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Conhecendo o Projeto Mancha



Texto: Júlia Santos, Marcelo Fonseca e Thainá Gremes

Fotos: Redes sociais do Projeto Mancha

O Mancha, criado pela servidora técnico-administrativa Danielle Wille e pela  professora Sandra Depexe, é um projeto de ensino-pesquisa que objetiva a experimentação gráfica. Focado para os alunos de Comunicação Social - Produção Editorial da UFSM, foi criado em 2017 e se encontra na segunda fase, com mais participação de alunos.

Promovendo diversas oficinas, assim como a pesquisa sobre técnicas gráficas, o Mancha se propõe a estimular a criatividade e a sensibilidade visual dos alunos. O nome do projeto, abre possibilidades de interpretação, como explicou a cocriadora do projeto: “porque remete à “mancha gráfica” e também a ideia de algo “imperfeito”, portanto, exclusivo e mais original, como manchas de tinta em uma folha de papel.”

Entrevista professora Sandra Depexe

Segue a entrevista com uma das responsáveis pelo projeto, a professora Sandra Depexe: 

 

Como/quando surgiu a ideia de criar o projeto?

A ideia do Projeto Mancha surgiu por iniciativa da Danielle Wille, Técnica em Artes Gráficas, que atua junto ao curso de Comunicação Social – Produção Editorial. Como eu ministro disciplinas mais voltadas à comunicação visual, como Design Editorial, e a Danielle tem formação em Design e experiência profissional com criação gráfica, começamos a conversar sobre produção gráfica e dificuldades que notávamos no desenvolvimento criativo em trabalhos de alunos. Questionávamos porque a maioria recorria a banco de imagens e não buscava uma solução mais original, por exemplo. Então o projeto nasceu como um desafio de resgatar elementos de produção gráfica mais artesanais/manuais como ferramenta para explorar possibilidades e potencialidades criativas.

Na prática, como ocorreu o processo de implementação?

A primeira versão do projeto (2017-2018), caracterizou-se como um projeto de ensino que pretendia resgatar a história, conceitos e técnicas de diferentes sistemas de impressão e representação gráfica trazendo-os para um contexto atual, em que a experimentação fosse fomentada como capacidade inovadora e criativa. Realizamos oficinas (estêncil, colagem, composição gráfica); um desafio criativo de férias; uma exposição no Dia de PE 2017, participação na criação da identidade visual do Editasul 2018 e participação ReTina – Feira de Artes Gráficas 2018 ministrando uma oficina.

A partir da experiência positiva, iniciamos uma segunda fase do projeto, agora com foco em ensino-pesquisa, com o propósito de identificar demandas e dificuldades dos acadêmicos nos processos de criação e expressão visual; pesquisar e experimentar diferentes metodologias para o desenvolvimento do processo criativo. Desta vez, convidamos a compor a equipe do projeto alguns alunos que participaram ativamente das atividades da primeira versão. Com esta equipe realizamos reuniões, estudamos temáticas da expressão visual e decidimos juntos os exercícios e abordagens das oficinas a serem ofertadas pelo projeto. A principal diferença entre a primeira e a segunda fase é que na segunda há mais forte o caráter de formação continuada e a oportunidade dos alunos da equipe assumirem o papel de protagonistas nas oficinas.    

Qual o objetivo geral das atividades ofertadas?

Estimular a criatividade e a sensibilidade visual. Entendemos que o desenvolvimento da linguagem visual e a ampliação de repertório de diferentes possibilidades de expressão gráfica são fundamentais na qualificação de profissionais da área da comunicação. Especialmente se levarmos em consideração o frequente e muitas vezes excessivo uso de fotografias e ilustrações prontas disponíveis em banco de imagens online, a utilização de recursos estritamente digitais para desenvolvimento dos produtos gráficos e a busca por referências de produtos prontos em portfólios online que acabam engessando as soluções em estilos, tendências e parâmetros externos ao invés de explorar o potencial criativo e a originalidade, seja pela praticidade oferecida pela internet e recursos tecnológicos ou pela crescente cobrança de produtividade no mercado de trabalho focado em soluções prático-funcionais.

 Qual o significado do nome “Mancha”?

No processo de escolha para o nome do projeto, procuramos por várias palavras que tivessem associação com design, artes gráficas, criatividade, diversão… a lista era longa. Escolhemos a palavra “mancha”, porque remete à “mancha gráfica” e também a ideia de algo “imperfeito”como manchas de tinta e algo “acidental”, pois um dos propósitos do projeto é justamente encorajar os alunos a “errar”, encarando o acidental e o imperfeito como algo positivo e oportunidade para descobrir novas possibilidades de expressão e obter resultados diferenciados que podem ser incorporados aquilo que se está construindo.

Sobre o futuro, quais são os planos para 2020?

Seguir ofertando as oficinas e abrir chamada para interessados em fazer parte da equipe do Projeto Mancha.

Ciclo de oficinas realizado pelo Mancha.

Entrevista com Amanda Pinho

E a seguir uma entrevista com a participante Amanda Pinho, acadêmica do quarto semestre de Comunicação Social – Produção Editorial: 

Como descobriu o Projeto Mancha?

Conheci o Projeto Mancha quando cursei a disciplina Editora Experimental no 2° semestre da graduação. Na disciplina eu tive contato com a Danielle Wille e Isabela Escandiel, membros do projeto, quando nos uníamos para fazer a capa do livro da disciplina. A partir dessa interação e conversar sobre o que o Projeto Mancha realizava me despertou muito interesse.

Por que resolveu fazer parte dele?

O projeto parte de um conceito muito legal de experimentação gráfica, principalmente manual, de técnicas e teorias que eu não fazia ideia que existiam. E como eu sempre me envolvi em criar e experimentar diversas formas a arte, pedi para ingressar no projeto.

Qual a sua experiência em relação às atividades feitas?

Minha experiência está se enriquecendo a cada atividade do projeto. Pois, antes de realizarmos as oficinas nós estudamos o conteúdo, criamos exercício e pensamos na melhor forma de transmitir para os participante, assim como fazer uma interação mais informal durante a oficina. O Mancha me melhorou pessoalmente e profissionalmente, além de todo o conteúdo (que também é novo para mim), o projeto enfatiza sempre que não tem certo e errado, e isso torna as coisas mais leves e possibilita experimentarmos muito mais sem esse medo. 

Para quem você recomendaria o projeto? (membros/participantes das atividades)

Recomendo principalmente para os/as acadêmicos/as de Produção Editorial, visto que o projeto é do curso. Mas recomendo para artistas (escritores/as, ilustradores/as, etc) porque além da experimentação gráfica nós desenvolvemos muito a criatividade.

 

Eu considero não só o Projeto Mancha mas qualquer outro projeto, um meio de se desenvolver como profissional com uma perspectiva fora da sala de aula, em um espaço horizontal que te permite criar.

 
Equipe do Mancha na produção das camisetas

Acesse a página do facebook para acompanhar as próximas atividades do Mancha:

https://pt-br.facebook.com/pg/projetomancha/about/?ref=page_internal

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