Na manhã desta quarta-feira (05), o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) aprovou a minuta que regulamenta novas formas de ingresso na UFSM. A reunião aconteceu no auditório do INPE e reuniu 55 conselheiros, entre docentes, técnicos-administrativos em educação e estudantes. Com uma votação de 23 a 32, foi aprovada a volta do Vestibular, do Processo Seletivo Seriado e outras modalidades de ingresso.
Reitor explica mudanças
Após o encerramento da reunião, o reitor, Luciano Schuch, respondeu aos principais questionamentos sobre a decisão. “As cotas permanecerão. Metade das vagas continuarão para estudantes de escolas públicas”, pontua. Schuch também afirmou que muito do alto índice de evasão da Universidade, expressa na sobra de 300 vagas neste semestre e no número de cerca de 50% de ingressantes que concluem o curso, é devido à ampla cobertura do Sistema de Seleção Unificada (SiSU). “O aluno, quando é regionalizado, está mais focado para terminar a faculdade”, reflete.
No entanto, o reitor também comenta que a ideia não é fechar as portas da Universidade para estudantes de outras regiões do Brasil e que desejam ingressar na Instituição. Schuch garante que eles serão contemplados pela destinação de 30% das vagas pelo SiSU. Atualmente, menos de 10% das vagas são preenchidas por alunos de fora do estado, afirma.
A respeito da volta do vestibular, o reitor assegura que já no segundo semestre de 2023 a UFSM terá 30% das vagas destinadas à candidatos que prestarão o novo vestibular. O gestor relata que as provas abordarão o conteúdo do ensino médio e serão realizadas em todos os campi da UFSM. Ele também pretende voltar a realizar visitas a escolas de Santa Catarina. Mais detalhes sobre o formato e aplicação das provas ainda serão definidos.
Representantes estudantis e sindicais lamentam a decisão
Depois do resultado, os representantes do DCE no CEPE se retiraram do auditório. Na saída, o coordenador Luíz Bonetti afirmou que a decisão é um fechar de portas da Universidade para os estudantes de todo o Brasil. “É um momento triste para a UFSM. Ainda mais pela forma como tudo ocorreu, com a falta de um debate amplo”, lamenta. Bonetti ressalta a mobilização do movimento estudantil e sindical em não deixar a pauta passar batida e reiterou a necessidade de se ter um relatório da implementação do SiSU na UFSM dos últimos seis anos, que serviria para elucidar a questão da necessidade da volta do processo seletivo.
Agora, o coordenador afirma que as entidades representativas continuarão ativas e trarão como foco o debate sobre a permanência estudantil dentro da Universidade. Esta foi, inclusive, uma das questões apresentadas como argumento contra o retorno do vestibular e processo seletivo seriado, ao explicar que as dificuldades relacionadas à pandemia, à crise econômica, à saúde mental, à preconceitos e assédios sofridos pelos e pelas acadêmicas são as verdadeiras razões da evasão estudantil, e não o formato de ingresso.
A íntegra da minuta pode ser acessada no no site da Instituição. O debate e a votação podem ser vistos no YouTube da UFSM.
Texto: Gabrielle Pillon, estudante de jornalismo e bolsista da Agência de Notícias
Fotos: Ana Alicia Flores, estudante de desenho industrial e bolsista da Agência de Notícias
Edição: Mariana Henriques, jornalista