À Comunidade Acadêmica do Curso de Pedagogia a distância do Centro de Educação UAB/UFSM
O mês de novembro é uma referência para atividades que inspiram a luta, a resistência e, principalmente, a revolta do povo negro, que historicamente tem sido os sujeitos do enfrentamento ao racismo articulado nas diversas esferas da sociedade. A partir deste ano temos o feriado nacional do dia 20 de novembro, que relembra a morte de Zumbi dos Palmares, último líder do quilombo dos Palmares, assassinado em 1695.
Diante desta conjuntura, o Curso de Pedagogia a distância do Centro de Educação da UFSM quer, uma vez mais, ao recuperar a memória de um passado perverso, reafirmar seu compromisso em refletir sobre os avanços e os desafios do presente, buscando produzir conhecimentos que levem a um futuro mais justo para todos os brasileiros e brasileiras.
Ao termos ciência de que vivemos em uma sociedade que perpetua desigualdades históricas e estruturais, compreendemos a educação enquanto espaço privilegiado de formação teórica e prática que, ao possibilitar a formação crítica do discente, pautada em princípios de justiça, equidade e respeito às diversidades, potencializa a transformação desta realidade. Nesse contexto, a Educação Antirracista se revela como uma necessidade urgente e inadiável na formação de professores.
Educação antirracista é, antes de tudo, uma educação que promove a reflexão sobre as nossas próprias experiências e preconceitos, enraizados no racismo estrutural. Ao incentivar essa autoconsciência, tornamo-nos capazes de criar ambientes de aprendizagem inclusivos e acolhedores, onde todos os educandos se sintam valorizados e respeitados, mudança crucial para que a escola se constitua como um espaço seguro para todos e todas e para que juntos possamos colaborar para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
O Projeto Pedagógico do nosso Curso de Pedagogia expressa objetivamente esse compromisso, ao enfatizar a presença da educação em direitos humanos, da educação das relações étnico-raciais e do ensino de história e cultura afro-brasileira, africana e indígena, de forma transversal, nos diferentes componentes curriculares e, sobretudo, nos espaços dos Seminários Integradores e do componente “Educação, Direitos Humanos e Relações Etnico-raciais”.
Nessa perspectiva, nosso PPC estabelece, alinhado com as diretrizes curriculares nacionais da Pedagogia, o objetivo de formar licenciados e licenciadas aptos(as) a “identificar problemas socioculturais e educacionais com postura investigativa, integrativa e propositiva em face de realidades complexas, com vistas a contribuir para superação de exclusões sociais, étnico-raciais, econômicas, culturais, religiosas, políticas e outras; demonstrar consciência da diversidade, respeitando as diferenças de natureza ambiental-ecológica, étnico-racial, de gêneros, faixas geracionais, classes sociais, religiões, necessidades especiais, escolhas sexuais, entre outras;” (BRASIL, 2006)
Nosso Curso está comprometido com os princípios de uma formação que combata o racismo, a discriminação e a exclusão social, enfatizando o estudo e a compreensão da história, da cultura e das contribuições dos povos afro-brasileiros, africanos e indígenas para a formação da sociedade brasileira. Essa formação possibilita que os(as) futuros(as) pedagogos(as) promovam o respeito à diversidade étnico-racial, desenvolvam práticas pedagógicas inclusivas e contribuam para a valorização das identidades e culturas dos diferentes grupos étnicos presentes na sociedade. (PPC Pedagogia a distância, 2024)
Pautando a interseção entre racismo, desigualdade social e desastres socioambientais, expressamos nosso compromisso, como Curso de Pedagogia, com a formação de professores(as) comprometidos(as) com a construção de uma sociedade mais justa, solidária, equitativa e antirracista. Convidamos toda nossa comunidade a renovar, uma vez mais, o seu compromisso e a sua esperança com essas pautas, unindo a coragem de lutar com a coragem de amar (Freire, 1993).
