Olhar oblíquo não se define como uma maneira reta de se perceber o mundo, trata-se, ao contrário, de optar por uma direção diferente, transversal. De ter um olhar perspectivo, sem paralelismos, nem linhas retas. Olhar oblíquo, aqui, significa desprogramar o olhar, olhar de “viés”, aqui é onde o recorte se esfumaça e subverte encantando. É, como diz Ricardo Piglia, “Olhar as coisas desde um lugar levemente marginal”.

Este projeto, é uma iniciativa acadêmica do Prof. Dr. Paulo Munhoz e busca envolver alunos de suas diferentes disciplinas atreladas à fotografia que leciona na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), campus de Frederico Westphalen. Olhar Obliquo agrega a produção fotográfica abraçada com muita criatividade pelos alunos participantes; daí a necessidade de se estender estes olhares para além do âmbito das disciplinas. Aqui nestas abas, o principal objeto em questão é a sensibilidade do olhar. Procura-se retratar, nos diversos desafios propostos a cada semestre, as pessoas que se movimentam nos espaços onde habitam, seus ângulos pouco conhecidos, sua arquitetura, seus estados de espírito, seus costumes, expressões, relações afetivas, comerciais e profissionais que compõem o universo particular de cada um e que modificam a vida de quem se dispõe a compartilhar do seu cotidiano.

Nas galerias do Olhar Oblíquo, a obra e sua concretude, os sujeitos e seus sutis vícios, os corpos delineados pela arte que revelam os passos dados e os anseios de quem marca sua pele, os caminhos a que os pés vestidos de sonhos os levam, os calçados que andam por linhas e encruzilhadas, os desenhos de luz e sombra que permeiam a composição e os contrastes que colorem, brincam e impulsionam os temas abordados.

Através da linguagem fotográfica, os alunos veem e experienciam a vida dentro e fora do mundo universitário e seus meandros; percebem como são constituídas suas trajetórias da forma como expõem suas subjetividades e percepções fotográficas. Através da sensibilidade, buscam imprimir em um recorte da realidade, suas perspectivas de estudantes e de observadores desse mundo repleto de esplendor e inquietudes.

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