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Papo com a egressa: episódio 3



Franciele se formou em 2017

Neste episódio, conversamos com a Franciele Alba, que atualmente é doutoranda na UFPR. A egressa fez um período do doutorado na Europa e nos contou como foi a experiência.

  1. Conte um pouco sobre sua trajetória até aqui. Por exemplo: por onde andou, o que faz agora…

Desde que me formei trabalho na área de manejo florestal, mais especificamente com inventário e modelagem de dados. Após a graduação ingressei no mestrado na UFPR, em Curitiba, onde trabalhei com um tipo de experimento em diferentes espaçamentos. Avaliei o crescimento de nove clones de eucalipto em diferentes espaçamentos utilizando estatística multivariada, amostragem de Prodan e desenvolvi um índice para avaliar a competição. Em 2019 após terminar o mestrado eu iniciei no doutorado na mesma instituição, e pesquiso sobre incerteza nas estimativas de inventário de volume e biomassa. Nos últimos seis meses fiz parte do meu doutorado no Reino Unido, onde trabalhei com pesquisadores do instituto de pesquisa Forest Research, o que me permitiu conhecer sobre o setor florestal e as áreas de pesquisa no país.

2. Como foi a tua experiência fora?

A minha experiência em trabalhar fora do Brasil foi muito produtiva e enriquecedora profissionalmente. Eu tive a oportunidade de trabalhar com pesquisadores de outros países culturalmente diferentes do nosso e discutir diferentes temas de pesquisa, especialmente assuntos relacionados a minha pesquisa de doutorado, avaliação de incertezas em estimativas florestais… Pois esse assunto é pouco conhecido e utilizado no Brasil.

3. Como foi a tua experiência fora? Quais foram suas principais percepções de diferenças entre o Brasil e o Reino Unido?

Eu morei em Edimburgo, na Escócia, então conheci florestas ao norte do Reino Unido.  Em geral, as florestas no país são predominantemente temperadas, com poucas espécies florestais quando comparado ao Brasil. Assim, existem muitas diferenças dentro de cada área específica da engenharia florestal. Como exemplo, devido ao clima temperado, o crescimento das árvores é mais lento, o que influencia diretamente nas práticas silviculturais e tempo de rotação das plantações.

Outra questão que existe no país é que em algumas épocas do ano ocorrem tempestades de vento que atingem as florestas e afetam negativamente a produção. Um exemplo, em 2021 cerca de 20% da colheita anual da Escócia foi prejudicada por essas tempestades. Então os profissionais concentram esforços para amenizar as perdas, com pesquisas quanto à resistência de espécies a essas situações e a qualidade da madeira após a ocorrência de tempestades.

4. Você se sentiu preparado para atuar como engenheira florestal assim que se formou?

Como cursei o mestrado após a graduação, escolhi uma área na qual eu tinha afinidade para realizar minhas pesquisas e me especializar, assim me senti preparada para atuar e confortável para aprender coisas novas.

A engenharia florestal tem muitas áreas de atuação e o curso da UFSM-FW nos ensina coisas sobre todas as áreas. Então acredito que os estudantes que estão saindo da graduação têm a base necessária para atuar em qualquer área e adquirir experiência profissional.

5. Quando estava na graduação, como que se imaginava trabalhando?

No início do curso me imaginava trabalhando em órgãos responsáveis pela execução das normas e políticas ambientais como IBAMA, ICMBio, FEPAM. Após o quinto semestre percebi que gostaria de trabalhar com pesquisa.

6. O que você ainda lembra que mais te marcou em estudar na UFSM-FW?

 As aulas práticas a campo, no viveiro e nos laboratórios, onde consegui ver a aplicação do que aprendi na sala de aula em várias áreas como inventário e manejo, silvicultura, tecnologia da madeira, genética, arborização, ecologia etc. Além disso, a interação com os colegas durante as práticas e nos intervalos trazia descontração e leveza nesse árduo período de formação.

7. Gostaria de deixar um recado para os estudantes do curso?

Sei que o tempo na graduação se torna mais curto devido as obrigações acadêmicas, então façam coisas nas áreas que vocês gostem e tenham curiosidade em conhecer mais, como participar de minicursos, eventos e congressos, estágios extracurriculares.

Outro recado é se sentirem inseguranças ou dúvidas relacionadas a profissão, conversem com profissionais com mais experiência, professores ou ex alunos. Todos os profissionais já passaram pela fase de formação e entendem como é esse processo.

Fran, agradecemos a disponibilidade e o carinho conosco.

E você, egresso, gostaria de fazer parte do “Papo com o egresso”? Envie um e-mail para divulga_florestalfw@ufsm.br e aguarde nosso contato.

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