A estudante de doutorado em Administração, Jéssica Maciel, a mestranda em Ciência da Computação, Raíssa Arantes e a graduanda em Relações Públicas, Katherine Kayser ganharam o prêmio Hack in Rio, considerado o maior Hackathon da América Latina. A equipe recebeu a premiação de 30 mil reais com a criação do app “SHERO”, aplicativo que incentiva a inserção de meninas em cursos de tecnologia e inovação. Neste ano, o evento foi dedicado à participação de mulheres, intitulado como “Hacking.Her”. A premiação recebeu 500 inscrições de mulheres de todo país, e ocorreu de forma presencial, no Rio de Janeiro, e online.
Jéssica explica que durante o Hackathon foi proposto o desafio de desenvolver algo que incentivasse a maior participação de mulheres em cursos de formação em tecnologia e inovação, o prazo para criar uma solução foi de 48 horas para as participantes. “Nós sabemos que historicamente as mulheres tendem a não se inscrever tanto nos cursos de tecnologia e inovação, por exemplo, esses cursos são historicamente mais vistos como cursos masculinos. Tínhamos 48 horas para fazer uma solução, por isso pensamos em fomentar essas meninas desde cedo, assim, desenvolvemos um aplicativo que elas pudessem entender”, conta a doutoranda.
Segundo Katherine, o App traz uma jornada gamificada para que essas meninas se interessem em cursos de tecnologia: “A nossa solução é voltada para a formação dessas meninas, enxergamos que o problema maior estava na base do ensino, então nosso público-alvo são meninas do Ensino Fundamental e Médio. Quando ela entra no aplicativo pode escolher diversas trilhas e cada uma corresponde a uma área da tecnologia a Inovação”. Ela explica que dentro do App a menina pode caracterizar os personagens de acordo com a área do conhecimento, como por exemplo a robótica. “A nossa ideia é incentivar, em várias pequenas etapas, o desenvolvimento e aprendizado delas com os diversos materiais presentes no aplicativo. É só um protótipo, mas a ideia é inserir vários materiais, em áudio e vídeo, exercícios que ela possa ir completando e trilhando esse caminho do conhecimento”, afirma a aluna da Comunicação Social.
Raíssa, estudante responsável pela programação do aplicativo, conta que seu interesse no curso de Ciência da Computação aconteceu de repente, quando participou do evento “Portas abertas” da UFRGS, que apresentava o curso. As meninas, desde cedo, contam com pouco incentivo em participar dessas áreas, como explica Raíssa, a sua primeira aula de programação foi na UFSM, e na sua turma entraram com ela cerca de três meninas em uma turma de 40 pessoas. De acordo com a discente, para fomentar o interesse de meninas nessas áreas o App “traz o conhecimento de uma forma simplificada que qualquer menina consiga entender e se divertir enquanto aprende. Como uma estudante saindo do ensino médio que gostava bastante de joguinhos, isso teria me motivado a querer conhecer mais da área e seguir nela. Nosso aplicativo é moldado no perfil dessas meninas, ele é todo personalizado. E isso também ajuda a criar uma proximidade e um desejo de utilizar a criatividade”.
Segundo Jéssica, no momento o aplicativo está em fase de divulgação, com vistas a conseguir investidores para o projeto: “ A premiação foi um incentivo para nós, precisamos começar a pensar em investimentos, em aceleração, investidores anjos, na participação em editais. Então estamos vislumbrando isso para o futuro.
As participantes Jéssica Maciel e Raíssa Arantes estiveram presentes no programa Editoria 107.9 da UniFM, para contar sobre o evento, desenvolvimento do App e a premiação. O programa está disponível no Spotify.
Texto: Júlia Almeida, bolsista da Subdivisão de Comunicação do CCSH