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Time masculino de goalball da UFSM está em Curitiba para disputar Regional Sul

“Guris da Federal” podem sair do Paraná, onde enfrentam as melhores equipes da Região Sul, com uma vaga na etapa nacional



Na fotografia horizontal e colorida, cinco pessoas estão em um ginásio, com paredes de tijolos vermelhos e chão de madeira azul, com demarcações de fita para delimitar a quadra de goalball. À esquerda, duas estão de pé. À direita, três estão deitadas em frente à goleira de goalball, em posição pronta para iniciar a partida.
Equipe está com grande expectativa para participar da primeira competição

Na última sexta-feira (12), a equipe masculina de goalball da UFSM partiu do Centro de Educação Física e Desportos (CEFD) rumo a Curitiba, no Paraná, para o Campeonato Regional Sul de 2024. A competição, que serve como classificatório para as Série A e B do Campeonato Brasileiro da modalidade, começou no domingo (14) e vai até sábado (20).

Ao lado dos melhores times da Região Sul do Brasil, os “Guris da Federal”, formado por atletas que não necessariamente têm vínculo com a instituição, chegam em solo paranaense para disputar um torneio pela primeira vez na história. O esquadrão faz parte do projeto de goalball do Núcleo de Apoio e Estudos da Educação Física Adaptada (NAEEFA) do CEFD, que foi reconhecido oficialmente como Centro de Referência Paralímpico em janeiro deste ano.

A coordenadora é a professora Luciana Palma e os treinadores que encabeçam a comissão técnica são Felipe Gaspary, estudante de Educação Física – Bacharelado, e Mateus Manchini, aluno do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento e Reabilitação. Nesta semana, os representantes da Universidade estarão dividindo as quadras com atletas da Seleção Brasileira do esporte, atual medalhista de ouro dos Jogos Paralímpicos.

A nossa expectativa, acima de tudo, é fazer um bom campeonato. Que a gente consiga fazer algum enfrentamento com as equipes que também estão iniciando. Quem sabe, trazer uma primeira vitória para o goalball masculino da UFSM”, projetou Manchini. Para Gaspary, a ideia é a mesma: “estamos trabalhando e pensando sim na classificação, vamos lutar ao máximo para isso. Se a gente passar para a próxima fase já vai ser uma grande conquista. Mas o esquema é ficar com os ‘pezinhos no chão’”.

Investida da UFSM na modalidade

Na fotografia horizontal e colorida, três pessoas estão em um ginásio, com paredes de
tijolos vermelhos e chão de madeira azul, com demarcações de fita para delimitar a
quadra de goalball. À esquerda, atrás do trio, está a goleira. Os três estão deitados, no
meio de uma partida. Um deles está segurando a bola.
Na modalidade, cada equipe é formada por três jogadores

O primeiro projeto de goalball na UFSM nasceu em 2010, através da indicação de um ex-integrante das iniciativas do NAEEFA. Na época, o núcleo promovia uma iniciativa voltada a atividades físicas para pessoas com deficiência visual nas piscinas da Instituição, até que, com o apoio da Associação de Cegos e Deficientes Visuais de Santa Maria, surgiu a oportunidade de desenvolver a prática esportiva além da natação. Começamos de uma forma muito tímida, sem a bola apropriada. Usávamos uma bola de vôlei dentro de uma sacola plástica envolvida em um papel celofane para fazer barulho no chão. Nós não tínhamos goleiras, não tínhamos as fitas demarcatórias. Eu inventei de colocar um barbante para delimitar o solo. Fomos indo através de experimentos, justamente para criar um espaço social de interação, inclusão, através do esporte”, relembrou Luciana.

O goalball é praticado da seguinte forma: em uma quadra retangular, são colocadas duas goleiras do mesmo comprimento da linha de fundo. Com duas equipes formadas por três jogadores cada, além de três substitutos no banco, o objetivo é lançar as bolas em direção aos rivais a fim de balançar as redes. Dentro dessas bolas têm um objeto oco chamado “guizo”, para que os atletas consigam se localizar por meio do barulho. Todos jogam vendados, a fim de garantir a igualdade de condições, e vence quem finalizar a partida à frente no placar.

As traves que o time da UFSM utiliza para treinar foram um presente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). O projeto foi realizado até 2015 pois, em 2016, precisou ser suspenso pela falta de participantes para seguir na ativa. Em 2019, porém, foi retomado mas, em função da pandemia foi paralisado novamente. Em 2022 voltou e, apesar da pausa de cerca de 45 dias neste ano devido às enchentes, segue de forma contínua até os dias de hoje. A preparação de olho na disputa começou com o início do primeiro semestre letivo, no dia 11 de março.

Regional Sul

Na fotografia horizontal e colorida, com paredes de tijolos vermelhos e chão de madeira
azul, o atleta Daverlan Dalla Lana está agachado, em posição de jogo. Daverlan é um
homem branco, alto, magro, de cabelo curto e castanho escuro, vestindo um moletom
preto, uma calça azul e chuteiras vermelhas.
Daverlan é um dos integrantes dos “Guris da Federal”

O campeão e o vice-campeão do Regional Sul de 2024 estão confirmados na Série A e na Série B do Campeonato Brasileiro, respectivamente. Entretanto, quatro equipes que fazem parte da edição deste ano já estão classificadas a alguma das etapas nacionais deste ano. Dessa forma, caso estas cheguem à decisão do título, as vagas serão distribuídas às próximas colocações.

