americano

 Resumo: O projeto busca trabalhar propostas teóricas nativas e conceituações sobre o jornalismo narrativo no cenário latino-americano, tomando-o como intervalo conceitual para pensar um fazer e um narrar próprios que emergem nessa geografia. Os movimentos de pesquisa objetivam mapear e compreender produções acadêmicas e jornalísticas, gestadas em espaços formais e não formais dedicados à formação e ao pensamento sobre jornalismo (universidades, organizações, fundações ou coletivos), bem como experimentar gestos metodologicamente comuns para análise do jornalismo narrativo. Além de explorar conceitualmente bibliografia sobre o tema, advinda de países da América Latina, a pesquisa procura valorizar o saber que se materializa a partir de sujeitos desse campo e suas reflexões sobre as práticas jornalísticas. A investigação almeja, ainda, dar visibilidade a matrizes compreensivas e a desenhos operacionais de investigação que possam ser propulsoras de um diálogo acadêmico sobre o tema na região. O projeto também procura desenvolver a parceria entre o Departamento de Ciências da Comunicação da UFSM Campus Frederico Westphalen, o Programa de Pós-graduação em Comunicação da UFSM, a Maestria en Periodismo e o Doctorado em Comunicaciones y Narrativas da Universidad de Antioquia (Colômbia).

Coordenadora: ROSANE ROSA

 Projeto: A centralidade da Comunicação em Processos Emancipatórios

Resumo: O foco desse projeto é a centralidade da comunicaçao, com suas múltiplas linguagens nos processos de formação social e produção de conhecimentos, numa perspectiva dialógica, participativa, intercultural e emancipatória. Trata-se de uma comunicação educativa e participativa (Kaplun, 1984), que possui um cunho pedagógico pautada na etica da diálogisidade Freiriana (1983) e na etica da alteridade de Levinas (1993). Essa comunicação possibilita uma experiencia, no sentido que Heidegger (1987) da ao conceito para o fluir da Sociologia das Ausências e das Emergências, propostas por Sousa Santos (2007). Objetiva-se investigar a praxis comunicativa (reflexão e ação) experienciadas em ambientes formais e informais de aprendizagem de diferentes contextos culturais como o Brasil e Moçambique. Além disso, identificar as formas de produção da autocomunicação interna e externa com a comunidade; compreender o processo de produção de contranarrativas como estrategia de resistencia à desinformação e as fake news; problematizar os usos de diferentes dispositivos midiaticos e tecnologicos no desencadeamento de um processo formativo critico, participativo, democrático e voltado à emancipação social. Quanto as opções metodológicas, o projeto se fundamenta na pesquisa bibliográfica e documental, em entrevistas em profundidade e na pesquisa interventiva. Em 2019 e 2020, ocorreu a expansão do Projeto para a região das Missões do RGS contemplando a análise da política pública Educação Midiática (BNCC\2017) NAS Escolas da Rede Estadual. Em 2020, tivemos a publicação de um artigo na Revista Comunicação e Educação USP;e a qualificação de um projeto de doutorado. Em 2021, houve a publicação de artigo na Revista Comunicação, Mídia e Consumo; Qualificação de um projeto de Doutorado. Defesa de duas teses de doutorado; Formação em Educação Crítica para a Mídia para 57 professores da Educação Básica,

 

Projeto: Educomunicação Intercultural para Inclusão Social – Programa Abdias Nascimento

 Resumo: Financiado pelo Programa Abdias Nascimento Edital nº 02/2014 – SECADI/MEC/CAPES, para o período de 2016 a 2019, consolida o Acordo de cooperação internacional entre a Universidade Federal de Santa Maria e a Universidade Pedagógica de Moçambique, ambos coordenados pela Profa. Rosane Rosa.  Objetiva promover o ensino, a pesquisa e a extensão seguindo o paradigma da educomunicação para formação de multiplicadores que compreendam a importância de uma comunicação educativa, crítica e colaborativa. mediada pelos dispositivos tecnológicos e midiáticos. Objetiva também: o uso crítico e o desenvolvimento inovador de dispositivos midiáticos e tecnológicos abertos e pluralistas para o ensino intercultural e inclusivo; analisar os usos e apropriações das mídias e das TIC nas práticas interculturais dos participantes, gerando subsídios para a elaboração e o monitoramento de políticas públicas voltadas à qualificação do ensino intercultural e a inclusão tecnológica; fomentar trocas de experiências educomunicativas, no ensino, pesquisa em rede, de forma a garantir a transversalidade entre a cultura brasileira e africana, potencializada pelos dispositivos midiáticos e tecnológicos; agenciar reflexões em torno das práticas pedagógicas desenvolvidas no campo das mídias e TIC a partir de contribuições da Educomunicação, estimulando práticas, inovadoras, inclusivas e interculturais. Para tanto, fizemos uso das abordagens pedagógicas e estratégias de aprendizagem da UNESCO ( 2013): abordagem investigativa; aprendizagem baseada em problemas; investigação científica; estudo de caso; aprendizagem colaborativa; análise de textos. análise de contexto; traduções; simulações e produções. O projeto contemplou três missões de trabalhos e 9 missões de estudo, envolvendo e beneficiando diretamente três Programas de Pós-graduação da UFSM e três da Universidade Pedagógica de MZ. Os principais resultados estão divulgados\publicados no documentário “Projeto Educomunicação Intercultural – Programa Abdias Nascimento Capes”, disponível em  https://www.youtube.com/watch?v=biG0_jdOywQ&t=5s e no livro “Mediações educomunicativas e interculturais entre Brasil e Moçambique”  Editora Fi (Porto Alegre-BR) e Editora Educar (Maputo -MZ),  disponível em: (https://www.editorafi.org/87educomunicativas). As publicações evidenciam que os resultados extrapolaram os objetivos inicialmente propostos potencializando a cooperação internacional Sul-Sul na área da educomunicação que contemplou a educação midiática, a mediação tecnológica, a expressão comunicativa pelas artes e a reflexão epistemológica.  Objetivos Gerais -Promover a análise, o uso critico e o desenvolvimento inovador de dispositivos midiáticos e tecnológicos abertos e pluralistas, seguindo o paradigma educomunicativo de formação de multiplicadores que compreendam a importância dos mesmos para o ensino intercultural e inclusivo, bem como para a sociedade em geral. -Analisar os usos e apropriações das mídias e das TIC nas praticas interculturais dos participantes, gerando subsídios para a elaboração e o monitoramento de políticas públicas voltadas à qualificação do ensino intercultural e a inclusão tecnológica. Objetivos Específicos -Explorar as potencialidades colaborativas e de convergência dos dispositivos midiaticos e tecnológicos na produção de narrativas multimídias e digitais, relacionando questões interculturais locais e globais, via conectividade em rede. -Fomentar trocas de experiências educomunicativas, no ensino, pesquisa em rede, de forma a garantir a transversalidade entre a cultura brasileira e africana, potencializada pelos dispositivos midiaticos e tecnológicos; -Agenciar reflexões em torno das práticas pedagógicas desenvolvidas no campo das mídias e TIC a partir de contribuições da Educomunicação e da Arte Locativa, estimulando práticas, inovadoras, inclusivas e interculturais. O Projeto é financiado pelo Programa Abdias Nascimento, no valor de R$ 1.600.000,00 para bolsas e missões de trabalho.

 

Projeto: EduMIX – Editora Aberta

 Resumo: O projeto de Ensino, Pesquisa e Extensão EduMIX – Editora Aberta foi criado em 2014 na disciplina de Projeto Experimental para Educação do Curso de Produção Editorial da UFSM. Pauta-se no paradigma da Educomunicação e dos Recursos Educacionais Abertos (REA). Volta-se a produção editorial colaborativa de materiais didáticos inovadores de ensino, pesquisa e extensão sobre temáticas curriculares ou transversais em diferentes suportes tecnológicos, que estão sob domínio público, ou estão licenciados de maneira aberta. A EduMIX constituir-se em um espaço de exercício de co\autoria com o uso de licenças abertas para uma educação aberta, permitindo que os materiais produzidos sejam utilizados e remixados. . Entre as produções da EduMIX destacam-se: livros interativos, vídeos, jogos, áudio book e sites sobre diferentes temáticas que podem ser acessados no Repositório da Editora (http://200.18.32.173/educom/index.php/projetos/editora- aberta). A Editora já está integrada ao MIRA – Mapa Global de Iniciativas Abertas (http://mira.org.br/edumix-editora-aberta/), ao REA Brasil (http://www.rea.net.br ), ao Banco Internacional de Objetos Educacionais http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/) e ao Repositório do Programa Educom\ UFSM (http://200.18.32.173/educom/index.php/projetos/editora-aberta). No ano de 2015 participaram 26 acadêmicos de Produção Editorial da disciplina Projeto Experimental de PE para Educação e duas mestrandas em docência orientada. Desenvolveram as seguintes ações e recursos educomunicativos com licenças abertas: 3 jogos educativos e interdisciplinares para a rede de ensino público; produção de documentário colaborativo sobre educação de gênero e sexualidade; um vídeo, um audiobook e um site sobre O Mapa da Musicalidade Brasileira; um Portal sobre jogos educativos e um site sobre o ensino da Semiótica de forma descomplicada. No ano de 2016 participaram 28 acadêmicos de Produção Editorial da disciplina Projeto Experimental de PE para Educação (120h) e uma mestranda. Desenvolveram as seguintes ações e recursos educomunicativos com licenças abertas, em parceria com Escolas Públicas, ONGs e o Núcleo de Tecnologias Educacionais da UFSM: 1.Jogo Educativo Passa ou Não Passa – Curso Pré-vestibular Popular Alternativa; 2.Dicionário audiovisual sobre criatividade na primeira infância – Escolinha Infantil Ipê Amarelo; 3.Curta-metragem didático: da ideia inicial ao produto final – TV OVO; 4.Jogo educativo QInsino preparatório ao ENEM; 5.Jogo Educativo para o ensino de Libras; 6.Cubo de Comunicação Inclusiva para crianças portadoras de autismo. Situação em 2018: Produção dos seguintes Recursos Educacionais Abertos: Cartilha Educação para Diversidade; Catálogo Cinema Brasileiro na Educação: impulsionando o processo de ensino-aprendizagem; Jogo Image & Action para fortalecimento da aprendizagem da Língua Inglesa; Jogo do sol e da lua – a ludicidade dos jogos na aprendizagem da cultura kaingang; Revista e Site: Mulheres na Ciência; Site Vamos falar sobre saúde mental?; Metacast: o uso do podcast como ferramenta de ensino-aprendizagem Situação em 2019 e 2020: Produção de Recursos Educacionais Abertos sobre temáticas curriculares e transversais destinado ao Ensino Fundamental e Médio. Em 2020, foram produzido quatro jogos com manuais.

Coordenadora: SANDRA DALCUL DEPEXE

 Projeto: Distinção em trends: consumo e classe social no Twitter

 Resumo: A proposta de pesquisa se firma em três eixos teórico-conceituais: tecnologia/redes sociais digitais, consumo cultural e classe, que se articulam nos usos e apropriações do Twitter no Brasil, delimitado a partir dos tópicos em destaque na rede. O objetivo geral é investigar os usos e apropriações do Twitter para compreender como o consumo cultural em circulação na rede social digital indicia relações de classe no Brasil. Como já observado empiricamente, é usual que os trends no Brasil referenciem a programação televisiva, acontecimentos do dia e ações de comunidades de fãs, indicando as audiências conectadas (consumo simultâneo de televisão e da internet) e, principalmente, a circulação de temas que nascem ou retroalimentam a mídia. Porém, há uma lacuna em estudos que busquem olhar para os usos e apropriações do Twitter como potência reveladora dos hábitos, inquietações e consumo midiático contemporâneo de forma mais orgânica e amplificada e relacionada às classes sociais. Por nos interessar examinar o fluxo livre dos trend topics e o que esses termos em circulação indiciam como constructos e sentidos de distinção de classe social em uma ambiência digital, nos filiarmos à perspectiva desenvolvida por Néstor García Canclini, o consumo cultural. Articularemos os modelos teóricos de García Canclini (1992, 1995, 2006) às práticas observadas para compreender os usos e apropriações do Twitter como consumo cultural e perceber os sentidos e relações implicadas no consumo que aludem às questões de classe. Nessa perspectiva, não nos restringimos às estratificações de classe, nem aos padrões de classificação que segmentam as pessoas em função de critérios exclusivamente econômicos e buscamos pensar a classe social como uma categoria relacional, simbolicamente estruturada por meio de práticas vinculadas a fazeres cotidianos, tal como compreende Pierre Bourdieu (2011). Entender a classe social como a diferença que articula as demais diferenças e se expressa tanto em nível simbólico quanto material é ponto de partida para pensar o vínculo da classe social à produção de sentido nos usos e apropriações do Twitter e às condições de reprodução/transformação das relações de produção e sua determinação em última instância pelo econômico, como propõe Michel Pêcheux, e o aporte da Análise de Discurso, ao qual recorremos como suporte teórico-metodológico à Análise de Redes Sociais (ARS) e ao monitoramento de mídias digitais. Durante 2019, foi realizado o monitoramento e coleta de dados principal, com tática de semana composta e observação sistemática. Neste segundo ano de investigação,em 2020, o monitoramento passa a ser realizado como forma de controle, para incluir no escopo da pesquisa acontecimentos que tomem destaque e relevância na rede e possam ser relacionados ao tema do projeto. Pode-se citar que a pandemia de Covid-19 e a questão do distanciamento social, já tem se mostrado pertinente à inclusão no corpus de pesquisa, visto que as manifestações no Twitter também englobam questões de classe e consumo cultural, além das atinentes a própria pandemia. Mais de 60 mil mensagens foram coletadas com a #coronavirusnobrasil referentes a pandemia de Covid-19 e seus efeitos no Brasil. Andamento em 2021: Como já observado nos anos anteriores, é usual que os trends topics do Twitter no Brasil referenciem a programação televisiva, acontecimentos do dia e ações de comunidades de fãs, indicando as audiências conectadas (consumo simultâneo de televisão e da internet) e, principalmente, a circulação de temas que nascem ou retroalimentam a mídia. Algumas evidências sobre a circulação de temas capturadas por esta pesquisa foram apropriadas como etapas de monitoramento em outras investigações sobre telenovela e como pistas para pensar as mudanças nas formas de representação da mulher em contextos midiáticos. Devido a pandemia de Covid-19, a investigação também buscou incluir em seu escopo de pesquisa, as repercussões da pandemia e da vacinação no Brasil. Além do monitoramento permanente sobre temáticas em evidência no Twitter, buscou-se avaliar com maior profundidade as questões em torno dos comentários sobre o Dia Internacional da Mulher, com uma amostragem diacrônica. Andamento em 2022: A partir da análise sobre os comentários sobre o Dia Internacional da Mulher, em que se verificou uma alteração do volume e fluxo de mensagens, bem como de temas correlacionados à data, optou-se por manter monitoramento e captura de novos dados de algumas hashtags que já haviam sido coletadas em anos anteriores referentes a outras datas comemorativas. Pretende-se assim explorar indícios de que o contexto vivenciado ano após ano possa fomentar o debate nas redes digitais. A adoção de uma perspectiva de comparação diacrônica sobre algumas hashtags coletadas levou a necessária retomada metodológica e incursão a vigilância epistemológica, com reflexão sobre métodos de coleta e análise, bem como às alterações na rede ao passar dos anos. Parte dessas questões foram publicadas em artigo. Em outra tomada, a análise mais detalhada sobre o Dia Internacional da Mulher, percebeu-se os anos de 2016 e 2019 como de grande movimentação no Twitter. Resultados desta análise serão publicados em capítulo de livro, atualmente no prelo.

