Claudio R. O. da Silva
A crescente aplicação dos recursos tecnológicos na agricultura de precisão geram volumes cada vez maiores de dados de diversos parâmetros medidos e coletados nas lavouras. As tomadas de decisões tem exigido agilidade na extração de informações, maior espaço de armazenamento, recursos de processamento em grande escala e integração entre bases de dados.
APSul América 2019, com a temática Agricultura digital: o produtor no centro das novas tecnologias apresentado no 5º congresso Sul Americano de agricultura de precisão e máquinas precisas, mostrou uma coleção de experiências nacionais e internacionais com as tecnologias mais avançadas na coleta de dados espaciais com sensores e Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARPs) para aumentar a resolução espacial e temporal de monitoramento, soluções para o armazenamento e integração por meios das tecnologias de computação na nuvem e Big Data (ferramentas de gerenciamento de grande volume de dados), reconhecimento de padrões de variabilidade e predição de safras com recursos de inteligência artificial e análise histórica de dados de satélites, e integração das informações por meio de plataformas digitais de gestão de dados e processos.Os trabalhos científicos apresentados no evento mostraram os avanços das ferramentas e métodos já experimentados por instituições públicas e privadas nos diversos setores do agronegócio. Além de contar também com uma seção de stands de empresas e startups atuando no desenvolvimento de sensores e ferramentas aplicadas na agricultura de precisão.
O geoprocessamento, como uma das ferramentas essenciais na agricultura de precisão esteve representada no evento por alunos e professores que participaram dos painéis de palestras e minicursos, promovendo a integração de tecnologias, instituições e profissionais alinhados às novas tendências do mercado.
Pesquisa realizada entre os alunos que estiveram presentes no evento demonstrou maior preferência pelos segmentos de aquisição de dados com Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARPs) e a plataforma de sensoriamento remoto Google Earth Engine (GEE) , seguidos das plataformas digitais de gestão de dados e tomada de decisão. Foi também averiguado entre os estudantes sobre prévio conhecimento das tecnologias apresentadas no evento, os quais declaram ter conhecimento sobre aplicações de ARPs e plataforma GEE. Quanto ao domínio de linguagens de programação, 58,3% dos alunos se declararam iniciantes, 33,3% intermediários e 8,3% não domina nenhuma linguagem. Dentre as linguagens de programação conhecidas pelos alunos, algoritmos de programação na linguagem Portugol representou metade da parcela, os demais se dividiram entre o Python e R Studio.
Os resultados obtidos demonstraram que os alunos do curso Tecnológico em Geoprocessamento estão alinhados com as tecnologias aplicadas na agricultura digital, distribuídos principalmente nos segmentos aquisição de dados e processamento na nuvem, com conhecimento inicial a intermediários nas linguagens de programação.
Diante do cenário obtido com a pesquisa das preferências profissionais dos alunos, concluiu-se que o impacto causado com realização do evento sobre a comunidade acadêmica do curso Tecnológico em Geoprocessamento ampliou o acesso ao conhecimento e aperfeiçoamento das técnicas e instrumentos de gestão espacial de grandes volumes de dados e processos, fazendo do profissional do geoprocessamento um elemento integrado à agricultura de precisão.