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Egressa da UFSM tem tese premiada no 10° Encontro da Rede de Estudos Rurais

Janaina Betto defendeu tese no Programa de Pós-Graduação em Extensão Rural



A egressa da UFSM Janaina Betto recebeu o prêmio de melhor tese no 10° Encontro da Rede de Estudos Rurais, realizado de 27 a 31 de agosto na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), São Paulo. O evento teve como tema “Terra, fome e poder: desafios para o rural contemporâneo”.
 
A tese condecorada, “Presença, chamado, reflorestar: criações políticas da marcha das mulheres indígenas”, foi defendida por Janaina em 2022 no Programa de Pós-Graduação em Extensão Rural, sob orientação do professor Marcos Botton Piccin, do Departamento de Educação Agrícola e Extensão Rural da UFSM, e co-orientação da professora Luiza Dias Flores, da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Ela apresenta uma descrição etnográfica detalhada da Marcha das Mulheres Indígenas, em suas edições de 2019 e 2021, e de alguns eventos online que aconteceram durante a pandemia, todos organizados pela Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga). 
 
Janaina explica que o tema surgiu a partir da 1ª marcha, em 2019. “Foi quando decidi que esse modo de luta, pautado no canto, na dança, no ritual e também nas ações políticas de enfrentamento, merecia maior atenção da academia. As marchas são uma forma de mobilização feminina indígena recente, cujas pautas principais são a luta pela terra (demarcação de terras indígenas) e pelo fim das diversas formas de violência com o corpo-território. A pesquisa possui ineditismo, pois reflete um acompanhamento dessa fase inicial de mobilização via marchas e de seus desdobramentos nos anos seguintes. A pesquisa também tem sua relevância porque demonstra que a sociedade não-indígena pode aprender com as mulheres indígenas acerca de outros relações possíveis com a terra, que sejam pautadas no cuidado e não na exploração, em prol da garantia de um futuro possível para todos e todas”, destaca.
 
A egressa da UFSM foi a primeira mulher pesquisadora a receber o Prêmio “Maria de Nazareth Baudel Wanderley”, que reconhece a excelência de trabalhos interdisciplinares e das ciências sociais com enfoque rural. A premiação também é importante por sinalizar maior abertura dos estudos rurais à presença indígena. “A ciência que fazemos na universidade pode (e deve) ser feita a partir do diálogo com os conhecimentos ancestrais dos diversos povos indígenas. Temos mais de 305 etnias em nosso país, essa diversidade deve ter celebrada. Cabe destacar que na atualidade contamos com excelentes pesquisadoras indígenas, como Jozileia Kaingang, Braulina Baniwa, Sandra Benites, Cristiane Pankararu, Ana Manoela Karipuna, entre outras. Na UFSM, por exemplo, a estudante de Relações Internacionais Rayane Xipaya está construindo uma trajetória como pesquisadora na área de direito internacional do reconhecimento, meio ambiente e raça”, relata.
 
Atualmente, Janaína mantém vínculo com a UFSM por meio de um TED UFSM/Incra, contribuindo como pesquisadora no Núcleo de Extensão e Pesquisa “Territorialidades, Extensão Rural e Reforma Agrária”, além de auxiliar no projeto “Rede Básica”, com a elaboração de materiais didáticos para educação indígena, e no programa Gênero, Interseccionalidade e Direitos Humanos (GIDH). Também está trabalhando na elaboração de um livro decorrente da tese e de artigos para periódicos nas áreas dos estudos rurais e da antropologia.
 
“Intenciono que essa premiação incentive outros pesquisadores e outras pesquisadoras jovens a apostar na importância da pesquisa junto a povos indígenas, comunidades tradicionais, quilombolas e camponeses, sobretudo mulheres, para construir reflexões relevantes e saídas diante das diversas crises que vivemos como sociedade”, afirma.
 
A Rede de Estudos Rurais é uma associação sem fins lucrativos, com sede no Rio de Janeiro, formada por pesquisadores voltados para o estudo dos fenômenos rurais.
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