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Museu Gama d’Eça abre exposição arqueológica com achados indígenas da região central do RS

As peças da nova exposição datam de antes da chegada dos europeus à América



Nas sociedades indígenas, os vasos de cerâmica tinham várias utilidades

O museu Gama Educativo d’Eça inaugurou na última quarta-feira (23) a sua nova exposição: “Arqueologia na região central do Rio Grande do Sul”, fruto de uma parceria entre o museu e o Laboratório de Arqueologia, Sociedades e Culturas das Américas (Lasca). O conjunto da mostra é formado por artefatos indígenas de vários povos e épocas diferentes, encontradas em sítios arqueológicos na região central do estado, com peças de até 12 mil anos atrás, até a chegada dos europeus à América.

Parte do conjunto constitui-se de peças de pedra que pertenceram a povos que não puderam ser identificados. Outras peças são de origem guarani, etnia que existe em várias estados brasileiros, inclusive no Rio Grande do Sul. Na exposição, que ocupa uma sala inteira do prédio, há por exemplo cerâmicas guaranis que tinham diferentes funções, como o preparo de refeições, fermentação ou mesmo beber água. Há ainda objetos curiosos, como um cachimbo, por exemplo.

Destacam-se também pedras boleadeira, pontas de flechas e de lanças para caça de animais, bem como outros artefatos originais dos grupos que habitaram a região de Santa Maria ao longo de milhares de anos. Além das peças, há ainda um conjunto de maquetes que simulam assentamentos indígenas e paineis explicativos para ajudar os visitantes a entender o contexto histórico e científico dos achados.

As pontas de flecha estão entre os destaques da exposição

“É fundamental trazer um pouco dessa história anterior à chegada dos europeus aqui na América, que é a história indígena. O museu é uma ferramenta importante para a universidade se comunicar com o público externo. Muitas vezes o conhecimento científico fica restrito à comunidade acadêmica. Nós conseguimos levar não só o acervo, mas o conhecimento científico de uma forma lúdica para quem visita o museu. Isso é fundamental, é servir à sociedade”, avalia o diretor do museu, Bernardo Duque de Paula. Segundo o diretor, o museu atrai muitas pessoas que passam pela rua e acabam visitando as exposições. Desde o início do ano, o museu recebeu cerca de 14 mil visitantes.

Muitas das peças expostas pertencem ao acervo do Lasca, sob coordenação do professor André Luis Ramos Soares. Junto com estudantes do curso de História da UFSM, ele realiza pesquisas, estudos e exposições arqueológicas de sítios em Santa Maria e região. Para o professor, é fundamental entender a diversidade cultural dos povos que habitavam a área. “A gente está muito acostumado a ouvir falar de diversas migrações europeias para o Rio Grande do Sul, mas antes dessas imigrações havia vários povos distintos, povos com língua, cultura, mitologia, tecnologia e modos de sobrevivência.”

Maquetes simulam como era a vida dos índios na região

Soares também ressalta a importância dos painéis explicativos na experiência do visitante. “O diferencial dessa exposição é a elaboração dos textos e de todo esse trabalho integrado entre o museu e o Lasca. Os resultados mais recentes da pesquisa científica estão presentes nos painéis, mas é um texto leve, acessível, sem muitos termos técnicos. Quem chegar vai conseguir entender mesmo não sendo um especialista no assunto.”

Professor de geografia e aluno do Mestrado Profissional em Ensino de Geografia, Frederico Guilherme Schirmer acompanhou um grupo de crianças do Colégio Estadual Padre Rômulo Zanchi, para pesquisar até que ponto o turismo pedagógico pode contribuir para o ensino nas séries iniciais. Para Rômulo, aulas de campo em museus contribuem para o aprendizado.

“Em sala de aula a gente fica muito limitado aos livros e no máximo às telas, então no momento em que conseguimos colocar um aluno em contato com aquilo que ele vê nas aulas teóricas, na prática, isso facilita a compreensão do aluno. Ainda mais com o acompanhamento de monitores fazendo toda uma explicação do processo histórico. Enfim, é muito gratificante, é muito enriquecedor e com certeza é algo que os alunos não vão esquecer”, diz o professor, que participou do primeiro grupo de visitantes da exposição.

A visitação é gratuita, sem necessidade de agendamento. O Museu Educativo Gama d’Eça localiza-se na Rua do Acampamento, 81. Fica aberto de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, e nos sábados, das 9h às 17h.

Texto: Gabriel Barros, estudante de jornalismo e estagiário da Agência de Notícias

Fotos: Laurent Keller, estudante de jornalismo e bolsista fotógrafa da Agência de Notícias

Edição: Lucas Casali

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