A criação do curso de graduação em Engenharia de Computação na UFSM
A ideia de um curso na área de engenharia de computação é bem remota. Vários dos professores que atuavam e atuam na área de microprocessadores, circuitos e sistemas digitais, perceberam a necessidade de uma opção de formação para os alunos desde sempre. Na verdade naquela época não estava bem definido se seria um curso novo. Nossa experiência com os departamentos/faculdades de engenharia, principalmente fora do Brasil, indicavam a necessidade de juntarmos engenharia elétrica com computação. Vejam os departamentos nesta área ao redor do mundo, que em sua grande maioria são de “electrical and computer engineering”. Além do fato da engenharia de computação ter nascido dentro da engenharia elétrica, em geral.
Logo, prévios estudos sobre a área de engenharia de computação (ou computacional) vinham sendo feitos a anos. Além disso, o numero de professores que atuavam nesta área, dentro da engenharia elétrica, crescia continuamente. Quando surgiu o programa de expansão do ensino de graduação do governo federal, o REUNI, as condições de implementação foram satisfeitas. A decisão de criarmos um curso novo e não uma ênfase do curso de engenharia elétrica foi definida pelos termos do programa, que favorecia novos cursos e não expansões dos existentes.
Dois professores do departamento de eletrônica e computação, Alexandre Campos e João Baptista Martins, assumiram o trabalho de desenhar um curso novo e atual. Para tal iniciou-se uma pesquisa em cursos de engenharia de computação em dezenas de universidades brasileiras e estrangeiras, para definirmos uma estrutura ideal. Levou-se em conta também o perfil do mercado de profissionais nesta área usando informações de empresas e ex-alunos de engenharia elétrica que estavam atuando na área.
Após obtermos um esboço inicial de curso, solicitamos ao colegiado do departamento de eletrônica e computação a autorização para nos dedicarmos a isso e apresentarmos um projeto ao programa REUNI. A proposta foi elaborada, submetida e aprovada, iniciando a implantação em menos de um ano. Dentro desta proposta estavam contempladas a contratação de professores, principalmente para os períodos mais profissionalizantes do curso, a compra de equipamentos, e a construção de espaço físico como salas de aula, laboratório e salas de professores. Como política de otimização, o CT resolveu agrupar as demandas de espaço com outras propostas em implantação. Usando a mesma estratégia, juntamos as demandas de laboratório, e algumas de professores, com os cursos de Engenharia de Controle e Automação e Engenharia Elétrica, investindo nos laboratórios do NUPEDEE, para atender os três cursos.
Autor: Prof. Dr. Alexandre Campos