O salão Imembuí foi palco de palestras, roda de conversas e trocas sobre o ensino a distância com o evento “Dialogando a educação a distância no âmbito da Universidade Aberta Do Brasil no estado do Rio Grande Do Sul”. A iniciativa, organizada pela Coordenadoria de Tecnologia Educacional (CTE), parte integrante da Pró-reitoria de Graduação (Prograd), objetivou discutir sobre o planejamento, expansão, democratização e interiorização do ensino a distância, através do sistema da Universidade Aberta do Brasil (UAB). 

O evento recebeu autoridades públicas e da área da educação de todo o estado, como o Reitor da UFSM, Luciano Schuch, o prefeito de Santa Maria, Jorge Pozzobom, Coordenadores de polos de educação a distância da UAB e secretários de educação de diversos municípios. Também esteve presente o Coordenador de Polos e Tecnologias Educacionais Capes/UAB, Alexandre Marques Póvoa, que em sua fala destacou que a Capes trabalha para ampliar não apenas sua área de alcance, mas também a estrutura dos polos presenciais no futuro. “No nosso entender, é uma migração de um polo EaD UAB, para um centro de referência educacional, local e regional. Essa é a nossa ideia quando pensamos em um polo EaD UAB para os próximos anos”, destacou o coordenador.

Segundo o Pró-reitor de Graduação, Jerônimo Tybusch, a participação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), como a fomentadora do processo de democratização e interiorização  do ensino, é essencial para a ampliação e o aperfeiçoamento do sistema.

UAB e UFSM

Ao todo, a UAB possui 66 polos no Rio Grande do Sul, com cursos técnicos, graduação e especialização, ministrados por seis instituições do estado, como a UFSM, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), Universidade Federal de Rio Grande (FURG), entre outras. Em todo o país, são 133 instituições credenciadas, sendo a UFSM a segunda no índice de maior oferta de vagas, distribuídas entre os 23 cursos oferecidos pela universidade em 48 polos do Rio Grande do Sul e um no Paraná.

Ainda assim, os números da UFSM junto à UAB devem ser ampliados nos próximos anos. Durante o evento, a Universidade anunciou um novo processo seletivo que passa a considerar a soma das notas do 3º ano do ensino médio, diferentemente do anterior, que era realizado por vestibular. Outra novidade é a conquista de 4.050 novas vagas para oferta através da UAB para os próximos anos, com isso a expectativa é de que a UFSM passe a oferecer em torno de 5 mil vagas de ensino a distância. 

Programação do evento

Durante a abertura do evento, que se estendeu por todo o dia, o reitor, Luciano Schuch, ressaltou o papel da UFSM como pioneira na interiorização do ensino superior e a relação deste princípio democratizador com os valores da UAB. “A nossa Universidade nasceu com um grande objetivo: interiorizar o ensino superior. Como a primeira Universidade fora de uma capital, esse é o grande objetivo desta Instituição: trazer o ensino superior para o interior. A UAB vem com esse mesmo objetivo, de democratizar e levar esse ensino até cada uma das cidades de vocês e tantas outras. Temos muito orgulho de dizer que a nossa Universidade formou quase 9 mil profissionais na UAB, em graduação e pós-graduação, que estão atuando nas cidades, levando desenvolvimento”.

A programação contou, ainda, com uma roda de conversas e três palestras, como “Exigências para o Credenciamento de Novos Polos de Apoio Presencial da Universidade Aberta do Brasil”, ministrada por Alexandre Póvoa, com o intuito de informar sobre os critérios de participação de municípios que ainda não possuem um vínculo formal com a UAB. Também incluiu manifestações culturais, como a apresentação musical do estudante do Programa de Pós-graduação em Extensão Rural, Maninho Pinheiro, e a apresentação de integrantes da Cia de Dança da UFSM. 

Outro destaque foi o lançamento do Portal de Cursos Livres e Abertos da UFSM, que oferece cursos ministrados por servidores da UFSM sobre temáticas diversificadas através da plataforma Moodle UFSM. 

Importância da discussão 

Com o princípio do diálogo entre as diferentes partes que promovem o ensino a distância através da UAB, o evento objetivou a troca de experiências e demandas para o aprimoramento do sistema, no intuito de ofertar, cada vez mais, qualidade para a sociedade. Jerônimo Tybusch ressaltou que momentos como esse são fundamentais para qualificar este formato que promove a interiorização e a democratização da educação de modo amplo e acessível. “O objetivo é que a gente possa discutir sobre planejamento, expansão, democratização e interiorização do ensino a partir da educação a distância. Queremos falar sobre o sistema UAB e a sua vinculação com a Capes, como fomentadora desse processo de democratização interiorização do ensino. Entendemos a UAB como uma tríade: a relação com os polos, que envolve os municípios; a criação de estrutura com bibliotecas, laboratórios de informática, professores, os ambientes virtuais de ensino-aprendizagem; e a Capes como agência de fomento. É importante discutir essa sistemática para que possamos melhorar cada vez mais. 

Para Liziany Muller, coordenadora da CTE, a conversa entre os envolvidos é essencial para ajustar e direcionar o foco para questões emergentes para as comunidades contempladas. “Esse evento vem para que fizéssemos uma escuta. Estamos escutando os municípios, quais são as necessidades, quais os cursos que eles estão precisando, para que nós, dentro da universidade, possamos compartilhar com a nossa equipe e pensar com mais assertividade a proposição dos cursos”. 

A coordenadora acredita, ainda, que o papel social da Universidade é auxiliar na descentralização do ensino, já que foi a primeira universidade pública fora de uma capital, “nós já temos esse histórico de pensar na interiorização do ensino público, gratuito e de qualidade. A UFSM já tem isso muito enraizado, de pensar em quem não poderia estar dentro da Universidade realizando um curso. A nossa perspectiva é que a UFSM se comprometa cada vez mais com a sociedade, com as pessoas que não tenham condição de estudar, para que a gente possa auxiliar no desenvolvimento local, regional e do nosso país”, finaliza Liziany.

Texto: Julia Weber, estudante de jornalismo e estagiária da Agência de Notícias
Fotos: Ana Alicia Flores, estudante de desenho industrial e bolsista da Agência de Notícias
Edição: Mariana Henriques, jornalista