 

Projeto: Feiras gráficas: arte, consumo e mercado editorial

 Resumo: As feiras de artes gráficas são espaços de comercialização e circulação de artes impressas autorais e independentes. Além de um espaço de venda e compra, podem ser definidas como eventos que possibilitam trocas de conhecimentos e estabelecimento de vínculos afetivos entre os próprios artistas como também com os consumidores que as frequentam. O objetivo geral do projeto é compreender as relações simbólicas e materiais presentes nas formas de consumo e comercialização em feiras gráficas. Como objetivos específicos são elencados: a) Explorar as potencialidades das feiras gráficas como espaço de socialização e mercado; b) Compreender as relações simbólicas estabelecidas através da materialidade dos produtos comercializados na feira; c) Mapear as motivações para a criação e consumo de produtos gráficos autorais. Consideramos que no caso das feiras gráficas e dos produtos nelas expostos e comercializados, as lógicas de produção, mais voltadas ao artesanal, artístico e alternativo, implicam na valorização do impresso como produto cultural. Tomamos como referência estudos que abordam o consumo a partir de sua perspectiva cultural, ou seja, que privilegiam a dimensão simbólica. Nesse sentido, entende-se que o consumo não é fundamentalmente um ato individualizado, mas associado a classificações sociais culturalmente elaboradas, pois o ato de consumir implica em significados compartilhados. Assim, o consumo é entendido como algo além da compra, visto que os artefatos materiais são deslocados de suas razões práticas ou estritamente utilitárias para serem reconhecidos por sua dimensão simbólica. A pesquisa caracteriza-se como exploratória por reconhecermos a necessidade de mapear o campo das feiras de artes gráficas para entender suas lógicas produtivas. Igualmente, a pesquisa possui abordagem qualitativa uma vez que pretende compreender os sentidos que perpassam as relações de consumo material e simbólico em feiras de artes gráficas. Considerando este viés exploratório e qualitativo, optamos por construir um aporte metodológico composto por diferentes técnicas, tais como: entrevista, observação e questionário. Situação em 2020: Devido à pandemia de coronavírus e estratégias de distanciamento social, as feiras de artes gráficas, objeto de pesquisa, foram suspensas em todo território nacional. O cronograma da pesquisa, bem como as estratégias metodológicas passaram por revisão. A observação do campo, prevista inicialmente para ocorrer de modo presencial, terá em 2021 outra abordagem e irá recorrer às redes sociais digitais. Situação em 2021: Devido ao cancelamento das feiras gráficas presenciais, em virtude da pandemia de Covid-19, foram realizadas algumas observações em feiras online. Porém, a dificuldade de captar dados, optou-se por realizar levantamento sobre as feiras gráficas em período pré-pandêmico. Situação em 2022: A partir da sistematização dos dados em planilha e checagem das informações em sites de notícias e perfis dos eventos em redes sociais, iniciamos as análises quantitativas e cruzamentos. Desenvolvimento de métodos de visualização de dados, com uso de dados de georreferenciamento e ferramenta online para construção de gráficos, tabelas e mapas, para permitir comparação do volume e localização das feiras gráficas no Brasil de 2016 a 2019. Elaboração de relatório de dados com ferramenta online de visualização de dados, com perspectiva de divulgação. Elaboração de artigo com resultados em andamento.

 

Projeto: Rituais de assistência de Pantanal

 Resumo: A pesquisa é vinculada à Rede Brasileira de Pesquisadores de Ficção Televisiva (Obitel Brasil), que faz parte do Observatório Ibero-Americano de Ficção Televisiva. A rede é composta por 10 grupos de pesquisadores de diferentes IES brasileiras. O Obitel Brasil delimitou para este biênio (2022-2023) o tema central “A telenovela Pantanal como media event”, o qual é articulado em nossa proposta de pesquisa através dos rituais de assistência da telenovela Pantanal por uma audiência jovem e conectada. A proposta se vincula em termos teóricos e metodológicos às investigações do grupo Obitel UFSM nos biênios anteriores, incluindo metodologia de abordagem quanti-qualitativa. Compreendemos este momento, “pós-pandemico”, oportuno para continuidade do estudo sobre as ritualidades de assistência de narrativas ficcionais, com possibilidade de tensionamento com os dados obtidos durante a pandemia. Essa investigação pretende oferecer alguma evidência sobre os novos modos de ver telenovela e em que medida os modos de ler estão associados com preocupações juvenis. Buscamos pistas para o sucesso da novela Pantanal junto à recepção de jovens universitários, visto que temáticas como gênero, sustentabilidade, tecnologia e o conflito rural e urbano, atualizadas no remake da telenovela aparecem com frequência nas redes sociais digitais, perfazendo parte da sociabilidade em torno da trama. Objetivo geral: Investigar os modos de ver e de ler a telenovela Pantanal por jovens universitários. Objetivos específicos: a) Observar a circulação de Pantanal em ambiente online, para mapear temáticas de interesse na recepção e as formas de apropriação da trama; b) Identificar as práticas de consumo e ritualidades de assistência de Pantanal por jovens universitários; c) Investigar como e se a ritualidade de assistência on demand contribui para “novas” sociabilidades mediadas pelas narrativas ficcionais e pelas plataformas. d) Aprofundar os modos de ler a partir do conflito entre o modo de vida rural e o modo de vida urbano. Os resultados esperados são: a) Questionamento a respeito das relações de gênero apresentadas na novela. Especialmente a partir da trama, escrita há mais de três décadas, e novos conceitos de masculinidades e feminilidades tradicionais e divergentes; b) O encontro entre um Brasil rural e o Brasil urbano na telenovela, valores e modos de vida que remetem ao rural, frente uma sociedade cada vez mais urbanizada, e uma cultura que preza pelo cosmopolitismo; c) Insights a respeito da adaptação por parte de jovens, ao tradicional hábito de “ver novela” e os possíveis impactos que a cultura do streaming traz ao consumo audiovisual, tensionando com os dados da pesquisa do biênio anterior.

 

Projeto: Tendências do campo editorial: produção, circulação e consumo

 Resumo: A proposta de pesquisa considera a atual complexidade da indústria editorial, em especial as implicações que a revolução digital trouxe à produção, circulação e consumo de livros. Além das posições ocupadas por editoras, publicadores independentes e autopublicação no mercado, produtores de conteúdo e influenciadores digitais têm sido relevantes na construção de comunidades leitoras, com reflexos na venda de livros. Considerando as transformações ainda em curso, a presente proposta de pesquisa parte da seguinte problemática: Como investigar a configuração de tendências no campo editorial? Quais pistas as práticas de leitura mediadas por tecnologias, indiciam movimentos contemporâneos sobre a produção editorial no Brasil? O objetivo geral é investigar a configuração de tendências no campo editorial a partir de experimentação metodológica sobre a produção, circulação e consumo cultural. É vinculada aos estudos culturais latino-americanos, particularmente ao conceito de consumo cultural (GARCÍA CANCLINI, 1992, 1995, 2006), para observar as articulações entre práticas de leitura (CHARTIER, 1998; GARCÍA CANCLINI, 2014, 2015, 2017) e o mercado editorial (BOURDIEU, 2008, 2018; DE DIEGO, 2020; GARCIA CANCLINI; URTEAGA, 2012; THOMPSON, 2013, 2021). Metodologicamente, a pesquisa exploratória conta com integração das abordagens de pesquisa quantitativa e qualitativa, assumindo a diretriz de realizar experimentações metodológicas para mapear a configuração de tendências.

Coordenadora: VENEZA VELOSO MAYORA RONSINI

 