A competição reúne os 15 melhores esquadrões entre Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná e fecha a temporada de torneios locais da Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV). Os jogos acontecem no Ginásio do Tarumã e, nos últimos meses, foram realizados os certames Centro-Norte, Nordeste, Sudeste 1 e Sudeste 2.

Antes da catástrofe climática mudar os planos, o Regional Sul estava previsto para ser sediado em Porto Alegre, no mês de junho. No lugar do campeonato, ocorreria na UFSM a Copa Gaúcha de Goalball – contudo, também por conta das fortes chuvas, foi adiada e ainda não tem data definida. As transmissões das partidas ficam por conta da “TV Camisa 10”, no YouTube.

Um incentivo a mais

Na fotografia horizontal e colorida, com paredes de tijolos vermelhos e chão de madeira
azul, a atleta Ester Giuliani está de pé, segurando a bola, pronta para fazer o
lançamento. Atrás dela, está a goleira de goalball. Ester é uma mulher branca, alta,
magra, de cabelo preso e castanho escuro. Ela está vestindo uma camiseta branca com
detalhes pretos e azuis, uma calça preta e tênis pretos.
Ester Giuliani em posição para fazer o lançamento

Oficialmente um Centro de Referência Paralímpico desde janeiro, o CEFD passa a ter a chancela do CPB para fomentar a prática de modalidades inclusivas. Entretanto, para Luciana, o apoio é muito mais que isso: “vai desde a motivação. Nós, professores e atletas, recebemos esse reconhecimento com muita alegria e como uma força para continuarmos sendo melhores. Isso é muito importante. Ao mesmo tempo, é mais uma responsabilidade, mas uma responsabilidade boa, porque eles (atletas) carregam nos ombros esse peso que é a UFSM de uma forma muito carinhosa”.

O reconhecimento se deu através da candidatura da instituição e de uma visita técnica, que serviu para analisar a estrutura da Universidade no que diz respeito à acessibilidade e a procura por esportes paralímpicos. Neste ano, o NAEEFA celebrou 30 anos de existência, em abril. “Quando eles ouvem ‘nós estamos representando um Centro de Referência, a UFSM, o NAEEFA, eles vibram. Essa motivação eleva a participação, a permanência. É muito legal saber que alguém está reconhecendo o esforço de cada um”, afirmou a coordenadora do projeto.

Daverlan Dalla Lana, egresso do curso de Pedagogia, professor da rede municipal e desde 2011 no plantel universitário, é um dos veteranos. Ele conta que, inicialmente, conseguiu ficar apenas dois anos no time por conta do trabalho mas, quando retornou em 2019, foi abraçado e sente orgulho da iniciativa.

É um esporte que movimenta, que te dá atenção, noção do espaço, do tempo, além da questão da comunicação em grupo. Eu acho importantíssimo que a UFSM promova essa oportunidade para nós nos formarmos enquanto atletas e também auxiliarmos a Universidade nessa caminhada”, relatou Dalla Lana, que define a participação do elenco no Regional como “um passo gigantesco para o esporte paralímpico da cidade e da região..

Entre os guris da Federal, também tem Ester Giuliani, formada em Letras pela instituição. A jogadora defende o esquadrão da Associação de Cegos do Rio Grande do Sul (ACERGS), de Porto Alegre, mas treina nas dependências do CEFD, junto do naipe masculino. Ela vestiu as cores da UFSM em 2019, quando fez parte do grupo que conquistou o título da Copa Sul em Florianópolis, Santa Catarina. Após a pandemia, pela falta de integrantes, a equipe se desfez.

Em 2022, representando os gaúchos, foi eleita destaque do Regional Sul. Para ela, o goalball serve como uma maneira de cuidar de si mesma: “é uma modalidade que eu conheci e me encontrei. Isso se dá muito pelo incentivo dos colegas e da dedicação e planejamento dos professores, que fazem toda a diferença. Minha expectativa é eu acreditar mais em mim. Com o passar dos campeonatos, eu estou ganhando mais confiança. Preciso manter a calma e dar o meu melhor”.

O NAEEFA está em busca de atletas para formar um novo elenco feminino. Para participar, não é necessário ser vinculado à UFSM, mas ter pelo menos 20 anos de idade. A proposta também é de implementar uma “categoria de base” para iniciação esportiva: “a nossa ideia para o futuro é ter um momento com o pessoal que já é experiente, mas ter outro momento também com o pessoal que está começando”, disseram membros da comissão técnica. Acesse o Instagram do núcleo aqui.

Texto: Pedro Pereira, estudante de Jornalismo e bolsista da Agência de Notícias
Fotos: Ana Alícia Flores, estudante de Desenho Industrial e bolsista da Agência de Notícias
Edição: Mariana Henriques, jornalista

 

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