UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
NÚCLEO DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL
CURSO DE PEDAGOGIA – EAD
Caros Colegas!!
Diante da atual situação que vivemos, indiscutivelmente umas mais dramáticas que as gerações que hoje compartilham nosso planeta vivenciarão, precisamos ficar atentos e cuidar de nossas famílias, amigos, colegas, alunos, enfim, da humanidade. Tem sido muito difícil, neste contexto, definir como mantermos nossas atividades profissionais. As dificuldades têm diferentes causas: somos mães, pais, filhos, amigos e precisamos nos reorganizar, com um cotidiano fortemente alterado, para tentarmos levar a cabo nossas atividades profissionais.
Cada um, em situações de estresse, tende a agir de uma maneira. Buscamos as forças necessárias de formas muito diferentes e individualizadas. Uns precisam de mais silêncio, outros de música, de mais postagens, de mais trabalho, de mais brincadeiras, de mais risadas, e todas estas fontes são legitimas e verdadeiras. O coração do outro é terreno que ninguém pisa, somente o outro pode saber aquilo que lhe é possível.
Perdoem-me se em alguns momentos esta mensagem pode parecer mais pessoal do que profissional, um tanto piegas por vezes, mas estou aqui escrevendo com as minhas possibilidades.
Nós, na nossa complexa profissão, trabalhamos com o outro e realizamos nosso trabalho sempre margeando aquilo que consideramos prudente, necessário e inevitável para a formação de nossos alunos. A frase “tem que ser difícil mas possível” referindo-se a condição daquilo que propomos aos nossos alunos nunca me soou tão real.
Difícil tem que ser para que nossos alunos se superem, busquem novas e criativas soluções para as tarefas propostas, avancem efetivamente na construção de seus conhecimentos, mas também tem que ser possível. Possíveis de serem compreendidos e realizados os desafios que lhes colocamos, pois a impossibilidade, só resulta na frustação e construção de um sentimento de incapacidade. Ou seja, o reverso daquilo que podemos considerar boas situações de aprendizagem e formação.
Penso, que esta pequena reflexão pode ser nosso mediador para muitas das dúvidas que têm surgido nos vários grupos que participo. O que fazer neste momento com nossas atividades docentes e com as atividades elaboradas para os discentes, de forma que façam a manutenção de uma vida “acadêmica” pretensamente normal.
Difícil por si só já está, então que seja possível.
OU seja, tudo o que propusermos em nossos ambientes, grupos, orientações, seja mediado pelas possibilidades do outro, neste caso, nosso aluno. Não temos uma receita para isso.
Aluno no singular sim, porque nunca foi tão necessário olhar cada um, na sua individualidade e exercitar a escuta, ponderar, aceitar, flexibilizar.
Nosso trabalho, neste momento tem um papel muito mais de manutenção de nossa humanidade, tanto dos professores e como dos alunos, do que de formação profissional efetivamente.
Então, na condição de Coordenação do Curso, eu e a Luciana, e diante de toda esta situação que estamos vivendo, solicito a todos que atentem para as possibilidades de vocês e dos alunos.
Cuidem, não sejam rigorosos, com os prazos e com o grau de complexidade das atividades propostas, sejam elas de estudo ou de avaliação.
Lembrem-se sempre que nossos polos estão todos fechados e que alguns alunos só conseguem acessar o sistema. Para esses, teremos que flexibilizar muito mais.
Nossas normativas internas estão sendo expedidas, mas não têm como garantir todas as situações advindas deste problema global.
Afinal, por que correr, vamos fazer jus aquilo que tanto pregamos em nossos discursos: primeiro as pessoas e depois o sistema.
Assim, meu pedido final é que cuidem-se e cuidem dos outros.
Muita Luz e serenidade para todos nós.
Maria Eliza e Luciana