Projeto: PRÁTICAS DE COMUNICAÇÃO E A NOVA IDENTIDADE DA CLASSE MÉDIA

 Resumo: Mantendo o interesse no estudo do poder midiático no ordenamento da vida cotidiana, a investigação objetiva aprofundar as complexas questões teóricas e empíricas do projeto anterior, o qual propõe uma inflexão significativa na minha trajetória de pesquisa, motivada pela grave crise ambiental e social e suas feições particulares no Brasil. O novo objeto relaciona o papel do consumo de mídia e das “práticas orientadas pela mídia” (COULDRY, 2012, p. 35) na configuração de modo de vida alternativo, atento aos ideais de sustentabilidade ambiental e que são implementados globalmente em assentamentos humanos designados ecovilas, a partir de quatro dimensões – econômica, ecológica, social/comunitária e cultural/espiritual (ROYSEN & MERTENS 2016; ROYSEN 2013). Inspirando-nos na terminologia “práticas orientadas pela mídia”, preferimos o termo “práticas de comunicação” para incluir todas as ações, coletivas e individuais, que envolvem o uso direto dos dispositivos ou que são resultado da presença e funcionamento das tecnologias e, ainda, as que ocorrem justamente para evitar as tecnologias. Vale dizer, as que não são orientadas pela mídia e permitem relações sociais orientadas pelo afeto e cooperação as quais, segundo a ótica das comunidades, só podem ser plenamente vivenciadas sem a interferência direta das tecnologias e do materialismo da sociedade de consumo. Assim, a noção “práticas de comunicação” aqui explicitada parece resolver, por um lado, os limites dos conceitos “receptor” e “consumidor” para o estudo das interações nas plataformas digitais a partir da análise social e cultural, a qual não se circunscreva ao exame das interações individuais mediadas por tecnologias; por outro, a imediata vinculação do termo comunicação à comunicação mediada pela mídia ou pelas tecnologias digitais. O modo de vida sustentável das comunidades se organiza com base na produção e consumo de bens e serviços, compatíveis com a regeneração ou preservação ambiental e com o desenvolvimento das potencialidades culturais/espirituais humanas em contraposição ao trabalho alienado e à emulação social pelo consumo. A essas dimensões, acrescentamos outras duas, a política e a comunicativa, que serão aprofundadas no estudo da formação da nova identidade da classe média por três razões: primeiro, a pesquisa bibliográfica indica que elas são menos explicitadas nos projetos de sustentabilidade ambiental das ecovilas; segundo, são dimensões-chave para a compreensão das potencialidades e limites da constituição de modos de vida alternativos na fase do “capitalismo de hiperconsumo” (LIPOVETSKY, 2007); terceiro, a dimensão política acerca da mudança ambiental depende das redes de comunicação interpessoais, da autocomunicação de massa e da comunicação de massa. Deste modo, a sustentabilidade política e a comunicativa nos permitem compreender a emergência do fenômeno sob a ótica das formações de classe e da disseminação social do ambientalismo/ecologismo. A dimensão política diz respeito, no escopo do caso investigado, aos vínculos ou alianças entre as classes de forma que a sustentabilidade ambiental seja implementada para além dos contornos das ecovilas, local e regionalmente. No plano da estrutura social, trata-se do papel do Estado em garantir os direitos humanos (SACHS, 2008; 2009) e os direitos da natureza (FRASER, JAEGGI, 2020). Portanto, a cooperação entre as classes seria um primeiro passo para transformações mais amplas que dependem de implementação de políticas públicas nacionais e internacionais voltadas à redução da desigualdade social e ao cuidado com os recursos naturais e os seres vivos. A dimensão comunicativa se refere à circulação dos ideais e projetos de sustentabilidade ambiental nas redes de comunicação interpessoais, na autocomunicação de massa e, eventualmente, na mídia hegemônica. Os projetos usualmente são inspirados em dois paradigmas que coexistem na permacultura (FERREIRA NETO, 2018, p. 61) – o ambientalismo (antropocêntrico) e o ecologismo (biocêntrico). Assim, permanece um desafio repensar essas categorias à luz da realidade empírica estudada, já que o objetivo geral da investigação é compreender a formação desta nova identidade, por meio do estudo das relações entre os usos da mídia e a adoção de um modo de vida sustentável e comunitário no meio rural por indivíduos com origem em frações da classe média urbana. Inspirando-nos no conceito bourdiano de habitus de classe e na discussão complementar de Andrew Sayer (2005) sobre a tensão entre as disposições e valores morais que são parte da reprodução e da transformação do habitus, estudamos as alterações identitárias no processo de migração urbano-rural e adaptação à vida em comunidade, ao longo do qual os indivíduos de classe média experenciam sentimentos e valores morais que os levam a julgar a sociedade urbana como intolerável. As questões de fundo que caracterizam o estágio atual do capitalismo (FRASER; JAEGGI, 2020), e as lutas por redistribuição (classe) e reconhecimento (demandas culturais e identitárias) tematizadas por FRASER (2004) e HONNETH (2007), permitem situar o conflito de classe que envolve a classe média, mesmo que os autores da Teoria Crítica hodierna priorizem a classe trabalhadora. Em nossa interpretação do fenômeno das comunidades ecologicamente sustentáveis de classe média, elas emergem como parte de uma crise de reprodução econômico-social de frações intelectualizadas que altera o modo de vida e a identidade delas. Temos por isso um duplo conflito, primeiro, um conflito de classe assentado na insatisfação com renda (exploração) e em sentimentos de alienação no trabalho. O conflito não é suficiente para caracterizá-lo como uma luta por justiça distributiva, mas envolve a distribuição econômica desigual e as dificuldades que a classe média encontra para se reconhecer como um grupo socialmente relevante em razão da sua desidentificação com posições ocupacionais citadinas. Em suma, entendemos que não apenas a classe trabalhadora, mas também segmentos da classe média protagonizam, em graus distintos, um conflito, expresso de forma individualizada ou socialmente controlado, no qual subjaz formas de lidar com a injustiça social. Segundo, no fenômeno estudado, o conflito entre natureza humana-não humana se revela na adoção dos ideais de sustentabilidade ambiental e da crítica à sociedade de consumo. Mas o debate sobre os desdobramentos dos conflitos morais e econômicos para a ação social ignora o papel das tecnologias da comunicação na reprodução da injustiça social e ambiental e, ainda mais, o uso potencial delas para a mudança social pelo compartilhamento global de visões de mundo. No contexto da modernização reflexiva (ROBERTSON, 2001), a comunicação eletrônica ou digital facilita, em grau e proporções antes inimagináveis, a propagação do modo de vida sustentável, proposto, em diferentes continentes do Sul e do Norte global, pela classe média intelectualizada. Nossa pretensão é reparar essa lacuna, investigando duas questões interrelacionadas: 1) as implicações das práticas de comunicação na organização de um novo modo de vida que expressa os conflitos de classe/reconhecimento e os da separação entre humanos e natureza; 2) as proximidades concretas entre classe média e grupos subalternos mediadas pelas tecnologias da comunicação e suas implicações para a mobilização e mudança social e ambiental. O tema, portanto, abarca o trabalho e o consumo (material, cultural, midiático) como dimensões ontológicas das identidades de classe, as quais são concebidas como reivindicações de pertencimento e de reconhecimento do grupo social, relacionando-as com as práticas de comunicação interpessoais e digitais. Ora, se o trabalho e o consumo são organizados em torno dos valores da “vida simples” e se a relação com o mundo natural é inspirada em comunidades tradicionais e de trabalhadores rurais, a hipótese acerca da formação da nova identidade da classe média é a de que pode haver modos de pensar, sentir e agir em sintonia com o “ecologismo dos pobres” ou com o habitus das classes trabalhadoras rurais. E, consequentemente, que essa identificação ou desidentificação, conforma-se pela mediação tecnológica.

 

Projeto: Usos e não-usos das tecnologias da comunicação e o sentido da vida em comum

 Resumo: A nova proposta de investigação objetiva estudar teórica e empiricamente a sociedade saturada pelos fluxos de informação e as possibilidades de cooperação pelos usos e não-usos das tecnologias da comunicação em comunidades autodesignadas alternativas ou autossustentáveis. O objetivo da investigação é compreender as relações entre meios de comunicação e disposições para a rejeição parcial do modo de vida na cidade e para a constituição das comunidades. Por comunidade entendemos a prática do compromisso, a longo prazo, com outros baseada na confiança, no reconhecimento e em identidade partilhada soldada pela cooperação (SENNETT, 2000). Nosso problema de pesquisa é responder a seguinte questão: como os usos da mídia se relacionam com o processo de retradicionalização e da manutenção de modos de vida de comunidades autossustentáveis e alternativas? Como resposta ao problema, exploramos duas hipóteses relativas às origens sociais da formação das comunidades quanto à adesão de seus integrantes que estão relacionadas ao circuito do capital (produção, distribuição, troca, consumo): os que tendo a opção de viver as benesses e o conforto da sociedade de consumo a rejeitam por convicção e os que aderem à vida comunitária por exclusão. Supomos que o retiro a uma vida simples e comunitária possa ser uma alternativa à escassez de postos de trabalho e à exploração no trabalho, bem como recusa às características perversas da sociedade de consumo, tais como destruição do meio ambiente e malestar subjetivo. A proposta pode contribuir para os estudos brasileiros no campo da Comunicação, em três aspectos: 1) esclarecendo questões sobre a importância das práticas de comunicação mediadas para a construção do modo de vida em comunidades, parcialmente distanciado do projeto dominante da sociedade da informação caracterizado pela competitividade técnica e concentração de poder econômico e político; 2) relacionando as práticas de comunicação enraizadas no local com a cultura desterritorializada da mídia; 3) compreendendo experiências humanas contemporâneas como reações às desigualdades – sejam elas nacionais/regionais/locais, de classe, de gênero, raciais ou geracionais – e ao drama do reconhecimento. As práticas de produção e consumo são observadas no tempo presente, através da etnografia dos usos das tecnologias – como formas culturais e objetos técnicos – e são complementadas pelos retratos sociológicos individuais (LAHIRE, 2004) que capturam trajetórias de vida emblemáticas da adesão a diferentes comunidades. Em 2019, os avanços do projeto foram nos âmbitos metodológico, teórico e empírico, a partir da realização de um estudo exploratório no período de março a agosto de 2019, o qual contribuiu para consultar dados secundários sobre as ecovilas em livros, teses e dissertações e para o afinamento dos objetivos da pesquisa e da metodologia com a coleta primária de dados nos meses de abril e agosto de 2019. A pesquisa exploratória nas ecovilas consistiu na observação participante no Instituto Arca Verde, em São Francisco de Paula(RS), na Comunidade Campina (Bahia)e na Ecovila Tibá (São Carlos) e realização de entrevista com o permacultura Djalma Nery no Instituto Veracidade, na cidade de São Carlos (SP). A metodologia adotada foi cunhada por nós como etnografia crítica da mídia (RONSINI, 2019),de forma a distingui-la da etnografia crítica da audiência. Em relação à proposta original aprovada pelo CNPq, na qual a importância do estudo das relações de classe eram subentendidas, produzimos um paper onde introduzimos a discussão sobre as localizações e formações da classe média no Brasil. Essa literatura da sociologia e da economia é uma das bases teóricas para responder ao problema de pesquisa: como os usos (e os não-usos) da mídia incidem na transformação da identidade da classe média no processo de adoção de um novo estilo de vida? O paper, intitulado “Classes, comunidades intencionais e usos da mídia: esboço teórico para sua articulação”, foi apresentado no GT Comunicação e sociabilidade da Compós, PUC-RS, Porto Alegre em junho de 2019 e publicado nos Anais do XXVIII Encontro Anual da Compós. Ao estudar a produção online das ecovilas do sudeste brasileiro, nosso projeto problematiza os conceitos de comunicação popular, alternativa e comunitária e assim pretende contribuir para o avanço da teoria da comunicação combinada a uma teoria das classes sociais. Em 2020, o avanço do projeto diz respeito a diferentes ações: escrita e submissão de paper ( In search of the ‘good life’: media uses and recognition in Brazil’s rural intentional communities) para a revista Communication and Critical Cultural Studies em agosto de 2020. Este paper permitiu o aprofundamento teórico e a análise dos dados coletados antes da pandemia, em janeiro de 2020. Outro avanço foi a participação como palestrante em evento internacional a convite da instituição parceira do projeto institucional de internacionalização Capes Print. Destacamos, ainda, a supervisão de quatro projetos de doutorado e mestrado (2019/2020) do forma que essas teses e dissertações pudessem estar diretamente vinculados ao objeto de pesquisa sobre mídia e comunidades. O trabalho coletivo no grupo de pesquisa permite melhor otimizar a discussão e desenvolvimento de conceitos complexos. Outro produto vinculado ao projeto foi a realização de um documentário intitulado Vida em comunidade, com entrevistas com moradores de uma das ecovilas que compõem a amostra da pesquisa. O audiovisual está disponível no Youtube e tem como um dos seus objetivos dar voz às comunidades sustentáveis nas plataformas digitais, reconhecendo a importância delas para a regeneração do meio ambiente e para a mudança social em direção ao bem-estar humano. O projeto foi concluído em março de 2022. No ano de 2021 houve a finalização da análise do material empírico, redação de paper publicado na revista E-Compós e realização de estágio-Sênior na Loughborough no qual tive a oportunidade de discutir conceitos relevantes, como o de mudança social, para dar continuidade a uma nova fase desta investigação Resultados: Os usos da mídia nas ecovilas promovem o laço intersubjetivo (SODRÉ, 2014: p. 189), que articula a construção da vida boa. Livros e fontes de informação online formam repertório para uma percepção crítica do funcionamento do sistema capitalista e seus impactos na experiência cotidiana, abarcando referências escolares pregressas, descobertas da comunidade científica, notícias em páginas de jornalismo alternativo, abordagens de documentários e de filmes independentes. O mesmo tipo de conteúdo inspira a produção das ecovilas nas suas redes digitais. Este conjunto de representações enseja a identificação com o modo de vida simples dos grupos subalternos e a não identificação com grupos econômicos que são considerados uma ameaça ao bem-estar da maioria. Os não usos da mídia, isto é, a evasão do consumo da mídia hegemônica, resultam em aproximação com outros grupos igualmente silenciados ou insatisfatoriamente representados nessas produções. Além do mais, esses meios de comunicação apareceram frequentemente como prejudiciais por estimular o consumismo. Este mesmo conjunto de práticas relacionadas à mídia reforça a ética comunitária que propicia a autorrealização pela conquista da autonomia coletiva e individual e pela experiência da solidariedade. Neste sentido, autonomia coletiva não significa autossuficiência, mas liberdade pela posse coletiva de alguns instrumentos de trabalho que geram renda coletiva e a manutenção física das ecovilas. A autonomia individual é a sensação de uma vida com propósito para si e para o Outro, na qual as metas individuais interagem com as metas coletivas, seladas pela cooperação e confiança. Em suma, a ética comunitária é uma síntese da avaliação moral de si (self), do Outro e da sociedade, a partir das experiências no trabalho e dos modos de consumir. Levando em conta a observação empírica, os dados secundários e a literatura consultada, percebemos uma diferença entre o comunalismo das comunidades alternativas, mais próximas do isolamento das comunidades hippies, e o comunalismo das ecovilas. Vistos sob a ótica das categorias de Honneth, ambos são pressionados pelo individualismo de autorrealização da primeira metade do século XX, centrado na autorresponsabilidade, e pelo novo individualismo contemporâneo. São essas duas modalidades de individualismo que sustentam os dilemas da integração distanciada delas à sociedade capitalista porque, por um lado, buscam o ideal de vida autêntica da contracultura e/ou da ecologia; por outro, estão sujeitas às coações produtivistas do individualismo instrumentalizado que dominam a sociedade brasileira, que sequer consegue implementar a igualdade idealizada pelo individualismo iluminista, parcialmente alcançada pelo estado de bem-estar social nos países avançados. A aspiração ao reconhecimento social e individual e sua negação institucionalizada pelo sistema capitalista gerou sofrimento nas trajetórias individuais e a apropriação dos modelos culturais do individualismo e do comunalismo como orientação moral para fugir da submissão ao mercado de trabalho e ao consumo. A orientação moral se origina na identidade coletiva do grupo e na afinidade com grupos subalternos para a construção de uma nova ordem social que deve iniciar-se no plano micro, diante da descrença nas instâncias políticas vigentes para enfrentar atores coletivos oponentes. Em um país de desigualdade abissal, parece-nos estratégico lembrar que não se pode desconsiderar a busca de parte dos setores de classe média por condições de vida dignas, se quisermos imaginar e lutar politicamente através de alianças e não apenas pela divisão entre as classes. O alcance da meta da igualdade entre seres humanos e o respeito pela natureza necessita dos laços que conseguimos criar através da mídia hegemônica e contra ela, enquanto expandimos os usos das mídias alternativas.

