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Laboratório da UFSM é o único do país a fazer bioterapia, tratamento que evita amputações e cicatriza lesões 

Projeto “Alimentando Esperança” está vinculado ao Laboratório de Parasitologia Veterinária



Embalagem em que as larvas são comercializadas

Quando o biólogo Alexander Fleming descobriu a penicilina, em 1928, o mundo nunca mais foi o mesmo. O primeiro antibiótico existente se expandiu no combate inédito a infecções, prolongando vidas. Assim, técnicas naturais – algumas milenares – que estavam em desenvolvimento na medicina caíram em desuso. Com o passar do tempo, na década de 1980, a resistência das bactérias ao remédio tornou-se notável, fato que trouxe a bioterapia, timidamente, de volta à cena clínica.  

A bioterapia é o uso de animais vivos para auxiliar no diagnóstico ou tratamento de doenças. Uma das bioterapias que ganhou força novamente foi a terapia larval (ou Maggot therapy, em inglês), seja para pacientes animais, seja para pacientes humanos. No Brasil, a enfermeira Julianny Barreto Ferraz é a pioneira na prática em humanos, tendo desenvolvido o tratamento no Hospital Universitário Onofre Lopes, onde atualmente é presidente da comissão de curativos, em Natal, Rio Grande do Norte. No entanto, carece de um laboratório estruturado que forneça as moscas adequadas para o trabalho. 

A prática da bioterapia larval consiste em aplicar larvas de mosca na primeira fase (L1) em feridas e lesões das mais diferentes causas, como fogo ou acidente de carro. Aplicadas, elas comem apenas o tecido necrosado e ainda, com sua saliva, estimulam o crescimento de tecido novo, isto é, a cicatrização. Com a prática, tanto animais quanto seres humanos que estavam condenados à amputação ou presos a tratamentos em decorrência de lesões têm uma nova esperança. Palavra esta que se repete no projeto “Alimentando Esperança”, vinculado ao Laboratório de Parasitologia Veterinária (Lapavet) da UFSM, cujo objetivo é fornecer larvas para profissionais de saúde aplicarem em pacientes interessados e necessitados. 

Silvia (centro), com Carine Comarella, técnica em laboratório (à esquerda), e Talissa Santos, aluna da Veterinária (à direita)

Alimentando a esperança

Salvar vidas e difundir a prática da bioterapia é o sonho da coordenadora do laboratório, Silvia Gonzalez Monteiro. Silvia é médica veterinária e professora de parasitologia veterinária do Centro de Ciências da Saúde (CCS) na UFSM. Desde que ingressou na Instituição, em 2002, empenha esforços para estruturar e organizar a prática que sempre admirou. Todavia, deparava-se com limitações, como falhas no ar-condicionado, que é vital para o ambiente de criação, ou quando, em férias, quem ficava responsável não cuidava da colônia, e, não menos importante, apoio de pessoal. Foi então que, em 2017, a pesquisadora começou mais uma vez uma colônia de moscas e encontrou interesse de alunos em ajudar. O professor Daniel Roulim Stainki, que, assim como Silvia, é do Departamento de Microbiologia e Parasitologia, auxilia com a avaliação dos casos. 

Apesar da pandemia, os estudos não cessaram e, atualmente, o laboratório é o único no país a desenvolver a bioterapia. Solicitando ao laboratório com 48 horas de antecedência e por R$ 25,00, um profissional de saúde recebe a embalagem com as larvas mantidas em gaze, com a quantidade calculada em relação ao tamanho da ferida (são de 5 a 10 larvas por centímetro quadrado lesionado, personalizado para cada paciente), prontas para a aplicação. Depois de aplicadas, as larvas precisam ser retiradas do paciente sempre após 48 horas, quando elas já estão saciadas, e na fase de L3, uma antes da fase de pupa. Assim, a depender da complexidade da lesão, outras aplicações, com novas larvas, são realizadas, repetindo o processo até a cicatrização. Por enquanto, animais do Hospital Veterinário Universitário de Santa Maria (HVU), de clínicas privadas ou de profissionais independentes, são os únicos pacientes. 

