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Turismo como motor do desenvolvimento regional

Projeto da UFSM visa articulação entre setores públicos e privados para criar políticas públicas e desenvolver a região de Palmeira das Missões



O turismo, quando bem planejado, tem o potencial de gerar empregos, promover intercâmbio cultural, conservar as belezas naturais e impulsionar mudanças sociais e estruturais positivas. Alinhado a esse propósito, o programa de extensão “Estratégias e Alternativas para o Desenvolvimento Regional Sustentável” foi selecionado pelo edital Proext-PG UFSM Além do Arco e tem como foco o desenvolvimento regional com ênfase no turismo, promovendo a articulação entre atores públicos e privados.

Nesta entrevista, o professor Tiago Patias, do Departamento de Administração do campus de Palmeira das Missões da UFSM, apresenta os detalhes do projeto e ressalta a importância de integrar diferentes áreas do conhecimento para impulsionar um turismo sustentável e transformador.

Como o projeto visa impactar a sociedade?

Este programa de extensão visa impactar a sociedade por meio da articulação com os atores públicos e privados para o desenvolvimento de políticas públicas de desenvolvimento regional. O foco, neste momento, é o turismo, que tem diferentes potencialidades regionais e que, por falta de articulação e política pública formalizada, não consegue ou tem dificuldades de se desenvolver. Importante destacar que, pelo fato de este projeto estar vinculado a diferentes Programas de Pós-Graduação e o fazer extensionista ser dinâmico, há demandas que vêm da sociedade e que este Programa de Extensão tem condições de auxiliar para uma efetiva transformação social.

Por que isso é importante? 

Os recursos governamentais, em sua maioria, são distribuídos por meio de políticas públicas que têm uma legislação e normativas próprias. Por exemplo, em relação ao turismo, há a Lei Geral do Turismo, que indica que estados e municípios precisam constituir instâncias e legislações próprias para que o recurso possa ser destinado de forma correta e tenha maior efetividade. Os municípios precisam ter Conselho Municipal de Turismo, Plano Municipal de Turismo e projetos de ação, portanto, de forma articulada, este programa de extensão visa auxiliar para que todas estas questões sejam atendidas e com isso, todo o trade turístico possa se beneficiar.

Como participar de projetos de extensão influenciou a tua carreira?

Fazer extensão permite ver de perto a realidade da sociedade, suas dores, angústias, potencialidades e dificuldades. Articular a extensão com a pesquisa e o ensino não é uma tarefa simples, mas depois que você percebe que são coisas indissociáveis, os horizontes se ampliam, podendo ver na prática a transformação social, que é o fundamento principal do fazer extensionista.

Qual é a importância de um edital como o Proext-PG para estimular a extensão na pós-graduação? 

A pós-graduação sempre foi associada à pesquisa, publicação… tanto que somos cobrados pela sociedade em relação aos impactos da pesquisa. Penso que trabalhar pesquisa e extensão de forma indissociável é imprescindível. O fomento através de um edital como o Proext-PG acelera esse processo e qualifica o fazer extensionista, que tradicionalmente esteve mais vinculado à graduação. Os impactos com certeza serão mais duradouros, pois ao termos estudantes de mestrado e doutorado no grupo extensionista, cria-se a possibilidade de gerar transformações sociais efetivas.

Por que graduandos e pós-graduandos deveriam participar de projetos de extensão? Como já destaquei anteriormente, a extensão permite ver na prática a realidade da sociedade. O velho chavão “na teoria é uma coisa, na prática é outra” é o que a extensão proporciona, usando a teoria para produzir transformações sociais de qualidade, trazendo para a sala de aula essas experiências, relacionando com as teorias, produzindo novos conhecimentos. Portanto, participar de projetos de extensão é fundamental para a formação do estudante, pois amplia seu campo de visão, abrindo inúmeras outras possibilidades que, por vezes, a sala de aula ou o laboratório não proporciona.

Em 2026, quando finalizam os meses previstos para a execução do projeto, que mudanças você imagina que terão ocorrido nas comunidades apontadas como os principais público-alvo do projeto? 

De forma objetiva, vejo as políticas públicas do turismo bem definidas e claras, com respectivos planos de ação e projetos em execução em pelo menos os municípios de Palmeira das Missões, Chapada, Nova Boa Vista e Novo Barreiro. Da mesma forma, a reorganização da Instância de Governança da região turística Cultura e Tradição, ação esta em conjunto com a Secretaria de Turismo do Rio Grande do Sul. A meta é ampliar para todos os 44 municípios da região da Associação dos Municípios da Zona de Produção (AMZOP), o que vai exigir bastante trabalho dos estudantes e docentes envolvidos no projeto. Destaco ainda que o fazer extensionista abre novas frentes de trabalho e possibilidades de transformação da sociedade, a qual vê na Universidade uma grande aliada para a solução de problemas, portanto, são novas demandas que precisam ter continuidade. Além disso, considero importante que tenhamos continuidade nas ações, pois fazer extensão exige dedicação, esforço, comprometimento e reconhecer isso por meio de fomento para docentes e discentes é fundamental.

 

Texto: Luciane Treulieb, jornalista

Ilustração: Evandro Bertol, designer 

Aluata Comunicação e Ciência

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