 

Linha de Pesquisa –  MÍDIA E ESTRATÉGIAS COMUNICACIONAIS –  Projetos por docentes

Coordenadora: ALINE ROES DALMOLIN

 Projeto: Circulação de discursos sobre a pandemia do coronavírus em plataformas

 Resumo: Objetivo geral A pesquisa tem como objetivo geral analisar a circulação de discursos sobre a pandemia ocasionada pela COVID-19 em plataformas midiáticas. Pretende-se investigar as regularidades informacionais e estratégias de comunicação de falas que circulam nas plataformas; compreender os discursos que circulam sobre a Covid-19 no contexto da “infodemia” (Cinelli et al, 2020) e, ainda, identificar a lógica de interação entre os interagentes em diferentes contextos. O estudo situa-se na problemática dos estudos de circulação no contexto das midiatizações complexas. Justificativa A pandemia de Covid-19 foi o acontecimento que mobilizou o mundo em 2020, tendo afetado as relações humanas e provocado intensas transformações na vida de boa parte dos habitantes do globo no decorrer do ano. Um cenário de dúvidas e incertezas se instalou a partir da declaração da Organização Mundial de Saúde, no dia 11 de março, que considerou a doença provocada pelo vírus SARS-CoV-2 como uma pandemia, obrigando muitos países a entrarem em quarentena e seus cidadãos a praticarem o afastamento social na intenção de conter a disseminação descontrolada do vírus. Neste contexto, a troca de informações através das plataformas midiáticas se intensificou, em especial, através do uso do Whatsapp. Em estudo publicado pela ESPM em agosto de 2020, a plataforma foi considerado por 97% dos entrevistados brasileiros como uma Descrição (objetivo geral, justificativa, metodologia, referencial teórico. Em caso de finalizado, incluir resultados) Objetivo geral A pesquisa tem como objetivo geral analisar a circulação de discursos sobre a pandemia ocasionada pela COVID-19 em plataformas midiáticas. Pretende-se investigar as regularidades informacionais e estratégias de comunicação de falas que circulam nas plataformas; compreender os discursos que circulam sobre a Covid-19 no contexto da “infodemia” (Cinelli et al, 2020) e, ainda, identificar a lógica de interação entre os interagentes em diferentes contextos. O estudo situa-se na problemática dos estudos de circulação no contexto das midiatizações complexas. Justificativa A pandemia de Covid-19 foi o acontecimento que mobilizou o mundo em 2020, tendo afetado as relações humanas e provocado intensas transformações na vida de boa parte dos habitantes do globo no decorrer do ano. Um cenário de dúvidas e incertezas se instalou a partir da declaração da Organização Mundial de Saúde, no dia 11 de março, que considerou a doença provocada pelo vírus SARS-CoV-2 como uma pandemia, obrigando muitos países a entrarem em quarentena e seus cidadãos a praticarem o afastamento social na intenção de conter a disseminação descontrolada do vírus. Neste contexto, a troca de informações através das plataformas midiáticas se intensificou, em especial, através do uso do Whatsapp. Em estudo publicado pela ESPM em agosto de 2020, a plataforma foi considerado por 97% dos entrevistados brasileiros como uma ferramenta fundamental para as atividades diárias durante a pandemia, liderando como o aplicativo mais popular no país (Junqueira, 2020). Metodologia A metodologia da pesquisa parte de uma estratégia multimetodológica, a ser adaptada à plataforma a ser estudada, abordada através de estudos de caso múltilplos, e identificando episódios comunicacionais (Braga, 2017) que merecem nossa atenção em função da repercussão que tiveram no contexto brasileiro. As abordagens buscam abarcar a diversidade de conteúdos circulantes contexto da pandemia e analisar o nível micro das interrelações em plataforma (Fernández, 2018). O atual estágio da pesquisa envolve a sistematização de um protocolo de processos de captura de unidades discursivas existentes em grupos selecionados pela técnica bola de neve (Becker, 1993) no Whatsapp, somando em torno de mil unidades discursivas coletadas até o final do mês de julho de 2020 e extraídas de 17 grupos distintos. Também é intenção fazer algum tipo de análise mais quantitativa, com a experimentação de softwares de pesquisa, como Iramuteq e Gephi. O software de análises lexicais Iramuteq (Ratinaud, 2014) tem sido utilizado por integrantes do grupo de pesquisa para análises de repetição de palavras que servem como pistas para posteriores observações mais aprofundadas. Referencial teórico A circulação é caracterizada pela não linearidade da comunicação e marcada por bifurcações porque é um “processo que está afastado do equilíbrio” (Verón, 2008, p.149). Dessa maneira, a circulação discursiva é um fenômeno que repercute sobre os processos complexos vividos na sociedade em midiatização. Como formula Verón (2013, p.294): “el esquema del desfaje producción/reconocimiento presupone que en ambos polos de la circulación están operando lógicas cualitativamente distintas. ¿Qué son esas lógicas? ¿De donde provienen? ¿Por qué son diferentes?”. Fausto Neto (2010, 2018) vem problematizando há mais de uma década que a circulação representa interações distintas entre produtores e receptores, fenômeno que complexifica os papéis dos sujeitos enunciadores e os organiza segundo distintas dinâmicas interacionais. Para ele, temos passado há alguns anos por transformações profundas em que há uma passagem da ‘sociedade dos meios’ para uma sociedade marcada por distintas midiatizações. José Luiz Braga (2012, 2017) entende que os circuitos de comunicação não se restringem nem aos produtos que circulam, nem aos momentos diretamente midiáticos. Para ele, um produto midiático não representa necessariamente o ponto de partida de um fluxo comunicacional, visto que são os atores sociais e suas ações interacionais que fazem com que os discursos sejam postos a circular. No caso do estudo de sistemas de interações em plataformas, como lembra Férnandez (2018), é importante atentar para as trocas discursivas presentes em suas interações através da interface. Numa perspectiva latino-americana, o autor propõe explorar manifestações contemporâneas de comunicação focadas na complexidade das relações sociais e discursivas constituídas em plataformas multimídia, as quais considera sensíveis de serem analisadas a partir de um estágio de observação, o qual tem chamado de “[…] postbroadcasting por la convivência se registra, finalmente, entre broadcasting y networking” (Fernández, 2018, p.19). Já em uma linha aproximada de reflexões, mas a partir de outro cenário, Van Dijck (2016) afirma que as transformações históricas e culturais das plataformas de meios de comunicação e a sociabilidade online são resultantes de um processo evolutivo, que vem sendo discutido em nível macro, sobretudo a partir de seus efeitos políticos e econômicos. Ela explora este cenário e “el cambio de las normas y valores culturales sobre los que se fundan estos desafios legales y económicos, como las estructuras tecnológicas, ideológicas y socioeconómicas que suponen” (Van Dijck, 2016, p.23).

Coordenadora: CARLISE PORTO SCHNEIDER RUDNICKI

 Projeto: Comunicação para o desenvolvimento: Lazos América Latina

 Resumo: O projeto objetiva o desenvolvimento de plataformas tecnológicas (game, plataforma de comunidades e aplicativo) que proporcionem a identificação, o mapeamento e a análise de práticas comunicacionais em regiões rurais da América Latina, a partir de políticas públicas coordenadas pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO-ONU). Os produtos são demandas de entidades de fomento e propulsoras do desenvolvimento em escala mundial. Diagnosticou-se a necessidade a partir de relatos de profissionais de comunicação dessas entidades, especificamente pela dificuldade no desenvolvimento de pesquisas em diversos países com culturas variadas, sociais e produtivas. A proposta inovadora ancora-se na analogia de redes, visto que tais entidades se estruturam em fluxos institucionais e técnico-profissionais, os quais poderiam alimentar softwares de dados, neste caso o Nvivo, a partir do aplicativo, usado de forma descentralizada nos diversos países. O projeto objetiva o desenvolvimento de plataformas tecnológicas (game, plataforma de comunidades e aplicativo) que proporcionem a identificação, o mapeamento e a análise das práticas comunicacionais em regiões rurais da América Latina, tendo como base o projeto “Mais Algodão”, coordenado pela FAO/Chile, no Paraguai, Haiti, Peru e Equador. O projeto justifica-se pela demanda crescente do reconhecimento das práticas e saberes locais a fim de desenvolver políticas públicas e projetos de desenvolvimento territoriais geridos pelas comunidades e levando em conta as particularidades culturais. O difusionismo, enquanto modelo de comunicação para o desenvolvimento, é substituído pelo modelo de comunicacional. Apesar de (re)sistir em outros formatos, o difusionismo é arcaico enquanto diretriz norteadora de processos para o desenvolvimento, pois desconsidera elementos fundamentais relativos ao processo de emancipação e sustentabilidade dos territórios. Por outro lado, as práticas difusionistas (não o modelo) se perpetuam e passam a configurar uma fase instauradora do modelo de comunicação. Esta fase com características difusionistas, exerce função de disponibilidade e acessibilidade de informações para a formação, capacitação e mobilização dos indivíduos como sujeitos comunicantes no desenvolvimento. O modelo de comunicação não se trata apenas de um método de diagnóstico caracterizado pela participação. Pois permeia todos os agentes envolvidos no processo de desenvolvimento, para além do relacionamento pontual na divulgação de políticas públicas ou levantamento de dados. Adotar o método de comunicação em instituições e processos e adotar uma postura democrática para o desenvolvimento. O maior desafio está no deslocamento do protagonismo na definição das demandas-problemáticas e de técnicas-estratégias, ou seja, as diretrizes do processo de desenvolvimento territorial são indicadas pelas comunidades e não impostas pelas instituições governamentais ou de fomento. Tais instituições tem o papel de apreender as demandas e viabilizar estrategicamente as proposições em sua diversidade. Por esse motivo, acreditamos em uma proposta que visa atender novas metodologias voltadas à extensão rural, no sentido de inserir, a partir de aplicativos, um mapeamento de redes de relacionamentos dos atores sócias no que tange à espaços de participação social. Em especial, no meio rural, esse mapeamento irá ajudar na criação de “alertas”, ou seja, entender que regiões precisam de atenção especial para implementação de políticas públicas e mensuração dos resultados das mesmas. Projeto “Mais Algodão” e a Universidade Federal de Santa Maria, através de webconferências e encontros em eventos no Brasil, momentos em que discutimos presencialmente as estratégias metodológicas que pretendem aprimorar a comunicação para o desenvolvimento do setor algodoeiro na região da América Latina e Caribe e, especificamente, nesta missão citada, no Paraguai. Nesse sentido, ter a possibilidade de começar a desenvolver ações de prospecção no campo enquadra-se como uma grande contribuição para a realidade do país e para os objetivos da Cooperação Sul-Sul Trilateral (CSST). Em 2019, o projeto avançou resultando em Criação da Plataforma Colaborativa; Criação de aplicativo; Organização dos cursos em EAD; 03 Cursos de Formação no Paraguai: alunos de escolas técnicas agrícolas em Villarica e Caazapá, e no Departamento de Comunicación, dependiente de la Dirección de Educación Agraria (DEA), Assunción. Em 2020,pode-se afirmar que foram obtidos vários benefícios, pois foi o semestre em que foram organizados e ofertados os cursos EaD que fazem parte do objetivo principal do projeto. Da mesma forma, a implementação da plataforma desenvolvida no CPD da UFSM foi um grande avanço na direção de sua utilização pelas comunidades de estudantes de escolas rurais do Paraguai. A divulgação do projeto nas redes sociais também foi um benefício alcançado pelo projeto, pois se estabeleceu um canal de contato e de troca de conhecimento entre os parceiros do projeto (FAO/ONU e Ministério de Agricultura do Paraguai) com os estudantes das escolas rurais que, em função da pandemia de Coronavírus, estão sem aulas.

Coordenadora: JULIANA PETERMANN

 Projeto: Nova cartografia da criação publicitária: uma análise das práticas de produção no campo publicitário

 Resumo: Esta pesquisa investiga o campo da publicidade brasileiro, traçando paralelos com a realidade que identificamos no Rio Grande do Sul, na pesquisa de doutoramento que realizamos em 2011, e considerando as principais reconfigurações nas práticas criativas de produção. O nosso problema de pesquisa configura-se da seguinte forma: Quais são os principais tensionamentos e as principais atualizações que percebemos no campo da publicidade e no habitus das práticas criativas da produção? Nosso objetivo geral se configura como: Analisar, a partir dos conceitos de habitus e de campo de Bourdieu (1983; 1998; 2005; 2007a, 2007b, 2008), o campo da publicidade brasileira, suas práticas criativas institucionalizadas (BERGER; LUCKMANN, 2008) e suas latentes necessidades de atualização em termos de modelo de negócio, estruturas de linguagem publicitária e modelos de ensino. Temos os seguintes objetivos específicos: 1) Investigar, por meio de uma movimentação cartográfica, as práticas criativas de produção no campo da publicidade, a partir dos seguintes platôs: Platô 1- Ensino de Criação Publicitária; Platô 2 – perfil profissional e formação de jovens profissionais da publicidade; Platô 3 – Trabalho publicitário criativo; Platô 4 – Linguagem publicitária, considerando anúncios e campanhas; Platô 5 – Questões étnico-raciais, de gênero, de diversidade e de inclusão; Platô 6 – Novos modelos de negócio e plataformização da publicidade. Objetivo específico 2: Construir o rizoma da publicidade brasileira, apontando atualizações e tensionamentos no campo da publicidade e no habitus de profissionais das práticas criativas de produção, fazendo contrapontos com a cartografia desenvolvida no ano de 2011, em nossa tese de doutorado. Trata-se de uma pesquisa de cunho cartográfico, percorrida por meio das quatro tipo de variedade de atenção (KASTRUP, 2019) e que se utilizará de diferentes técnicas de coleta de dados, definidas a partir de cada um dos platôs que analisaremos: Platô 1- Ensino de Criação Publicitária: questionários fechados com estudantes e docentes; Platô 2 – perfil profissional e formação de jovens profissionais da publicidade: entrevistas com jovens recém graduados no curso de publicidade e coleta de vagas de trabalho no LinkedIn; Platô 3 – Trabalho publicitário criativo: entrevista com profissionais; Platô 4 – Linguagem publicitária, considerando anúncios e campanhas: coleta de anúncios e campanhas; Platô 5 – Questões étnico-raciais, de gênero, de diversidade e de inclusão: mapeamento de pesquisas já realizadas sobre o temática, como, por exemplo, a pesquisa TODXS ou o Censo de Diversidade das agências brasileiras, realizado pelo Observatório de Diversidade na Propaganda, no ano de 2023; Platô 6 – Novos modelos de negócio e plataformização da publicidade: coleta de reportagens de mídia especializada. Por fim, construiremos um rizoma do campo da publicidade brasileira, com ênfase nas práticas criativas de produção, por meio da análise dos dados coletados tendo em vista os conceitos de campo, de habitus e de práticas institucionalizadas. Este exercício será feito com base nos princípios que caracterizam o rizoma (DELEUZE; GUATARRI, 1996): Princípio da Conexão e Heterogeneidade; Princípio da multiplicidade, Princípio da ruptura a-significante, Princípio de cartografia e decalcomania.