O processo do laboratório 

Tanto para humanos quanto para animais, o processo é o mesmo. Primeiramente, captura-se moscas fêmeas e férteis. Depois, faz-se a taxonomia delas, isto é, a identificação morfológica, para verificar se são da família certa, a que come tecido em decomposição. São usados ovos esterilizados de moscas varejeiras, a família Calliphoridae, com as espécies Sarconesia chlorogaster e Lucilia cuprina. Com uma porção de fígado de bovino fresco, incentiva-se a mosca a fazer postura, ou seja, o ato de pôr os ovos. Após, estes ovos são removidos e levados ao laboratório para a esterilização contra microorganismos, que é confirmada quando eles são postos em meio de cultura Mueller Hinton (meio de cultura microbiológico). Nesse processo, a superfície do ovo é analisada. Se, neste meio, não ocorreu crescimento de microorganismos, o ovo é considerado estéril e as larvas eclodidas podem ser preparadas para envio, quando o profissional de saúde recebe e aplica. “Aqui no laboratório, sempre uma parcela desses ovos são usados para renovação da colônia”, relata Silvia. 

Colônia criada em laboratório
Detalhe da colônia

A colônia é onde as moscas convivem e amadurecem. Distribuídas em prateleiras, sob uma temperatura de 25ºC e uma umidade do ar em 70%, cada colônia é mantida em canos PVC, revestidos por sacolas plásticas de polipropileno. Lá, os insetos são alimentados com ração comercial pastosa para cães, mel e água à vontade. Uma parte das larvas é mantida na colônia para renovação da mesma. Depois das três fases de larva, ela vira pupa em areia e, dessa fase, nascem machos ou fêmeas adultos, recomeçando o ciclo. 

Mosca se alimentando
 
Mosca em fase de pupa

O inseto que é enviado para tratamento das lesões é a fase larval esterilizada da mosca (L1), quase invisível a olho nu. Conforme se alimenta, vira L2 e depois L3 (larva 3). Quando chegar nesse estágio, que já é bem visível, ela vai deixar o alimento (lesão), pois não precisa mais. Neste momento, ela se encaminha para a superfície do ferimento, cuja abertura não deve estar sufocada e extremamente fechada, visto que a larva precisa respirar por ser um animal aeróbico. Neste momento é feita a sua remoção. 

As fases da mosca

Silvia ressalta que, na natureza, a mosca é um bicho sujo, por se desenvolver em matéria orgânica em decomposição. “Quando elas fazem postura num ambiente desses, toda a família dela e todas as fases que vão vir estão contaminadas”, explica. O que intriga a professora é como elas são resistentes, visto que conseguem viver em ambientes repletos de bactérias e fungos, como o lixo hospitalar. “Se ela resiste, é porque tem substâncias que a protegem. Estamos usando isso a nosso favor”, expõe a pesquisadora. 

Vantagens do uso da bioterapia com larvas

“Acredito que a principal é que não tem resistência a ela, só a do humano”, comenta Silvia sobre as vantagens do tratamento, ao destacar que o preconceito do paciente à mosca é a verdadeira resistência. Isso porque a larva é imune ao biofilme de muitas bactérias resistentes a medicamentos, e como ela devora o tecido necrosado, come junto as bactérias presentes. Já o antibiótico, muitas vezes, não atua em decorrência desse mesmo biofilme, pois não consegue penetrar e matar a bactéria. 

O que leva à próxima vantagem: o tempo de recuperação. A veterinária relata que, no tratamento convencional de uma grave lesão, a limpeza total da região acontece em, no mínimo, um mês. Na bioterapia, por sua vez, em quatro aplicações (cada uma com 48h de duração), totalizando uma semana, tem-se a limpeza total. “Tanto que temos casos de equinos com lesão há anos, que, com uma aplicação de bioterapia, as bactérias foram removidas e o animal, recuperado”, lembra. 

