A primeira versão do currículo do curso de Produção Editorial é de 2010, ano de início do funcionamento do mesmo, mas como aponta a atual coordenadora do curso, professora Sandra Depexe, essa estrutura curricular teve seu planejamento iniciado por volta de 2008, ainda na expectativa de criação da proposta de curso. Nesse contexto é preciso considerar que a sua abrangência buscava atender as tendências da área da comunicação da época e que os primeiros anos foram muito compositivos.
“Então quando a gente olha, que o primeiro currículo era de 2010 e o segundo currículo passa a valer a partir de 2014, se tem a sensação de que o primeiro estava errado, algo nesse sentido, né? Porque se diz que já mudou o currículo e, na verdade, a gente tem todo um processo, que é preciso ser considerado nessa mudança de currículo nos primeiros anos do curso”, explica a professora Sandra Depexe.
Logo no início o funcionamento do curso enfrentou algumas dificuldades, que fazem parte de todo processo de instalação de um planejamento que deixa o âmbito teórico para ser posto em prática e, apesar dos impasses enfrentados, os dois primeiros anos foram de grande aprimoramento, desenvolvimento de pesquisas e participações em eventos, buscando o começo da consolidação da identidade do curso. Contudo, a partir de 2012 fatores internos e externos evidenciaram a necessidade da elaboração de um novo currículo para o curso de Produção Editorial.
Um dos motivos foi o ingresso de docentes concursados, específicos para atender as demandas das disciplinas nas principais áreas; a coordenadora Sandra Depexe ressalta: “o curso inicia em 2010, mas ele só vai completar o corpo docente em 2015”. Outro fator foram as contribuições das primeiras turmas a partir do apontamento do que poderia ser alterado, tanto em relação ao conteúdo abordado, quanto às disciplinas, tendo em vista que a estrutura curricular havia sido criada anteriormente à existência do curso. Além disso, a área da comunicação sempre foi muito volátil, considerando de 2008 (início do planejamento do primeiro currículo) a 2014 (implementação da segunda versão do currículo) foram inúmeras as mudanças que afetaram diretamente o cenário da comunicação e o mercado de atuação dos profissionais, principalmente nessa época quando acentuadas pela convergência tecnológica e midiática.
Então em 2014 ocorre a implementação da segunda versão, e atual, do currículo que possui os conteúdos divididos em três Núcleos Temáticos: o Núcleo de Estruturação, que é formado pelas disciplinas básicas e comuns às quatro habilitações de Comunicação Social (Jornalismo, Produção Editorial, Publicidade e Propaganda e Relações Públicas); o Núcleo de Formação, constituído pelas disciplinas específicas e fundamentais ao desenvolvimento de profissionais humanamente e tecnicamente competentes; e o Núcleo Complementar, composto por conteúdos provenientes das 240 horas de Disciplinas Complementares de Graduação (DCG) e de 180 horas de Atividades Complementares de Graduação (ACG) que proporcionam o aprimoramento e complementação da formação por meio da conexão entre diferentes disciplinas da área da Comunicação e das Ciências Humanas, Sociais e Aplicadas.
Com as mudanças realizadas, o currículo que antes somava uma carga horária total de 3000 horas passa a ter 2745 horas a serem cumpridas no decorrer do tempo mínimo de 8 semestres e máximo de 12 semestres. Apesar da diminuição da carga horária total do curso, a nova estrutura contempla disciplinas como Fundamentos em Editoração, Preparação e Revisão de Originais, Design Editorial, Gestão e Mercado Editorial, Produção Editorial para Mídias Digitais, Planejamento e Produção Gráfica, Publicações Digitais, entre outras; contando ainda com cerca de 810 horas do currículo fixo destinadas à prática nos laboratórios sob orientação dos docentes de cada disciplina. A egressa Juliana Segalla, que atualmente trabalha com design gráfico, comenta: “Muitas disciplinas foram acrescentadas e eu acho que elas agregaram muito ao currículo, assim como outras DCGs que passaram a ser ofertadas, o que é muito legal. Vendo de fora a estrutura curricular tenho vontade de cursar muitas das disciplinas novas, achei elas incríveis”
Essa diversificação dos saberes abordada pelo currículo atual, do impresso ao digital, do audiovisual ao textual, do teórico ao prático viabiliza aos graduandos a possibilidade de inserção em múltiplos campos de atuação, sendo esse um dos principais diferenciais do curso de Produção Editorial da Universidade Federal de Santa Maria em relação aos outros dois únicos ofertados por universidades públicas em todo o país.
Sendo assim, é notória a importância da alteração curricular para dar conta do cenário da comunicação e da abrangência dos múltiplos conhecimentos da produção editorial em si. Certamente diversas mudanças ainda ocorrerão, mas é necessário admitir esse primeiro processo de mudança da estrutura curricular como, além de tudo, um marco na consolidação da identidade do curso, multifacetada, com uma ampla abrangência de conhecimentos no digital, impresso e audiovisual. Mudança que proporcionou ao curso de Comunicação Social – Produção Editorial, os meios para a fixação de raízes firmes e o desenvolvimento de ramos que só tendem a progredir.
Para debater melhor esse assunto, e em comemoração aos 10 anos do curso, um grupo de acadêmicos de Produção Editorial produziu um podcast com a participação da professora Sandra Depexe, a egressa Juliana Segalla e o aluna do 6° semestre Antônia Haag que comentaram sobre, acesse o link para saber mais dessa trajetória camaleônica.
Disponível também no Spotify: https://open.spotify.com/episode/6LHY1cAJcFSFEgqoS3u4QW?si=O0s8jPN4QfeHZRNzdWSIXA
Texto: Alice Rodrigues, Igor Euler, Taiane de Souza e Vinicius Garcez