 

Projeto: O ENSINO E A APRENDIZAGEM DE CRIAÇÃO PUBLICITÁRIA

 Resumo: Há aproximadamente três anos um dos três pesquisadores participantes deste projeto de pesquisa investiga o ensino superior de criação publicitária sob uma perspectiva discursiva. Em 2010, o referido pesquisador partiu, em um momento ainda embrionário, de uma pesquisa de caráter teórico para preparar o terreno para o trabalho de campo. O levantamento bibliográfico foi apoiado em autores que repercutem a intersecção da área de comunicação com os ambientes educacional e profissional, bem como nos conceitos da análise de discurso francesa, de orientação pecheutiana. Posteriormente, no ano de 2011, com o financiamento do Núcleo de Pesquisas e Publicações (NuPP) da Escola Superior de Propaganda e Marketing Sul (ESPM Sul), a pesquisa intitulada “O mercado publicitário em sala de aula: um olhar discursivo sobre o ensino de criação publicitária” tomou forma. O objeto de estudo foi construído e o trabalho de campo se consumou em duas Instituições de Ensino Superior: Unisc (Universidade de Santa Cruz do Sul), onde o pesquisador lecionou durante 10 anos; e ESPM Sul, onde o pesquisador atua desde 2005. Talvez o principal legado deste trabalho resida em sinalizar para a necessidade de avançar, demonstrando que a (primeira) pesquisa não se encerrou e, na verdade, está em pleno curso, pois chegar a conclusões, diagnósticos e propostas plausíveis requer tempo e um esforço consideravelmente maior e, certamente, a realização de muitas outras pesquisas. Ou seja, a pesquisa anterior conduziu ao presente projeto de pesquisa, mais amadurecido e, sobretudo, qualificado com a adesão de dois novos pesquisadores e de suas respectivas Instituições de Ensino, a saber: Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). O que aqui vai se apresentar, portanto, é um projeto de ampliação da pesquisa supracitada. Diante do que o trabalho de campo (realizado na Unisc e na ESPM Sul) já tratou de revelar, julgamos prudente ampliar o corpus para enriquecer a pesquisa, permitindo, assim, comparar as práticas de ensino em Instituições de Ensino Superior de diferentes regiões do Brasil e, igualmente, Instituições de Ensino Superior, públicas e privadas. A preocupação latente continua sendo o ensino de criação publicitária em nível superior, e a sala de aula como campo de observação. Permanece como objeto de estudo o processo de ensino e aprendizagem de criação publicitária, ou seja, as práticas de professores em sala de aula, em disciplinas da área de criação publicitária. O enfoque também é semelhante, embora não idêntico. Agora a intenção é compreender as práticas pedagógicas vigentes nas disciplinas da área de criação publicitária e seus efeitos no processo de aprendizagem. Manteremos o foco no fazer em sala, identificando os procedimentos didático-pedagógicos e as estratégias de ensino. Por isso, é indispensável conhecer o cotidiano da sala de aula em instituições educacionais, concentrando esforços na investigação das práticas docentes em universidades brasileiras. Para tanto, a ida a campo prevê, assim como foi feito até agora na Unisc e na ESPM-Sul, a coleta de materiais didáticos e a gravação em áudio e vídeo de aulas de disciplinas cuja finalidade é o ensino de criação publicitária, desta feita na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Tradicionalmente figuram nos currículos dos cursos de graduação em Comunicação Social, habilitação em Publicidade e Propaganda, as disciplinas de Criação, Redação Publicitária, Direção de Arte e Campanha Publicitária dentre aquelas que constituem a base de formação para a área de criação. A elas se resumem os conteúdos trabalhados para preparar o novo profissional criativo. Porém, além dos conteúdos programáticos, queremos entender como estamos formando – por meio de quais práticas pedagógicas e métodos de ensino – os estudantes da área criativa. Diante disso, perguntamos: o que tem sido feito para pensar criticamente a formação em publicidade e propaganda? Já tarda o momento de (re)pensarmos a formação do profissional de publicidade e propaganda e nos questionarmos: há deformação na formação? Portanto, a partir do panorama apresentado, o debate toma a sua direção e a pergunta de pesquisa se coloca: como é o processo de ensino e aprendizagem de criação publicitária? Em resumo, o centro da nossa proposição, sob uma perspectiva teórico-empírica, é investigar o que está sendo em feito em sala de aula a fim de apurar as práticas pedagógicas adotadas no ensino de criação publicitária. Além do livro produzido no ano de 2019, publicamos x artigos em períodos, além de artigos em anais de eventos e palestras como no XX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul durante o Seminário de Ensino em Comunicação – Ensicom. No ano de 2019 finalizamos as análises e produzidos o livro: HANSEN, F.; PETERMANN, Juliana; CORREA, R. S. “Criação Publicitária: Desafios no Ensino”. ISBN: 978-85-205-0806-0. (Este livro ainda está em fase de revisão e será publicado pela editora Sulina). No ano de 2020 lançamos o livro: HANSEN, F.; PETERMANN, Juliana; CORREA, R. S. “Criação Publicitária: Desafios no Ensino”. ISBN: 978-85-205-0806-0. Fizemos o lançamento do livro em 9 instituições de ensino diferentes com palestras em eventos virtuais (UFN, FAMECOS/PUCRS, UP, UPF, UNIPAMPA, UFPE, UFS, UNIDERP) e em um evento (INTERCOM). Os eventos de lançamento reuniram mais de 1000 pessoas e as vendas do livro estão sendo feitas pela editora Sulina. No ano de 2021, organizamos um capítulo de livro que teve como base uma palestra ministrada em 2021, sobre o lançamento do livro. Este capítulo será publicado em um ebook, organizado pela Unb e está em vias de publicação.

 

Projeto: Rumos da pesquisa em publicidade e propaganda: mapeamento da produção acadêmica

 Resumo: O objetivo da pesquisa é contribuir para a visibilização da produção científica acadêmica da área de publicidade e propaganda e para o impulsionamento das redes de investigação de perspectivas convergentes a partir do mapeamento, sistematização e publicização dos dados que sintetizam as pesquisas anuais realizadas no campo. O quadro teórico de referência da proposta se circunscreve a dois pontos: (a) A publicidade na perspectiva de campo; (b) A pesquisa em publicidade. No âmbito metodológico, a pesquisa tem natureza complementar quali e quantitativa, visando desenvolver estado da arte através das técnicas de pesquisa bibliográfica e análise documental. Os procedimentos de coleta, descrição, análise e interpretação de dados da pesquisa se desenvolvem em três etapas: (1) Mapeamento anual as pesquisas sobre publicidade e propaganda publicadas no âmbito dos programas de pós-graduação brasileiros em comunicação, periódicos e eventos da área; através da busca por palavras-chave como ?publicidade?, ?propaganda?; ?anúncio?; ?campanha?; ?marca?; (2) sistematização das pesquisas mapeadas quanto a: título, palavras-chave, resumo, link para acesso ao trabalho completo, autores, instituições, forma de publicação (dissertação, tese, artigo em periódico, artigo em anais de evento); (3) disponibilização do levantamento anual das pesquisas para acesso público através de publicização em plataforma digital. Descrição dos avanços do projeto em 2020 (um parágrafo) Neste ano desenvolvemos duas das três etapas previstas para o projeto: (1) Mapeamento anual as pesquisas sobre publicidade e propaganda publicadas no âmbito dos programas de pós-graduação brasileiros em comunicação, periódicos e eventos da área; através da busca por palavras-chave como “publicidade”, “propaganda”; “anúncio”; “campanha”; “marca”; (2) sistematização das pesquisas mapeadas quanto a: título, palavras-chave, resumo, link para acesso ao trabalho completo, autores, instituições, forma de publicação (dissertação, tese, artigo em periódico, artigo em anais de evento). No próximo ano trataremos da (3) disponibilização do levantamento anual das pesquisas para acesso público através de publicização em plataforma digital.Neste ano concluímos a coleta de dados e organizamos parte desses dados no seguinte artigo: PIEDRAS, E.; WOTTRICH, L.; PETERMANN, JULIANA; OLIVEIRA-CRUZ, Milena Carvalho Bezerra Freire de Mapeamento da produção de pesquisa acadêmica sobre publicidade e propaganda no Brasil em 2018 In: XV Congreso de la Asociación Latinoamericana de Investigadores de la Comunicación (ALAIC), 2020, Medellín (Virtual). Anais do XV Congreso de la Asociación Latinoamericana de Investigadores de la Comunicación (ALAIC). , 2020.

Coordenadora: LAURA STRELOW STORCH

 Projeto: Comunicação e Inovação: contribuições epistemológicas das Ciências Sociais para a constituição de um campo de pesquisa aplicada em Jornalismo

 Resumo: A presente proposta de pesquisa tem como objetivo central o estudo da noção de inovação aplicada ao contexto da Comunicação. Tomando o Jornalismo como objeto particular, discutimos a necessidade de construção de um campo de pesquisa aplicada, com especial repercussão em processos metodológicos e programas de formação profissional. O vínculo entre academia e mercado é tensionado a partir do debate teórico das Ciências Sociais, visto que compreendemos que este campo têm papel fundamental no desenvolvimento de uma agenda de pesquisa aplicada, podendo colaborar na consolidação de índices e parâmetros para a inovação com foco em uma matriz normativa, de um dever-ser socialmente construído referente à Comunicação. Neste sentido, buscamos o aporte dos communication innovation studies (CIS), que tem como fundamento a compreensão de que o campo da Comunicação se estrutura historicamente a partir de um conjunto de valores vinculados ao espírito democrático. A inovação, retirada de uma perspectiva essencialista que a vincula ao desenvolvimento tecnológico e ao rendimento econômico, recobre também as condições sociais de seu desenvolvimento e os recursos sócio-culturais de sua assimilação na cultura organizacional e na esfera pública. Em 2020,avançamos no desenvolvimento teórico sobre Epistemologia em Ciências Sociais e estamos elaborando 2 textos acadêmicos que buscam dar conta das dimensões “epistemológica” e “metodológica” para o estudo da inovação e da pesquisa aplicada no Jornalismo. Em 2021, a partir das articulações conceituais construídas, neste ano o projeto teve como meta a exploração empírica de objetos vinculados à Comunicação e ao Jornalismo: ferramentas de apuração jornalística, dinâmicas comunicacionais via narrativa jornalística, dentre outros.

 

Projeto: Jornalismo e inovação: um mapeamento da atuação de Media Labs na América Latina