A respeito da atuação da larva dentro do ferimento, a pesquisadora frisa que é mais precisa, porque só retira o tecido morto. Como o tecido saudável é poupado, não há necessidade de fazer procedimentos de reconstrução. Estes, nos tratamentos tradicionais de lesões profundas, acabam sendo requeridos pelo fato de a contaminação estar no fundo da lesão. “Como acontece às vezes na perna, quando o machucado por fora é pequeno, mas por dentro é uma bolsa de contaminação”, revela Silvia, que continua: “para o profissional ter acesso a isso, teria que abrir e limpar a ferida, tendo-se uma perda de tecido saudável. É uma cicatriz maior”. O oposto da larva, pois, ao ser colocada no buraco externo, aprofunda-se e devora a parte necrosada. Pelo seu tamanho, acessa pequenos espaços. Com isso, realiza a limpeza, sem precisar abrir a lesão. Na hora de sair, ela se encaminha para a superfície. 

Por evitar mais cirurgias para limpeza e restituição de tecido, evita-se igualmente a perda excessiva de sangue na bioterapia. “A limpeza convencional é feita com bisturi. Então, por mais habilidosos que os profissionais sejam, acabam removendo o tecido bom e saudável também”, afirma Silvia. A médica veterinária ainda compartilha que o incômodo das pessoas com a prática vem muito do odor da secreção que sai da lesão, o exsudato, ou “caldo fedido”, produzido pela mosca ao devorar aquele tecido, mas que some após 48 horas.

foto vertical colorida de cavalo, de frente, em uma baia, com parte da cabeça enfaixada
Case de sucesso: após cirurgia para remoção de um tumor da face que infeccionou, foram utilizadas larvas para controlar a infecção. O tratamento foi feito pela médica veterinária Gabriele Biavaschi (Foto: arquivo pessoal)

“A ação da larva é mecânica, ou seja, quando a colocamos numa lesão, ela come o tecido necrosado mecanicamente e elimina substâncias. Ela vê aquela carne podre e fedida como se fosse um banquete, e saliva”, reitera. Quando começa a salivar, produz enzimas proteolíticas, as quais vão desmanchar o tecido ruim para a larva sorver, visto que ela não tem dentes e não pode mastigar. Além disso, a própria movimentação larval estimula o novo tecido a vir, o tecido de granulação. Não menos importante, a professora relembra que o edema – inchaço nos tecidos por excesso de líquido retido – é diminuído pela terapia. 

Pela simplicidade do processo, pode-se adivinhar o próximo ponto positivo do tratamento: não há necessidade de anestesia, já que a ação da larva dificilmente provoca dor. Fator relevante a pacientes que sofrem de úlceras de decúbito, quando a pele sofre com a pressão prolongada e com a falta de irrigação sanguínea. Também há aqueles sensíveis ao procedimento anestésico, como os idosos. 

Contraindicações e precauções 

Em alguns casos e regiões, a bioterapia larval deve ser evitada, como em úlcera de córnea, pois a larva pode danificar a superfície; locais com fístulas que se comunicam com o interior de algum órgão; lesões próximas a grandes vasos sanguíneos, para evitar risco de hemorragia; pessoas alérgicas às larvas e também em grávidas. 

Já os casos que exigem atenção constante envolvem pessoas ou animais com problemas de coagulação ou que estão muito debilitados e lesões em dedos e pés, pois meias sobre o curativo devem ser utilizadas para evitar a fuga das larvas. Criaturas aeróbicas, as larvas não devem ser sufocadas com curativos apertados ou com substâncias como pomadas e unguentos. “Os curativos devem permitir a oxigenação e a drenagem das secreções”, alerta Silvia. Além disso, o desbridamento, por mais que seja mais preciso, não é tão rápido quanto a ressecção cirúrgica. Também pode ser difícil fazer o curativo devido ao tamanho e à localização/anatomia da ferida. Ainda, as larvas podem escapar se os curativos não estiverem bem feitos e causarem dermatite na pele saudável, ou se os curativos se soltarem devido ao exsudato excessivo. 

Em relação aos cuidados do paciente em tratamento de bioterapia, estão previstas, além da contenção bem feita do curativo e da noção da espécie e esterilidade da mosca em uso, a remoção das larvas em 48 horas após a aplicação. “As pessoas se preocupam, ‘será que vai sair larva do meu pé? Da minha perna?’ Se tiver esse cuidado, não”, aponta a veterinária, que também reitera a importância de fornecer a quantidade certa de larvas conforme as informações recebidas. Já no caso dos animais, estes devem usar colar elizabetano para que não consigam morder o local da ferida. Ademais, as pessoas podem sentir coceira ou dor, porém, os relatos são mínimos, segundo a docente. 

