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Perfil do egresso e áreas de atuação

O egresso do curso de Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) deverá ser um cidadão comprometido com as transformações sociais, a ética, a garantia dos direitos civis e com a educação continuada.

A propositiva desse perfil se justifica a partir da constituição da matriz curricular apresentada, sobretudo pelo modo como o repertório de unidades curriculares está disposto, de forma a atender às demandas loco-regionais, favorecendo a formação generalista, humanista, crítica e reflexiva. Desse modo, o egresso deverá ser capaz de exercer suas ações de cuidado em terapia ocupacional considerando a interdisciplinaridade/transdisciplinaridade, à intersetorialidade, a atenção aos princípios de cidadania e das políticas vigentes em cada campo de atuação. Bem como, deve ser consciente da complexidade do fazer humano, compreendendo a importância de estudá-lo como campo sociocultural e histórico, situado em determinado contexto regional, e de analisar sua expressão singular na ação de sujeitos e/ou grupos.

As competências e as habilidades, descritas a seguir, foram estabelecidas a partir das Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de Terapia Ocupacional para o futuro profissional exercer suas atividades com ética e rigor científico.

  • Analisar e desenvolver ações de prevenção, promoção, proteção, reabilitação e recuperação da saúde em nível individual e coletivo, com foco na integralidade do cuidado;
  • Compreender o processo de construção do sujeito pelo fazer humano e dos efeitos das ações humanas no mundo, considerando como o ser humano, nas diferentes condições históricas, sociais e culturais, realiza suas escolhas ocupacionais, utiliza e desenvolve suas habilidades, se reconhece, é reconhecido, atribui sentidos e significa suas ações.
  • Avaliar, indicar e confeccionar dispositivos, adaptações, órteses, próteses, software e inovações tecnológicas, de modo a facilitar as atividades/ocupações/cotidianos de pessoas, grupos, coletivos e populações acompanhadas pela Terapia Ocupacional.
  • Conhecer as políticas públicas de seguridade social (saúde, assistência social e previdência social), e outras políticas e programas sociais referentes à educação, habitação, cultura, mobilidade e direitos humanos na atenção a pessoas, grupos, coletivos e populações de todas as faixas etárias e diferentes classes, raças/etnias e gêneros.
  • Reconhecer a saúde, a proteção e inclusão social, a cultura, a educação e o trabalho como direitos e atuar de forma a garantir a intersetorialidade e a integralidade da assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações individuais e coletivas realizadas em serviços e equipamentos sociais em todos os níveis de complexidade.
  • Conhecer as políticas públicas para compreender sua constituição, a dimensão das responsabilidades das instâncias federativas (federal, estadual e municipal) e a inserção e atribuições do terapeuta ocupacional.
  • Reconhecer as modificações nas relações societárias, de trabalho e comunicação em âmbito mundial, nacional e regional, assim como entender os desafios de tais mudanças para a vida cotidiana, possibilitando ações e intervenções que garantam o exercício de direitos e a participação na vida social.
  • Conhecer as dinâmicas culturais e determinantes sociais relacionados aos processos de exclusão, segregação, asilamento, institucionalização, discriminação e estigmatização de diferentes grupos e territórios e seu impacto nas atividades/ocupações/cotidianos, para defender e promover a inclusão e participação social como direito. Atuando em conformidade com os princípios deontológicos, da ética/bioética e da humanização do cuidado;
  • Conhecer os fundamentos históricos da Terapia Ocupacional em nível mundial, nacional e regional, e os fundamentos epistemológicos e teórico-metodológicos da Terapia Ocupacional e seus diferentes modelos/perspectivas/abordagens de compreensão, avaliação e intervenção.
  • Conhecer os principais métodos de diagnóstico, formulação de objetivos, estratégias de planejamento, desenvolvimento e avaliação da intervenção que constituem o processo terapêutico ocupacional. Realizar registros das intervenções em terapia ocupacional por meio de linguagem adequada ao contexto em que ocorrem, reconhecendo sua importância assistencial, educacional, científica, administrativa e jurídica.
  • Considerar a produção de conhecimento científico para avaliar, sistematizar e decidir as condutas mais adequadas a serem conduzidas no plano terapêutico ocupacional; Demonstrar senso crítico, iniciativa, reflexão ética e bioética, espírito empreendedor e capacidade de assumir posição de liderança nas diferentes equipes nos campos da: saúde, social, educação e cultura; Compreendendo as relações indivíduo-sociedade, os processos de vulnerabilidade, de exclusão-inclusão social e de saúde doença-deficiência em suas múltiplas determinações, contemplando os aspectos biológicos, históricos, econômicos, psicossociais, culturais, espirituais e ambientais para o processo terapêutico-ocupacional, visando autonomia, participação, inclusão e emancipação social. Atualizar-se continuamente e comprometer-se com a produção de conhecimentos técnico-científicos, com a capacitação, atuando como multiplicador para as futuras gerações de profissionais, buscando apoio e conhecimento em redes, nacional e internacional;
  • Ter conhecimento e repertório técnico para trabalhar em equipes (multi, inter ou transdisciplinares), demonstrando competência e habilidade para conviver e atuar em contextos conflitivos/conflituosos, de divergências conceituais, bem como, para criar ambientes cooperativos, de respeito às diferenças, onde o cuidado ético dos sujeitos e/ou grupos estejam em evidência e sejam prioritários em relação a outras demandas;
  • Conhecer a fundamentação da acessibilidade universal e sua importância para a participação social, e aplicar conhecimentos de ergonomia, desenho universal e tecnologia assistiva, reconhecendo-os como campo interdisciplinar e multiprofissional para o seu desenvolvimento.
  • Compreender o papel dos órgãos representativos da categoria estudantil e profissional, e sua importância para o aprimoramento técnico, científico e político da profissão.
  • Tomar conhecimento das resoluções e normativas dos conselhos e associações da Terapia Ocupacional, assumindo uma postura crítica e proativa em relação às mesmas, no sentido de que elas atendam às necessidades da profissão e seu processo de expansão, como também de respostas às demandas da contemporaneidade.