 Resumo: O contexto de transformações em que se situa o jornalismo contemporâneo tem favorecido a emergência do conceito de inovação como uma referência para a problematizações sobre o campo. Ainda que indiciais, modelos de experimentação narrativa, de rotinas de trabalho, circulação de informações ou de desenvolvimento de soluções técnicas passam a ser observadas de forma mais intensa, tanto no contexto de empresas jornalísticas quanto nas universidades e instituições de pesquisa. A pesquisa experimental, tradicional em outros campos do conhecimento, passa a ser associada também com a pesquisa nas ciências sociais aplicadas, ainda que com tímidas colaborações entre iniciativa privada e universidades. O presente projeto de pesquisa parte dessas considerações e busca contribuir com o conhecimento sobre esse fenômeno a partir de um projeto que permita reconhecer não apenas as iniciativas de inovação em desenvolvimento no contexto da prática e da pesquisa em Jornalismo na América Latina, mas, mais além, que permita o reconhecimento qualitativo dos sentidos sobre inovação postos em circulação nesses espaços. Partindo de um mapeamento dos laboratórios de inovação em vigência, e buscando considerações sobre seus modos de atuação e suas áreas de interesse, o projeto pretende compreender os modos pelos quais a noção de inovação tem colaborado para o desenvolvimento de alternativas para o jornalismo em um contexto tecnológico de aceleradas mudanças. Objetivos: Mapear a atuação dos Media Labs na América Latina em relação com o mercado e com as universidades. Objetivos específicos: (1) Realizar mapeamento dos media labs de instituições federais e privadas de ensino superior na América Latina; (2) Realizar mapeamento dos media labs de instituições públicas e privadas de outra natureza na América Latina; (3) Definir as áreas de atuação dos media labs mapeados; (4) Entender a relação dos media labs com o mercado editorial e de trabalho no jornalismo; (5) Compreender os sentidos de inovação operacionalizados no âmbito dos media labs; (6) Refletir sobre os padrões de atuação dos media labs na América Latina. Justificativa: Na recente trajetória do jornalismo, evidenciam-se alguns marcos ao longo do seu desenvolvimento a partir dos quais o campo se reconfigura. Essas transformações são resultado, principalmente, do impacto de novas tecnologias e do desenvolvimento de práticas profissionais em/para suporte digital. Nesse mesmo período, o ideal de inovação se torna cada vez mais eminente e se impõe como uma exigência frente às adversidades vividas pelos profissionais da área e pelo mercado. Dessa maneira, o jornalismo contemporâneo passa por transformações que englobam desde as práticas de produção da informação, e vão até as novas possibilidades de circulação do conteúdo. A conjuntura de crise velada das lógicas profissionais e dos modos de financiamento tradicionais tenciona o campo jornalístico nos últimos anos. O relato de crise dos fundamentos éticos da profissão é outro elemento que compõe a discussão sobre o fazer jornalístico atual. Nesse contexto, surge o ideal de inovação, que vem sendo associado a um discurso de “salvação” da profissão, pois somente através dela, junto com as potencialidades das ferramentas tecnológicas disponíveis, parece ser possível o restabelecimento do papel central do jornalista – e dos meios – e dos fundamentos da profissão como mediadores da informação. Dentro desse panorama, o presente projeto aborda a relação entre jornalismo e inovação. Muito além de identificar iniciativas inovadoras na área, nossa proposta é entender o processo de construção da inovação pelos laboratórios de inovação no Brasil e na América Latina. Dessa forma, nossa proposta inicial de trabalho é mapear a atuação dos media labs ativos, sejam eles de natureza pública ou privada, no continente sulamericano que tenham foco na inovação jornalística. A partir disso, buscamos entender a articulação entre jornalismo, inovação, tecnologia e educação profissional. Resultados esperados: A presente pesquisa busca poder contribuir com o campo de pesquisa e pesquisa experimental a partir do reconhecimento comparativo das experiências iniciativas de laboratórios de inovação em atividade nas Universidades e institutos de pesquisa, no contexto dos veículos de mídia e jornalismo, e em demais instituições públicas e privadas, como assessorias ou iniciativas de comunicação na América Latina. O reconhecimento acerca do que tem sido produzido nesses ambientes é fundamental para o desenvolvimento do campo de pesquisa experimental nas ciências sociais aplicadas, em especial no contexto do Jornalismo. Pretendemos reconhecer os modelos e áreas de atuação dessas iniciativas, de modo a estabelecer problematizações sobre como a noção de inovação vem sendo acionada no campo do Jornalismo em resposta às demandas dos campos profissional e social. Situação em 2020: Descrição dos avanços do projeto em 2020 (um parágrafo) Por conta da pandemia, as atividades deste projeto foram suspensas. Retomadas em 2021.

 

Projeto: Jornalismo e narrativa transmídia: as potencialidades de inovação na modelagem de conteúdo informativo

 Resumo: O projeto pretende investigar as perspectivas teóricas sobre narrativa transmídia, o processo de produção de conteúdos em múltiplas plataformas e a modelagem de produtos experimentais em múltiplas plataformas a partir da perspectiva do Jornalismo. A inovação narrativa no Jornalismo, para que seja consistente e agregue valor informativo, estético e de leiturabilidade, precisa reconhecer as particularidades da produção jornalística: na configuração dos acontecimentos jornalísticos, nas rotinas de trabalho e nas demandas por especialização técnica, nos modos de consumo e participação das audiências, entre outros. Objetivos: O projeto tem como objetivos: (1) Realizar revisão teórica, envolvendo questões como a noção de transmídia, a noção de narrativa, a noção de transmídia no jornalismo, a noção de narrativa jornalística transmídia, a noção de audiência transmídia; (2) Identificar as características da multimídia/ crossmedia/ transmídia em produtos midiáticos, como reportagens, filmes, séries, entre outros; (3) Analisar o processo de produção de conteúdos em múltiplas plataformas, investigando os impactos da transmídia: a) na elaboração de pautas/roteiros; b) nas dinâmicas de trabalho e rotinas de produção; c) nas estratégias de circulação de conteúdos; d) na participação das audiências; (4) Identificar o impacto das novas configurações narrativas na construção de conteúdos multimídia, em ambientes de convergência e/ou na realização de formatos e modelos inovadores; (5) Propor a modelagem de produtos experimentais em múltiplas plataformas; (6) Viabilizar o planejamento e/ou a realização de produtos multimídia e/ou transmídia, envolvendo a elaboração de reportagens, séries e outros produtos midiáticos; a exploração de linguagens, formatos e modelos narrativos inovadores e disruptivos. Justificativa: Os estudos sobre o fenômeno transmídia tem alcançado certo protagonismo nos últimos anos no campo da comunicação. Entretanto, a investigação de obras transmídia ainda é recente e carente de trabalhos que não se restrinjam a análise de produções audiovisuais com amplo alcance midiático e mercadológico. Neste projeto, incluímos também a investigação de obras que se proponham a gerar impacto social e que problematizam fenômenos de ordem econômica, política, social e cultural. Partimos, ainda, para a compreensão das potencialidades da narrativa transmídia no contexto do Jornalismo. Ainda que o referencial sobre transmídia seja abundante, sua problematização no contexto jornalístico e a repercussão prática dessas estratégias na produção de conteúdos informativos ainda são difíceis de serem identificadas. Mesmo na academia, a discussão sobre a existência de um jornalismo transmídia não é consolidada, especialmente porque a natureza do conceito se forma em ambientes comunicacionais muito diversos daquele em que se estrutura a produção jornalística. É nessa brecha que propomos adentrar, em busca de considerações teórico-metodológicas que favoreçam o reconhecimento das particularidades da transmidialidade no Jornalismo e o desenvolvimento de modelagens narrativas que exploram a transmidialidade no contexto da informação jornalística. Resultados esperados: Como resultados da pesquisa pretendemos o desenvolvimento de trabalhos teóricos: 1) que reflitam sobre a noção de transmídia, contribuindo para o estudo de sua genealogia e da sua relação com distintas matrizes teóricas; 2) que investiguem as propriedades de obras midiáticas elaboradas em distintos formatos, suportes e plataformas; 3) que investiguem os processos envolvidos na concepção de obras midiáticas. Além disso, esperamos desenvolver projetos que enfoquem a experimentação em um aspecto do processo de produção e circulação. Em 2020, o projeto avançou com publicações em anais de eventos e encontros do grupo de pesquisa.

 

Projeto: Worlds of Journalism Study – WJS3 | Etapa Brasil

Resumo: O WJS3 visa estudar os níveis de risco e incerteza que os jornalistas enfrentam em todo o mundo. Ao fazê-lo, o estudo se propõe a entender melhor as maneiras pelas quais o jornalismo lida e se adapta ao risco e à incerteza em diferentes contextos políticos, socioeconômicos e culturais, e como o jornalismo se desenvolveu ao longo do tempo. Em consonância com nosso quadro teórico geral, avaliamos essas percepções nas seguintes áreas-chave críticas para o exercício do jornalismo: autonomia editorial, influências no jornalismo, papéis jornalísticos, epistemologias jornalísticas, ética profissional, segurança e resiliência dos jornalistas, bem como as condições de trabalho. Em um sentido mais amplo, o principal objetivo do projeto é ajudar pesquisadores, profissionais e formuladores de políticas de jornalismo a entender melhor as mudanças que estão ocorrendo nas orientações profissionais dos jornalistas, as estruturas de oportunidades em que trabalham, bem como o(s) papel(es) do jornalismo em um mundo em mudança. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Entre os principais objetivos do estudo estão: (a) estudar níveis e fontes de risco que jornalistas e organizações de notícias estão enfrentando em todo o mundo, bem como suas manifestações e consequências; (b) compreender as formas de enfrentamento e adaptação ao risco e incerteza entre jornalistas e organizações de notícias em diferentes contextos políticos, socioeconômicos e culturais; (c) avaliar, de forma mais geral, o estado do jornalismo ao redor do mundo como é percebido pelos jornalistas em um momento de mudança dramática dentro da instituição da mídia noticiosa; (d) comparar as percepções de risco e incerteza dos jornalistas em todas as sociedades e identificar os principais fatores que impulsionam as diferenças transnacionais na maneira como os jornalistas concebem e lidam com o risco e a incerteza; (e) rastrear mudanças nas percepções de risco e incerteza dos jornalistas ao longo do tempo, comparando evidências recentes com pesquisas anteriores (por exemplo, de WJS1 e WJS2); (f) criar uma infraestrutura de dados robusta sobre as percepções de risco e incerteza dos jornalistas e sobre o estado do jornalismo em geral, bem como disponibilizá-lo para análises secundárias; (g) fomentar a colaboração internacional e a troca de conhecimento na área das percepções de risco e incerteza dos jornalistas e no campo dos estudos de jornalismo em geral, por meio do envolvimento em pesquisas colaborativas. E dentro dessa estrutura, criar uma rede de apoio e orientação mútua para aumentar as capacidades técnicas e os entendimentos teóricos transculturais e transnacionais entre pesquisadores que trabalham em questões relacionadas ao jornalismo e risco em diferentes sociedades; (h) envolver profissionais, formuladores de políticas de mídia e outros grupos preocupados com o estado do jornalismo e alimentar os resultados em discursos profissionais e públicos relevantes. O estudo usa abordagens conceitual e metodológica abrangentes para estudar as percepções dos jornalistas sobre o risco e a incerteza na produção de notícias; investiga a evolução do risco e da incerteza profissional ao longo do tempo, examinando como o jornalismo se adapta às mudanças nos diversos ambientes de mídia; mede o risco percebido, a incerteza e as possíveis consequências nas dimensões profissional e pessoal, em relação às organizações de notícias e à instituição jornalismo em âmbito nacional e internacional; inclui a possibilidade de pesquisa agregada com jornalistas periféricos para uma representação mais precisa de áreas em transformação. De acordo com o previsto no Módulo de Disseminação – Etapa 4 do referencial metodológico -, a proposta é que os dados resultantes da pesquisa circulem além da comunidade científica. Para tanto, a rede WJS3 pretende organizar workshops nacionais e internacionais a fim de compartilhar as principais percepções do estudo com jornalistas, professores de jornalismo, representantes de sindicatos de jornalistas e formuladores de políticas de mídia. Espera-se que os integrantes da rede WJS compartilhem sua experiência com organizações nacionais e internacionais preocupadas com o futuro do jornalismo, como a Federação Nacional de Jornalistas – FENAJ, a Federação Internacional de Jornalistas, a ONG Repórteres sem Fronteiras e a UNESCO. De modo geral, a pesquisa Worlds of Journalism pretende operar como um centro de pesquisa global para avaliações comparadas das maneiras que os jornalistas percebem os riscos e as incertezas da profissão em um cenário de mídia em constante mudança.

Coordenadora: MARIA IVETE TREVISAN FOSSA

Projeto: A mediação de conflitos e relações públicas – cultura de paz nas organizações

Resumo:  palavra conflito remete a choque, contraposição de ideias, palavras, ideologias, valores, e está ligado a forma com que os indivíduos se relacionam consigo mesmo, com os outros e com o meio. O conflito é inevitável e salutar para a concretização de uma sociedade democrática, não devendo, desta forma, ser considerado uma patologia. Na sua constituição, os conflitos com bases reais são aqueles que se estabelecem por diferenças de interesses percebidos pelas partes. Já os conflitos sem bases reais originam-se de falhas de comunicação, de mau entendimento das questões envolvidas. Relações Públicas tem na sua essência a informação, o diálogo, a compreensão mútua entre as organizações e seus públicos e consequentemente o estabelecimento de um relacionamento contínuo e amigável, que tem na escuta ativa a base de todo trabalho. O presente estudo objetiva realizar uma reflexão teórico-metodológica da mediação, na resolução de conflitos organizacionais, à luz da teoria do interacionismo simbólico e dos aspectos filosóficos-comunicacionais da comunicação não-violenta e o papel do profissional de relações públicas neste contexto. Por meio de entrevistas e grupos focais, a pesquisa é do tipo qualitativo, exploratória e faz uso da Análise do Discurso (AD) com a pretensão de aportar evidências sobre os novos arranjos e sentidos de trabalho e as novas mediações presentes em ecossistemas de inovação: oportunidades e desafios no contexto brasileiro. Andamento em 2021 e 2022 – A pesquisa realizada até então mostrou a existência de dois tipos de conflitos: os com e os sem bases reais. Os conflitos com bases reais são aqueles que se estabelecem por diferenças de interesses percebidos pelas partes. Já os conflitos sem bases reais originam-se de falhas de comunicação, especificamente da falta de entendimento das questões envolvidas. Relações Públicas tem na sua essência a administração da controvérsia, a informação, o diálogo, a compreensão mútua entre as organizações e seus públicos e, consequentemente o estabelecimento de um relacionamento contínuo tendo na escuta ativa a base de todo trabalho. O presente estudo, através do trabalho de mediação na esfera jurídica, realizado por uma das orientandas, junto ao Fórum de Passo Fundo/RS, proporcionou uma reflexão teórico-metodológica da mediação, na resolução de conflitos organizacionais.