Janaína em meio às suas análises (Foto: arquivo pessoal)

Saberes para a medicina veterinária

Quando Janaína Brand Dillmann, também médica veterinária e mestre no Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária da UFSM, decidiu continuar seus estudos com a orientadora Silvia, mas agora trabalhando com a bioterapia, e no doutorado, o Lapavet ganhou o reforço que precisava para fazer a bioterapia acontecer.

Voltada à saúde animal, sua tese “Bioterapia com Lucilia cuprina: atividade antimicrobiana e eficácia em feridas infectadas experimentalmente” concluiu que as larvas da espécie de mosca Lucilia cuprina são seguras e eficazes na cicatrização da lesão e na eliminação da “Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA), uma bactéria que é resistente a vários antibióticos, incluindo a penicilina. Sua resistência é devido ao uso excessivo de antibióticos e, com isso, as bactérias evoluem e conseguem resistir a mais medicamentos. No estudo de Janaína, entendeu-se que a bioterapia pode representar uma alternativa para a utilização em cicatrização de feridas resistentes aos tratamentos convencionais. Para os testes, foram induzidas feridas infectadas em ratos Wistar.

A base para o desenvolvimento da tese da Janaína partiu da premissa de que a espécie Lucilia cuprina era segura para utilização terapêutica. A pesquisadora conta que, na veterinária, supõe-se que essa espécie provoque miíase primária em ovelhas, mas isto não se confirma, pois trata-se de um gênero de moscas que não se alimenta de tecido vivo. O que ocorre é que as moscas são atraídas pelo odor da lã úmida e suja, estimulando-as a colocar seus ovos no local. Porém, as larvas que ali nascem não penetram na pele, ficam apenas na superfície e, ao se alimentarem das sujidades, escarificam a pele e favorecem a instalação de infecções por microorganismos ali presentes. Como a espécie já era utilizada em casos clínicos de feridas em equinos lotados no HVU, e que em um âmbito global a espécie possuía relatos de utilização em lesões de seres humanos, a mesma foi escolhida para a tese de doutorado. 

A outra questão que permeava o trabalho de Janaína foi a crescente preocupação mundial com o surgimento de bactérias resistentes a medicamentos, inclusive em feridas, tornando o tratamento dificultoso e demorado, e muitas vezes, levando à amputação de membros. A partir disso, Janaína iniciou a pesquisa in vitro (no laboratório) apenas com as secreções e excreções das larvas frente às bactérias mais comumente encontradas em feridas, a Staphylococcus aureus e a Pseudomonas aeruginosa, além da bactéria resistente MRSA. “Nestes testes, percebemos que as secreções/excreções até conseguiam diminuir a formação de colônias bacterianas, porém, sem eliminá-las por completo”, comenta. 

Logo, partiu-se para a parte in vivo (com organismos vivos). Nela, avaliou-se a colocação direta de larvas de Lucilia cuprina em feridas de ratos induzidas e infectadas por MRSA, a fim de comparar com as técnicas rotineiramente utilizadas, como o desbridamento mecânico por solução salina e gaze e a aplicação tópica de pomada antibacteriana.

Dessa forma, os resultados foram excelentes. As feridas tratadas com as larvas cicatrizaram mais rápido do que os grupos de técnicas de rotina e mantiveram um aspecto mais saudável até o seu fechamento completo, inclusive com retorno antecipado do pêlo dos animais. Ainda houve completa eliminação da MRSA do leito da ferida. Com isso, concluiu-se que o conjunto de ações das larvas (como movimentação, alcalinização por subprodutos de amônia da digestão, produtos antimicrobianos das secreções/excreções, e a própria ação mecânica da alimentação do tecido necrótico e infectado) são os grandes responsáveis pela eliminação das bactérias.  

