Durante os dias 8 e 13 de dezembro, a doutora em Estatística Renata Rojas Guerra, do Departamento de Estatística da UFSM, estará em Atlanta, no estado da Geórgia, EUA, para a 32ª edição da International Biometric Conference. A professora foi selecionada para representar o Instituto Internacional de Estatística (ISI) com o título de Jovem Embaixadora.
O prêmio é uma iniciativa do ISI – organização internacional que reúne pesquisadores de diferentes áreas da estatística ao redor do mundo – junto à Sociedade Internacional de Biometria (IBS). Os cientistas contemplados ganham auxílio para custeio de passagens, diárias de acomodação e documentações como o visto.
As instituições parceiras promovem frequentemente chamadas de fomento à pesquisa e à colaboração entre jovens estatísticos. O incentivo à ciência se dá, principalmente, por meio de encontros como o Congresso Mundial de Estatística e o Congresso Mundial de Biometria. Para Renata, essas ações fortalecem redes colaborativas com instituições e pesquisadores de renome global, o que pode resultar em parcerias futuras, intercâmbios de conhecimento e ampliação do impacto dos estudos desenvolvidos.
O trabalho que será apresentado pela professora faz parte do projeto que leva o título “Modelos dinâmicos para variáveis aleatórias duplamente limitadas: como prever indicadores de desenvolvimento sustentável medidos em taxas e proporções?”. A pesquisa aborda a variação de dados limitados e os relaciona a diferentes indicadores associados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS).
O processo até o prêmio
Seu estudo sobre o impacto da estatística na medição e previsão dos ODS recebeu recursos cofinanciados pelo Serrapilheira e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS). Em junho de 2023, o projeto de Renata foi selecionado na 6ª Chamada Pública de Apoio à Ciência do Instituto Serrapilheira.
No mesmo ano, a especialista recebeu o prêmio Jan Tinbergen Awards Winners do ISI, principal colocação na categoria de jovens pesquisadores da área, o que possibilitou sua participação no Congresso Mundial de Estatística. Esse foi seu primeiro contato internacional e ela passou a se inserir mais ativamente no ISI, sendo membra eleita da instituição e integrante do Comitê de Jovens Pesquisadores e do Comitê das Mulheres na Estatística.
Assim, Renata começou a visualizar novos horizontes para contribuir com a comunidade científica e estudar possibilidades de aplicação na UFSM. “O Congresso Mundial de Biometria é uma chance de interagir pessoalmente com vários pesquisadores que fazem parte dos comitês que eu comecei a participar e outros que possuem diferentes trabalhos. É o evento mais importante da IBS, então realmente é uma grande oportunidade integrar a comunidade e trazer ideias para a UFSM”, conclui.
A representatividade cria outros caminhos
O projeto Stat UFSM: A Estatística ao Alcance de Todos visa divulgar a ciência dentro e fora da sala de aula por meio das mídias digitais. De acordo com Renata, o grupo, seguido no Instagram por pessoas de diversos países, busca participar de mais eventos para elaborar conteúdos que exibam parte das jornadas.
Vídeos sobre a participação da equipe em eventos como o Simpósio Nacional de Probabilidade Estatística e o Simpósio Internacional da Estatística na Colômbia estão disponíveis no YouTube. A professora pretende gravar um vlog sobre sua experiência na International Biometric Conference para mostrar a dinâmica a quem ainda não teve essa vivência, aproximar a comunidade e inspirar outros estudantes a explorarem algo semelhante.
Renata acredita que o marco será muito importante para sua carreira, para o grupo de pesquisa no qual é coordenadora de extensão, o Stat UFSM, e para a UFSM de modo geral. “Quando saiu o resultado, inclusive, recebi parabenizações de vários professores muito importantes do segmento. Então, essa é uma forma de levar a UFSM para esses lugares, para a comunidade internacional, conclui a especialista.
A pesquisadora considera o título uma validação importante para seu trabalho e sua trajetória na ciência. “Esse reconhecimento ganha um significado especial por eu ser mulher em uma área onde, historicamente, a presença feminina ainda é limitada. Especialmente em posições de destaque. Espero que isso sirva de inspiração para outras pesquisadoras continuarem perseguindo seus objetivos, pois o espaço para a diversidade no meio acadêmico e científico é essencial para o avanço do conhecimento”, finaliza.
Texto: Kemyllin Dutra, estudante de jornalismo e voluntária da Agência de Notícias
Edição: Mariana Henriques, jornalista