 

Projeto: Comunicação e Trabalho: novos arranjos e novos sentidos para as atividades de jornalismo, publicidade, relações públicas e produtores editoriais

Resumo: Partimos da perspectiva de um mundo de tecnologia, do ambiente digital e das diferentes relações que os comunicadores (publicitários, jornalistas, produtores editoriais e relações públicas) estabelecem a partir das mídias digitais, sem contudo deixar de compreender as relações sociais na materialidade concreta do desenvolvimento histórico, das disputas e lutas e, de produção da vida em sociedade. Dar conta dessa complexidade demanda entender a comunicação como aspecto constitutivo do ser humano no seu percurso histórico, levando em consideração a comunicação como ontologia do ser social assim como o trabalho, a atividade linguajeira como inerente ao desenvolvimento humano e, a ergologia no trabalho em seu ineditismo criativo e coletivo. Desse modo, o problema de pesquisa envolve os novos sentidos do trabalho dos comunicadores tendo como suporte teórico a ergologia e a comunicação como fundamento para entender o ineditismo criativo e coletivo da própria comunicação. A informação disseminada pelas redes e o processo de globalização dos mercados afetam e tem mudado a sociedade e a forma de organizar o trabalho e, portantode entender o sentido do trabalho na sociedade da informação e de comunicação na qual vivemos. Tomando como tema a precarização, a flexibilidade, a individualização do trabalho e a ergologia nas novas formas de relações de trabalho comunicacionais surgidos após o advento da internet e com o uso das mídias sociais, o nosso problema de pesquisa busca compreender como as relações de comunicação, em uma sociedade permeada pelas mídias sociais, estão mobilizando novos arranjos e sentidos para o trabalho realizado por profissionais da área da comunicação. Estamos passando por momentos difíceis em relação a democracia, as fake news dificultam o entendimento da verdade e vivemos em uma sociedade onde as informações circulantes nas mídias sociais constroem o entendimento de mundo e as relações das pessoas entre elas e com as organizações. A pesquisa é do tipo qualitativo, exploratória e faz uso da Análise Sociológica do Discurso (ASD) com a pretensão de aportar evidências sobre os novos arranjos de trabalho e os novos sentidos do trabalho dos comunicadores, a partir da ergologia. Situação em 2021 e 2022: O projeto sofre um re(alinhamento) buscando incluir o ecossistema de inovação, novos arranjos de trabalho surgidos com a plataformização do trabalho, assim como os novos sentidos do trabalho circulantes em ambientes organizacionais.Com a integração de novos integrantes na equipe de pesquisa, fez-se uma (re)configuração no escopo de pesquisa buscando também uma aproximação com a teoria da ecologia das mídias. Foram qualificados dois projetos de doutorado e uma dissertação de mestrado. Dois artigos foram apresentados em eventos internacionais.

 

Projeto: Estratégias de comunicação midiática em contextos de movimentos sociais e organizações comunitárias, públicas, privadas, políticas, startups e inovação com o foco no local, regional, comunitário, político e cívico/cidadão

Resumo: A potência de vida das comunidades, tomadas como um conjunto de singularidades diferentes, mas capazes de agir coletivamente, desenha as potencialidades de espaços estratégicos e táticos para desenvolver e transformar social e culturalmente os espaços de vivências e convivências locais, regionais e comunitários. Os dispositivos de biopoder e as estratégias de biopolítica quando aplicadas ao campo midiático permite observar as estratégias e táticas utilizadas tanto pelo poder hegemônico da mídia tradicional quanto de movimentos populares, comunidades, organização não governamentais, meios de comunicação públicos e privados, perpassados pela questão local, regional, comunitária e cívica. Neste sentido, este projeto, articula conceitos de comunicação comunitária, biopoder, biopolítica, biopotência, comunidade, movimentos sociais, mobilização comunitária, minorias e cidadania. Mediando estes conceitos colocamos a comunicação na perspectiva comunitária, cívica e com foco nas TICs que atuam como espaços de expressão e de representação autônoma das minorias. Objetivos Tem como objetivo geral analisar os processos comunicacionais midiáticos enquanto manifestações permeadas pela mobilização, participação e empoderamento coletivo. Como específicos quer-se compreender a atuação das minorias na esfera da produção imaterial e dos pontos de fuga aos poderes hegemônicos no campo midiático; conhecer as estratégias e táticas utilizadas na produção e ampliação das liberdades e do direito de produção autônoma de formas de vida; compreender de que modo a economia da cooperação mantém os bens comuns dentro de um direito e de um espaço público não atravessado pela força estatal, nem pela mercantilização do capital. Metodologia O método de abordagem adotado é o histórico-dialético e os procedimentos consistem em pesquisa bibliográfica, documental, análise de discurso e análise de conteúdo. Avanços em 2014 – Aglutina pesquisas de graduandos, mestrandos e doutorandos com foco em estratégias comunicativas, comunicação popular, poder e empoderamento comunitário no ambiente midiático. Até o momento as pesquisas versam em torno de interesso público e privado na mídia, rádios e tvs comunitárias, jornalismo público/cívico/cidadão, movimentos populares, democratização da informação, espaço público. Atualmente envolve os sub-projetos das acadêmicas Patrícia Pichler “Comunicação e Biopotência da multidão – mudança social entre estratégias de biopoder e práticas de biopolítica”, de Patrícia Pérsigo “jornalismo público em ZH”; de Fabrise de Oliveira Muller “Estratégias discursivas da Folha de São Paulo no espaço tempo da midiatização na busca de aproximação com o público leitor”; de Fabiana da Costa Pereira Pereira “Estratégias comunicacionais da mídia comunitária e a mobilização na sociedade midiatizada”; de Kalliandra Quevedo Conrad “Estratégias discursivas na construção da mobilização social: os sentidos de cidadania na mídia impressa brasileira”; de Rafaela Caetano Pinto “Comunicação comunitária e movimentos sociais: as estratégias midiáticas no Movimento Marcha das Vadias”. Avanços em 2015 – A potência de vida das comunidades, tomadas como um conjunto de singularidades diferentes, mas capazes de agir coletivamente, desenha as potencialidades de espaços estratégicos e táticos para desenvolver e transformar social e culturalmente os espaços de vivências e convivências locais, regionais e comunitários. Os dispositivos de biopoder e as estratégias de biopolítica quando aplicadas ao campo midiático permite observar as estratégias e táticas utilizadas tanto pelo poder hegemônico da mídia tradicional quanto de movimentos populares, comunidades, organização não governamentais, meios de comunicação públicos e privados, perpassados pela questão local, regional, comunitária e cívica. Neste sentido, este projeto, articula conceitos de comunicação comunitária, biopoder, biopolítica, biopotência, comunidade, movimentos sociais, mobilização comunitária, minorias e cidadania. Mediando estes conceitos colocamos a comunicação na perspectiva comunitária, cívica e com foco nas TICs que atuam como espaços de expressão e de representação autônoma das minorias. Tem como objetivo geral analisar os processos comunicacionais midiáticos enquanto manifestações permeadas pela mobilização, participação e empoderamento coletivo. Como específicos quer-se compreender a atuação das minorias na esfera da produção imaterial e dos pontos de fuga aos poderes hegemônicos no campo midiático; conhecer as estratégias e táticas utilizadas na produção e ampliação das liberdades e do direito de produção autônoma de formas de vida; compreender de que modo a economia da cooperação mantém os bens comuns dentro de um campo de direitos e de um espaço público não atravessado pela força estatal, nem pela mercantilização do capital. O método de abordagem adotado é o histórico-dialético e os procedimentos consistem em pesquisa bibliográfica, documental, análise de discurso e análise de conteúdo. No ano de 2015 publicamos a obra “Das ruas à mídia: representação das manifestações sociais”, pela EdiPUCRS de Porto Alegre/RS e contou com a participação de orientandos de mestrados e doutorados do programa de Pós-graduação em Comunicação da UFSM a saber: Fabiana da Costa Pereira, Rafaela Caetano Pinto, Fabrise Muller, Kalliandra Conrad, Patrícia Franck Pichler, Taísa Dalla Valle e Patrícia Milano Pérsigo. Teve como participantes externos: Márcio Simeone Henriques, Julio Cesar Scheid e Ranice Hoehr Pedrazzi Pozzer. Situação em 2016, aglutina pesquisas de graduandos, mestrandos e doutorandos com foco em estratégias comunicativas, comunicação popular, poder e empoderamento comunitário no ambiente midiático. Até o momento as pesquisas versam em torno de interesso público e privado na mídia, rádios e tvs comunitárias, jornalismo público/cívico/cidadão, movimentos populares, democratização da informação, espaço público. Atualmente envolve os sub-projetos das acadêmicas Patrícia Pichler Comunicação midiática e empoderamento comunitário: mudança social entre estratégias de biopoder e práticas de biopolítica; de Fabrise de Oliveira Muller A audiência do jornal impresso no espaço-tempo da midiatização: as estratégias mercadológicas e discursivas da Folha de S Paulo para aproximar o público leitor; de Fabiana da Costa Pereira Pereira As estratégias de educação para cidadania acionadas pela programação da TVE de Porto Alegre/RS; de Kalliandra Quevedo Conrad Os sentidos de cidadania no discurso midiático: um estudo das estratégias discursivas do Programa Profissão Repórter; de Rafaela Caetano Pinto Comunicação Pública e Terceiro Setor: a ANDI na divulgação de informações de interesse público; de Charlene Dalcol com a pesquisa: A publicização da informação de interesse público no espaço público digital: o caso do MPF na Lava Jato e da mestranda Amanda Frick com a pesquisa Estratégias comunicacionais para a Mobilização da Responsabilidade Social Empresarial: a atuação do Instituto Ethos no Pacto Empresarial pela Integridade e Contra a Corrupção. Situação em 2017: O projeto “Estratégias de Comunicação midiática em contextos de movimentos sociais e organizações comunitárias, públicas e privadas com foco no local, regional, comunitário e cívico/cidadão”, iniciado no ano de 2012, dá continuidade e atualiza teórica e metodologicamente o projeto na utilização do método de análise de discurso de orientação francesa e no estudo de gênero. Este projeto sustenta as reflexões do grupo de pesquisa Comunicação Institucional e Organizacional e das 6 orientações de Doutorado, 2 de mestrado, 1 de pós-doc e 4 de TCC realizadas em 2017. Situação em 2018: O projeto “Estratégias de Comunicação midiática em contextos de movimentos sociais e organizações comunitárias, públicas e privadas com foco no local, regional, comunitário e cívico/cidadão”, iniciado no ano de 2012, dá continuidade e atualiza teórica e metodologicamente o projeto na utilização do método de análise de discurso de orientação francesa e no estudo de gênero. Este projeto sustenta as reflexões do grupo de pesquisa Comunicação Institucional e Organizacional e das 7 orientações de Doutorado, 3 de mestrado, 1 de pós-doc e 2 de TCC realizadas em 2018. Situação em 2019: O projeto “Estratégias de Comunicação midiática em contextos de movimentos sociais e organizações comunitárias, públicas e privadas com foco no local, regional, comunitário e cívico/cidadão”, iniciado no ano de 2012, dá continuidade e atualiza teórica e metodologicamente o projeto na utilização do método de análise de discurso de orientação francesa e no estudo de gênero. Este projeto sustenta as reflexões do grupo de pesquisa Comunicação Institucional e Organizacional e das 5 orientações de Doutorado, 2 de mestrado realizadas em 2019. Situação em 2020: Foi qualificado um projeto de doutorado e a defesa de duas dissertações de discentes do programa envolvidos no projeto “Estratégias de comunicação midiática em contextos de movimentos sociais e organizações comunitárias, públicas, privadas, políticas, startups e inovação com o foco no local, regional, comunitário, político e cívico/cidadão . Foram ajustadas metodologias em consequência da pandemia do coronavirus. Os resultados parciais foram apresentados em 5 artigos e cinco capítulos de livros publicados no ano de 2020. Situação em 2021 e 2022: Foi defendida uma tese de doutorado e qualificados dois projetos de doutorado de discentes do programa envolvidos no projeto. Foram ajustadas metodologias e referencial teórico para dar conta da diversidade de objetos empíricos e de problemáticas em torno da comunicação organizacional em organizações públicas e privadas. Os resultados parciais e finais estão sendo elaborados em forma de artigos a serem encaminhados para publicação em periódicos da área com qualis A a B1. Também foi apresentado um artigo em um evento internacional.

Coordenadora: REJANE DE OLIVEIRA POZOBON

 Projeto: A NOVA COMUNICAÇÃO PÚBLICA: HUMOR E EMOÇÃO ENQUANTO ESTRATÉGIA DISCURSIVA

 Resumo: É possível fazer Comunicação Pública (CP) nas redes sociais? Com tanta informação circulando nas redes sociais, como chamar a atenção dos usuários para temas relacionados à CP? O humor pode ser considerado uma estratégia discursiva relevante? Em que medida a emoção se converte em um diferencial discursivo? Essas são algumas das perguntas que atualmente tentam ser respondidas por profissionais e pesquisadores que se ocupam da CP. Para lançar luz a estas e outras questões propomos esta pesquisa de caráter exploratório. Articulado com a noção de plataformas (VAN DIJCK, POELL DE WAALS, 2018), a análise das estratégias discursivas (Charaudeau, 2007) possibilitará a visualização de exemplos e aplicações das estratégias de humor e emoção na CP.

 

Projeto: Mídia e opinião pública na sociedade da desinformação

Resumo: Descrição (objetivo geral, justificativa, metodologia, referencial teórico. Em caso de finalizado, incluir resultados) O projeto reflete como os fenômenos da pós-verdade (Wichowski, 2020) e da desinformação (Derakshan & Wardle, 2017) incidem sobre a produção e circulação da opinião pública (Lippmann, 2010). Para tanto, analisa a lógica comunicativa vigente, mapeando as estratégias argumentativas empreendidas na geração de conteúdos e no reforço das opiniões individuais. É possível observar um uso recorrente do argumento “regra de justiça”, enfatizando ações moralmente aceitas na sociedade. O número significativo de argumentos patêmicos, em muitas das análises empreendidas, aponta a necessidade de desmembrarmos dessa categoria, a fim de que possamos, em investigações futuras, melhor compreender os elementos constituintes deste argumento.