O resultado da pesquisa de Janaína em ratos

Sobre os desafios para a concretização da tese, Janaína elenca a pandemia, quando o estudo estava a pleno desenvolvimento, mas pondera: “os desafios na ciência são comuns e devem ser vistos como novas formas e perspectivas de se olhar para o projeto e o que se tem em mãos”. A nova doutora revela que a recorrência de desafios frente às feridas de equinos de difícil tratamento foi o que a levou até esse tema. Segundo Janaína, para a sociedade, a comprovação científica de que mais uma espécie de mosca pode ser utilizada de forma segura e eficaz na terapia larval expande as possibilidades de aplicações da técnica. Além disso, a veterinária entende que a pesquisa pode ajudar outros cientistas a explorarem mais a bioterapia, através do material, da metodologia, das dúvidas e das questões levantadas no trabalho. 

O que há no horizonte? 

“O meu sonho é, além de levar para os humanos, ter pelo menos uma unidade de bioterapia larval em cada estado do Brasil, que alguém se encante também e faça, porque vai ser muito útil para quem precisa, tanto animais quanto humanos”, partilha Silvia. Esta ideia da pesquisadora é justificada pelo fato de que o Lapavet não tem condições de fornecer larvas às regiões longínquas do país, pois, a depender do tempo de viagem, a larva corre o risco de morrer. Além disso, não há material ou forma de viagem adequados que suportem o trajeto para o animal. É por isso que o laboratório se concentra em atender casos no estado. “Como para São Paulo, se houver uma logística que faça as larvas chegarem em 48 horas, enviamos.  Podemos manter numa temperatura certa para evitar o desenvolvimento ou a morte delas, mas não por mais que isso”, complementa. 

Não obstante, Silvia deseja quebrar as barreiras imaginárias que o público em geral tem para com as larvas, através justamente da propagação de informações e dos resultados positivos advindos da bioterapia. Janaína concorda e acrescenta que o ponto principal agora é desassociar a imagem que vem à mente quando se fala no assunto, ao fazer divulgação de casos clínicos, bem como a ministração de cursos de terapia larval, seus benefícios e aplicações, para facilitar o acesso ao conhecimento da técnica pela população em geral e de profissionais da saúde. “Acredito que trabalhos como o nosso alcancem profissionais das diversas áreas e incentivem a utilização da bioterapia, por se tratar de uma técnica barata, segura e eficaz contra bactérias resistentes em leitos de feridas”, afirma Janaína. 

Momento do encontro das pesquisadoras com a referência na área

Nessa linha, Silvia também divide a preocupação com a insegurança dos profissionais de saúde em aplicar o tratamento. A professora reforça a intenção em promover o ensino para que eles possam perder o medo quando forem solicitados pelos pacientes. Silvia conta que o cenário ideal é o que ocorre em países como Estados Unidos, Inglaterra e Austrália. Lá, ela observa como os tratamentos são mais comuns, as pessoas são atendidas em hospitais ou recebem a aplicação em casa por um profissional. Grande parte dos casos envolvem pessoas com diabetes, que têm mais dificuldade com cicatrização. 

Reconhecimento pelo pai da bioterapia

O trabalho realizado na UFSM já começou a ser conhecido mundo afora. Com a publicação de um artigo da tese de Janaína na revista Experimental Parasitology, Ronald Sherman, considerado o pai da bioterapia, convidou a orientadora e a orientada do estudo para uma live, no último 21 de março. A live foi no canal da instituição à qual Sherman é vinculado, a BioTherapeutics, Education & Research (BTER) Foundation, organização sem fins lucrativos dedicada ao avanço dos cuidados de saúde, especializada em apoio público e educação profissional em medicina bioterapêutica. “Ele é muito conhecido, tudo que foi feito sobre bioterapia tem o nome dele ou ele é referenciado”, acrescenta a professora, que mesmo não sendo fluente em inglês aceitou participar, por ser uma oportunidade de divulgar o que é feito. “Foi um sucesso. Abrimos uma porta e já mandamos trabalhos mutuamente”, conta.  

Texto: Gabrielle Pillon, acadêmica de Jornalismo e bolsista da Agência de Notícias
Fotos: Ana Alícia Flores, acadêmica de Desenho Industrial e bolsista da Agência de Notícias
Edição: Ricardo Bonfanti, jornalista

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