Coordenadora: SANDRA RUBIA DA SILVA

 Projeto: Culturas digitais: estratégias de apropriação, práticas de consumo e diversidade

Resumo: O projeto possui como objetivo geral analisar o escopo das culturas digitais em termos de suas estratégias de apropriação e suas práticas de consumo, considerando a internet como um artefato cultural pautado pela diversidade. O projeto justifica-se a partir da intensificação crescente dos fenômenos observados na internet em termos de suas práticas. Notadamente, o projeto interessa-se em analisar apropriações e práticas relacionadas às periferias urbanas, aos recortes de gênero e outras possibilidades trazidas pela diversidadade e pela interseccionalidade. Seu referencial teórico pauta-se pelo reconhecimento das dinâmicas de plataformização da sociedade (Van Djick e co-autores, 2018); da diversidade de estratégias de apropriação e suas práticas no cotidiano (Miller et al, 2020) e, em abordagem metodológica, pelo reconhecimento da internet como um artefato cultural incorporado, corporificado e cotidiano nas práticas dos agentes sociais (Hine, 2015).

 

Projeto: Internet, smartphones e periferias urbanas: consumo, práticas e representações em torno da tecnologia no cotidiano de grupos populares

 Resumo: Este projeto dá continuidade a trabalhos de pesquisa anteriores desenvolvidos nas cidades de Florianópolis, Rio de Janeiro e Santa Maria. A análise dos dados destas pesquisas revelou que a tecnologia é considerada uma necessidade, especialmente no que se refere à oportunidades de acesso à educação e emprego. Entretanto, o alto custo dos serviços de internet e telefonia móvel faz com que o acesso não necessariamente resulte em uso regular. Concluiu-se que os principais usos da internet e dos telefones celulares estão relacionados ao fortalecimento de vínculos pessoais e familiares; às lutas por reivindicações de direitos dos moradores e de visibilidade contra o preconceito às minorias; à vivência da religiosidade; à busca por educação e geração de renda, por saúde e segurança; e ao entretenimento. A partir das experiências de trabalho de campo nessas localidades, pretendo neste projeto ampliar a pesquisa de caráter etnográfico e comparativo, aprofundando questões anteriores e incluindo a proposta de uma etnografia virtual das redes sociais de moradores da comunidade do Cantagalo e Pavão-Pavãozinho, no Rio de Janeiro, com quem mantenho contato por redes sociais deste trabalho de campo anterior realizado naquela cidade em 2011. Desta forma, em termos gerais, este projeto tem como objetivo investigar como os habitantes de periferias urbanas nas cidades de Santa Maria – RS, Florianópolis – SC e Rio de Janeiro – RJ estão incorporando o uso da internet e dos telefones celulares ao seu cotidiano e às suas experiências de vida. Entretanto, para além de aspectos técnicos e econômicos (que também são importantes) o projeto visa, especialmente, analisar tais usos em uma perspectiva social e cultural. O principal foco de interesse será analisar até que ponto o acesso à Internet e o uso de telefones celulares e smartphones propicia aos moradores da periferia destas cidades oportunidades de se sentirem incluídos socialmente e de se pensarem como cidadãos portadores de direitos. O problema de pesquisa que nos mobiliza pode ser exposto nestes termos: quais são as formas de consumo, as práticas socioculturais e as representações relacionadas aos smartphones e à internet (e, especialmente, aos sites de redes sociais) acionadas pelos moradores de periferias urbanas das três cidades pesquisadas em seu cotidiano com a tecnologia? Tomando este problema como norte, interessa-nos também investigar, nessa perspectiva, em qual medida tais tecnologias de comunicação e informação propiciam ou obstruem formas de inclusão e participação cidadã. Nossa proposta é a de conjugar um marco teórico que reconheça a importância dos estudos em desenvolvimento e inclusão digital, mas que traga também a contribuição dos estudos antropológicos do consumo, em especial o consumo de tecnologia, que o consideram uma prática social e cultural. Ao enfatizar tal horizonte teórico, este projeto sublinha o interesse pela investigação do tema da experiência cotidiana com a tecnologia por grupos de camada popular, em termos de seu consumo, suas práticas e representações, bem como das possibilidades de inclusão e participação cidadã – de uma perspectiva não somente econômica, mas também social e cultural em relação aos usos, apropriações e expectativas sobre a tecnologia no cotidiano dos moradores da periferia. Por outro lado, o projeto busca contribuir com o debate em torno dos desafios e possibilidades que cercam o fenômeno da crescente penetração da internet e dos telefones celulares nas periferias, bem como de sua importância para o exercício da cidadania e a busca por direitos. Em 2017, contamos com a primeira tese defendida no âmbito do projeto e a segunda dissertação defendida; quatro pesquisas em nível de doutoramento e quatro de mestrado em andamento. Acolhemos bolsistas de IC e um bolsista de Ensino Médio em iniciação científica júnior. Os resultados das pesquisas desenvolvidas no âmbito deste projeto foram divulgadas em eventos científicos, publicação em anais de eventos com orientandos de mestrado, doutorado e de Iniciação Científica; publicação de cinco artigos em periódicos. Em 2018, a pesquisa avançou com as defesas de tese de Ana Cássia Pandolfo Flores da Rosa, que pesquisou o papel da internet, através do blog O Catequista, em propiciar protagonismo nas vivências de religiosidade de leigos católicos. Da mesma forma, defenderam suas dissertações os agora mestres Thiago Álvares da Trindade, que pesquisou as relações de alunos de Ensino Médio de uma escola pública com seus smartphones; e Fárida Monireh Rabuske Kuntz, cujo trabalho consistiu em uma pesquisa sobre o papel da produção de vídeos para o YouTube na subjetividade infantil. Os três trabalhos consistiram de etnografias com trabalho de campo online e offline cujos resultados já foram publicados parcialmente; além disso, há artigos em preparação. Em nível de graduação, dois trabalhos de conclusão de curso contribuíram para o projeto: o TCC de Jozene Noal de Oliveira analisou o papel de influenciadores digitais e seus vídeos no YouTube na vida de jovens de camada popular, enquanto o TCC de Beatriz Moreira Cesar investigou como a representação da sexualidade feminina na TV é percebida e consumida por universitárias moradoras da Casa do Estudante da UFSM. Resultados: Publicação de dois artigos resultantes do projeto, os quais estão nomeados nas publicações de 2018. Um artigo na revista Contracampo (UFF), Qualis B1, em co-autoria com o doutorando Alisson Machado; e outro artigo na revista Verso & Reverso, Qualis B2, em co-autoria com o agora mestre Thiago Álvares da Trindade. Em 2019 e em 2020, o projeto continuou avançando em termos de publicações em anais de eventos e em periódicos, além da defesa de dissertações (duas em 2019) e de uma tese (Alisson Machado) e mais duas dissertações em 2020, além da qualificação da tese de doutorado de Márcia Almeida. Resultados: O projeto avançou e os resultados foram publicados em quatro artigos em periódicos, bem avaliados no Qualis, e um capítulo de livro.

Coordenadora: VIVIANE BORELLI

 Projeto: A circulação discursiva no contexto de midiatização da sociedade

 Resumo: A pesquisa visa dar continuidade ao que foi desenvolvido no projeto de pesquisa de estágio pós-doutoral com apoio da Capes intitulado “A interação entre jornais e leitores nos espaços públicos da internet: uma análise das lógicas, processos e interlocuções que atravessam a enunciação dos media”, onde foram analisados os jornais portugueses Diário de Notícias e Público. A partir dessa pesquisa, vêm-se comparando com casos específicos de periódicos brasileiros, já analisados na pesquisa que encontra-se também em desenvolvimento, com previsão de finalização em março de 2019, e intitula-se “Produção e circulação da notícia: as interações entre jornais e leitores”. Nesse contexto, essa proposta intenciona ampliar e dar continuidade à problemática das relações entre os públicos/leitores e as mídias no contexto de uma sociedade em processo de midiatização onde há uma reconfiguração da produção, da circulação e do reconhecimento (VERÓN, 2004, 2013). O processo de midiatização da sociedade e a crescente protagonização dos leitores fazem emergir outras lógicas de interação que atravessam as enunciações produzidas pelo campo dos media. Se outrora as mídias controlavam o processo de interação com seus leitores por meio de seções específicas, como a “carta do leitor”, hoje há uma reconfiguração desses espaços de participação. A partir da constatação de que os media possibilitam pontos de contato e espaços de interação com seus leitores no ambiente digital e que esses se apropriam de determinadas notícias e as lançam em outros dispositivos sócio-técnicos, questiona-se: que operações discursivas podem ser descritas no processo de circulação em que distintos enunciadores entram em contato e estabelecem vínculos por meio de estratégias discursivas? Que lógicas interacionais podem ser identificadas nesses processos nos quais há acoplamentos entre produção, circulação e reconhecimento? Como os media regulam esses espaços de participação e que estratégias discursivas os leitores desenvolvem para inscreverem-se nesse ambiente? Os leitores, agora convertidos em coprodutores, interferem no fazer midiático e codeterminam a produção de notícias, reconfigurando-as e ressignificando-as quando as colocam em circulação? Que estratégias os media desenvolvem para lidar com a crescente protagonização de seus leitores que os contatam por meio de dispositivos sócio-técnicos? A problemática abrange as relações construídas no e pelo discurso a partir dos processos interacionais entre os media e seus públicos e é refletida no contexto da produção, circulação e recepção discursiva. Nesse contexto, são investigados os efeitos do processo de midiatização da sociedade sobre as relações entre os distintos enunciadores que compõem o dispositivo de enunciação (VERÓN, 2004, 2013). Parte-se do pressuposto que há a emergência de uma terceira instância entre produção e reconhecimento (VERÓN, 2004), pois a circulação que é compreendida como uma zona que organiza o contato (FAUSTO NETO, 2009, 2012, 2016) e que representa fluxos que ocorrem sempre adiante (BRAGA, 2012). Trata-se também de uma reflexão acerca da reconfiguração das relações discursivas entre as instâncias da produção e recepção, visto que estamos diante de enunciações de distintas ordens e que desafiam os pesquisadores a compreenderem como ocorrem os processos interacionais entre as mídias e seus públicos, ou seja, a circulação discursiva. Em 2019, o projeto guarda-chuva tem gerado uma série de pesquisas por parte dos integrantes. Em termos gerais, reflete-se sobe a reconfiguração das relações discursivas entre as instâncias da produção e recepção, visto que estamos diante de enunciações de distintas ordens e que desafiam os pesquisadores a compreenderem como ocorrem os processos interacionais entre as mídias e seus públicos, ou seja, passo a olhar para essas reconfigurações no ambiente midiático por meio da circulação discursiva. Em 2020,o projeto guarda-chuva tem gerado uma série de pesquisas por parte dos integrantes da equipe formada por alunos de graduação, mestrado e doutorado e coordenadas pela docente. Em termos gerais, reflete-se sobe a reconfiguração das relações discursivas entre as instâncias da produção e reconhecimento, visto que estamos diante de enunciações de distintas ordens e que desafiam os pesquisadores a compreenderem como ocorrem os processos interacionais entre as mídias e seus públicos, ou seja, passo a olhar para essas reconfigurações no ambiente midiático por meio da circulação discursiva. Como resultados, observa-se que no ambiente digital há a emergência da circulação – uma terceira instância entre produção e reconhecimento (VERÓN, 2004), outrora apenas vista como zona de passagem. Hoje, a circulação é compreendida como uma zona que organiza o contato (FAUSTO NETO, 2009, 2012, 2016), uma zona de interpenetração (LUHMANN, 2016) e que representa fluxos que ocorrem sempre adiante (BRAGA, 2012, 2017). Em 2021, a pesquisa realizada conforme planejado, com análises de cases específicos acerca da circulação de sentidos em plataformas digitais. Trata-se de reflexão acerca da reconfiguração das relações discursivas entre as instâncias da produção e recepção, visto que estamos diante de enunciações de distintas ordens e que desafiam os pesquisadores a compreenderem como ocorrem os processos interacionais entre as mídias e seus públicos, ou seja, a circulação discursiva. Em 2022, destacam-se pesquisas realizadas em co autoria com orientandos de mestrado e doutorado com vistas à experimentação metodológica. Reflexões apontam para necessidade de problematização e tensionamento dos dados de pesquisa, especialmente a partir do acionamento de uma leitura crítica e interpretativa diante das semioses produzidas pelos atores sociais em distintas plataformas digitais.

 

Projeto: Sociedades em midiatização: circulação, discursos e plataformas

Resumo: A pesquisa visa dar continuidade aos estudos que vêm sendo realizados há mais de uma década e que tratam do fenômeno das sociedades em midiatização, da emergência da circulação e da plataformização. No âmbito das pesquisas realizadas no Grupo de Pesquisa Circulação Midiática e Estratégias Comunicacionais (Cimid), alguns desafios têm sido enfrentados para dar conta da problematização teórica-metodológica em investigações que têm como eixo central a circulação de sentidos. Um deles diz respeito à necessidade de compreender tais complexidades de produção de sentidos na sociedade de plataformas. Outro trata da experimentação metodológica em que a partir da utilização de softwares têm-se buscado articular dados quantitativos e qualitativos a partir de uma leitura crítica das semioses produzidas tanto por mídias quanto pelos distintos atores sociais. Nesse contexto, a pesquisa aqui proposta trata da identificação e posterior análise da circulação de casos midiáticos singulares por meio de experimentações metodológicas.